segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Crônica da Semana

FUTEBOL EM MIUDEZAS 

Por Jhonatan U Souza 




           A última edição da revista Cândido, jornal da Biblioteca Pública do Paraná, é dedicada à obra de Newton Sampaio, o primeiro autor moderno do Paraná, na acepção de Wilson Martins. A revista reproduz dois contos de Sampaio: "Caco de Gente", de 1939, e "Quinze Minutos", de 1938. Aproveitei a ida ao barbeiro - em cabeleireiro não vou, por uma questão de princípios - para ler os contos.
            O primeiro narra uma história cruzada de dois personagens, de um lado Ricardo, um estudante que foi passar as férias na fazenda dos pais, descrito por Sampaio como um: "Atleta perfeito. Forte. Corado. Vendendo Saúde". De outro, Teca, uma agregada da família, apelidada de "Caco de Gente", por seu corpo deformado: "Uma ironia da natureza. Um ser que não devera ter nascido. O fantasma da sífilis corporizado. Hereditariedade cruel que zombava de suas vítimas. Estatura atrofiada. Um verdadeiro 'caco de gente". No conto, são dois corpos em disputa, o atlético e o monstruoso. Um bom dilema para pensar os anos 1910 e 1920 em Curitiba, e as mudanças no modelo socialmente aceito de corpo.  
            Em "Quinze minutos", o protagonista vai ao sapateiro, se depara com uma "radiosa mocinha" sergipana, e lhe pergunta se conhece o escritor Tobias Monteiro, ela responde: "-Em que time joga esse bicho?". A citação é periférica, mas remonta a um debate que tomou Curitiba duas décadas antes da escrita do conto. Para alguns, no período, o futebol e os futebolistas, estavam tomando o lugar que a literatura e os literatos ocupavam anteriormente na cidade. Era o novo ponto de referência para os jovens curitibanos.
            Chegando em casa, depois de aparar o cabelo - no barbeiro! - , resolvi assistir um filme. Escolhi Machuca, de Andrés Wood, lançado em 2004. A película narra a história da relação entre Gonzalo, um menino de classe média, e Pedro Machuca, um garoto pobre, que entra no tradicional colégio Saint Patrick, onde Gonzalo estudava, por meio de uma política educacional do governo Salvador Allende. A história é sobre os conflitos de classe no Chile pré-golpe militar, mas as referências ao futebol são constantes.
            O primeiro foco em Machuca, espécie de apresentação do personagem, acontece em uma cena em que o garoto domina uma bola. Gonzalo e Machuca se conhecem no campo do colégio, quando o segundo estava apanhando. Todas as vezes em que Gonzalo vai visitar a favela onde Machuca morava, a primeira imagem que se vê é de um campo de terra batida, cercado pelos Andes, que antecipa os casebres do local. A cena é linda, uma das últimas do filme. A única referência que a película faz à postura internacional diante do golpe militar, se dá em uma breve passagem, onde um homem lê no jornal um pronunciamento da FIFA, no qual a entidade dizia ao mundo, que tudo corria bem no Chile. No mesmo mês, o Estádio Nacional começava a receber seus primeiros presos políticos, se convertendo em um verdadeiro campo de concentração. A referência é uma clara crítica à FIFA.
            Andrés Wood, se tornou conhecido no mundo por sua primeira película, "Historias de Fútbol", de 1997, onde narra a história de três jovens, por meio das quais explora as múltiplas realidades desse esporte no Chile. Os campos de Machuca tem muito de "Historias de Fútbol". Newton Sampaio, até onde sei, não escreveu especificamente sobre o futebol ou os esportes em geral. Contudo, em "Quinze Minutos" e "Caco de Gente", tal qual em "Machuca", as referências ao esporte estão presentes.
            No primeiro caso, é o sinal de que a literatura produzida no Paraná na década de 1930, mesmo que de forma periférica, já absorvia referências ao jogo. Talvez seja um traço do "modernismo anacrônico", do qual falava Wilson Martins. No caso de Machuca, ambientado no Chile de 1973, a popularidade do balompié é capitalizada pelo diretor como recurso narrativo, forma de auto-citação e pretexto para belas tomadas e para uma crítica mordaz à FIFA. Em ambos os casos, o futebol e os esportes estão nas miudezas, o que não impediu que as referências a eles marcassem minha apreciação das obras. Os campos dos arrabaldes de Santiago, abraçados pelos Andes, e a imagem de Caco de Gente, a filha da sífilis, a negação do corpo atlético, não saíram de minha cabeça desde então. Algumas miudezas crescem com o olhar do historiador, não é recomendável despreza-las! 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Insatisfeitos com calendário, jogadores reivindicam reunião com a CBF


Craques dos principais clubes do país divulgaram nota oficial com abaixo assinado pedindo encontro com dirigentes para discutirem o assunto


Alex/Juninho/Rogério Ceni/Paulo Baier (Fotos: LANCE!Press)


Devido à preocupação com o calendário para a temporada de 2014, divulgado na última sexta-feira CBF, 75 jogadores que atuam nas Séries A e B do Brasileirão, divulgaram nesta terça-feira uma nota ofical reivindicando uma reunião com dirigentes da entidade para discutirem o assunto coletivamente.
Recentemente, jogadores como Alex, do Coritiba; D'Alessandro, do Inter, entre outros, já haviam manifestado publicamente insatisfação com o número excessivo de jogos imposto pela entidade.

Por causa da Copa do Mundo, em 2014, os Estaduais começam uma semana antes com relação a 2013: no dia 12 de janeiro, o que pulveriza a pré-temporada, que ficará limitada a pouco mais de uma semana, A duração das férias dos jogadores também foi afetada, já que o Brasileirão acaba dia 8 de dezembro, a Sul-Americana dia 12 do mesmo mês.

