sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"Título salva ano conturbado, e volta à Libertadores dá novo ânimo ao Flamengo"

[Sugestão e comentário de Miguel de Freitas]



Após um grande período de expectativa quanto a decisão da COPA DO BRASIL, pude perceber o que significa ser um time grande, o que significa a força da camisa ... Pois é no momento decisivo que os grandes demonstram porque são os favoritos e fazem prevalecer este favoritismo. Do ponto de vista técnico, físico e também tático qualquer pessoa que minimamente entenda de futebol (vamos excetuar a grande mídia que é carioca descaradamente e os torcedores que observam com os olhos da paixão), diria que a equipe do Atlético Paranaense vive um momento melhor e por isto seria favorito. Mas como diria meu amigo Nelson Rodrigues "O futebol não tem a lógica, ou melhor, a lógica do futebol é a lógica de cada jogo" e no jogo de ontem somente uma equipe não sentiu o peso da decisão e por isso mesmo com todas as limitações técnicas conseguiu chegar ao título, pois a perna dos seus jogadores não pesou e o cansaço foi superado pela vontade de vencer, pois já que não ia na técnica precisa ser na força e por isso permanece aqui o nosso complexo de vira latas, na esperança que no próximo ano tudo seja ainda melhor, pois este ano quase chegamos lá.


A visão da mídia e o futuro do clube carioca você confere em: 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

"Prefácio para Nilton Santos" - Por Armando Nogueira



Hoje se apagou mais uma luz da constelação de estrelas solitárias que representaram o Botafogo e o futebol brasileiro. Nilton Santos, a Enciclopédia do Futebol, que sofria do assombroso Mal de Alzheimer, teve decretado seu silêncio em definitivo.

Porém, é preciso celebrar a vida. A vida que tornou Nilton Santos inesquecível. Para saber mais sobre o ex-jogador, vale a pena conferir o post do blog Literatura na Arquibancada [http://www.literaturanaarquibancada.com/2012/05/nilton-santos-enciclopedia.html], publicado em 15 de maio de 2012, quando Santos completava 88 anos de vida. 

Vale a pena, ainda, ler o prefácio que o saudoso e impecável Armando Nogueira escreveu para o livro "Minha Bola, Minha Vida" (1998).

"Seleções acirram disputa por CTs para a Copa"

[Sugestão e comentário de Gisele Musse]



Definidas as 32 seleções que disputarão a Copa 2014, estamos cada vez mais perto de conhecer também os CTS que terão o privilégio (e o retorno financeiro) de hospedar delegações durante o mundial e, com essa proximidade, a disputa entre os municípios se intensifica. Essa competição não é à toa, pois, além dos benefícios gerados pelos investimentos realizados – principalmente em infraestrutura, que beneficia tanto comunidade autóctone quanto visitantes –, uma das principais vantagens em receber uma delegação é a visibilidade internacional (e nacional) que o município ganha através da exposição na mídia, que pode fomentar o turismo e a geração de divisas na região. A prefeitura de Bento Gonçalves – RS, por exemplo, investiu em melhorias na infraestrutura da cidade e na capacitação de pessoal, além de estabelecer parcerias com vinícolas da região para incentivar a divulgação da região na esperança de hospedar alguma delegação. Outros municípios também traçaram suas estratégias.

Embora todos os candidatos à residência temporária queiram receber alguma delegação seja ela qual for, sem dúvidas a disputa maior é por hospedar seleções famosas e favoritas ao título, como Espanha, Argentina, Alemanha e Holanda, e a especulação sobre qual será o local de treinamento escolhido por essas seleções é grande. Apesar da notícia veiculada na Gazeta do Povo informar que o CT do Caju está bem próximo de “fechar negócio” com a Espanha, a atual campeã mundial visitou outros excelentes CTS, como o CT do São Paulo, em Cotia, o CT do Caju, e de Belo Horizonte e Sete Lagoas – MG e não há nada decidido ainda, já que a maioria das delegações só deve definir o centro de treinamento após o sorteio das chaves que será realizada no início de dezembro e a relação definitiva sairá apenas em janeiro de 2014.

No entanto, em meio a especulações de acordo com o interesse preliminar das delegações, o estado de São Paulo deve ser o mais cotado, já que possui 30 dos 83 CTS selecionados pela FIFA. Estima-se que ao menos dez delegações de hospedem no estado e há rumores de que algumas das negociações já estejam bem avançadas.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Racismo no futebol cresce na Europa

[por Luiz Carlos Ribeiro]


A crise econômica não justifica, mas o declínio econômico e moral na Europa dá perigosos sinais que caminha para um extremismo étnico e nacionalista. E os jogadores negros são os mais visados. Seus altos salários (mesmo que restrito a uma minoria) conflita com o da maioria da população jovem e frustrada diante do esgotamento do sonho da civilização ocidental. A situação na Ucrânia e na Russia é pior, pois se associa a um estado policial corrupto, cuja elite está muito distante do que se pode chamar de "espírito civilizado". O anonimato das multidões no estádios começa a tomar a dimensão de um coletivo organizado, pautado na violência.

