segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Crônica da semana

O futebol das telinhas e das telonas: o contraste do simbolismo popular
por Bruno José Gabriel


O que podemos retratar sobre o nosso querido futebol? Quando nos deparamos com a temática futebolística vislumbramos inúmeras possibilidades de análises, discussões, resenhas e bate-papo.

A versão mais aceita por historiadores é a de que o futebol foi introduzido no Brasil em 1894, por Charles Miller, jovem paulistano que retornará de viagem de estudos na Inglaterra, trazendo em sua bagagem toda instrumentação básica (bolas, uniformes e um livro de regras) para a prática do novo desporto.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Olá Amigos,
Agora que estamos em recesso no futebol brasileiro, parece que fica um vazio enorme.
Estamos tão acostumados com os jogos da televisão que muitas pessoas acertam os compromissos diários em função do horário que irá jogar o seu time do coração. Agora temos poucas alternativas para curtirmos o esporte bretão, dentre as quais destaca-se o futebol entre amigos(estrelas) realizados no final de ano, a copa BH de Juniores (seja com ou sem fair play) e por fim porém a mais badalada e esperada de todas as competições: O mundial Inter-Clubes.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Copa deve mudar férias escolares em 2014

O início do ano letivo de 2014 e as férias escolares do meio do ano deverão ser antecipadas para que alunos de colégios públicos e privados estejam liberados durante a Copa do Mundo, que começa em 12 de junho, informa reportagem de Filipe Coutinho, publicada na Folha desta terça-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha). A proposta será apresentada hoje à comissão especial criada na Câmara para discutir a Lei Geral da Copa.
Pelo texto, o semestre escolar deve começar em 20 de janeiro e acabar até 10 de junho-- as aulas retornariam em 21 de julho.
A mudança do ano letivo faz parte da série de medidas alternativas que o governo deve pôr em prática para evitar um colapso no transporte público e ainda será discutida no Ministério da Educação e nos Estados.

fonte:http://www1.folha.uol.com.br/saber/1020466-copa-deve-mudar-ferias-escolares-em-2014.shtml

Texto sugerido e com comentários de Natasha Santos

O acesso aos estádios nos dias de jogo tem sido uma constante na discussão do projeto da Copa – inclusive, alguns já estão cogitando o uso da bicicleta como saída, porque já sabem de antemão que projetos bilionários não ficarão prontos a tempo.

Pois bem, incluindo a proposta da mudança no calendário escolar, o Congresso dá mais um passo para tentar resolver o problema citadino, mesmo que as obras de mobilidade urbana prometidas não saiam a tempo (o que parece muito provável). E tudo isso, aparentemente, sem prejudicar os estudantes, que iniciariam as aulas antes, tendo um período de férias maior entre junho e julho.

O governo já previa, no texto inicial da Lei Geral da Copa, que as cidades-sede decretariam feriado, mas agora se utiliza desta perspectiva como plano “B”, para a incapacidade de conter os problemas de mobilidade urbana.

É deveras viável que haja uma segunda alternativa, para o caso de incidentes, bem como comprometimentos que já se desenham Brasil a fora. Entretanto, as férias, ou quaisquer outras medidas “preventivas”, devem ser reconhecidas como acessórias e não prioritárias. O que significa não deixar de lado os prazos das obras, com a perspectiva de que, se estas atrasarem, as férias escolares resolvem – e nós ganhamos mais dinheiro (aliás, “eles” ganham).