CONFIRA ABAIXO A NOTA OFICIAL NA INTEGRA:


Nós, atletas profissionais de futebol, com representantes em clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro, vimos, de forma oficial, demonstrar nossa preocupação com relação ao calendário de jogos divulgado na última sexta-feira (20/09) pela Confederação Brasileira de Futebol para o ano de 2014.



Devido ao curto período de preparação proposto e ao elevado número de jogos em sequência, decidimos nos reunir, de forma inédita e independente, para discutir melhorias em prol do futebol e da qualidade do espetáculo apresentado por nós a milhões de torcedores.



Queremos ser uma parte mais efetiva deste movimento que se faz extremamente necessário e, para tanto, solicitamos uma reunião com a entidade que administra o futebol brasileiro (CBF) para tratar de questões propositivas e de comum interesse.



Estamos convictos de que dar esse primeiro passo significa caminhar na direção do profissionalismo, da transparência e da busca pela excelência no futebol de alto rendimento praticado no Brasil.



Contamos com o apoio de outros atletas e convidamos todos os profissionais do futebol e apaixonados pelo esporte a se unirem a nós nesta iniciativa em benefício do futebol brasileiro.



Informaremos ao público o andamento e os resultados desta nova discussão assim que possível
Sem mais para o momento,

ABAIXO A LISTA DOS JOGADORES QUE ASSINARAM O DOCUMENTO: 
Alessandro (Corinthians)
Alex (Coritiba)
Alex (Internacional)
Alexandre Pato (Corinthians)
Anderson (Paraná Clube)
André Rocha (Figueirense)
Arouca (Santos)
Barcos (Grêmio)
Bolívar (Botafogo)
Cássio (Corinthians)
Ceará (Cruzeiro)
Cícero (Santos)
Corrêa (Portuguesa)
Cris (Vasco)
D'Alessandro (Internacional)
Dedé (Cruzeiro)
Deivid (Coritiba)
Dida (Grêmio)
Diego Cavalieri (Fluminense)
Douglas (Corinthians)
Edson Bastos (Ponte Preta)
Edu Dracena (Santos)
Edu Schimidt (Sem Clube)
Elano (Grêmio)
Elias (Flamengo)
Fabinho (Criciúma)
Fábio (Cruzeiro)
Fábio Santos (Corinthians)
Fabrício (São Paulo)
Fahel (Bahia)
Felipe (Fluminense)
Fernando Prass (Palmeiras)
Gilberto Silva (Atlético-MG)
Ibson (Corinthians)
Jadson (São Paulo)
Jefferson (Botafogo)
Juan (Internacional)
Júlio Baptista (Cruzeiro)
Juninho Pernambucano (Vasco)
Kleber Gladiador (Grêmio)
Lauro (Ponte Preta)
Léo Moura (Flamengo)
Leonardo (Criciúma)
Lima (Portuguesa)
Lincoln (Coritiba)
Lúcio Flávio (Paraná Clube)
Luís Alberto (Atlético-PR)
Luís Fabiano (São Paulo)
Luís Ricardo (Portuguesa)
Maldonado (Corinthians)
Marcel (Criciúma)
Marcelo Lomba (Bahia)
Marco Antonio (Atlético-PR)
Moisés/Meia (Portuguesa)
Moisés/Zagueiro (Portuguesa)
Neto Baiano (Goiás)
Paulo André (Corinthians)
Paulo Baier (Atlético-PR)
Paulo Cesar (Sem Clube)
Rafael Moura (Internacional)
Rafael Sobis (Fluminense)
Roberto (Ponte Preta)
Rodrigo (Goiás)
Rogério Ceni (São Paulo)
Serginho (Criciúma)
Souza (Portuguesa)
Thiago Ribeiro (Santos)
Tinga (Cruzeiro)
Titi (Bahia)
Valdívia (Palmeiras)
Valdomiro (Portuguesa)
Victor (Atlético-MG)
Wendel (Vasco)
William (Ponte Preta)
Zé Roberto (Grêmio

Acesso em: http://www.lancenet.com.br/futebol/calendario-jogadores-brasileiros-reivindicam-CBF_0_998900123.html




Com a divulgação do calendário da temporada 2014 do futebol brasileiro realizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), vem à tona uma velha discussão. Com um calendário desorganizado e aparentemente sem o planejamento correto, clubes e jogadores são afetados, que por consequência, acabam não tendo os dias de férias necessários e uma preparação adequada, somando-se ao grande número de jogos por temporada são submetidos a uma maratona que chega a ser desumana, acarretando em inúmeras lesões e muitas vezes ficam por longos períodos sem jogar para se recuperar.

Em uma atitude louvável, jogadores de diversos times da série A e B do Campeonato Brasileiro, se reuniram e lançaram uma nota, a qual solicita uma conversa com a entidade máxima do futebol brasileiro, a CBF, para discutir a questão. Parece-me que, para os jogadores, o fato de o país ser sede da Copa do Mundo de 2014, torna o momento propício para uma conversa dessa envergadura. Acredito que esse manifesto venha a dar frutos positivos para o futebol brasileiro, pelo menos essa é a minha torcida.

Sugestão e comentário de Wendell Luiz Linhares

quarta-feira, 25 de setembro de 2013


Real Madrid prolonga contrato com Cristiano Ronaldo

O internacional português vai ganhar quase 20 milhões de euros por ano, segundo o El País.
Jogador mantém-se no Real até 2018
O jornal espanhol El País adianta que o contrato foi alargado por mais três anos, até 2018, e que o internacional português viu o salário anual aumentado para quase 20 milhões de euros, tornando-se assim o futebolista mais bem pago do mundo, aos 28 anos. O El Mundo escreve que Ronaldo passará a ganhar 15 milhões de euros “limpos” por temporada.
O presidente do Real, Florentino Pérez, e Cristiano Ronaldo oficializaram o acordo neste domingo às 13h45 (12h45 em Lisboa), no estádio Santiago Bernebéu. Nem o jogador – que afirmou que 2018 poderá marcar o fim da sua carreira – nem o presidente revelaram pormenores sobre quanto é que o clube vai pagar para manter o internacional português.
Esta decisão põe fim aos rumores de que Ronaldo poderia sair do Real com destino ao Manchester United, onde jogou de 2003 a 2009. Na conferência de imprensa, o jogador admitiu que recebeu manifestações de interesse por parte de outros clubes, incluindo do Paris St. Germain. "Toda a gente sabe que estive no Manchester durante seis anos e que foi um clube que me deu muitas, muitas coisas e eu não esqueço isso", afirmou, para depois acrescentar: "Mas o Manchester é passado. Agora o meu clube, no presente, é o Real Madrid, esta é a minha casa, a minha família está aqui e sou muito feliz aqui."
"Hoje é um dia magnífico para o Real Madrid", disse, por sua vez, o presidente do clube. Questionado sobre quanto irá ganhar, Ronaldo preferiu dizer que essa não é a sua principal preocupação. "Sim, o dinheiro é importante, não vou mentir, mas não foi a prioridade. A prioridade é um projecto com futuro, ganhar títulos", afirmou.
O internacional português chegou ao Real em 2009 e fica agora vinculado ao clube madrileno até aos 33 anos. O objectivo principal, garante, é "marcar mais 200 golos" nas próximas quatro épocas. "Estou extremamente feliz, para mim é um dia muito especial", sublinhou Ronaldo.

Acesso em: http://www.publico.pt/desporto/noticia/real-madrid-prolonga-contrato-com-cristiano-ronaldo-1605883

O contrato milionário do craque português com o Real Madrid mexeu com o imaginário de muitos torcedores pelo mundo, afinal é vantajoso para o clube madrilenho pagar tanto pelo CR7? Será este então o valor dos golaços e dribles do craque? Não se pode contestar o talento de Cristiano Ronaldo, nem suas contribuições dentro de campo para o Real, mas apenas isso não seria suficiente para um contrato tão alto, o talento do português fora do campo foi com certeza o fator fundamental.
O investimento altíssimo terá retornos extraordinários financeiramente para o clube. A negociação foi mais uma novela futebolística, onde as redes sociais foram grandes aliadas de Cristiano Ronaldo. Não há uma fórmula mágica para valer tanto, mas em um mundo que vive em rede, além de talento um atleta precisa estar conectado e mandar bem fora das 4 linhas.

Sugestão e comentário de Edilson de Oliveira

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

São Paulo perde chances, sofre gol no fim e perde para Goiás


Com um gol nos minutos finais da partida, o São Paulo foi castigado pelas chances perdidas e acabou derrotado por 1 a 0 pelo Goiás, no Serra Dourada, na tarde deste domingo em Goiânia, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado interrompeu a sequência de três vitórias seguidas da equipe desde que Muricy Ramalho assumiu o comando, e deixou o Tricolor com os mesmos 27 pontos, ainda próximo da zona do rebaixamento. O Goiás foi a 33 pontos, e se aproxima do G4.
O primeiro tempo foi muito aberto, com ótimas chances para as duas equipes. Do lado dos donos da casa, Walter e Renan Oliveira incomodaram bastante a defesa adversária. O meio de campo dos visitantes funcionava bem, com Ganso e Jadson abrindo espaço com passes e lançamentos.
Aos oito minutos Welliton recebeu um lindo passe de Ganso e driblou o goleiro mas acabou perdendo o ângulo e chutando para fora. Aos 12, foi a vez de Paulo Miranda, desta vez aproveitando passe do camisa 10, mas a finalização foi em cima de Renan. O Goiás não deixou por menos: um minuto depois, a defesa tricolor bobeou e Walter, em posição legal, tentou duas vezes, parando em Rogério Ceni.
O veterano goleiro do São Paulo ainda teve mais trabalho, e fez pelo menos duas grandes defesas. Walter, em chute de fora aos 24, e depois de cabeça aos 38, forçou o goleiro a saltar para evitar o gol no Serra Dourada. Hugo também quase puniu seu ex-clube aos 44, mas Rogério novamente fez um milagre. O apito soou para o intervalo com o zero dos dois lados do placar, apesar do bom futebol apresentado em Goiânia.
O jogo esfriou um pouco na segunda etapa, e as oportunidades ficaram menos perigosas. Os meias são paulinos, aproveitando as dimensões do gramado do Serra Dourada, continuaram funcionando, mas o ataque desperdiçava as chances criadas. Welliton tentou cavar pênalti após receber de Jadson, aos 24, mas a arbitragem mandou o jogo seguir.
A melhor oportunidade do São Paulo segunto tempo foi aos 31 minutos. Ganso lançou na medida para Aloísio, que invadiu a área mas finalizou de forma bisonha, sem nenhum perigo para Renan.
Com o forte calor em Goiânia, Walter, principal ameaça do Goiás, cansou. Welliton, nulo no ataque tricolor deu lugar a Osvaldo, em uma tentativa de dar velocidade à equipe. O atacante, que não atravessa boa fase, correu e se esforçou, mas produziu pouco.
Se a bola rolando teimava em não entrar, o jogo acabou sendo decidido aos 44 minutos do segundo tempo, na bola parada. Rodrigo, já vestiu a camisa do São Paulo em duas passagens, soltou a bomba em cobrança de falta da intermediária. A bola bateu na trave, nas costas de Rogério Ceni e morreu nas redes. Derrota dura, que interrompeu a ascensão tricolor na competição.
Na próxima rodada, o São Paulo recebe o Grêmio, no Morumbi, às 16h do domingo. Já o Goiás encara o Fluminense, no Serra Dourada, no sábado, às 18h30.
FICHA TÉCNICA
GOIÁS 1 x 0 SÃO PAULO
Local: Serra Dourada, Goiânia (GO)
Data e hora: 22/9/2013, às 16h
Árbitro: Paulo Godoy Bezerra (SC)
Auxiliares: Fabio Pereira (TO) e Marrubson Melo Freitas (DF)
RENDA/PÚBLICO: Não disponíveis
CARTÕES AMARELOS: Thiago Mendes (GOI)
CARTÕES VERMELHOS: -
GOLS: Rodrigo, 44'/2°T (1-0)
GOIÁS: Renan, Vitor, Ernando, Rodrigo e Thiago Mendes; Amaral, David (Ramón - 25'/2ºT), Hugo (Sasha - 29'/2ºT) e Renan Oliveira; Tartá (Araújo - 13'/2ºT) e Walter. Técnico: Enderson Moreira
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Paulo Miranda, Rafael Toloi, Antônio Carlos e Reinaldo; Rodrigo Caio, Denilson (Fabrício - 33'/1ºT), Ganso e Jadson; Welliton (Osvaldo - 31'/2ºT) e Luis Fabiano (Aloísio - 11'/2ºT). Técnico: Muricy Ramalho

Após a 23ª rodada do Brasileirão o “fantasma do rebaixamento” volta a “assombrar” algumas agremiações de destaque como São Paulo, Vasco da Gama e Flamengo.
O time do São Paulo, após a derrota de ontem (domingo dia 22/09) para o Goiás por 1x0, caiu para a 15ª posição da tabela. A diferença de pontos para outro “grande” em crise que também perdeu nessa rodada, o Vasco, é de apenas três pontos e quatro posições. No domingo retrasado, dia 15/09, os dois times haviam se enfrentado e o São Paulo conquistou a vitória por 2x1, saindo da zona de rebaixamento e renovando as suas esperanças. Essa situação aliviou um pouco a preocupação dos torcedores que há algum tempo refletem (ou deveriam) sobre o histórico de classificação final do campeonato brasileiro dos últimos anos. O Vasco, inclusive, já tem a pior série de derrotas no ano e a pressão pela troca do técnico é uma constante.
A última vez que o São Paulo esteve perto de ser rebaixado foi em 1997, mas nas últimas rodadas conseguiu escapar do descenso. O São Paulo é um dos cinco times do campeonato brasileiro que nunca disputou a segunda divisão, os outros são Cruzeiro, Flamengo, Internacional e Santos. Questiona-se: como um time que foi tricampeão brasileiro na Era dos pontos corridos chegou nesta situação? A primeira justificativa que se pensa é que o elenco não é homogêneo e como o calendário nacional é extenso - com jogos no meio e no final de semana de forma seguida, tendo o término da temporada em Dezembro e a pré-temporada começando já nas primeiras semanas de Janeiro -consequentemente eleva-se o número de contusões e a necessidade de atletas reservas no mesmo nível dos titulares. A segunda justificativa é a mudança constante da comissão técnica: Muricy Ramalho é o terceiro técnico a comandar o time desde o início deste Campeonato. Antes dele a equipe foi comandada por Ney Franco (79 jogos disputados entre 2012 e 2013) e Paulo Autuori (17 jogos, sendo 3 vitórias, 4 empates e 10 derrotas). E a terceira e última justificativa e a que menos é levada em consideração é como é realizada a administração do clube, ou seja, quanto tempo a atual diretoria está no poder deveria ser motivo de reflexão. O atual presidente, Juvenal Juvêncio está desde 2006 (de forma consecutiva) no poder.
Vejamos a trajetória de outros “grandes” do futebol brasileiro e que foram rebaixados...
 O Corinthians em 2007 foi rebaixado com Alberto Dualib na direção com 14 anos no poder (1993 a 2007 após renúncia), em 2008 Andrés Sanchez assumiu a direção, o Corinthians conquistou a série B de 2008, foi campeão Brasileirão, da Copa do Brasil e do Paulistão.
O Vasco da Gama foi rebaixado em 2008 com Eurico Miranda na direção, em 2009 Roberto Dinamite assumiu o time e foi campeão da série B em 2009 e da Copa do Brasil em 2011. Importante ressaltar que Eurico Miranda manteve-se no poder do clube por mais de vinte.
Em 2005, o Atlético Mineiro foi rebaixado e foi o campeão em 2006 da série B com Ricardo Guimarães como presidente (ele já presidia o clube em 2005), em 2008 Alexandre Kalil assumiu e de lá para cá o time vem ganhando destaque no cenário nacional e internacional. O ápice foi a conquista da Libertadores em 2013, assegurando o direito de disputar o Mundial de clubes em dezembro de 2013.
Em 2004, o Grêmio foi rebaixado devido à redução de investimentos no futebol por parte da sua direção. Em 2005 foi campeão da série B.
Já o Palmeiras foi rebaixado duas vezes, a primeira em 2002 (sendo campeão em 2003 da série B). Com Mustafá Contursi na gestão do Clube o seu mandato durou 12 anos (1993 a 2005). A segunda vez foi em 2012 com Arnaldo Tirone no comando (2011 a 2013). Atualmente é o líder da série B sob o comando de Paulo Nobre.
Muito se fala em relação à renovação na geração de jogadores (muitos citam como “safra” de jogadores), e principalmente dos técnicos mais jovens com novos conceitos técnicos e estratégias de jogo. Mas será que também não é o momento de iniciar uma “oxigenação” direção do São Paulo e de muito outros times do futebol brasileiro?! E quem sabe até na Confederação Brasileira de Futebol (CBF)?!

Sugestão e comentário de Daniella de Alencar Passos

sábado, 21 de setembro de 2013

‘São Tomé’, Muricy Ramalho espera para ver Rogério Ceni aposentado


Aliviado com a terceira vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro, Rogério Ceni deixou o gramado do Morumbi na última quarta-feira com discurso firme de que não mudaria a decisão de se aposentar nem mesmo com uma vaga na Libertadores. Muricy Ramalho, no entanto, não tem tanta confiança no decreto feito pelo ídolo do São Paulo.
“Vi que ele disse que o resultado não mudaria nada o que ele pensa, mas não sei. Futebol não é fácil, rapaz. Para se afastar disso aqui não é mole não. Eu já estou com uma certa idade (por isso pensa em parar), mas ele ainda ama o que faz. Não sei o que ele vai sentir quando acordar no primeiro dia aposentado, mas vai ver o carro vem sozinho para o CT. Eu sou meio São Tomé mesmo, só quando acontecer que vou acreditar”, opinou o técnico, em referência ao santo que, de acordo com a Bíblia, duvidou da ressurreição de Jesus Cristo.
Gazeta Press
Rogério Ceni avisou diversas vezes que irá se aposentar em dezembro (Foto: Bruno Grossi)
Embora sejam amigos de longa data, já que trabalharam juntos no Tricolor nos anos 90 e na década passada, Muricy revela que ainda não teve tempo de conversar com o capitão. O comandante promete ajudá-lo caso opte por iniciar carreira de treinador, mas antes mostrará a Ceni os prazeres de ser um ‘”vagabundo”, como no período que passou entre a saída do Santos e o retorno ao Morumbi.
“Quando o jogador fala assim você tem que deixar esfriar para depois conversar um dia. A gente é amigo, mas não teve tempo de conversar. E se eu mostrar esse tempo que fiquei em Ibiúna (onde tem sítio no interior de São Paulo) ele não vai querer não”, apostou.
Perguntado se já procura, por precaução, um substituto para Rogério visando à próxima temporada, o técnico despistou. No atual elenco, Muricy conta com Dênis, Leonardo e Renan Ribeiro, sendo que nenhum inspira confiança no clube para assumir definitivamente a camisa 1, algo que o treinador prefere deixar para pensar depois que o rebaixamento estiver distante: “Não estou pensando nisso. Não podemos pensar em outras coisas. Temos que pensar no dia de hoje e não devemos misturar nada”.

''Fica claro a importância que os grandes ídolos tem para seus clubes, mesmo que o momento técnico esteja longe do ideal, todos reconhecem o poder simbólico que Rogério Ceni representa e o 'novo-velho' técnico Muricy Ramalho já se utiliza disso para resgatar a confiança e o apoio da torcida são-paulina e continuar sua ascenção no Campeonato Brasileiro''


Sugestão e comentário de Maria Thereza

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Megaeventos esportivos e o legado empreendedorista neoliberal


Orlando Alves dos Santos Junior afirma que apesar dos impactos negativos, grandes projetos urbanos em curso ganham legitimidade em virtude da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil
19/09/2013

Camilla Hoshino
de Curitiba (PR),
especial para o Brasil de Fato

Em entrevista ao Brasil de Fato, o sociólogo e pesquisador da Rede Observatório das Metrópoles, Orlando Alves dos Santos Junior, fala sobre o projeto Metropolização e Megaeventos: os impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016.
Os resultados parciais da pesquisa, que visa acompanhar as alterações territoriais oriundas da implementação desses megaeventos na malha urbana dos municípios, apontam para uma “nova rodada de mercantilização” das cidades. Segundo o sociólogo, esse processo é marcado por uma “relação promíscua entre o poder público e o poder privado”, sendo acompanhado de uma “elitização das metrópoles brasileiras associada à difusão de uma certa governança empreendedorista de caráter neoliberal”.
Orlando Junior afirma que a realização dos grandes projetos urbanos nas cidades-sede voltados para a revitalização de áreas de valorização imobiliária, além de fazer o Estado assumir uma lógica empresarial como principal financiador, também acarreta em legados sociais negativos para parte da população. “Verifica-se que esse projeto vem acompanhado em grande parte dos casos de um processo de relocalização dos pobres e, portanto, processos de remoção e violação do direito à moradia”, diz.

Brasil de Fato – Como surgiu e qual o objetivo do projeto Metropolização e Megaeventos: os impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016, do Observatório das Metrópoles?

   
   O sociólogo Orlando Alves dos Santos Junior - Foto: IHU
Orlando Alves dos Santos Junior – Bom, o projeto decorre do fato de o Brasil ter sido escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014 e o Rio de Janeiro ter sido escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016. Ou seja, surge pelo fato de nós termos dois megaeventos acontecendo no Brasil e de nós percebermos que os megaeventos têm sido um fenômeno de grandes transformações urbanas em outros lugares do mundo. Nós entendemos que era necessário avaliar os impactos desses megaeventos sobre as metrópoles brasileiras, tendo em vista que megaeventos, em geral, estão associados a grandes intervenções urbanas. Ou seja, sabendo que esses projetos iam acontecer no Brasil, já era possível prever que estariam associados à transformação das metrópoles brasileiras.

Até o momento, qual tem sido o balanço indicado pelas pesquisas em relação à recepção da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil?
Uma coisa fica evidente. O insight inicial que orientou o projeto está evidenciado: os megaeventos estão associados a grandes projetos urbanos. Não é possível separar Copa do Mundo e Olimpíadas desses projetos de cidade que estão sendo construídos e sendo objeto de intervenção. E isso se traduz no próprio orçamento que está sendo disponibilizado e nos próprios investimentos feitos nas cidades. A análise da nossa pesquisa até o momento confirma a hipótese inicial de que associado aos megaeventos estaria em curso o que a gente chama de “nova rodada de mercantilização”, uma elitização das metrópoles brasileiras associada à difusão de uma certa governança empreendedorista de caráter neoliberal e do fortalecimento de certas coalizões urbanas de poder que sustentam esse mesmo projeto. Claro que isto é uma análise sob o ponto de vista nacional, mas é possível identificar diferenças significativas entre as cidades-sede.

E quais seriam os impactos sociais decorrentes dessa elitização das metrópoles brasileiras?
Em geral esse projeto de mercantilização, de elitização, encontra uma série de barreiras para ser realizado. Essas barreiras são de ordem social, econômica e política. Enfim, sob o ponto de vista social, em geral, as áreas de grande interesse econômico, que são as áreas de valorização imobiliária, áreas de interesse dessas coalizões de poder, estão ocupadas por classes populares. Então, verifica-se que esse projeto vem acompanhado em grande parte dos casos de um processo de relocalização dos pobres e, portanto, processos de remoção e violação do direito à moradia. Claro que, mais uma vez, podemos encontrar diferenças entre as cidades-sede, mas sob o ponto de vista nacional as remoções têm acontecido em quase todas as cidades que receberão os jogos da Copa.

Existem diferenças no processo de implementação da Copa no Brasil em relação a outras experiências internacionais anteriores?
Muitas. Na verdade ainda estamos no desenvolvimento da pesquisa, ainda é difícil chegar a conclusões muito precisas. Mas estamos trabalhando com a conceito de “neoliberalismo realmente existente”, de um autor chamado Neil O’Brien. É possível perceber que os princípios, as diretrizes, as características do neoliberalismo no Brasil não são as mesmas daquelas do neoliberalismo implantado nos demais países. Portanto, também as mudanças pelas quais o Brasil vem vivendo em decorrência dos megaeventos não seriam as mesmas. Os efeitos não são os mesmos. Apesar de nós podermos, em linhas gerais, verificar que os megaeventos esportivos, na maioria dos países em que ocorreu, implicaram em algum padrão de exceção na intervenção do Estado, na revitalização das áreas degradadas, portanto, na elitização de certas áreas, em processo de expulsão de classes populares dessas áreas, na construção de elefantes brancos. Isso também se verifica no Brasil. Existe uma série de características verificadas também no Brasil, mas também muitas especificidades dadas pelo fato de a configuração de poder não ser mesma. Enfim, você tem uma conjunção de fatos econômicos, políticos e sociais específicos no caso brasileiro que torna o caso brasileiro também um caso especial. E mesmo nas cidades-sede, o peso da Copa do Mundo não é o mesmo e está relacionado a outros projetos urbanos específicos de cada cidade.

Como os interesses públicos e privados se relacionam no desenvolvimento dos projetos para as cidades-sede?
Esse projeto empreendedorista é marcado por uma relação promíscua entre o poder público e o poder privado, vez que o poder público assume na sua intervenção a lógica dos interesses privados. E são estabelecidas diversas formas de subordinação, entre elas, as parcerias público-privadas. Mas não é a única. A Lei Geral da Copa, por exemplo, não é uma parceria público-privada, mas também é uma forma de subordinação. O padrão de exceção da intervenção do Estado, a subordinação da ação do poder público à lógica privada, a alteração da legislação para atender aos interesses privados, quer dizer, uma série de medidas de exceção mostra essa relação promiscua entre interesses públicos e privados. O Estado, ao assumir como sua responsabilidade o desenvolvimento econômico, a competição internacional, a competição do mercado, assume também a lógica empresarial, o Estado passa a atuar numa lógica similar a própria empresa capitalista.

A partir dos resultados parciais obtidos na pesquisa, como Curitiba se apresenta no contexto das 12 cidades-sede?
Tudo ainda está muito prematura para fazer uma conclusão final, mas eu diria que há indícios de que o empreendedorismo urbano e a imagem de cidade que estavam sendo construídos em Curitiba são anteriores ao projeto da Copa. Ou seja, o projeto da Copa do Mundo não significaria uma infl exão no projeto de cidade que já estava em construção anteriormente. O evento viria, portanto, reforçar e dar legitimidade a esse projeto. Obviamente, a intensidade do projeto é aumentada. Como é o caso de São Paulo também. Lá, o projeto da Copa é muito pequeno em relação aos projetos que já estão em curso. É diferente da expressão do “Projeto Olímpico ou Cidade Olímpica” para o Rio de Janeiro, que receberá dois megaeventos. É diferente de Recife, em que se tem uma nova cidade sendo construída: a “Cidade da Copa”. Quer dizer, há distintas configurações se você olhar cada uma das cidades.

Em diversas cidades, a rede de Observatórios tem apoiado as ações dos Comitês Populares da Copa. Como você vê essa relação das universidades com os movimentos sociais?
Eu acho que o papel da universidade é produzir conhecimento para a sociedade, então eu vejo como estratégica essa relação. A universidade deve se contaminar com temas de pesquisa que estão vinculados a realidade, vinculados aos agentes que produzem a cidade, na própria formulação das questões teóricas. A universidade precisa aprender com esses atores, da mesma maneira que ela contribui com eles. Ou seja, o conhecimento que é resultado de pesquisas e da refl exão acadêmica deve estar em diálogo com outras formas de conhecimento que são tão validas quanto. O processo de aprendizado envolve pesquisa, ensino e intervenção social, portanto, eu vejo essa relação com os movimentos sociais de uma forma dialética. O Observatório aprende muito e espero que também contribua muito com todas essas articulações.
Foto: Téo Travagin

Entrevista com o sociólogo Orlando Alves do Santos Junior,  professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da UFRJ e pesquisador do Observatório das Metrópoles. Estudioso com grande experiência na análise das cidades e metrópoles, Santos Junior fala de uma "nova rodada de mercantilização" das cidades, com seus realocamentos das populações pobres, elitização de novos espaços urbanos, reconfiguração de relação público/privado e estabelecimento de uma governança de te tipo neoliberal, voltada ao empreendedorismo seletivo, que contamina o poder público com a lógica privada. O conteúdo da entrevista, aponta para os dados parciais do projeto "Metropolização e Megaeventos: os impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016", levado a cabo pelo Observatório das Metrópoles, e que tem servido como subsídio para muitas ações dos Comitês Populares da Copa. 



Sugestão e comentário de Jhonatan Uewerton Souza

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Principal treina em Pinheiral para a Valais Cup



A Seleção Brasileira Feminina está em Pinheiral em etapa de treinamento para a Valais Cup, que será disputada de 22 a 25 de setembro na Suíça.
Esta é a segunda vez que o Brasil participa desta competição. No ano passado, a Seleção foi campeã em cima do Canadá. O torneio serviu de preparação para os Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Neste ano serão quatro seleções participando da Valais Cup. O adversário do Brasil na primeira partida será a Nova Zelândia. Na outra chave estão China e África do Sul. Os jogos de estreia serão no dia 22 de setembro.
Quem sair com a vitória nesta primeira partida faz a final com o outro classificado no dia 25 de setembro. As outras duas equipes disputam o terceiro lugar.
O treino desta segunda-feira foi regenerativo já que as jogadoras foram liberadas no fim de semana para representarem seus clubes nos campeonatos estaduais.
A viagem para a Suíça será dia 18 de setembro.

Nas últimas décadas as produções científicas sobre a temática “gênero”, e, não obstante sobre o futebol vem aumentando quanti-qualitativamente. Nesse sentido, muito tem se discutido sobre as variantes que ainda influenciam a permanência do futebol como “uma área de reserva masculina”. Dentre elas, os autores salientam a “visibilidade” midiática.
Neste momento cabe uma indagação: Além das suas pesquisas, como esses autores contribuem para a maior visibilidade desta modalidade? Então, como este é um dos ciberespaços mais adequados para tal realização, indico a leitura da reportagem, para que possamos conhecer e acompanhar a preparação do selecionado feminino para a “Valais Cup”! 


Sugestão e comentário de Bruno Gabriel

terça-feira, 17 de setembro de 2013

"Nova Publicação sobre o Futebol Brasileiro agita o mercado editorial alemão"

Brasilien – Land des Fußballs (Brasil - País do Futebol, Werkstatt) de Martin Curi foi lançado na última Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.


Mais do que uma visão de um estrangeiro sobre o futebol brasileiro, o autor é um  pesquisador sobre esportes e antropólogo, e que tem vivido no Brasil há alguns anos. O suficiente para compreender a importância do futebol para nossa sociedade e o quanto esta prática esportiva nacional tem despertado ao longo da História contemporânea interesse em outras partes do planeta.

Sugestão e comentário de André Couto

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

10 teorias da conspiração das Copas


Entre tantas (des)notícias que abordam o futebol brasileiro nesta segunda (juro que quase postei uma nota sobre uma matéria intitulada “Se Brasileiro fosse um 'Rio-SP', São Paulo seria líder” só para reportar minha indignação na sequência), o portal Terra compilou uma série de polêmicas que circundaram a trajetória de alguns dos selecionados nacionais de maior tradição no esporte em diferentes certames mundiais. Para além do caráter pitoresco do infográfico, que alimenta tanto a memória quanto a paixão dos torcedores, é interessante notarmos a perenidade destas narrativas conspiratórias na construção dos discursos sobre o desempenho das equipes nos referidos campeonatos. Apesar da apregoada imprevisibilidade inerente ao jogo da bola, há sempre uma escusa para uma eliminação precoce ou um resultado inesperado. 
Crônica da Semana

FUTEBOL NÃO TEM LÓGICA: NOTAS SOBRE A EFEMERIDADE DO JOGO

Por Everton de Albuquerque Cavalcanti

 

É consolidado no campo esportivo que o futebol é uma prática extremamente ligada ao processo histórico cultural do Brasil e de muitos outros países, caracterizando-se como um esporte reconhecido pela paixão mundial. Isto pode ser observado durante o período de Copa do Mundo, quando a disputa da competição futebolística mais importante do planeta demonstra seu potencial em igualar-se aos jogos olímpicos. Muitas pessoas não conseguem enxergar tal gosto pelo futebol como algo relevante na vida da sociedade, porém, acredito que o sentimento implícito nos sujeitos que revelam amor a esta prática vai além do que as palavras possam explicar.

