segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O Bom Senso e a ideologia dos cartolas

[por Luiz Carlos Ribeiro]



Cada dia que passa fica claro que as pretensões de diálogo do grupo Bom Senso F. C. enfrenta problemas para se consolidar. Política e bom mocismo nunca se deram bem. Escrevi sobre isso há uns trinta atrás, quando ponderei que o calendário que existe no futebol brasileiro não veio por acaso. É evidente a força da Rede Globo de televisão sobre os clubes, os dirigentes das federações e da própria CBF. A Globo não só interfere no horário dos jogos da Copa por conta do mercado televiso mundial, principalmente o europeu. Mas se isso são favas que já foram contadas, o que chama a atenção é o comportamento de alguns dirigentes. A questão central para esses cartolas não é apenas a de inviabilizar a iniciativa do Bom Senso, em função de interesses financeiros da TV e de seus patrocinadores. O interesse é matar na base a iniciativa autônoma dos jogadores. Uma autonomia em relação não apenas aos dirigentes de clubes e federações, mas do próprio sindicato e federação dos jogadores, tradicionais instituições pelegas. Ou seja, para esses senhores de cartola, se a proposta do Bom Senso é boa ou não é irrelevante. Trata-se, portanto, de uma cruzada ideológica contra o movimento, cuja missão é sufocar a autonomia dos jogadores. Existe, nesse sentido, alguma similaridade com a chamada democracia corintiana, ocorrida no início dos anos oitenta. Lá, como agora, o país vivia uma fase de convulsão democrática. Mas as diferenças também são muitas. O Bom Senso é mais amplo que a luta dos jogadores de um clube e é claro que o Estado e a sociedade brasileiros são hoje muito mais democráticos que aquele. O calendário esportivo praticamente está encerrado este ano. No próximo ano o Bom Senso ou cresce e toma dimensões difíceis de imaginar hoje, ou soçobra na penumbra da copa do mundo. Leiam abaixo reportagem que revela a reação de um cartola histórico em relação ao Bom Senso F. C.