Editoria de Arte/Folhapress

ROMÁRIO: A FARRA TÁ SÓ COMEÇANDO


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Parte da entrevista do ROMÁRIO ao jornalista Cosme Rimoli da TV Record
Você foi recebido com preconceito em Brasília?
Olha, vou ser claro para quem ler entender como as coisas são. Há o burro, aquele que não entende o que acontece ao redor. E há o ignorante, que não teve tempo de aprender. Não houve preconceito comigo porque não sou nem uma coisa nem outra. Mesmo tendo a rotina de um grande jogador que fui, nunca deixei de me informar, estudar. Vim de uma família muito humilde. Nasci na favela. Meu pai, que está no céu, e minha mãe ralaram para me dar além de comida, educação. Consciência das coisas... Não só joguei futebol. Frequentei dois anos de faculdade de Educação Física. E dois de moda. Sim, moda. Sempre gostei de roupa, de me vestir bem. Queria entender como as roupas eram feitas. Mas isso é o de menos. O que importa é que esta sede de conhecimento me deu preparo para ser uma pessoa consciente... Preparada para a vida. E insisto em uma tese em Brasília, com os outros deputados. O Brasil só vai deixar de ser um país tão atrasado quando a educação for valorizada. O professor é uma das classes que menos ganha e é a mais importante. O Brasil cria gerações de pessoas ignorantes porque não valoriza a Educação. E seus professores. Não há interesse de que a população brasileira deixe de ser ignorante. Há quem se beneficie disso. As pessoas que comandam o País precisam passar a enxergar isso. A Saúde é importante? Lógico que é. Mas a Educação de um povo é muito mais!
Essa ignorância ajuda a corrupção? Por exemplo, que legado deixou o Pan do Rio?Você não tenha dúvidas de que a ignorância é parceira da corrupção. Os gastos previstos para o Pan do Rio eram de, no máximo, R$ 400 milhões. Foram gastos R$ 3,5 bilhões. Vou dar um testemunho que nunca dei. Comprei alguns apartamentos na Vila Panamericana do Rio como investimento. A melhor coisa que fiz foi vender esses apartamentos rapidamente. Sabe por quê? A Vila do Pan foi construída em cima de um pântano. Está afundando. O Velódromo caríssimo está abandonado. Assim como o Complexo Aquático Maria Lenk... É um escândalo! Uma vergonha! Todos fingem não enxergar. Alguém ganhou muito dinheiro com o Panamericano do Rio. A ignorância da população é que deixa essa gente safada sossegada. Sabe que ninguém vai cobrar nada das autoridades. A população não sabe da força que tem. Por isso que defendo os professores. Não temos base cultural nem para entender o que acontece ao nosso lado. E muito menos para perceber a força que temos. Para que gente poderosa vai querer a população consciente? O Pan do Rio custou quatro vezes mais do que este do México. Não deixou legado algum e ninguém abre a boca para reclamar.
Se o Pan foi assim, a Copa do Mundo no Brasil será uma festa para os corruptos ...
Vou te dar um dado assustador. A presidente Dilma havia afirmado quando assumiu que a Copa custaria R$ 42 bilhões. Já está em R$ 72 bilhões. E ninguém sabe onde os gastos vão parar. Ningúem. Com exceção de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e olhe lá...Pernambuco... Todas as outras sete arenas não terão o uso constante. E não havia nem a necessidade de serem construídas. Eu vi onze das doze... Estive em onze sedes da Copa e posso afirmar sem medo. Tem muita coisa errada. E de propósito para beneficiar poucas pessoas. Por que o Brasil teve de fazer 12 sedes e não oito como sempre acontecia nos outros países? Basta pensar. Quem se beneficia com tantas arenas construídas que servirão apenas para três jogos da Copa? É revoltante. Não há a mínima coerência na organização da Copa no Brasil.
São Paulo acaba de ser confirmado como a sede da abertura da Copa. Você concorda?
Como posso concordar? Colocaram lá três tijolinhos em Itaquera e pronto... E a sede da abertura é lá. Quem pode garantir que o estádio ficará pronto a tempo? Não é por ser São Paulo, mas eu não concordaria com essa situação em lugar nenhum do País. Quando as pessoas poderosas querem é assim que funcionam as coisas no Brasil. No Maracanã também vão gastar uma fortuna, mais de um bilhão. E ninguém tem certeza dos gastos. Nem terá. Prometem, falam, garantem mas não há transparência. Minha luta é para que as obras não fiquem atrasadas de propósito. E depois aceleradas com gastos que ninguém controla.
O que você acha de um estádio de mais de R$ 1 bilhão construído com recursos públicos e entregue para um clube particular?Você está falando do estádio do Corinthians, não é?!  Não vou concordar nunca. Os incentivos públicos para um estádio particular são imorais. Seja de que clube for. De que cidade for. Não há meio de uma população consciente aceitar. Não deveria haver conversa de politico que convencesse a todos a aceitar. Por isso repito que falta compreensão à população do que está acontecendo no Brasil para a Copa.
A Fifa vai fazer o que quer com o Brasil?Infelizmente, tudo indica que sim. Vai lucrar de R$ 3 a R$ 4 bilhões e não vai colocar um tostão no Brasil. É revoltante. Deveria dar apenas 10% para ajudar na Educação. Iria fazer um bem absurdo ao Brasil. Mas cadê coragem de cobrar alguma coisa da Fifa. Ela vai colocar o preço mais baixo dos ingressos da Copa a R$ 240,00. Só porque estamos brigando pela manutenção da meia entrada. É uma palhaçada! As classes C, D e E não vão ver a Copa no estádio. O Mundial é para a elite. Não é para o brasileiro comum assistir.
Ricardo Teixeira tem condições de comandar o processo do Mundial de 2014?
Não tem de saúde. Eu falei há mais de quatro meses que ele não suportaria a pressão Ser presidente da CBF e do Comitê Organizador Local é demais para qualquer um. Ainda mais com a idade que ele tem. Não deu outra. Caiu no hospital. E ainda diz que vai levar esse processo até o final. Eu acho um absurdo.
Muito além da saúde de Ricardo Teixeira. Você acha que pelas várias denúncias, investigações da Polícia Federal... Ele tem condições morais de comandar a organização Copa no Brasil?
Não! O Ricardo Teixeira não tem condições morais de organizar a Copa! Não até provar que é inocente. Que não tem cabimento nenhuma das denúncias. Até lá, não tem condições morais de estar no comando de todo o processo. Muito menos do futebol brasileiro ...