Explico: é certo que no processo histórico perpassado por muitos indivíduos, o futebol está incorporado desde a gênese como uma prática de atividade física, de lazer, de espetáculo e quem sabe, até mesmo de uma futura profissão. Apesar de toda a globalização e a massificação do esporte como algo comercial, é notável como muitas crianças vivenciam esse esporte como algo que simplesmente lhes atrai os olhos pelo prazer. Mas de onde surge essa vontade de jogar? Porque essa paixão atinge o coração de milhares de crianças que nem sabem o real significado social, político e cultural dessa prática?

Se a psicologia pode explicar como tais experiências proporcionadas na infância atingem essa maturidade sentimental através do domínio motor, cognitivo e afetivo-social, a história mostra que a paixão pelo futebol pode ser algo maior, advindo de um dos domínios dos quais menos se espera, o afetivo-social. Sabem por quê? É através da relação paterna, principalmente, que estabelecemos os primeiros contatos com a prática futebolística, seja através da ludicidade proporcionada por uma brincadeira de chutar a bola, seja pelo anseio do pai em levar o filho(a) ao estádio para que este dê continuidade a tradição de família.

Ou seja, o sentimento nasce de todo um processo de experiências que a criança viveu nas diversas fases da infância. Não relegando a possibilidade da genética, haja vista ter alguns meninos e meninas que segundo Giglio (2007) parecem ter nascido com o dom de jogar futebol. Logo, é notório que algumas coisas ligadas a essa prática são oriundas de um processo histórico-social extremamente importante e interligado ao sentimentalismo implícito no jogo e no contexto em que o mesmo se apresenta.

Toda essa paixão que permeia não só o inconsciente do torcedor, mas o discurso da imprensa parte de uma característica muito relativizada às vezes pela imprensa, porém, pouco entendida no momento da crítica. Trata-se da LÓGICA: processo filosófico pelo qual um raciocínio é válido, algo que me parece cada vez menos caber ao futebol, mas que, no entanto é tão enfatizado pela imprensa esportiva. É simples dizer que o campeão mundial Corinthians passaria por cima do Náutico no Pacaembu, entretanto, é complexo entender porque esse mesmo campeão mundial apenas empata em casa com o lanterna do campeonato.


Talvez seja essa a graça do futebol, sua imprevisibilidade, sua capacidade de gerar o erro, de provocar comoções sociais, de rememorar o histórico, de enaltecer o passado, de reivindicar o presente, de tratar o processo biológico do jogo profissional, para que o espetáculo seja de qualidade compatível com o que se investe financeiramente. Vemos como esse esporte não só aglomera o senso comum, mas interliga-se a “n” áreas de discussão que vão da filosofia à farmácia. Sem supervalorização daquilo que em minha opinião tornou-se um campo de estudo, não acredito que alguns sujeitos sem conhecimento de causa pensem que o futebol é pleno e puro entretenimento. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Educação e desenvolvimento no contexto globalizado de Portugal e Brasil

Por Luiz Carlos Ribeiro
Departamento de História/UFPR



Como já conhecido, Portugal – assim como alguns países europeus – passa por um processo complexo de mudança na sua composição demográfica. Um fenômeno que vem repercutindo drasticamente no sistema educacional e no desenvolvimento do país.

Dois fatores se destacam nesse processo: a baixa natalidade lusa e a emigração de jovens para outros países à procura de mercado para trabalhar ou estudar. Na verdade, verifica-se aqui um processo vicioso, pois, como grande parte dos jovens emigram, cai drasticamente a natalidade no país. Portugal é hoje um país com uma população majoritariamente envelhecida.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Confissão

A Noite em que torci para os coxas

por Remy Lessnau - Professor aposentado do Departamento de Genética, UFPR


No meio da década de 70, eu e Oscarsinho Buck, voltávamos do Rio. Tínhamos ido buscar um carro que ficara para trás por problemas mecânicos. Já era noite e estávamos chegando em São Paulo. Liguei o rádio. Estava começando o jogo Corinthians X Coritiba, sei lá que torneio era. O Jogo era no Parque Antártica, estádio do Palmeiras, eu sei, mas o fato é que o jogo era lá. Oscar me atormentou tanto que acabei concordando em ir até o estádio. Afinal ele estava me fazendo um favor inestimável repartindo o volante comigo. No Corinthians brilhava Rivelino entre outros.

Quando chegamos ao estádio, lá pelos 30 minutos de jogo, já estava 2 X 0 para o Corinthians. Desavisados, sentamos no meio da torcida corintiana. No final do primeiro tempo os coxas diminuíram para 2 X 1.

Os caras da fiel xingavam como gente grande. Não era só aos coxas. Ofendiam o Estado do Paraná e Curitiba. Nós quietinhos. Qualquer manifestação seria morte certa.

No segundo tempo os coxas viraram para 3 X 2. O gol da virada foi de Negreiros. Saí feliz. Naquela época não havia tanto ódio entre Atleticanos e Coxas. Foi a primeira e a última vez que torci para o Coritiba. A culpa foi do Oscar e da torcida do Corinthians, e principalmente do meu orgulho de paranaense.

Sugestão de Luiz Carlos Ribeiro.

Jornalista aborda em livro os rumos do futebol brasileiro


José Geraldo Couto fala sobre o futebol brasileiro nos dias de hoje

O futebol no Brasil é tão intenso que acaba, inevitavelmente, fazendo parte da vida até daqueles que costumam perguntar o motivo de ninguém passar a bola para o "moço de amarelo", confundindo o árbitro com um jogador qualquer.