Tanto Minas Gerais do senador e ex-governador Aécio Neves (PSDB) quanto o Ceará do ex-presidenciável e deputado federal Ciro Gomes (PSB) podem receber o time de Mano Menezes duas vezes, mais do que a sede da abertura, São Paulo, e também do que as sedes mais utilizadas ao longo do torneio brasileiro, Rio e Brasília.
Na primeira fase, depois de atuar no Itaquerão, em São Paulo (12 de junho), o Brasil vai jogar em Fortaleza (17 de junho) e Brasília (23 de junho). Se a seleção for a primeira colocada do seu grupo, hipótese mais provável, jogará as oitavas de final em Belo Horizonte, no dia 28 de junho. Nas quartas, voltaria a Fortaleza (4 de julho) e, na semifinal, retornaria a Belo Horizonte (8 de julho). A final está marcada para o Maracanã, no Rio, em 13 de julho – única possível apresentação brasileira no palco carioca, fato não explicado por Ricardo Teixeira.
A Fifa resolveu desafiar a precariedade do sistema aéreo brasileiro. Na tabela divulgada ontem, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não agrupou as seleções em uma só região do país, para diminuir os deslocamentos de cada equipe. Assim, será possível uma mesma equipe viajar longas distâncias e sofrer com a variação climática.
Será o caso, por exemplo, da equipe que será designada para o número 4 do grupo E. Essa seleção vai jogar no dia 20 de junho em Curitiba, onde os termômetros se aproximam de 0 grau nesta época do ano. Cinco dias depois, vai atuar em Manaus, a mais de 2 mil quilômetros de distância e seguramente com mais de 30 graus.
Bom relacionamento de políticos locais com o presidente da CBF coloca Belo Horizonte e Fortaleza duas vezes no caminho da seleção
O Mundial das maratonas
As maratonas das seleções da Copa de 2014 pelos céus do Brasil serão longas, desgastantes e, em alguns casos, bem desiguais. A tabela divulgada pela Fifa não regionalizou os grupos. A decisão fará a equipe sorteada na posição 4 do grupo G viajar por 5.598 km entre Natal, Manaus e Recife só durante a primeira fase. Considerando a possibilidade de se manter vivo até o fim do torneio, o rival do Brasil na estreia (A2) é quem mais vai sofrer com as distâncias.
Se essa seleção desbancar o time brasileiro, avançar como primeira do grupo, cair na semifinal e disputar o terceiro lugar do Mundial rodará um total de 11.571 km – quase o mesmo que separa a capital paulista de Moscou.
Festa no Itaquerão
A confirmação, feita pela Fifa ontem, de que São Paulo sediará a abertura da Copa de 2014 foi comemorada pelas autoridades e operários que acompanhavam o anúncio oficial do calendário de jogos do torneio no canteiro de obras do estádio do Corinthians, o Itaquerão, na zona leste da capital paulista. Por uma tela de tevê, já que o telão instalado no local teve problemas técnicos e não pôde ser utilizado, acompanharam a transmissão da cerimônia oficial o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD -foto), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e os ex-jogadores Ronaldo e Cafu. Em clima de festa, Sanchez garantiu que o complexo ficará pronto antes do previsto. “Temos o prazo até o fim de 2013, mas em setembro o estádio estará pronto”, assegurou o dirigente. Pensando nos lucros, o Timão planeja em 30 dias vender aos torcedores kits com terra do local onde ficará o Itaquerão.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/copa2014/historico/conteudo.phtml?tl=1&id=1183140&tit=Amigos-de-Teixeira-sao-favorecidos
Texto sugerido e com comentários de Riqueldi Straub Lise
Parece evidente que afinidades entre políticos locais e o presidente da CBF Ricardo Teixeira definiram as escolhas para a Copa das Confederações. Aécio e Ciro colocaram as capitais dos estados de Minas Gerais e Ceará tanto na programação da Copa das Confederações quanto na Copa do Mundo, superando até mesmo as participações da seleção brasileira nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Nem mesmo as afirmativas do ministro dos Esportes, Orlando Silva foram capazes de colocar Curitiba neste rol de privilegiadas, “Podemos colocar Curitiba à frente de outras cidades para sediar a Copa das Confederações.” “Eu acredito que Curitiba é uma sede que terá um papel grande na Copa do Mundo.”
E não tardaram notícias dando conta da contabilização dos prejuízos de outras cidades-sedes menos prestigiadas pela CBF. Curitiba – preterida na disputa da Copa das Confederações em 2013 e com apenas quatro partidas na fase de grupos da Copa do Mundo de 2014 – alimentava a esperança de mais jogos e inclusive uma oitava de final, agora amarga a decepção e o esvaziamento dos investimentos programados para o setor privado. O setor hoteleiro curitibano já recalcula o volume de investimentos tendo em
vista a pequena participação da cidade na Copa, e a previsão é de que estes reajustes sejam uma tendência, considerando que os possíveis jogos em Curitiba serão: Nova Zelândia x Eslováquia, Dinamarca x Camarões, Argentina x Grécia, Suiça x Honduras.
Realmente decepcionante!
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