Texto sugerido e com comentários de André Mendes Capraro

Romário, sem dúvida, foi uma grata revelação na política brasileira. Lembro-me que já na primeira semana letiva na Câmara dos Deputados foi flagrado jogando futevôlei nas praias cariocas. E foi aquela repercussão... Um jornalista paulista chegou a comentar: - Estranharia se o encontrasse em Brasília!

Pois bem, além de ser um dos deputados mais presentes nas plenárias, Romário superou esteriótipos e preconceitos e hoje é uma voz ativa e ponderada no combate aos descalabros cometidos pelos dirigentes e políticos que rodeiam o esporte brasileiro.

Creio que alguns dirigentes, empreiteiros e políticos, ao lutar pela realização da Copa do Mundo de futebol e das Olimpíadas, sabendo da emotividade do brasileiro e da comoção geral, nunca imaginariam que se existiria uma oposição tão organizada, informada e engajada.

Logo, implementaram o plano B: atrasar todas as obras até que emergencialmente o dinheiro corra livremente sem o rigor da fiscalização. E nós, contribuintes, devemos seguir o exemplo de Romário: olho neles, pois todo cuidado é pouco!
 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Assédio sobre os principais titulares ameaça a base do time do Coritiba

  • Lateral-direito Jonas tem proposta do Santos e não deve permanecer no Coritiba em 2012 Lateral-direito Jonas tem proposta do Santos e não deve permanecer no Coritiba em 2012
O sucesso do time na temporada 2011 atrai a cobiça de outros times sobre os principais jogadores do Coritiba. A diretoria de futebol terá muito trabalho para manter a base da equipe bicampeã paranaense, vice da Copa do Brasil e oitava colocada no Brasileiro.

Dentre os principais titulares, têm propostas concretas o lateral-direito Jonas (Santos) e Marcos Aurélio (Cruzeiro). São sondados os volantes William (Fiorentina), Leandro Donizete ( Internacional), o zagueiro Emerson (Grêmio) e o meia Rafinha (Atlético-MG). Destes, somente os dois últimos são considerados inegociáveis e já estão conversando sobre uma melhoria nas bases de seus contratos.

Além deles, o atacante Bill, principal artilheiro do time na temporada, tem seu empréstimo se encerrando no fim do ano e retorna ao Corinthians. O lateral-direito Maranhão também deve ser devolvido ao Santos.
Permanecem indefinidas as situações do meia Tcheco, que ainda não decidiu se encerra a carreira; do também meia Davi, que ainda não renovou seu contrato e do goleiro Edson Bastos, cujo compromisso se encerra no fim do ano e negocia a permanência.

Todas estas situações deverão ser esclarecidas na próxima terça-feira, quando o superintendente de futebol, Felipe Ximenes, detalhará o planejamento para a temporada de 2012.

