Vídeos sugeridos e comentados por Daniel Ferreira.
Trata-se de uma propaganda, muito
recente, do Guaraná Antarctica. Nela, uma breve análise de discurso(sem
esquecer do fundo musical, que é um samba) nos revela que o brasileiro é alegre e irreverente afinal
“este é o jeito de uma nação inteira”. Seguir “contagiando” com estes nossos valores
inerentes (com este jeito nosso!) seria portanto uma questão(seja
para o jogador, seja para o próprio Guaraná - de missão cívica: “deixa que a
gente honra essa camisa!”.
A abordagem vista no comercial do
refrigerante - de associar-se a imagem de Brasil - não é nova. Em 1994(por
exemplo) o autointitulado “Sabor do Brasil”( agora “trajando” uma imagem de
saúde e natureza) mostrava-se no
Amazonas, com os pés de Guaraná. Pedia na ocasião que a Coca-cola mostrasse a
sua árvore:
O que me chama atenção,
entretanto, é o brasileiro na
propaganda atual, a primeiramente citada. E não é nem por me parecer muito
estranha a idéia da inerência sugerida
de que 192 milhões de brasileiros (de norte a sul, de leste a oeste?)sejam
estes alegres e irreverentes(100% do tempo?) e em outros elementos que o discurso proposto poderia ser
desdobrado, como por exemplo sobre arte, irracionalidade, prazer, malandragem,(aliás
que lembra muito um estereótipo carioca) etc..
Mas sim questionar até que ponto historicamente houve “boa” recepção a este
tipo de discurso sobre brasilidade em
nosso país.
Digo isso tendo como referência outro
ídolo nacional(portanto igualmente também “parâmetro” de brasilidade): Ayrton Senna, cujo ao nome é frequentemente atribuída
a qualificação “do
Brasil”(Brasi-sil-sil!). E o discurso aqui é muito diferente do citado
acima. Aqui o brasileiro sonha, tem consciência, planeja, trabalha duro, é determinado, tem garra, é
sério, profissional e enfim vence por méritos. Como se verá por
exemplo - através da narração de Galvão Bueno – em uma de suas vitórias: