quinta-feira, 28 de julho de 2011

Virada de mesa no futebol argentino tem aval do governo

LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES
Com o aval do governo de Cristina Kirchner, a AFA (Associação de Futebol Argentino) acertou uma polêmica virada de mesa no campeonato de futebol nacional com a unificação das séries A e B a partir do próximo ano.


Martín Quintana-17.fev.2011/Efe
Cristina Kirchner (centro) gesticula ao lado de Julio Grondona (dir.) durante a inauguração do estádio Ciudad de La Plata em fevereiro
Cristina Kirchner gesticula ao lado de Grondona (dir.) na inauguração do estádio Ciudad de La Plata em fevereiro
A reestruturação, chamada pela Casa Rosada e pelos cartolas de "federalização do futebol", tem o objetivo de reunir 38 equipes num torneio único, que começaria em agosto do ano que vem.
A decisão praticamente garante a volta à elite do recém-rebaixado River Plate. O clube, contudo, terá que disputar neste segundo semestre (Campeonato Abertura), e no primeiro semestre de 2012 (Clausura), a Série B.
"Se o River não cai, isso não teria sido decidido. Sem televisão, não há futebol. A televisão paga e tem voz", declarou com espantosa sinceridade o porta-voz da AFA, Ernesto Cherquis Bialo, em uma entrevista coletiva.
A decisão de criar um novo campeonato, apresentada na noite de anteontem e chancelada pelo governo, amplia ainda mais o programa "Futebol para Todos", que estatizou o futebol da primeira divisão e selou a aliança entre Julio Grondona, presidente da AFA, e os Kirchner.
Desde 2009, o Estado tem os direitos de transmissão da Série A. As partidas são exibidas pela TV pública, em meio a propagandas do governo.
Na reunião do Conselho Executivo da AFA, a virada de mesa foi aprovada por 22 votos, contra quatro abstenções e uma ausência. Não houve voz contrária.
A decisão será referendada no dia 18 de outubro, em uma votação da assembleia dos clubes argentinos.
Todos os 38 times que disputarem o novo campeonato sairão ganhando. Isso porque o faturamento dos clubes, abastecido com dinheiro público, deverá dobrar, representando um incremento total de R$ 500 milhões.
A medida afeta diretamente o Grupo Clarín, o maior conglomerado de mídia do país e inimigo da Casa Rosada. O grupo é dono da Trisa, empresa que detém os direitos de transmissão da Série B. O contrato será suspenso.
O novo campeonato começa em agosto de 2012, com os atuais 20 times da primeira divisão, os 16 da segunda e os campeões de duas competições metropolitanas.
Os 38 times serão divididos em dois grupos. Após a primeira fase, 19 sobrevivem para disputar título e vagas nos torneios sul-americanos.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/esporte/950247-virada-de-mesa-no-futebol-argentino-tem-aval-do-governo.shtml

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