A frase de Marine Le Pen, líder do partido francês Frente Nacional, de extrema direita, sobre a seleção francesa, é mais uma evidência que essas manifestações não são isoladas e marginais: "A seleção é uma espécie de quadrilha de rapazes rebeldes mal educados que não têm qualquer orgulho nacional e só representam a França por dinheiro". Claro, ela se refere ao fato de a maioria dos jogadores do selecionado ser de origem magrebina, das ex-colônias francesas do Norte da África. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Crônica da Semana



Qual o valor de um técnico?
por Maria Thereza Souza



O noticiário futebolístico mais uma vez está movimentado pelas especulações sobre a montagem de elenco dos clubes brasileiros para a temporada seguinte e, como manda a lógica mágica do esporte, esse planejamento começa pelo homem que estará a frente da equipe durante o ano – ou parte dele, como é de se esperar pelas características efêmeras do comando técnico nas instituições clubísticas do país. Nesse contexto, vemos borbulhar nos bastidores da Sociedade Esportiva Palmeiras  clube que conquistou sua volta à série A do Campeonato Brasileiro recentemente e que parece gostar desse clima turbulento pelo qual geralmente está rodeado – divergências sobre a permanência do técnico Gilson Kleina para a sequência do trabalho.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

"Maior legado do time do Santos foi promover o Brasil, diz Pelé"


[Comentário por Wendell Linhares]

A reportagem do Jornal Folha de São Paulo no dia 16/11/2013, encerra uma série de entrevistas sobre os 50 anos do Bicampeonato Mundial do Santos Futebol Clube conquistado em 1963, diante do Milan, da Itália. Para fechar com chave de ouro, nada mais e nada menos que Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos foi o entrevistado.

O Bicampeonato foi conquistado após três jogos, sendo o primeiro realizado em Milão com a vitória do time da casa por 4 a 2, nesse jogo, Pelé sofreu uma lesão muscular na coxa esquerda e ficou fora das outras partidas decisivas. Na partida de volta, disputada no Maracanã, o Peixe devolveu o placar de Milão, levando a disputa para uma terceira partida, a qual foi realizada no mesmo local com a vitória do Santos por 1 a 0.

Durante a entrevista, Pelé comenta sobre suas lembranças da partida disputada em Milão e fala sobre os feitos e o maior legado do Santos Futebol Clube que foi promover o Brasil numa época em que não tínhamos tanta televisão.

O polêmico Pier Paolo Pasolini e o nosso Futebol




[Por André Mendes Capraro]

Durante o período em que passei na Itália realizando minha pesquisa de pós-doutorado uma grata surpresa foi encontrar um ensaio jornalístico do cineasta, escritor e polemista Pier Paolo Pasolini acerca do futebol. Um texto curto, mas de grande impacto, já que, encantado com o futebol apresentado pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970, Pasolini apresenta um modelo explicativo na tentativa de diferenciar o estilo sul-americano (sobretudo, o brasileiro) do europeu. Contraponto metaforicamente poesia e prosa, a tese consolida a ideia de um futebol arte versus futebol força. Ideia polêmica e questionável, mas que permite que o texto produzido há mais de 40 anos permaneça atualíssimo. Em relação ao ensaio de Pasolini, uma análise acadêmica exemplar foi feita por Élcio Loureiro Cornelsen - http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/caligrama/article/download/202/155. Fica a dica de leitura!

"Presidente do Corinthians oficializa saída de Tite, mas não confirma Mano"




[Sugestão e comentário de Edilson Oliveira]

E assim se encera mais um ciclo do futebol brasileiro, a saída de Tite do Corinthians e uma possível volta de Mano Meneses deixa evidente que este vai e volta de técnicos é uma das formas que a diretoria dos clubes encontra para evitar críticas e cobranças.

Antes mesmo de Tite deixar o Timão o presidente do Corinthians Mário Gobbi, já confirma sua volta em outra oportunidade, isto é, quando o próximo técnico cair de rendimento você volta para comandar a equipe. O que vemos no futebol brasileiro é três ou quatro técnicos revezando o comando de uma equipe, sendo heróis e vilões várias vezes. Pois os diretores e presidentes de clubes apenas diminuem a pressão de suas cabeças, ao invés de investir em um trabalho a longo prazo.

Leia mais em: 

domingo, 17 de novembro de 2013

Crônica da Semana

PONTOS CORRIDOS OU MATA-MATA: AINDA CABE A DISCUSSÃO?


