sexta-feira, 29 de abril de 2011

Seminário do Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade

Prezados e prezadas,

Convidamos a todos para o seguinte evento:

Seminário do Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade
Data: 05/05/2011
Hora: 17:30
Local: Departamento de História/UFPR
Rua Gal. Carneiro, 460 – 6º andar – Sala 612

Nesta ocasião será apresentado por Natasha Santos o texto “O Futebol em Nelson Rodrigues: o retrato da crônica esportiva na historiografia”, seguido de um debate.
Contamos com a sua presença!


terça-feira, 26 de abril de 2011

Santos F.C (Divulgação)
Ganso e Neymar agora só são vistos juntos durante os treinamentos do Santos
26/04/2011 - 07h00

Influência de empresários e assessores distancia os amigos Neymar e Ganso

A dupla Paulo Henrique Ganso e Neymar ainda tenta recuperar a afinação de outrora em campo e segue muito próxima fora dela, mas está cada vez mais distante no imaginário do torcedor. Enquanto o camisa 10 busca ritmo de jogo e pena para definir seu futuro profissional, o atacante ganha prestígio, apaga arranhões de imagem e reforça o lado popstar.

DUELO GANSO x NEYMAR NOS BASTIDORES

Patrocinadores: Nike, Gatorade, Gillette, Pepsi e Samsung

Salário: R$ 130 mil

Direitos de imagem: 100%

Divisão dos direitos econômicos: 45% Santos, 45% DIS e 10% do jogador

Gestão de carreira: DIS

Entrevista coletiva: Vetada
Patrocinadores: Nike, Panasonic, Red Bull, IG e Nextel

Salário: R$ 500 mil*

Direitos de imagem: 30% clube, 20% Ronaldo e 50% jogador

Divisão dos direitos econômicos: 55% Santos, 40% DIS e 5% Teisa

Gestão de carreira: Santos

Entrevista coletiva: Duas vezes por mês
*Mínimo pago pelo clube
Por terem seguido por caminhos distintos, empresários e assessores diretos não perdem a oportunidade de alfinetar o outro lado. As cornetadas vão desde questionamentos à postura de Ganso ou Neymar na imprensa até a relação profissional de ambos com Ronaldo.
Nos bastidores, os dois estafes travam uma disputa velada para ver quem consegue arrecadar mais com patrocinadores. Também há um silencioso duelo em busca da melhor oferta de um dos grandes clubes da Europa. Apesar da amizade que desfruta, a dupla concorre comercialmente.

O Santos procura moldar Neymar e designou desde setembro do ano passado um responsável para acompanhar todas as ações do jovem. O gerente de novos negócios do clube, Duda, é quem desenvolve o trabalho. O “sombra” está sempre perto do jogador em qualquer evento. O jovem é orientado a seguir uma linha comportada, passou a ser bem educado nas entrevistas coletivas, melhorou o relacionamento com a imprensa, e consequentemente o prestígio no mercado publicitário

Já a estratégia com Paulo Henrique Ganso não foi repetida devido ao fato de o jogador não ter a carreira gerida pelo clube. Sendo assim, Ganso tem contato restrito com os jornalistas, já que é nítido nos bastidores o temor de que o meia possa prejudicar ainda mais o relacionamento com fortes frases. Entrevista coletiva com o craque não acontece desde janeiro, o que reduz a exposição do meia.




A comparação do momento das duas maiores promessas do futebol brasileiro é inevitável. Ganso e Neymar jogam juntos desde as categorias de base do Santos, se auto-intitulam “irmãos” e desenvolveram seus estilos de jogo juntos.
Hoje, o meia ainda está recuperando sua melhor forma após meses afastado com uma lesão no joelho. Ao mesmo tempo, vive com a constante pressão sobre o seu futuro, já que interessa a clubes do exterior e mostrou vontade de sair, o que não agradou o Santos. O desfecho da história poderia ser até uma polêmica ida breve para o Corinthians, que serviria de ponte para o futebol europeu (os rivais de Milão são oficialmente os candidatos desta disputa).

Texto sugerido por André Mendes Capraro
Fonte:http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/04/26/influencia-de-empresarios-e-assessores-distancia-os-amigos-neymar-e-ganso.jhtm

Crônica da semana

Ronaldo: de fenômeno a herói popular



O tema que motivou esta crônica ocorreu no dia 14o dia de Fevereiro de 2011. Data em que Ronaldo Luís Nazário de Lima convocou uma entrevista coletiva e comunicou ao mundo que não faria mais parte do campo esportivo como jogador de futebol. Fato que fez emergir nos veículos de comunicação nacional as mais variadas opiniões. Surgem algumas versões sobre a repentina aposentadoria do agora ex-jogador de futebol “Ronaldo - Fenômeno”: Segundo o jornal online Folha.com, “A aposentadoria repentina do fenômeno foi para manter seu status de ídolo”, já segundo o jornal online O Globo, “O Ronaldo perdeu para o seu corpo”.

Não pretendemos confrontar os posicionamentos expressos por estes veículos de comunicação, e sim partimos destes posicionamentos contraditórios para refletirmos um pouco sobre a história deste atleta de futebol. Pois isto talvez nos ajude a entender como ele chegou ao status de ídolo corinthiano e nacional.

Ronaldo teve ascensão rápida no cenário futebolístico, conquistando em pouco tempo uma legião de aproximadamente 192 milhões de amantes do futebol brasileiro. O fenômeno começou sua carreira no São Cristovão – RJ, transferiu-se para o Cruzeiro – MG, posteriormente ganhou o mundo, indo atuar nos gramados europeus e no selecionado brasileiro, estando presente nas Copas de 1994, 1998, 2002 e 2006. Durante essa trajetória Ronaldo ganhou duas vezes o prêmio de melhor jogador do mundo.

Ronaldo passou por diversos problemas durante sua carreira futebolística, como por exemplo, as constantes lesões, o problema de saúde durante a Copa da França em 1998 e o problema com o excesso de peso, que de maneira direta ajudaram o fenômeno a enraizar-se como herói popular, atrelando a sua imagem ao slogan “eu sou brasileiro e não desisto nunca”. Temos clareza que muitas vezes tal adágio foi utilizado de forma satirizada, mas ele acabava auxiliando para o fortalecimento da imagem do atleta junto aos novos e antigos fãs, que normalmente acabavam se identificando com a sua trajetória.

Somado a esses fatos, ainda temos os problemas de ordem pessoal, como seus constantes rompimentos matrimoniais, sua presença constante em baladas e seu problema mais recente com os travestis no Rio de Janeiro, tudo sendo considerado algo secundário, frente a grandeza da imagem deste ídolo globalizado. O seu excesso de peso, não impediu que Ronaldo pudesse desempenhar bom futebol, e se tornasse um grande ídolo da torcida corintiana. O espírito de luta, sua vontade de vencer, utilizando cada uma suas derrotas como suporte para as próximas vitórias, fizeram uma espécie de proteção a sua imagem, assim seus problemas pessoais pouco importaram para as pessoas, e o mesmo continuou sendo exemplo.

Mas por que o “fenômeno”, o exemplo do povo, o cara que representava uma nação decidiu encerrar sua carreira futebolística? Excesso de peso, rotina de treinamentos, idade, falta devida privada, necessidade de baladas, muita cobrança, preocupação com a sua imagem, etc. etc.

Deixemos isso para os veículos de comunicação, pois para nós amantes do futebol, o que importa não é a sua história presente, mas o seu legado, o que ele construiu e que adentrou para o imaginário coletivo, que o elegeu um herói popular, símbolo de resistência, de dedicação e de inteligência, pois mesmo quando a fase não estava boa, ele conseguia manter sua imagem quase que intocável. Seja estratégico ou não, a sua despedida foi marcada pela emoção das suas palavras e pela sua imagem atrelada aos seus filhos (algo que semanas depois já fora copiado por outro grande jogador que também deixava os gramados, o que minimamente fornece referências para percebermos a força simbólica dos atos de Ronaldo, mesmo no seu ritual de despedida. Diante de tudo isto, o que fica claro para nós é que independente do motivo que levou Ronaldo a deixar os gramados, a sua escolha foi acertada, pois no imaginário coletivo o que permanece é a imagem de um atleta que representou dignamente o seu país, fazendo com que as pessoas simples tivessem orgulho em “ brasileiros”.



Bruno José Gabriel e Miguel A. de Freitas Jr

Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Jogo Sujo" expõe relação de Joseph Blatter com filho de Gaddafi

O nome de Andrew Jennings é dos primeiros na lista negra da Fifa. O jornalista britânico, repórter investigativo há mais de 30 anos, é até barrado nas coletivas de imprensa promovidas pela entidade. Parte da razão de tudo isso são as manobras duvidosas feitas por cartolas do futebol mundial narradas em "Jogo Sujo: O Mundo Secreto da Fifa", que a Panda Books lança no Brasil.

No livro, Jennings fala sobre a relação entre o atual presidente da Federação Joseph Blatter com o antecessor João Avelange e o mandatário da CBF Ricardo Teixeira, aborda as ligações suspeitas do suíço com os patrocinadores da entidade e de grandes clubes e seleções e revela esquemas de compras de votos e ingressos de Copas do Mundo, entre outras coisas.

No trecho abaixo, extraído do capítulo 26, intitulado "Sepp Blatter parte o coração de Mandela", o jornalista relata o imbróglio da escolha da África do Sul como sede da Copa de 2010. Em parte do texto, ele cita a relação do presidente da Fifa com Al-Saadi Gaddafi, filho do ditador líbio Muammar al-Gaddafi.

Al-Saadi, que na época também era jogador de futebol, defendia a candidatura da Líbia como sede da Copa de 2006 e, posteriormente, de 2010. Veja mais detalhes no trecho abaixo.

*

Perugia, agosto de 2003. "Blatter sabe que fomos apenas eu e Bin Hammam que o ajudamos a assegurar a cadeira de presidente da Fifa", contou vantagem o meio-campista árabe, magro e com uma barba rala. Depois de uma sessão de treinamento do Perugia, seu time da série A do campeonato italiano e que leva o mesmo nome de uma cidade medieval a 170 quilômetro de Roma - percurso que ele fazia voando em seu Ferrari -, Al-Saadi Gaddafi declarou à imprensa: "Blatter me procurou e pediu ajuda contra Hayatou. Bin Hamman e eu devemos ganhar o crédito por sua vitória nas eleições presidenciais".

O bilionário de trinta anos, que aceitara jogar sem receber salários, uma vez que seu clube corria o risco de rebaixamento, estava promovendo a candidatura de seu país como sede da Copa do Mundo de 2010, a primeira a ser prometida exclusivamente a uma nação africana. Depois que a Alemanha fora escolhida para sediar o torneio de 2006, Blatter e seu Comitê Executivo tinham decidido que no futuro haveria um revezamento de continentes; para 2010, somente países africanos poderiam se candidatar.

Mas qual escolher? Líbia, Tunísia, Marrocos, Egito e África do Sul queriam sediar a Copa. E Blatter queria que todos pensassem que tinham chance.

Os críticos achavam risíveis as pretensões da Líbia, país que não possuía um único estádio de nível internacional. Gaddafi insistiu: "Não se trata de infraestrutura. Trata-se de relações, e as nossas relações com o pessoal da FIFA são muito fortes. Afinal de contas, eles nos devem muito. Tenho certeza de que a Líbia vai vencer".

Seu pai, o coronel Muammar Gaddafi, ditador da Líbia desde que tomou o poder em 1970, tinha prometido gastar 14 bilhões de dólares em novos estádios e tudo que fosse preciso para agradar a seu terceiro filho, que era presidente da federação de futebol do país. E, a despeito da opinião dos analistas sobre as chances da Líbia, Blatter e seus amigos sempre ficavam felizes de conversar com o garoto.

"Acredito piamente que as minhas relações pessoais com figuras proeminentes da Fifa serão um impulso à nossa candidatura", afirmou o jovem Gaddafi. "Temos relações fabulosas com o sr. Blatter, Julio Grondona e Franz Beckenbauer. Isso será fundamental para a nossa campanha". O presidente Blatter chegou a viajar a Trípoli como convidado de honra em agosto de 2003, quando a equipe Juventus, clube do qual Al-Saadi possuía 5% das ações, venceu o Parma por 2x1 na decisão da Supercopa da Itália, partida da pré-temporada do campeonato italiano.

O técnico Francesco Scoglio levou a Seleção Líbia a uma série de impressionantes vitórias. Mas, depois, "Fui demitido porque eu não o deixava jogar [AL-Saadi]", relatou Scoglio ao jornal Corriere dello Sport. "E eu jamais o colocaria em campo, nem por um minuto. Ele é imprestável como jogador. Com ele no time, só perdíamos. Quando ele não jogava, ganhávamos."

*

"Jogo Sujo: O Mundo Secreto da Fifa"
Autor: Andrew Jennings
Editora: Panda Books

Texto sugerido por:José Carlos Mosko


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Magnata norte-americano vira o maior acionista do Arsenal

Das agências internacionais
Em Londres (ING)

O magnata norte-americano Stan Kroenke se tornou o acionista majoritário do Arsenal. As informações da imprensa inglesa foram confirmadas nesta segunda-feira, após anúncio do grupo Kroenke Sports Enterprises (KSE).

O KSE, que entrou progressivamente no capital do Arsenal a partir de 2007, passa a contar com quase 63% das ações do clube de Londres e planeja fazer uma oferta pelo restante em breve.

Em um comunicado, o grupo elogia o técnico Arsène Wenger e confirma Peter Hill-Wood como presidente do clube.

O KSE possui três franquias de esporte nos Estados Unidos: o time de basquete, Denver Nuggets, a franquia de hóquei no gelo, Colorado Avalance, e a equipe de futebol Colorado Rapids.

O outro grande acionista do clube é o empresário russo Alisher Usmanov, que tem 27% do Arsenal.

Texto sugerido por: José Carlos Mosko

domingo, 10 de abril de 2011

Crônica da semana

“Meu personagem da semana”
Natasha Santos
            Nelson Rodrigues. Sempre Nelson Rodrigues. Um desses autores que criam e recriam realidades, mas sem se afastar completamente da verdade. Fico imaginando o que diria Nelson sobre o racha do clube dos 13... Talvez os chamassem de “idiotas da objetividade”; ou, quem sabe, quando questionado, se aproximaria da câmera e diria que o presidente do Corinthians é burro, assim como o videotape... Não sei.
            Enfim, o fato é que Nelson era um dramaturgo obcecado pelos instintos humanos e, por meio da escrita, buscava denunciar um processo de desumanização, sobretudo por parte da elite brasileira da época em que escreveu. Para ele, o homem fugia da sua natureza, caminhando rumo à racionalidade excessiva somada à ausência de sentimentos arrebatadores e, é diante deste contexto, que Nelson Rodrigues entendia a função do teatro: como um meio de trazer ao público sentimentos mais fortes, quiçá, a capacidade de se espantar.
            Mesmo nas crônicas esportivas, em sua maioria sobre o futebol, o esporte era apenas pano fundo para o desenrolar das narrativas quase épicas. O misto “ficção e realidade” se apresenta de forma invariável em todos os textos – seja crônica, conto, roteiro ou reportagem. Chegou a expor, certa vez, a humilhação que sentia ao escrever sobre futebol. Mas explico: nessa fala, Nelson se referia a uma passagem pelo jornal O Globo, em algum momento da década de 1930, quando a função da crônica era tratar dos acontecidos da maneira com que verdadeiramente aconteceram. O desconfortável da situação não era o futebol em si, ao contrário, o problema estava em ser objetivo demais.
            A verdade é que meu personagem pouco sabia do futebol em si. Seu forte era sim explorar toda a estética da subjetividade entre as quatro linhas. Essa estética se mostra como uma preocupação recorrente, muito embora nunca preterisse aspectos da realidade. O autor de “Vestido de Noiva” era quase um gênero de fronteira personificado, brincando com a ficção como meio de compreender a realidade. Ora levando o futebol ao Municipal, ora tomando-o como ponto de partida para mostrar A Vida Como Ela É... E por aí vai. Sempre esperando elogios. Sempre com devaneios sobre Hollywood. Sempre querendo ser tão bom quanto literatos que influenciavam sua escrita.
            Talvez todos nós tenhamos um pouco de Nelson Rodrigues, mas já sem a preocupação com Álvaro Lins, Manuel Bandeira, César Borba, Pompeu ou Drummond. É possível que sejamos, sim, um território influenciado pelos ribeiros, capraros, soares e tantos outros que seria por demais extenso mencionar.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Deputados reclamam das isenções fiscais à Fifa. Agora é tarde

Aproveitando os seus três minutos de visibilidade na TV Câmara, hoje à tarde, o deputado Anthony Garotinho afirmou que o Brasil perderá mais de R$ 1 bilhão em impostos, com as isenções que o governo garantiu à Fifa e a todos os seus parceiros, durante o Mundial de Futebol, em 2014. A renúncia fiscal está garantida através de Lei federal, nº 12.350/2010.
        A manifestação do deputado do Rio de Janeiro foi durante a exposição do ministro Orlando Silva, hoje à tarde, na Comissão de Turismo e Esporte da Câmara dos Deputados, quando apresentou os rumos do setor para os próximos anos.
Reclamações inúteis
        Houve indignações limitadas de alguns parlamentares, como se o a informação de Garotinho fosse uma grande novidade.
O assunto é velho, de 2010, e o próprio ministro encarregou-se de silenciar os indignados lembrando que as isenções foram garantidas pelos próprios parlamentares, com votações na Câmara e no Senado.
Logo, não há o que reclamar.
        Mesmo porque, quando o Brasil se candidatou à sede da Copa 2014, o governo federal já sabia que teria de cumprir uma série de exigências da poderosíssima Fifa, entre elas a de abrir mão de vários impostos, federais, estaduais e municipais. 

CPI do nada
        Ao final de três horas de reunião, 19 deputados se manifestaram e a todos o ministro Orlando respondeu com informações de assuntos polêmicos, como o local do jogo de abertura da Copa do Mundo. “A Fifa decidirá”, resumiu.
        Garotinho até que tentou esquentar o diálogo pacífico entre a autoridade do Executivo e parlamentares, quando perguntou o motivo de nenhum deputado do PCdoB, partido de Orlando Silva, ter assinado o pedido de CPI da CBF.
        Relembrando, o PCdoB teve participação ativa na CPI da CBF Nike, em 2001, quando o presidente da comissão foi o deputado Aldo Rebelo, com desempenho exemplar.
        Agora, nenhum dos 12 deputados comunistas ousou assinar o pedido da CPI para investigar as contas da CBF.
E até o ministro silenciou diante da pergunta, quem sabe, fora do script de um encontro tão amigável.

Vem aí a Lei Geral da Copa

       O Congresso Nacional votará ainda este ano a Lei Geral da Copa. Trata-se da legislação que envolverá todos os assuntos do Mundial de Futebol, elaborada  a partir das 11 garantias que o governo federal ofereceu à Fifa, atendendo exigências dessa entidade internacional.
       A  informação é do ministro do Esporte, Orlando Silva, em depoimento à Comissão de Turismo e Esporte da Câmara dos Deputados, hoje à tarde. A Lei Geral da Copa está sendo elaborada já há dois anos por uma comissão com representantes de vários ministérios.
       Na mesma reunião, Orlando Silva afirmou que a partir deste mês haverá balanços mensais públicos de todos os projetos que atenderão à Copa do Mundo, por determinação da presidente Dilma Rousseff.
Legado
       O encontro do ministro Orlando Silva com parlamentares serviu para mostrar como o Congresso Nacional está distante da realidade do esporte nacional.
       Quatro anos depois da realização dos Pan-Americano do Rio de Janeiro, Executivo e Legislativo debateram sobre “legados de 2007”, “projetos integrados entre os ministérios do Esporte e o da Educação”, e ainda se questiona sobre as exigências da Fifa, justamente  medidas indispensáveis para que a Copa aqui se realize e que colocaram Governo e Congresso de joelhos diante da entidade internacional.
       Os atrasos, como se vê, não são só nas obras dos estádios e infraestrutura, mas no diálogo das principais autoridades do país. Sinceramente, é de doer!

Texto sugerido por Edson Hirata
Fonte: http://blogdocruz.blog.uol.com.br/arch2011-04-01_2011-04-30.html#2011_04-05_19_29_04-139474431-0

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Clubes selam fim do torcedor de bilheteria

