Esta é a home-page do grupo
denominado “donos da mídia” que de forma geral oferece um mapa de veículos de
imprensa(rádio e televisão) por todo o país. Entre as informações apresentadas,
a que me chama mais atenção é a seguinte:
“Mesmo
onde existe geradora, a regionalização é mínima. Em média, entre 75% e 90% da
grade de programação das emissoras locais tem caráter nacional. Desta forma, o
conteúdo que chega em quase a totalidade dos municípios é gerado exclusivamente
em cidades paulistas ou fluminenses. Das 33 redes nacionais de TV
identificadas, 24 estão sediadas no estado de São Paulo e 2, no Rio de Janeiro.”
Para quem tem o futebol como objeto de estudo, ao
meu entender tal informação é imprescindível para entender a representação do
desporto historicamente, considerando a mídia como integradora social, e
ainda se considerarmos que a constituição do futebol brasileiro num formato nacional
se deu paralelo a constituição das empresas de comunicação do país.
Imagino ainda que se fizesse-se um exercício de análise
do público dessas mídias predominantes - e que assumem um pretenso caráter
informativo nacional - ver-se ia que além de regionais, a “linha de frente” consumidora
sejam das mesmas regiões de origem. Ou seja, embora considerado o compromisso
de reportar “os fatos”, não pode de
forma alguma eliminar a existência de um compromisso representativo de
caráter regional, embora o caráter assumido e propagandeado seja de nacional.
Considerando agora um campo esportivo autônomo mas
de forma alguma alheio a essa cultura da mídia de caráter regionalizado, implica
reconhecer que muitos discursos simbólicos no futebol de “carater nacional” atual,
e categorias próprias deste (ex. o craque e o perna de pau; o time de talentos
e o time de conjunto; o time grande e o time pequeno) não é de modo algum
verdade absoluta e tem portanto matriz muito bem definida. Finalmente, há de se considerar também quanto pelo o
resto do Brasil apenas não faz apenas reproduzir os mesmos discursos, nos
mais diversos campos sociais, tal como fazem as suas retransmissoras.
A indicação do site e os comentários são do mestrando em História (UFPR) Daniel Ferreira.