Pela mestranda Gisele Dall Agnol Musse

O Campeonato Brasileiro conheceu seu mais novo campeão: Cruzeiro Esporte Clube! Os mineiros conquistaram o título de 2013 de forma antecipada, sendo que das 38 rodadas, a equipe precisou de apenas 34 para festejar o título. Não há dúvidas de que o clube celeste é o melhor time do campeonato, pois além de ter a maior pontuação, foi o time que fez mais gols (quase 20 a mais que o segundo melhor ataque até o momento) e que tem a segunda melhor defesa, ou seja, praticou o melhor e mais eficiente futebol durante a competição: ofensivo, envolvente, empolgante, repleto de adjetivos positivos que atraem amantes do futebol.
Quando ocorrem conquistas de campeonatos de forma antecipada como presenciamos na atual temporada de 2013, logo aparecem os defensores do campeonato no formato antigo – disputado com turno, quartas de final, semifinal e final – argumentando que o tipo de disputa mata-mata tem mais emoção, pois os jogos tem caráter decisivo das quartas de final em diante e o campeão só será conhecido após o último jogo das finais. Muitas vezes o atual formato de pontos corridos – dois turnos todos contra todos em ida e volta, onde o campeão é decidido pela maior pontuação – é tido como menos emocionante, pois, como ocorreu nesse Brasileirão, o campeão pode ser conhecido com o campeonato ainda em disputa.
Mas será que conhecer o campeão antes da última rodada torna realmente a competição menos emocionante? Em partes é verdade, pois clubes e torcedores que ainda sonhavam com o título disputarão as próximas rodadas sabendo que não terão mais chances de serem campeões. Porém não podemos nos esquecer de que o campeonato não é feito apenas de primeira colocação. Se por um lado já sabemos antecipadamente a quem pertence o título do Brasileirão 2013, por outro lado ainda temos vários clubes disputando uma vaga na Libertadores da América e na Copa Sul-Americana, ou lutando contra o rebaixamento.
Até o final dos jogos que ocorreram no sábado passado (16/11/2013), os times ainda seguiam “embolados” na tabela do campeonato. Com exceção do Cruzeiro e do Atlético – MG (campeão da Libertadores 2013) que já têm vaga garantida na próxima Libertadores, Atlético – PR, Botafogo, Grêmio, Goiás, Vitória e São Paulo – times que ocupam até a 8ª colocação na tabela – ainda estão na disputa por uma vaga na competição continental. Santos e Corinthians (9º e 10º colocados, respectivamente), dependem de resultados combinados nas demais rodadas, tornando praticamente nula as chances de uma vaga.
Já da metade da tabela para baixo – 11º ao 20º colocado –, todos os times têm chances de serem rebaixados, apesar de Internacional e Flamengo (11º e 12º colocados) terem chances praticamente remotas. A disputa está tão intensa que provavelmente os rebaixados somente sejam definidos na última rodada, com exceção do Náutico, que já tem sua vaga garantida na segunda divisão. O que também chama atenção na zona de rebaixamento e provoca expectativas nos amantes do futebol, é o fato de dois grandes e importantes clubes estarem na luta para não cair: o campeão do Brasileirão 2012, Fluminense, e o Vasco da Gama – o que seria (o rebaixamento) uma grande decepção para o futebol carioca.

Atualmente a disputa do principal título do futebol nacional prima pelo mais justo, ou seja, o clube com maior regularidade será o campeão. Essa é a forma disputada nas principais ligas do mundo. Embora esse formato não agrade a todos, o calendário do futebol brasileiro tem espaço para formas diferentes de disputa, como os estaduais (que variam de estado para estado) e a Copa do Brasil. Ainda que para uma minoria, também faz parte do calendário a Libertadores, disputada na forma de copa. Assim, durante o ano todo o futebol brasileiro tem diversos torneios, praticados em vários formatos, que tem disputas para todos os gostos. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Bom Senso faz seu maior protesto e atletas paralisam jogos do Brasileiro


BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC
MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO

Uma nova manifestação do movimento Bom Senso F.C. paralisou nesta quarta-feira os dois jogos das 19h30 do Campeonato Brasileiro por cerca de 30 segundos.
Os árbitros das partidas da 34ª rodada desta quarta-feira deram início aos confrontos, mas os jogadores das equipes cruzaram os braços ou só ficaram trocando passes entre um campo de defesa para o outro.
O gesto coletivo era um sinal de repúdio ao calendário do futebol apresentado pela CBF para 2015.
Edu Andrade/FatoPress
Jogadores do Grêmio e do Vasco seguram faixa em protesto contra a CBF, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre
Jogadores do Grêmio e do Vasco seguram faixa em protesto contra a CBF, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre
O plano do Bom Senso era que o protesto -inédito no futebol brasileiro- acontecesse nos sete confrontos desta quarta-feira pela 34ª rodada da Série A, inclusive nos jogos das 21h e das 21h50. E, de certa forma, em todos funcionou.
No jogo Criciúma x Atlético-PR, no estádio Heriberto Hulse, em Criciúma (SC), também rolou o protesto e após o apito inicial e o primeiro toque na bola dos jogadores da equipe da casa, os atletas ficaram parados por quase 30 segundos. Já em e Botafogo x Portuguesa, no Maracanã, os atletas cruzaram os braços antes do apito inicial. Estas duas partidas começaram às 21h.
Na partida Coritiba x Corinthians, em Curitiba, os jogadores do time paulista tocaram a bola nos pés de um rival que ficou parado, assim como os demais atletas, por 15 segundos. Na sequência, a bola foi devolvida a um corintiano.
21H50
Na rodada das 21h50, considerada horário nobre da TV aberta, o protesto continuou.
No jogo São Paulo x Flamengo, em Itu, o goleiro Rogério Ceni bateu boca com o árbitro Alicio Pena Junior (MG) antes da partida. Mas ao invés dos atletas ficarem parados, jogadores de São Paulo e Flamengo ficaram trocando bola entre um campo de defesa e outro. O protesto nesta partida durou 58 segundos e os jogadores do Fla relataram ameaça de árbitro contra o protesto.
No Barradão, em Salvador, o árbitro Paulo Godoy Bezerra (SC) deu uma bronca nos jogadores, que cruzaram os braços antes do jogo, mas não chegaram a paralisar a partida.
Houve também manifestações antes das partidas. Os atletas das quatro equipes entraram nos gramados carregando faixas que diziam "Por um futebol melhor para todos" e "Amigos da CBF: cadê o bom senso?".
ONDA DE PROTESTOS
Essa foi a segunda e a mais forte manifestação dos jogadores dentro de campo -a primeira foi realizada na 30ª rodada, em meados de outubro, com um abraço coletivo de jogadores da Série A.
Os atletas pleiteiam que a CBF reduza o número de jogos da temporada.
O Bom Senso entende que não está sendo bem compreendido pela entidade e, por isso, decidiu realizar um protesto mais forte.
A Folha apurou que o protesto desta quarta-feira vem sendo discutido há algumas semanas. No entanto, àquela altura, Dida, goleiro do Grêmio e um dos principais líderes do Bom Senso, ponderou que essa manifestação seria um choque excessivo no embate com a CBF. O grupo decidiu, então, cancelar o protesto.
Reprodução
Jogadores fazem protesto logo após o primeiro toque na bola durante jogo do Grêmio x Vasco
Jogadores cruzam os braços e fazem protesto logo após o primeiro toque na bola durante jogo do Grêmio x Vasco
Mas o goleiro veterano mudou de ideia nos últimos dias.
Dida elaborou o texto divulgado pelo Bom Senso ontem, no qual o grupo previa a manifestação hoje.
O levante foi costurado nos últimos dias por cerca de 20 dos jogadores mais influentes do grupo. Depois, o plano foi comunicado aos mais de mil atletas das séries A e B que compõem o movimento.
O meio de comunicação entre os jogadores é sempre o "WhatsApp", aplicativo de mensagens por celular.
A intenção de Dida era divulgar a nota um dia antes para que, ao verem os jogos parados, todos os torcedores entendessem que se tratava de ato do Bom Senso F.C..
Entretanto, a ideia é que o modo como a manifestação ocorreria fosse guardada a sete chaves, justamente para ser uma surpresa geral.
Até mesmo a TV Globo, dona dos direitos de transmissão do Brasileiro, não sabia que o protesto aconteceria.
Os canais da emissora que transmitiram os jogos das 19h30 trataram o ato como se fosse um minuto de silêncio.
A esperança do Bom Senso é que a CBF perceba a capacidade de mobilização dos atletas. E, a partir disso, marque um novo encontro com o grupo para rediscutir as propostas dos jogadores.
A Globo também é vista pelos atletas como um meio estratégico para que consigam a reforma no calendário.
A leitura dos líderes do Bom Senso é que, se o calendário proposto por eles tiver a chancela da emissora, dificilmente a CBF vai se opor.

Editoria de Arte/Folhapress

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2013/11/1370985-bom-senso-faz-seu-maior-protesto-e-atletas-paralisam-jogos-do-brasileiro-por-um-minuto.shtml 

Bom Senso volta a atacar!

O movimento Bom Senso F.C., criado por jogadores profissionais das séries A e B do campeonato brasileiro, tem como slogan: “Por um futebol melhor para quem joga, para quem torce, para quem transmite, para quem patrocina. Por um futebol melhor para todos.” De modo geral, as principais propostas de mudanças são: alteração do calendário, férias, pré-temporada, fair-play financeiro e representatividade em congressos técnicos.
Até então ocorreram duas reuniões oficiais com representantes da CBF e a pouca atenção dada às reivindicações do movimento gerou uma nota oficial nas redes sociais do Bom Senso F.C. ao que consideraram “descaso da CBF”: "Enquanto não obtivermos um retorno oficial, as manifestações aumentarão a cada rodada". O teor das notas era referente às ameaças de manifestações nesta 34.ª rodada da competição caso as exigências do movimento não fossem consideradas. As advertências foram desde utilizar narizes de palhaço ao entram nos jogos até uma possível greve.
A ideia inicial de protesto contra o descaso da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se limitava em mostrar a união dos jogadores através de sucessivos abraços fraternos entre os jogadores. E foi o que aconteceu na 30ª rodada. Porém nesta quarta-feira (13/11) claramente a proposta foi modificada. O tom harmonioso deu lugar a uma espécie de manifestação coma finalidade de provocação à entidade reguladora do futebol no país.
Em diversas partidas da série A desta 34ª rodada (Grêmio x Vasco, Goiás x Ponte Preta, Criciúma x Atlético-PR, Coritiba x Corinthians, Cruzeiro x Vitória, Botafogo x Portuguesa, São Paulo x Flamengo) o teor das manifestações foi diversificado. Alguns jogadores entraram em campo empunhando faixas com os seguintes escritos: "Amigos da CBF: e o bom senso?", "Por um futebol melhor para todos". E não parou por ai! Em alguns jogos os atletas cruzaram os braços, literalmente.
Em contrapartida a CBF autorizou os árbitros a punirem com cartão amarelo os jogadores que cruzarem os braços ou ficarem parados após o início da partida por entenderem que atos de boicote após apito inicial é ato político e, portanto passível de punição.
Nas últimas horas foi publicada na página oficial do Bom Senso a seguinte frase: “Queremos respostas, atitudes e soluções para melhorar o futebol brasileiro !!!” seguida por uma montagem de fotos das manifestações de ontem.
Fora dos campos já se percebe uma tímida mobilização por parte dos torcedores em apoio ao movimento. Fotos nas redes sociais estão sendo publicadas com os torcedores de braços cruzados e questionando o porquê dos narradores, sobretudo da Rede Globo, não contarem a verdade sobre o tal minuto de silêncio.
Aguardemos os próximos capítulos...

Sugestão e comentário de Daniella de Alencar Passos

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

"Santo Marcos"


O presente comentário é sobre o documentário, “Santo Marcos”, por Bruno José Gabriel.

Nesta terça-feira, em São Paulo, no shopping localizado ao lado do Palestra Itália ocorreu o lançamento do documentário que retrata a carreira de um ídolo do futebol nacional. Marcos, ex-goleiro do palmeiras e da seleção brasileira, teve os principais acontecimentos de sua carreira (positivos e negativos) documentados na produção “Santo Marcos”.

Valerá à pena conferir o filme e verificar a representatividade do “São Marcos” perante grandes atores do cenário futebolístico e jornalístico do Brasil, dentre os quais podemos citar, Ronaldo, Romário, Rogério Ceni, Neymar, Denílson, Sérgio, Felipão, Carlos Precidelli. Enquanto o filme não estréia nos cinemas e/ou o DVD é comercializado, confira o trailer!

SANTO MARCOS: 4 A 0. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=9M_oEkaUi_8

"Politicamente (in)correto"


[Por Jhonatan Souza]

Em sua atuação política, o deputado federal Romário Faria desconstruiu muitas das expectativas negativas sobre sua gestão projetadas imediatamente após sua eleição para o congresso em 2010. De alguma maneira, e com todas as contradições que são inerentes à política institucional, Romário demonstrou que há um espaço para a atuação de ex-atletas e sujeitos que tiveram algum envolvimento com o esporte profissional, que não aquele reservados às "bancadas da bola", velhas conhecidas pelo seu conservadorismo e pela associação à CBF, ao COI ou à FIFA. Não se trata de enaltecer pura e simplesmente a atuação de Romário no Congresso, que por vezes é contraditória, de outro modo, sua trajetória política serve para pensar um fenômeno mais amplo, que ultrapassa a figura do deputado carioca.

Um dos acontecimentos de maior destaque nas eleições de 2010 foi o chamado "fenômeno Tiririca", ou seja, a eleição de ícones da cultura de massas no Brasil, algumas vezes, como no caso do próprio cantor que dá nome ao fenômeno, com elevada votação. Para muitos, a vitória das "celebridades" no pleito representou o símbolo maior da alienação do eleitorado nacional, e a expectativa sobre os futuros mandatos era um misto de comicidade com insignificância. Quase três anos depois, o ex-BBB Jean Wyllys foi eleito o melhor parlamentar de 2013 no prêmio Congresso em Foco, sendo uma das principais vozes contra os projetos do deputado e pastor Marcos Feliciano. Romário, por sua vez, tornou-se um dos mais destacados parlamentares a criticar a gestão e execução dos projetos relativos à Copa e às Olimpíadas no Brasil. Ambos, embora muito diferentes, acrescentaram uma dose de complexidade no fenômeno dos "políticos celebridade" - incluindo aí os esportistas. De alguma maneira, romperam um dos preconceitos mais fortes da intelectualidade brasileira, aquele voltado a tudo que vem da cultura de massas.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Crônica da Semana

Planejamento: O segredo do sucesso.

Professor Jackson Fernando Mosko



Numa época em que o futebol brasileiro passa por inúmeras criticas quanto ao seu calendário, um clube se destaca pelos resultados positivos, mais até do que o ‘virtual’ campeão nacional, isso pelos excelentes resultados nas duas principais competições nacionais.
O Clube Atlético Paranaense veio na contramão de todos os principais clubes do país, deixando seu elenco principal na ‘maior pré-temporada do mundo’, como noticiavam os meios de comunicação no início do ano. Quase seis meses de preparação, deixando seus principais jogadores somente treinando enquanto um elenco de jovens jogadores de até 23 anos jogavam o campeonato estadual. É fato que esse elenco não foi campeão, mas chegou a final do estadual e ainda revelou alguns bons jogadores, que hoje compõe o elenco principal.
Muitas foram às críticas, porém neste mês de novembro a quatro rodadas do fim do campeonato brasileiro, o CAP é considerado um dos melhores elencos do país, estando entre os quatro melhores do campeonato brasileiro e finalista da Copa do Brasil. O clube ainda conta com o artilheiro do campeonato nacional e jogadores considerados como boas revelações do campeonato.
Isto se deve além do time estar entrosado, um grupo de bons jogadores, com uma boa preparação física, mas sem dúvida ao planejamento inicial do clube que foi fundamental para esta boa campanha. O fato de ter a maior pré-temporada, fez com que o CAP seja o clube que menos jogou este ano, fundamental para o final de temporada quanto ao risco de lesão dos jogadores, e também ao rendimento dos jogadores.
O planejamento foi fundamental, ‘quebrou paradigmas’ como diz o presidente do clube, gostando ou não aqueles que criticavam no início do ano tem que reconhecer que o planejamento foi excepcional e um exemplo a ser seguido, já que o calendário brasileiro aparentemente nada irá mudar, pelo menos por enquanto.
Ainda vale lembrar que o CAP está jogando fora de seu estádio, que está em reformas para o mundial do ano que vem, e também que enquanto alguns clubes ‘lutam’ para que suas dívidas sejam perdoadas, o CAP é um clube sem dívidas e com superávit, isso graças administração aos moldes de uma empresa.


sábado, 9 de novembro de 2013

"Em clima de Copa do Mundo, mais um livro rememora as grandes seleções de futebol"

O livro "As 22 Seleções que mais Encantaram ao Longo da História" de Paulo Maurício Maia (Editora Rotativa) apresenta os times que, de acordo com o autor, mais se destacaram por suas conquistas e/ou desempenhos coletivos e individuais.

De acordo com o blogueiro Bruno Salles:

"Em seu livro de estreia o autor fala sobre grandes esquadrões da história, que fizeram sucesso em Copas do Mundo, ou não, que conquistaram títulos, ou não, mas sempre encantando plateias por onde passaram. Das célebres seleções brasileiras campeãs do mundo de 1958 e a de 1970 ao quase esquecido Wunderteam, que significa time maravilha, a seleção austríaca do começo dos anos 30, passando pela França dos anos 80, Portugal dos anos 60, entre tantas outras." (Fonte:http://vejario.abril.com.br/blog/historias-do-futebol-carioca/uncategorized/811)

Comentários de André Couto:

O trabalho, que não tem intenção historiográfica muito menos de problematização das fontes analisadas, permite visualizar um panorama geral acerca de seleções importantes para suas respectivas épocas, sendo que algumas delas foram esquecidas pelo grande público nos dias de hoje.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Comentários sobre o aguante


Em uma das aulas que frequentei na UBA com o prof. Pablo Alabarces, o debate gravitou em torno do universo futebolístico, mais estritamente ao redor do universo do aguante, do torcedor aficionado, imerso em sua paixão a ponto de assumir sua identificação desportiva não só como aspecto central e organizador de sua vivência cotidiana, mas como uma postura cultural e política alternativa aos padrões sociais hegemônicos.
Reconhecer a existência do aguante enquanto espécie de caráter resistente a uma ordem imposta não significa compactuar com seus códigos simbólicos, comportamentos, valores e balizas morais. Como ressaltou Alabarces, há uma sorte de ética do aguante, profundamente arraigada em um conjunto de concepções não só heteronormativas, mas definitivamente pertencentes a um etos eminente e restritamente masculino. Nestas condições, a torcida ainda se configuraria enquanto um espaço, para roubar um dos termos célebres das crônicas do prof. Luiz Carlos Ribeiro neste blog, de “machos beberrões”.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

TV pode criar abismo entre ricos e pobres e aumentar a força do Corinthians



por Miguel de Freitas



Em um momento que se fala em Fair Play Financeiro na Europa, utiliza-se teto salarial nas maiores ligas esportivas norte-americana, o futebol brasileiro caminha para consolidar um abismo entre alguns clubes que possuem as maiores torcidas e os clubes menores. Será que em breve o nosso campeonato -- que já não é vendável para o resto do mundo, mesmo apresentando vários clubes brigando entre si para ver quem será campeão, quem fica no G4, quem cai... -- vai piorar, deixando a disputa somente entre duas ou três equipes que terão sustentação financeira para montar as melhores equipes?


Mané Garrincha e a modernidade do futebol brasileiro



por Luiz Carlos Ribeiro

“Sem jogo há um mês, Mané Garrincha se sustenta com Beyoncé”. Quando li essa manchete no meu computador, hoje pela manhã, ainda no bocejo de uma noite bem dormida, uma confusão se fez na minha cabeça. Imaginei se não se tratava de alguma brincadeira inoportuna, das muitas que circulam pela internet. A notícia estaria uns quarenta anos atrasada, e a personagem não seria essa tal de Beyoncé, mas a sambista Elza Soares.

Pelé elogia Bom Senso F.C., mas duvida de sucesso do grupo de atletas



[Sugestão e comentário de Natasha Santos]

Pelé quer ser Rei... Rei do camarote.

Sinceramente, não sei por que ainda perguntam a opinião do Pelé que, embora seja o Rei do Futebol e etc. etc., é o cara que acha que tudo deve ser esquecido em benefício da Copa do Mundo. Pois bem, Pelé: esqueceremos você em benefício dos não-pelés. Se bem que, em um país onde um idiota endinheirado qualquer ganha repercussão por falar de camarotes em balada, não se pode duvidar de mais nada.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Crônica da Semana


Não, nós não precisamos do Diego Costa!

por Bruno José Gabriel



O Brasil é conhecido mundialmente como o ‘país do futebol’. Não obstante, a essência dos milhares de meninos aqui nascidos está filigranada à aspiração de profissionalizar-se nesta modalidade esportiva, ser convocado pelo selecionado nacional e representar o país em uma Copa do Mundo.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O técnico que eu quero[1]
Guilherme Costa
Antes de pensar em qual técnico é mais vitorioso ou pode se dar melhor com o elenco, a pergunta é: que tipo de jogo esses times querem apresentar em 2014?
José Carlos Brunoro, que voltou neste ano à direção do Palmeiras, costuma contar uma história que ele vivenciou na primeira passagem pelo clube.
O executivo era o homem forte da Parmalat, co-gestora do futebol alviverde, e a cúpula da equipe divergia sobre o nome do novo treinador. Ele sugeriu, então, a realização de entrevistas com os dois principais candidatos.
O primeiro postulante ao cargo chegou à reunião no Palmeiras vestindo um agasalho do clube em que ele trabalhava. Falou pouco sobre planejamento e demonstrou interesse especial sobre a data da apresentação no ano seguinte. O técnico estava preocupado com uma reforma que pretendia iniciar no telhado de casa.
Depois foi a vez de Vanderlei Luxemburgo. Egresso do Bragantino, o treinador ainda era um desconhecido quando foi entrevistado pelo Palmeiras. Chegou ao clube de terno, foi pontual e baseou a conversa em uma meta clara: ele queria ser contratado porque queria amealhar títulos e chegar ao comando da seleção brasileira.
O Palmeiras, é claro, escolheu Luxemburgo. Assim começou a montagem do time que fez enorme sucesso no início da Era Parmalat – o time alviverde ganhou dois Estaduais e dois Campeonatos Brasileiros entre 1993 e 1994.
A história de Brunoro costuma ser usada pelo executivo para explicar a importância de decisões racionais. No caso da escolha do técnico, o Palmeiras buscou mais elementos para saber qual dos dois era o melhor candidato.
Assim como fazem muitas empresas, o clube optou pelo profissional que se apresentou melhor, teve um discurso mais alinhado com a proposta da instituição e mostrou mais ambição.
Até o último fim de semana, eu costumava concordar com Brunoro. No caso de um técnico, porém, a contratação não pode ter o roteiro de uma entrevista de emprego comum. O treinador é o líder de um grupo e de um projeto do clube. Mais do que visual, metas e ambições, é fundamental que a instituição entenda se a proposta dele é alinhada com o futebol que a equipe quer.
E aqui não se trata de supervalorizar a importância dos técnicos. Treinadores têm um papel fundamental, sim, mas as decisões em campo são tomadas pelos atletas.
O problema é: os atletas tomam decisões com base no cenário que eles encontram e no repertório que carregam. As duas coisas (cenário e repertório) são consequências de uma proposta de jogo. É aí que entra o treinador.
Mais do que conhecer o profissional, o currículo e as metas dele, o que um clube deve se perguntar ao escolher um treinador é o tipo de proposta jogo que essa contratação vai oferecer à equipe.
Foi esse o meu principal pensamento após assistir ao clássico entre Barcelona e Real Madrid, disputado no último sábado, válido pelo Campeonato Espanhol. Jogando no Camp Nou, o time catalão venceu por 2 a 1 – Neymar fez o primeiro gol e deu um passe para Alexis Sánchez marcar o segundo.
A vitória ratificou o bom momento do Barcelona, que ainda não foi derrotado na temporada 2013/2014. A pergunta é: ainda que vença tudo, é esse Barcelona que os torcedores querem ver?
O time desta temporada é comandado por Gerardo “Tata” Martino, argentino que foi escolhido para substituir Tito Vilanova – o ex-treinador precisou se afastar para cuidar da saúde. Em poucos meses, o novo comandante mudou de forma radical a proposta de jogo do Barcelona.
O estilo do Barcelona ainda é baseado em controle da bola e marcação pressão, é verdade, mas há diferenças sensíveis entre os times de Vilanova (e do antecessor dele, Pep Guardiola) e a equipe de Martino. O novo formato é mais incisivo, usa mais passes longos e trabalha com linhas de marcação menos compactadas.
Com Guardiola e com Vilanova, o Barcelona dava a impressão de concentrar todos os jogadores em pequenos espaços do campo. O time trabalhava com associações, curtos deslocamentos e movimentação constante. Era um estilo claro e que se tornou uma marca.
Ainda que tenha preservado quase toda a formação titular, Martino criou um time que não pensa assim. O Barcelona que venceu o Real Madrid é muito mais competitivo do que o time de temporadas anteriores, mas encanta bem menos.
Hoje, para falar apenas da Espanha, o Celta tem uma proposta de jogo que lembra mais o Barcelona de anos atrás do que o próprio Barcelona atual. É impossível comparar a qualidade ou a eficiência, mas a equipe de Vigo tem conceitos similares aos dos catalães: obsessão por passes curtos, movimentação constante e defesa alta, por exemplo. O comandante é Luis Enrique, ex-jogador do próprio Barcelona.
O Barcelona de Martino pode vencer tudo que disputar na atual temporada, mas nunca vai ter o perfil que o time se acostumou a apresentar em anos anteriores. Será que a diretoria considerou tudo isso quando escolheu o novo treinador?
É claro, o estilo do Barcelona não foi moldado apenas por Guardiola e Vilanova. É o resultado de um projeto extenso, que envolve categorias de base e o perfil dos atletas do time profissional. Mas nada disso seria possível sem um catalizador adequado.
O exemplo do Barcelona faz pensar no futebol brasileiro. O que leva um time do país a contratar um treinador? Quais são os atributos que uma diretoria considera na hora de escolher um profissional?
Em 2013, o Grêmio contratou Renato Gaúcho pela identificação que ele tinha com a torcida por ter feito sucesso como atleta. O Internacional fez aposta semelhante com Dunga, e o São Paulo, com Paulo Autuori e Muricy Ramalho, escolheu técnicos que já haviam sido vencedores no clube.
Sem querer ser simplista ou reduzir as contratações a apenas um fator, é nítido que os históricos pesaram nessas apostas. E esses são apenas exemplos de algo comum no Brasil: nenhum dos técnicos foi escolhido pelo que defende como proposta de jogo.
O São Paulo é o mais claro exemplo disso. Quando Muricy Ramalho encerrou a passagem anterior pelo clube, a diretoria decidiu buscar alguém que tivesse mais abertura para a transição de garotos entre a base e o profissional. A ideia era reduzir a distância entre as duas realidades e criar um projeto integrado.
Muricy saiu do São Paulo, e o time não conseguiu ter estabilidade com nenhum outro treinador. Em 2013, a equipe fazia campanha ruim no Campeonato Brasileiro com Ney Franco, que havia sido contratado justamente pelo talento demonstrado na seleção brasileira sub-20. A diretoria escolheu Paulo Autuori. Depois de um período ruim com ele, resgatou o técnico tricampeão nacional. Difícil imaginar dois profissionais com leituras tão diferentes sobre o comportamento de um time.
A simples troca de um treinador carrega uma série de aspectos, mas uma pergunta é fundamental quando uma equipe decide fazer isso: qual profissional tem uma proposta de jogo que se ajusta mais ao que eu pretendo realizar?
O futebol brasileiro talvez não tenha profissionais com postura tão marcante quanto Guardiola, mas escolher um treinador também é definir uma forma de o time se comportar. E isso, é claro, tem relação direta com comunicação.
Todo técnico é contratado para vencer, é claro, mas há vários caminhos para isso. Antes de escolher um profissional, é fundamental que a diretoria pense em qual imagem ela quer passar aos torcedores. Que tipo de time será mais agradável e condizente com o que os adeptos esperam?
No fim de 2013, o futebol brasileiro pode ter uma mudança de grandes proporções no comando de equipes da primeira divisão. Corinthians, Flamengo, Internacional, Santos e até o promovido Palmeiras são exemplos de times que ainda não definiram o comando para a próxima temporada.
Antes de pensar em qual técnico é mais vitorioso ou pode se dar melhor com o elenco, a pergunta é: que tipo de jogo esses times querem apresentar em 2014? A escolha do comandante do grupo vai influenciar diretamente nisso. O Barcelona está aí para mostrar o quanto.
O papel da comunicação é pensar na construção de uma marca e na relação dela com os consumidores. No caso de um time de futebol, essa relação é alicerçada no orgulho e na ligação emocional. Para isso, é fundamental que a equipe reproduza o que as pessoas esperam ver em campo. Escolher um treinador que não entregue isso é criar enormes empecilhos para o trabalho.



[1] Artigo originalmente publicado no site Universidade do Futebol, em 29/10/2013 (http://universidadedofutebol.com.br/Coluna/12321/O-tecnico-que-eu-quero )