Estratégica elevação no preço dos ingressos obriga os torcedores dos clubes da capital a se associarem para ir ao estádio sem prejuízo. Política seleciona os “fiéis” Publicado em 03/04/2011 Gustavo Ribeiro, especial para a Gazeta do Povo As bilheterias dos estádios de Curitiba, onde alguns anos atrás se formavam filas quilométricas, dobrando as esquinas, agora estão vazias. O ritual de comprar o ingresso para um jogo de futebol naquela janelinha minúscula, sempre abaixo da linha da cabeça, está com os dias contados. Reflexo de um fenômeno mundial que aportou de vez por aqui e tem tudo para decretar o fim do torcedor de ocasião. Ingresso decola 114,47% Curitiba é a capital com o preço de ingresso mais inflacionado. A afirmação tem base em dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apontam um aumento de 114,47%, entre os meses de fevereiro de 2006 e 2011. A cidade tem variação superior ao dobro no item “ingresso para jogo” em relação aos outros centros avaliados. O valor é tão significativo que o IPCA geral do período em Curitiba, envolvendo todos os outros setores analisados, foi de apenas 18,87%. A discrepância entre o preço do ingresso e do plano de sócios configura uma prática abusiva por parte dos clubes, de acordo com a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano. “A abusividade está em induzir o consumidor a fazer um contrato por um determinado tempo. Poderia até ser diferenciado [o preço], mas não em valores tão distintos”, afirma ela. Há possibilidade de multa aos clubes, que varia entre R$ 300 e R$ 2 milhões, mas depende de a pessoa que se sentir lesada manifestar a insatisfação aos órgãos de defesa do consumidor. “Numa demanda coletiva, o dano ao clube é gigantesco”, fecha Claudia. A constatação tem explicações em pontas opostas, porém intimamente ligadas. Na mesma progressão em que o preço do ingresso não para de subir e o torcedor de bilheteria é cada vez mais raro, a figura do sócio-torcedor passa a dominar as arquibancadas, a um custo-benefício bem convidativo. A tendência é que, em um futuro próximo, os estádios curitibanos recebam exclusivamente associados ao clube. De pagantes mesmo, só os seguidores do adversário. Nos jogos do trio de ferro, a maioria do público já é formada por sócios. Atlético e Coritiba representam bem a nova realidade. Com planos mais antigos e maduros, a dupla recebe um público quase essencialmente de mensalistas desde 2009. Mais atrasado, o Paraná pela primeira temporada experimenta a minoria de torcedores de bilheteria, mesmo que em menor proporção. Os dois extremos se distanciam na medida em que o preço dos in­­gressos na boca do estádio au­­men­­ta. Quanto mais cara a entrada, mais vantajosa se torna a fidelização. Para assistir a um jogo no setor de arquibancada do Couto Pereira, por exemplo, paga-se R$ 60. Op­tando pelo plano de sócio, são R$ 54, com direito a assistir a todas as partidas no mês. “É uma série de estratégias para obrigar a pessoa que ia uma vez ao jogo, e não se associava, a contribuir com o clube. Se o torcedor prefere ir ao campo, se obriga a ser sócio”, explica o gerente de inteligência de mercado esportivo, Frederico Guaragna. Ele cita o exemplo do Barcelona como o mais “inconveniente”, afinal somente associados entram no Camp Nou. Mesmo que de forma discreta, os clubes comemoram esse momento, fundamentalmente no aspecto financeiro. Com a renda do público definida, de preferência já no início de cada temporada, a agremiação consegue se planejar a médio e longo prazos, sem ficar sujeita a fatores externos, como jogos com menor apelo ou chuva, por exemplo. O primeiro jogo de uma criança no estádio é o que muitas vezes define a perpetuação da espécie. Sem lugar nas arquibancadas, porém, a nova geração de atleticanos, coxa-brancas e paranistas está ameaçada. Se a associação em massa atingir o limite, quem virar torcedor terá de se contentar em assistir às partidas pela televisão ou aguardar a oportunidade criada por um sócio ausente ou inadimplente. “Brevemente teremos de limitar ou suspender [a venda de ingresso] porque não teremos mais lugar”, afirma o superintendente administrativo do Coritiba, José Rodolfo Gonçalves Leite, adiantando que o clube terá de pensar em uma forma de não inibir futuros coxas-brancas. “Por volta dos 30 mil sócios [hoje são cerca de 18 mil adimplentes, com capacidade liberada para cerca de 35 mil pessoas no Couto Pereira] vamos fazer uma análise de como seguir. É importante a rotatividade na torcida e por isso precisamos de um pedaço do estádio para desenvolver ações para atrair novos torcedores.” Por ora o Atlético, com a Arena mais perto da lotação máxima – 20.580 cadeiras ocupadas em uma capacidade liberada de cerca de 25 mil –, só oferece mesmo os lugares que estejam vagos. Mas aposta no extra-campo para angariar novos fãs. “Hoje, fenômenos da internet e meios de comunicação fazem com que a experiência com o clube esteja em todo o momento da vida do torcedor”, comentou em nota o Rubro-Negro. O Paraná, ao contrário, ainda vê no plano de sócios uma forma de fortalecer a torcida, e não limitá-la, como deixa claro o vice-presidente de marketing do clube, Vladimir Carvalho. “Temos um estádio para 20 mil pessoas e estamos buscando aproximar e trazer a torcida em potencial, que hoje está distante. Vamos trabalhar forte nisso para aumentar o banco de associados.” Texto sugerido por: José Carlos Mosko Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=1112402&tit=Clubes-selam-fim-do-torcedor-de-bilheteria

domingo, 3 de abril de 2011

Crônica da Semana

O ‘RACHA’ DO CLUBE DOS 13

por Jackson Fernando Mosko
Pesquisador e colaborador do Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade UFPR



A disputa pelos direitos de transmissão dos jogos do campeonato brasileiro dos anos 2012/13 e 14 movimentou os bastidores do futebol brasileiro nos últimos meses. Mas será mesmo que todo este movimento é somente por causa da disputa pelos direitos televisivos e interesses econômicos? Venho acompanhando pelos jornais, programas de TV, entrevistas e documentos disponibilizados na internet, este imbróglio no Clube dos 13, e afirmo, o que não é novidade para aqueles que acompanham o futebol também no seu âmbito político, que a briga pelos direitos de TV foi o estopim ou se preferirem, o motivo para o ‘racha’ no Clube dos Treze, e não simplesmente o fato para que isto ocorresse.

