De frente com Michel Raspaud - por Natasha Santos.
No
ultimo dia 15, o Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade da UFPR, promoveu, para
quem quisesse ouvir, um encontro acadêmico entre Brasil e França. A Palestra,
ministrada pelo convidado Michel Raspaud, professor da Universidade Joseph
Fourier, em Grenoble, contemplou elementos que variaram “Da Cabeçada de Zidane
à Greve de Knysna: futebol, sentimento e sociedade na França no século XXI”.
Em sua fala, Raspaud destaca que, se
Zidane – enquanto um ícone do futebol francês e mundial – não foi condenado por
parte dos comentaristas esportivos, pela cabeçada em Materazzi na Copa de 2006;
o mesmo não aconteceria quando Thierry Henry dominou a bola com a mão,
resultando no gol da vitória sobre a Irlanda, nas eliminatórias para a Copa de
2010; e, muito menos, quanto ao desempenho da seleção francesa na África do
Sul. Mais do que os fracos resultados no Mundial, o acontecimento das manchetes
foi o desentendimento entre o então treinador, Raymond Domenech, e o jogador
Nicolas Anelka, na derrota contra o México.
Após insultar Domenech, Anelka, que
se recusou a pedir desculpas, foi expulso do time, fato que desencadeou o
evento de Knysna, marcado pela greve dos jogadores no treinamento, pela escrita
de um manifesto, pela derrota dos Bleus
para a África do Sul e pela recusa do técnico francês a cumprimentar o
treinador da equipe adversária. Tudo a confirmar, segundo Raspaud, os
sentimentos de vergonha e indignidade quanto à seleção da França, uma vez que,
tendo em vista a identificação dos franceses, enquanto nação, com a seleção de
futebol, há um “investimento emocional” dessas pessoas na “sua” equipe. O que
acaba por resultar em uma expectativa quanto a resultados e comportamentos dos jogadores,
os quais não teriam lutado de modo adequado pela honra esportiva da nação.
A abordagem do estudo de Michel Raspaud (foto acima) sobre o futebol, que traz o sentimento como um fio subterrâneo no tratamento do esporte, enquanto um lugar de reconhecimento coletivo, em muito se assemelha com as propostas de pesquisa do Núcleo de Estudos, vinculado à Linha Intersubjetividade e Pluralidade: Reflexão e Sentimento na História, do Programa de Pós-Graduação em História da UFPR. Dada essa proximidade, fica a deixa para uma parceria com a Universidade francesa, no que se refere à investigação da relação torcedor-clube daqui, no Paraná, e de lá, em Grenoble.
A abordagem do estudo de Michel Raspaud (foto acima) sobre o futebol, que traz o sentimento como um fio subterrâneo no tratamento do esporte, enquanto um lugar de reconhecimento coletivo, em muito se assemelha com as propostas de pesquisa do Núcleo de Estudos, vinculado à Linha Intersubjetividade e Pluralidade: Reflexão e Sentimento na História, do Programa de Pós-Graduação em História da UFPR. Dada essa proximidade, fica a deixa para uma parceria com a Universidade francesa, no que se refere à investigação da relação torcedor-clube daqui, no Paraná, e de lá, em Grenoble.