Segundo ele, por enquanto a política de contratações deverá ser a mesma de 2011. Estão previstas contratações pontuais e deverão chegar de 3 a quatro jogadores.

fonte: (http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/12/11/assedio-sobre-os-principais-titulares-ameaca-a-base-do-time-do-coritiba.htm)


Texto sugerido e com comentários de Ernesto Marczal


O que chama a atenção na notícia vinculada pelo portal Uol é o tom corriqueiro da reportagem.
O intervalo localizado entre o término de uma temporada e o início de outra é marcado pela recorrente especulação envolvendo a transferência de jogadores. Até aí, nada de mais.  Contudo fica cada vez mais evidente a disparidade do fluxo de atletas no mercado nacional. Não é novidade que os grandes clubes do eixo Rio- São Paulo, além de poucos focos em alguns estados (MG e RS), atraem de sobremaneira o interesse dos atletas no país. Integrar um time considerado nacionalmente “grande” e de ampla torcida é o desejo da maioria dos atletas.
A pertinência desta observação, porém, reside na crescente dificuldade de agremiações consideradas menores e que obtiveram um relativo sucesso na temporada, caso do Coritiba em 2011, em sustentar e reforçar seu plantel para o próximo ano. Diante da reorganização financeira dos clubespara obtenção de verbas, criação de novas fontes de receita e parcerias de investimentos, parece cada vez mais difícil contornar esta situação. Embora ainda seja apenas uma impressão, o futebol nacional parece caminhar para uma centralização (ainda maior, se não definitiva) de seu potencial esportivo.
Daqui em diante, surpresas, já observadas de forma reticente, como o Coritiba serão ainda mais raras. O, outrora, “país do futebol” não só reduz sua abrangência como restringe a imprevisibilidade do esporte (salvas exceções pontuais) à atuação de poucas equipes.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Crônica da Semana


Futebol, qual paixão?
Luiz Carlos Ribeiro

As últimas semanas aconteceram fatos que nos levam a refletir – sempre e sempre! – sobre o forte envolvimento emocional que o futebol exerce sobre todos nós.

Podemos começar pelas recentes investidas de marketing do desgastado Teixeira e de sua/nossa entidade, a CBF, lembrando-nos da nossa paixão pelo futebol. A conversa começou com a indicação pela Presidente Dilma, em julho último, de Pelé como embaixador honorário da Copa de 2014. Explicitamente foi uma forma da governante se distanciar da imagem de Ricardo Teixeira. Se associar o governo à imagem da seleção tem sido uma prática comum no Brasil (desde Vargas nos anos 1930/40, os militares nos anos 70, até Lula), explicar que CBF/Teixeira não é Neymar nem seleção brasileira, certamente não será tarefa fácil.

Até por que os políticos brasileiros e base política de Dilma – de Brasília e das capitais envolvidas na Copa – estão comprometidos não com futebol-arte de Neymar, mas com as oportunidades (que alguns mais puristas preferem chamar de legado) e investimentos que supostamente a realização da Copa irá proporcionar, em especial para os seus interesses políticos (ou das empresas que patrocinam suas candidaturas).
Foram diversos os momentos em que as divergências entre governo federal e Teixeira se explicitaram nos últimos anos. Um deles pode ter sido com a infeliz entrevista concedida por Teixeira ao jornal cultural Piauí, em junho deste ano. Nesta entrevista, o dirigente tornou pública a sua prepotência, desdenhando da imprensa e deixando claro que eventos esportivos – desde o campeonato brasileiro a Copa de 14 – são organizados conforme a sua vontade. Chegou a afirmar que as denúncias contra ele por alguns jornais e TV não tem repercussão, e que só se preocuparia quando as denúncias chegassem ao Jornal Nacional. Manifestação que repercutiu como uma declaração pública de que era um protegido da Globo.

Nessa entrevista, Teixeira dirigiu sua crítica em especial à reportagem que a Record levara ao ar com um dossiê sobre abuso de poder e malversação de recursos via CBF. Na verdade, a serie da Record só foi produzida após a derrota desta para a Rede Globo, na disputa pela transmissão dos jogos do brasileirão de 2012/13. O mesmo imbróglio que resultou no fim político do Clube dos 13. As denúncias da série televisa foram baseadas no livro do jornalista inglês Andrew Jennings e no relatório da CPI CBF-Nike, publicado em livro 2001 pelos então deputados Silvio Torres e Aldo Rebelo (atual Ministro dos Esportes).

Quase toda discussão na imprensa, nesse momento, afirmava que até 2014 o Brasil estará sendo governado em torno do poder político de Ricardo Teixeira. O governo brasileiro – leia-se Presidente Dilma – será mero coadjuvante dos interesses da FIFA e sua filiada, a CBF.

