Após 13 anos, a Vila Olímpica do Boqueirão volta a receber o Paraná. O jogo de hoje, às 15 horas, contra o J. Malucelli, marca o resgate do estádio tricolor. A recuperação iniciada em 2012 foi turbinada na última semana. Vinte e cinco funcionários em turnos extras e R$ 100 mil foram investidos para o retorno da equipe ao Érton Coelho de Queiroz. E, enquanto os torcedores paranistas estiverem ocupando as arquibancadas nesta tarde, outros ajustes ainda estarão sendo feitos.
O trabalho de recuperação do gramado da Vila Capanema, arrasado em um erro de manutenção, obrigou a mudança de endereço e a adequação da outra Vila a toque de caixa.
O último duelo profissional realizado no estádio foi entre Império do Futebol 2 e 2 Malutrom, no dia 24 de março de 2005. O proprietário do local jogou lá pela última vez em 24 de setembro de 2000, quando perdeu por 1 a 0 para o Bragantino, pela Copa João Havelange. Sem uso, o estádio pereceu.“Foi uma semana bastante cansativa. Trabalhamos com sol, chuva, à noite, no sábado e até a hora do jogo. Tudo para termos o mínimo de erros possíveis. Na segunda-feira, depois da partida, vamos continuar trabalhando para melhorarmos ainda mais para o próximo jogo. Devemos gastar mais R$ 50 mil. O torcedor merece o mínimo de conforto”, explicou o vice-presidente Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, entusiasmado com as melhorias após ter chorado ao se deparar com o abandono do palco paranista em 2012.
Penhora
Enquanto era relegado a eventuais treinos e jogos das categorias de base, nos bastidores a área se tornou um artifício jurídico.
Por causa de dívidas, a área no Boqueirão acabou indicada à penhora em pelo menos três ações. Segundo o registro do imóvel, o débito paranista chega a R$ 3,4 milhões.
Em um dos processos, a União, através da Fazenda Nacional, utilizou o Estádio Érton Coelho de Queiroz como garantia para o pagamento de cerca de R$ 610 mil referentes a atrasos em impostos.
A mais recente ação judicial a “aprisionar” a Vila Olímpica foi proposta por um ex-funcionário, o massagista Moacir Medeiros. Para garantir o cumprimento dessa dívida (R$ 370 mil) – que foi parcelada em 15 vezes – a juíza do trabalho Fernanda Marcon decidiu anexar a penhora da Vila Olímpica ao processo.
A maior pendência, contudo, o clube garante ter sido resolvida com o acordo e a recontratação de Jonathan Zaze. O médico renegociou uma dívida que chegava a R$ 2,2 milhões, livrando a Vila de mais um ônus.
Sugestão de Natasha Santos.
Vale a pena conferir, ainda, os meandros do leilão do Pinheirão - medida extremada a que o Paraná Clube precisou se render, para o pagamento de dívidas de INSS e FGTS: http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/parana-clube/conteudo.phtml?tl=1&id=1360265&tit=Taruma-rende-R-30-mi-e-torna-Parana-viavel