Fatos como: estádio onde será a abertura da Copa de 2014; eleição do Clube dos 13; entrega da “Taça das Bolinhas”; reconhecimento dado pela CBF a clubes que foram campeões no passado antes do surgimento do campeonato brasileiro; relação entre Globo, CBF, e Clube dos 13, já vinha estremecendo a relação entre os clubes integrantes dos C13 (Clube dos 13).

Apesar de reconhecer que todos estes fatos são relevantes para o racha no C13, vou tentar apresentar o fato do ‘racha’, onde vários clubes comunicaram que estavam saindo do C13 e que iriam negociar seus direitos de TV por conta própria.

Esta disputa foi iniciada ainda no ano passado, quando alguns jornais publicaram que o Ministério Público acusou a Rede Globo e o Clube dos 13 por formar cartel no contrato dos direitos de transmissão do Brasileirão. Esta posição foi expressa em parecer ao Cade (Conselho de Administração e Direito Econômico) onde há processo contra a emissora e a entidade pelo acordo de 2006 a 2008. Isto, devido a Globo ter em contrato com o C13, uma cláusula que lhe permitia ‘cobrir’ a oferta de qualquer outra emissora pelos direitos de transmissão do Brasileirão, ou seja, uma preferência na negociação. Se houvesse condenação, as duas poderiam ser multadas e ter de rever cláusulas nos futuros acordos . Mas, pouco mais de um mês depois, uma nova notícia informava que a Rede Globo abria mão do direito de preferência para transmitir o campeonato brasileiro e o Cade suspenderia o processo contra a emissora , esta notícia foi publicada no site da Folha.com (http://www.folha.uol.com.br/), mas também noticiada pelo jornal O Globo on line (http://oglobo.globo.com/), no mesmo dia, mas com o seguinte título: “Jogos na TV terão leilão: Cade determina fim de exclusividade” . Cito estes dois periódicos, devido à diferença que estes tratam deste assunto . Com estas notícias, acreditava-se que neste ano teríamos realmente uma licitação para a compra dos direitos de TV referentes aos anos de 2012/13 e 14, onde participariam as principais emissoras do país, porém antes da licitação ocorrer, o Corinthians anunciou que estava saindo do C13, e que iria negociar sozinho as suas cotas de TV, logo após este anúncio saíram também do C13: Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Grêmio, Goiás, Cruzeiro, Coritiba, Vitória, Sport, Santos e Bahia, destes 12 clubes, 10 já acertaram com a Rede Globo.

Porém, apesar do acerto com estes clubes, toda esta situação ainda está indefinida, isto porque, na licitação realizada pelo Clube dos 13, a emissora Rede TV, venceu a licitação e de acordo com o C13 deverá transmitir os jogos, porém com o ‘racha’, esta situação ainda dará muito assunto nos próximos meses.

Enfim, toda esta situação envolvendo o ‘racha’ do C13, foi uma somatória de interesses, onde o interesse econômico muitas vezes foi a explicação para o ‘racha’ e não o motivo. Sabemos que no futebol, em especial o Brasileiro a disputa política nos bastidores é muito forte, e os interesses individuais quase sempre preponderaram no futebol nacional, talvez por isso o Clube dos 13 esteja em eminência de acabar, ou já acabou como consideram alguns. Pois o interesse individual foi colocado acima do interesse da entidade como um todo, que em sua proposta inicial era do fortalecimento do Futebol Brasileiro.

Espero que estas breves considerações possam iniciar um debate com os colegas e amantes do futebol, pois é este debate que nos enriquece e proporciona a nossa evolução pessoal e acadêmica.