O problema é que – assim como vem acontecendo com vários ministros – ao se tornar figura central da política brasileira, Ricardo Teixeira perdeu o controle sobre as disputas em torno do evento de 2014.
Desde governadores, prefeitos, deputados, empresários, dirigentes de clubes, enfim todos os que de algum modo vêm perspectivas de ter ganhos com a realização da Copa passaram a pressionar o comandante da CBF. De tal maneira que a velha estratégia de acomodar os amigos começou a se tornar inviável. Em síntese, os descontentes, os que estavam ficando de fora do “legado” da Copa, tornaram-se inimigos de Teixeira e passaram a escancarar suas manobras.

E, o sinal temido por Teixeira, não demorou a acontecer. Em agosto desse ano o Jornal Nacional apresentou reportagem de 3 minutos destacando as irregularidades ocorridas no amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008.
Segundo a denúncia, a empresa Ailanto Marketing, criada em cima da hora por Teixeira para promover o evento, sequer tinha telefone de contato e que os nove milhões de reais repassados pelo governo de Brasília eram irregulares. Veja a reportagem em: http://www.youtube.com/watch?v=byVLRy-fvaw Alguns meses após a denúncia o governador distrital, José Roberto Arruda, teve seu mandato cassado.

A partir daí foram diversas os manifestações da Rede Globo, expondo de forma clara as denúncias contra Teixeira. Ver mais em: http://www.youtube.com/watch?v=PvwubNjAvjE&feature=related
Nesse momento Dilma não mais recebia Teixeira e se recusava a sentar ao seu lado em ventos públicos. Aliás, o próprio Teixeira passou a evitar aparecer em público. O seu desgaste acelerou a demissão, por acusação de corrupção, de um seu aliado, o Ministro dos Esportes Orlando Silva.
Além do front nacional, Teixeira, pelo mesmo motivo de não conseguir conciliar amigos e inimigos, viu seu sonho de candidatar-se à presidência da FIFA em 2015 virar pesadelo. Na tentativa de enfraquecer Blatter, Teixeira apoiou o representante do Catar, Mohamed Bin Hamman. Não por acaso, estoura denúncias contra Teixeira e Hamman envolvendo negociatas que ultrapassavam a casa dos US$ 150 milhões. Como resultado Teixeira conquistou um adversário de peso, Joseph Blatter, presidente reeleito da FIFA.
De volta ao front nacional, de posse desse material o Ministério Público Federal pediu a abertura de inquérito policial contra Ricardo Teixeira por lavagem de dinheiro.

Nesse momento, enquanto o Deputado Federal Romário sugere ao governo um interventor na CBF, Teixeira dá ainda sinais de vida e nomeia Ronaldo Fenômeno como membro do Comitê Organizador da Copa de 2014. Triste fim para as imagens de Pelé e Ronaldo. Quando de sua apresentação como membro do Comitê, Ronaldo lê de forma reticente quais serão as suas tarefas, e afirma que assumia na perspectiva salvar a imagem da Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Afirma que está pensando no povo e que perspectiva é a de “aproximar pessoas” acabar com as desconfianças, mesmo sabendo que pode estar “jogando pela janela” toda a história de sua vida. E conclui com uma frase lapidar: “copa do mundo não se faz com hospital, se faz com estádios “. (ver depoimento em: http://sportv.globo.com/videos/copa-2014/v/ronaldo-membro-do-comite-da-copa-2014fala-sobre-as-tarefas-do-novo-cargo/1715796/)

Somada a essa cartada de marketing, a CBF lançou a cerca de duas semanas um vídeo sobre as realizações da entidade – leia-se Ricardo Teixeira – em que, ao final do vídeo lê-se abaixo do emblema da CBF a seguinte frase: “CBF cuidando da nossa paixão.”

sábado, 10 de dezembro de 2011

Projeto "Memória do futebol paranaense"

O Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade (UFPR) entrevistou, nesta sexta-feira, o jornalista Vinícius Coelho. Esta é a terceira entrevista com jornalistas esportivos e faz parte do projeto "Memórias do futebol paranaense". 
O convidado foi sabatinado pelos professores Luiz Carlos Ribeiro e André Mendes Capraro. No apoio estiveram Daniel, Rick e Natasha, além do Técnico/Professor da UFPR, Luiz Carlos e dois bolsistas do Curso de Comunicação Social  (Rômulo e Rafael).


A foto acima mostra a estrutura montada, com o apoio de acadêmicos de Comunicação Social, para a realização da entrevista.

