domingo, 20 de março de 2011

Crônica da Semana

Campeonatos Estaduais: um mal necessário ! Uma proposta de calendário unificado !

por Msc. Celso Luiz Moletta Junior
Colégio Martinus


Anualmente, os primeiros quatro ou cinco meses do calendário futebolístico brasileiro é designado para a disputa dos campeonatos estaduais. Campeonatos estes marcados em sua grande maioria (acredito na exceção no estado de São Paulo) pela baixa qualidade técnica, poucos torcedores nas arquibancadas, pouco audiência televisiva, e deficitários para os clubes. Mas por que eles existem? E são necessários?

Talvez, se, respondermos as questões sem uma análise prévia o retorno seria: não precisam existir, não valem para nada, etc. Mas acredito que a questão não é bem essa. Não sou um defensor nato dos estaduais, mas acredito que eles sejam um mal necessário para o processo cíclico do futebol brasileiro. Se observamos apenas as séries A, B, C e D do campeonato nacional, as mesmas atingem apenas aproximadamente 35% do envolvidos no futebol nacional (jogadores, profissionais, dirigentes,etc..).

O restante dos envolvidos joga apenas os campeonatos estaduais; que são curtos, deficitários,etc... Mas então a solução seria campeonatos estaduais guiando o calendário? Em termos!

Acredito que o modelo mais prático, útil e que beneficie o processo seria um modelo misto. A proposta que levanto traz o Campeonato Brasileiro, apenas com as séries A, B e C jogadas de forma nacional em sistema de disputa única nas três séries. Em um segundo escalão ocorrerão os torneios regionais: Sul, Sudeste, Norte, Nordeste, etc... Estes seriam então classificatórios para a Série C nacional. Abaixo dos regionais, estariam os estaduais realizados em dois níveis, um primeiro regionalizado no próprio estado e no segundo geral. Estes estaduais seriam classificatórios para os regionais. Desta forma o calendário poderia durar 8 a 9 meses do ano. Os clubes jogariam com equipes de condições técnicas similares (aumentaria a disputa), em situações que fossem próprias para suas condições e o melhor, durante todo o calendário futebolístico. A título de informação, a Argentina e a maioria dos países europeus usam este modelo.

A preocupação com a manutenção dos estaduais, e automaticamente com os clubes de pequeno porte está na posição que os mesmo ocupam na “cadeia alimentar” do futebol brasileiro. Estes clubes são projeção, boas ou más, de: jogadores, árbitros e dirigentes. Executar ou não cuidar de uma parte do ciclo, ainda que de pequena importância (atualmente e para alguns), poderá ter causas muito grandes no “alto escalão” do futebol brasileiro.

2 comentários:

  1. André Alexandre Guimarães Couto28 de março de 2011 às 11:02

    Caro Celso:

    Parabéns pelo post. A discussão sobre os campeonatos estaduais é muito importante e, particularmente, concordo que eles deveriam existir, porém sob outro formato. Acho que os campeonatos nacionais deveriam ser mais valorizados e os estaduais mais curtos pois trazem muitos prejuízos para os grandes clubes. Por outro lado, é chance de profissionais da bola terem, pelo menos, um momento de certeza do seu ofício.

    Acho também que este debate deve levar em conta uma discussão maior que é o calendário nacional x calendário sul-americano. Copa do Brasil e Brasileirão juntos e Libertadores e Sulamericana idem.

    De qualquer forma, a memória e a história do futebol de um país continental como o Brasil merecem que esta questão seja um pouco mais discutida.

    Um abraço,

    André Alexandre Guimarães Couto

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  2. Celso Luiz Moletta Junior29 de março de 2011 às 14:06

    André,
    Obrigado pelas considerações. Infelizmente enquanto os interesses comerciais forem prioridades, a discussão do estaduais será menor ou nula. Se quiser manter a discussão por email , celsomoletta@gmail.com

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