Selecionado brasileiro de futebol e o complexo de pedigree nas Olimpíadas
por Bruno José Gabriel, graduando em Educação Física (UEPG)
Na sociedade contemporânea, acreditem se quiserem, é bastante paradoxal
retratar ou categorizar a performance
do selecionado nacional de forma impetuosa e plástica, como em tempos
anteriores. Vale ressaltar que segundo o ranking
de seleções da FIFA, publicado no dia 6 de junho de 2012, o Brasil está na
quinta colocação, atrás de: Espanha, Uruguai, Alemanha e Holanda. Outro ponto
bastante importante para esta contextualização, é que houve um tempo em que
perdíamos, entretanto profissionais midiáticos, como, por exemplo, Nelson
Rodrigues retratava e considerava os brasileiros imbatíveis, seja em técnica,
tática e agilidade mental. “O cronista acreditava que o problema consistia na
falta de autoconfiança, na postura submissa que os brasileiros assumiam diante
de uma nação estrangeira” (SANTOS, 2012, p. 100) e assim categorizou esse
sentimento intrínseco e inerente dos jogadores futebolistas de complexo de
vira-latas.
Atualmente, os jogadores brasileiros bastante eufóricos e cristalizados
com a moeda, têm se esquecido de desempenhar os malabarismos corporais com a
bola nos gramados. Bom, talvez não sejamos mais tão superiores assim, será? O
fato é que ao analisar o “Top 10 das frustrações do futebol brasileiro nas
Olimpíadas, no blog DiBico Futebol Clube” se percebe que mesmo em épocas de
vitórias – posterior o Tetracampeonato – e de vacas magras – Frustração de 2006,
os nossos atletas, pop-stars, celebridades internalizaram às avessas de Nelson
Rodrigues, o “complexo de pedigree”.
Em 1996, em Atlanta tínhamos um verdadeiro esquadrão da bola com Dida no
gol, Roberto Carlos na lateral, Rivaldo no meio campo e na linha de frente
Bebeto e o então prodígio Ronaldo. E o resultado? Sucumbimos, perdendo de 4
tentos a 3 para a Nigéria. Aqui vale uma nota, na entrevista coletiva, o então
técnico Zagallo expôs: “Não creio ser realidade essa derrota”, tamanho o
favoritismo do Brasil. Em Sidney – 2000, o filme se repete: Vamderlei Luxemburgo,
Lúcio, Geovane, Roger, o maestro Alex, o malabarista Ronaldinho Gaúcho
protagonizaram um dos maiores vexames do selecionado: 2 tentos a 1 para
Camarões. Por fim, terminamos em tango, e os hermanos fizeram Dunga, Hernanes,
Diego, Thiago Neves, Ronaldinho Gaúcho e Alexandre Pato bailarem. Três tentos a
zero para a Argentina, fora o show e
a maestria de Riquelme, Mascherano, Tevez, Agüero e Messi.
Neste ano, depositamos a esperança na tranquilidade de Thiago Silva; na
maleabilidade e no malabarismo corporal do pop
star Neymar; na mestria, na tranquilidade e no “migué” do mundo animal,
através de Pato e Ganso; na leveza e agilidade de Oscar; e por fim, no nosso
super-herói e sua musculatura torneada, o grandiosíssimo e fenomenal Hulck.
Será que dessa vez dá Mano Menezes?