Membros do NEFS com o jornalista esportivo Vinícius Coelho. Da esquerda para direita: Rick, Ribeiro, Vinícius Coelho, André, Daniel e Natasha.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Crônica da Semana

Pelé e a construção de um mito
por Natasha Santos

Mário Filho escreveu, em 1963, o que seria a “biografia do primeiro ‘cidadão do mundo’ que o Brasil já produziu”. Ao título de “Viagem em torno de Pelé”, o cronista propõe um panorama da vida do então craque, intimamente vinculada ao futebol.

O detalhe é que o romance de Mário Filho é, na verdade, próximo a uma (re)escrita de outra biografia: “Eu sou Pelé”, escrita por Benedito Ruy Barbosa, com base nas narrativas do atleta – o qual acaba aparecendo como autor. A ideia deste livro nasceu do roteiro que estava sendo preparado para um filme que contaria a vida de Pelé. Estrelado pelo próprio jogador, o filme “Rei Pelé”, com estreia em 1963, contou com diálogos de Nelson Rodrigues e levaria o futebol, temática pouco explorada, aos telões do cinema nacional.

Entretanto, segundo a análise da crítica, trata-se de uma aventura cinematográfica sem qualquer consequência, sem nada a acrescentar no nosso cinema, destinando-se apenas a explorar a popularidade de Pelé, conferida nas bilheterias. (Talvez isso figure como um dos elementos que possam justificar o esquecimento em que caiu tal produção.)

O jogador era uma celebridade. Para se ter uma ideia, de acordo com uma enquete realizada na Europa, veiculada pelo jornal New York Times em 1964, Pelé estava entre os três nomes mais conhecidos do mundo; perdendo apenas para Kruschev e Kennedy, concorrendo ainda com a popularidade de astros como Elizabeth Taylor, Marylin Monroe e Marlon Brando. Bem, a julgar pelo andar da carruagem europeia, pode-se imaginar o alvoroço inimaginável em solo brasileiro, desde 1958...

Pois bem. Diante do best seller “Eu sou Pelé”, Mário Filho também resolveu falar do ídolo brasileiro, transformando-o em herói – e, talvez, um herói anti-paulista, já que, para o autor, Santos era a cidade menos paulista e mais carioca de todas as cidades paulistas, tendo em vista as praias.

Sem deixar de puxar para os cariocas todos os méritos de ser brasileiro, a viagem em torno de Pelé traz duas paradas essenciais: as Copas de 1958 e 62. A narrativa sanguineamente rodrigueana é bastante similar à história de Benedito Ruy Barbosa, mas lapidada com requintes de literatura.

Por exemplo: sob a lógica do próprio Edson Arantes, a lesão no joelho, em um dos treinos para a Copa, que quase tirou Pelé do elenco, foi tratada com a dedicação do massagista Mário Américo, que não podia ver Pelé de bate-papo que já o intimava para mais um “tratamentozinho”.

Mário Filho, porém, dá uma ajeitada na situação. Segundo o cronista, Pelé é que não deixava Mário Américo em paz, sempre indo atrás de mais um tratamento, porque queria ajudar o seu país o mais breve possível. Pelé queria melhorar, sim, mas mais pelo fantasma da lesão que comprometera a atuação de seu pai nos gramados, do que propriamente pensando na seleção. Quem queria acelerar a recuperação era a comissão técnica, que sabia da necessidade de Pelé em campo.

E são detalhes como este que moldam o herói ao longo da narrativa, fazendo com que o leitor – mesmo quase 50 anos depois –, torça para que Pelé se recupere para a Copa e, ao mesmo tempo, tenha raiva do clube do Santos, por forçar Pelé a jogar sem descanso e mesmo sentindo dores. O Santos fazia excursões pela Europa, exibindo o craque, o qual, para Mário Filho, era um sujeito humilde, que jogava apenas porque gostava.

Pelé jogava machucado pela seleção. Pelo Santos. Pelos companheiros do exército. Colocava a família sobre todas as coisas. Sentia orgulho de ser brasileiro. Tinha raça. E por aí, Mário Filho contribuiu, com toda a sua influência, para a construção definitiva do Rei.

E nessa de construir heróis, jornalistas, cronistas, blogueiros e até o Santos, insistem em comparar Neymar a Pelé, especialmente pelas jogadas, no nítido esforço de talvez edificar um príncipe. Mas, já em agosto de 1961, o então redator-chefe de “A Gazeta Esportiva”, Thomaz Mazzoni, sabiamente opinava sobre a constante comparação entre Friedenreich, Leônidas da Silva, Ademir e Pelé:

“Em futebol, especialmente entre o Passado e o Presente, qualquer comparação é difícil, penosa, e quase impossível, especialmente para os que não alcançaram as gerações passadas. Cada época tem os seus ídolos, seus campeões, pelo que fazem e valem, não podem ser julgados e comparados medindo-se, pesando-se seus gols e seus feitos”. Faço minhas as palavras de Mazzoni.
Ponto final.
http://www.oradiodoparana.com.br/crbst_32.html 

Comentário sobre o link acima é de Daniel Ferreira.

Aqui vemos duas transmissões de jogos de futebol realizadas pela rádio Universo, em meados do século passado. Uma delas é Brasil x Iugoslávia, a outra, Coritiba x Água Verde, esta partida provavelmente em 1971. E é sobre a narração desta última partida – sem entrar em pormenores metodológicos, que uma “boa” análise histórica exigiria – apenas busco tecer alguns comentários sobre a representação de futebol brasileiro.

Na voz inconfundível de José Domingos – e com os comentários de J. Domingos - ouvimos a “pelota” passar pelos pés de Hidalgo, Pescuma, Leocádio, Rinaldo e Zé Roberto time tido por muitos como o maior time da história do futebol paranaense. Em termos históricos, o Coritiba desta época “atropelou” nada menos do que o Flamengo de zico e o Corinthians de Rivelino. Isto sem falar no Santos de Pelé, Coutinho, Clodoaldo – partida deste mesmo ano, a qual segundo consta, quem brilhou foi Tião Abatiá.

“Subjetividades” à parte, fica o destaque ao fundo da narração, à marchinha “Pra frente Brasil”. Canção, que com certeza, merece destaque em qualquer alusão ao processo histórico à consagração do binômio futebol\identidade brasileira, da forma a qual prevalece e conhecemos ainda nos dias hoje.
Aos amigos do futebol e da boa sociedade
 
O Brasil amanheceu mais triste esse domingo, pois perdemos um grande cidadão. Faleceu nessa madrugada, dia 4 de dezembro de 2011, o jogador Sócrates. Não sei se "o futebol explica o Brasil", como afirmou o antropólogo Roberto DaMatta, mas com certeza o nosso Dr.Sócrates sabia como ninguém explicar o futebol e a nossa sociedade. Como homenagem o Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade convida os amigos a assistirem esse pequeno depoimento do jogador.
 
Seu velório ocorre no mesmo momento que o clube de seu coração, o Corinhians, comemora a conquista do campeonato brasileiro. Os manos de Itaquera não poderiam lhe fazer melhor homenagem.
Grande abraço Sócrates.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

XIII Seminário O Lazer em Debate

Produção do Conhecimento no âmbito dos Estudos do Lazer
Nov 9 '11


Bem vindos ao XIII Seminário “O Lazer em debate” 
13 a 15 de junho de 2012
Esta edição é proposta pelo Centro de Estudos de Lazer e Recreação (CELAR) e pelo Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, ambos da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A inscrição de trabalhos segue até o dia 16 de março de 2012!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Outra visão sobre o caso NEYMAR

O comentário abaixo é do Dr. Miguel Arcanjo Freitas Jr. e trata da mesma reportagem comentada ontem.

O futebol brasileiro tem fornecido inúmeros exemplos para nossa sociedade. O atual campeonato entrou para história como o mais disputado da era de pontos corridos. Há anos nenhuma equipe deixou de “cair” utilizando o famoso e tradicional “tapetão”, a meritocracia tem funcionado bem em um país marcado por um histórico de favorecimento, compadrio e impunidade.
Se nos revolta ver no noticiário que mais um político foi absolvido após apresentação de provas quase irrefutáveis de desvio de verbas, falta de decoro parlamentar e outras condutas reprováveis, no mundo do futebol isto parece ficar cada vez mais improvável.
Nesta semana Neymar Jr, foi condenado por ofensa realizada via TWITTER contra um árbitro de futebol. Mesmo não sendo uma decisão de última instância, este fato nos mostra que neste lócus até os famosos estão propensos a serem punidos e que via de regra, a lei é para todos. Pena que isto fica circunscrito há poucos lugares da nossa sociedade. Como disse Renato Russo “Que país é este?”