Depois de 40 anos o Atlético de Madrid retorna às
semi-finais da Liga dos Campeões, da UEFA. E de forma espetacular, ao derrotar
uma das equipas mais forte do futebol mundial, o Barcelona de Neymar e Messi.
Leiam abaixo íntegra da reportagem do jornal Público,
de Portugal:
Atlético de Madrid, gigante entre os gigantes na Liga
dos Campeões
TIAGO
PIMENTEL
– 09/04/2014 - 21:36
Equipa de Diego Simeone superiorizou-se ao Barcelona e fez
história. Colchoneros acertaram três vezes nos ferros, venceram
(1-0) e estão nas meias-finais da Champions pela primeira vez em 40 anos.
Koke e David Villa foram dois dos
obreiros do feito do Atlético de Madrid REUTERS
Houve uma altura em que ser adepto do
Atlético de Madrid era como uma maldição. Como se não bastasse terem de
assistir às conquistas do rival Real Madrid, os colchoneros não lidavam
bem com o próprio sucesso – foram do título de campeão à despromoção em quatro
anos (1996-2000). Mas a temporada 2013-14 está a revelar-se mágica. E a magia
ainda não se esgotou. Para além de liderar de forma completamente inesperada a
Liga espanhola (com um ponto de vantagem sobre o Barcelona e três sobre o Real
Madrid), a equipa de Diego Simeone está a escrever uma história de encantar
também na Liga dos Campeões. O mais recente capítulo é digno de David e Golias:
eliminou o Barcelona e regressou, 40 anos depois, às meias-finais da maior
competição europeia de clubes.
O duelo entre Atlético de Madrid e
Barcelona também foi um duelo entre dois treinadores argentinos. Oito anos de
idade separam Diego “Cholo” Simeone e Gerardo “Tata” Martino. O primeiro, mais
jovem (deixou de jogar em 2006) levou a melhor e provou que as equipas não se
medem pela dimensão dos orçamentos que gastam ou das vedetas que integram. Os colchoneros garantiram
de pleno direito a presença num grupo restrito onde têm a companhia de Bayern
Munique (campeão em título), Chelsea e Real Madrid. E são os únicos deste lote
que nunca venceram a Champions. Na sexta-feira ficarão a saber quem é o
adversário nas meias-finais.
Tendo obtido na primeira mão um empate
(1-1) no terreno do Barcelona, o Atlético de Madrid estava em ligeira vantagem.
Mas nem por isso a equipa adoptou uma postura mais cautelosa na recepção
aos blaugrana, a quem não ganhavam em casa desde Fevereiro de 2010.
Mesmo sem poderem contar com Diego Costa, o homem-golo da equipa, os colchoneros entraram
na partida de forma febril e dispostos a deixar rapidamente a eliminatória
sentenciada.
A ousadia foi premiada. Logo aos cinco
minutos, as bancadas do Vicente Calderón soltaram o grito que tinham preso no
peito. A multidão rojiblanca entrou em ebulição com a vantagem
no marcador: primeiro Adrián acertou nos ferros da baliza do Barcelona, mas
David Villa recuperou o ressalto e voltou a colocar a bola na área. Foi a vez
de Adrián cabecear e de Koke, sem oposição, fuzilar a baliza. O Atlético estava
mais confortável – e mais perto do sonho.
Apesar de liderar o marcador, a equipa da
casa não levantou o pé do acelerador. À imagem do seu treinador, um homem
impulsivo e apaixonado, os colchoneros desfrutavam de cada momento sobre
o relvado enquanto faziam as bancadas transbordar de emoção. O 2-0 esteve à
vista aos 11’ – Koke fez um passe extraordinário para Villa, que acertou nos
ferros da baliza. E Pinto voltou a agradecer a todos os santos aos 19’, quando
o ex-Barcelona David Villa voltou a acertar na trave.
Ultrapassado o estonteamento inicial, o
Barcelona esboçou uma aproximação à baliza do adversário. Os blaugrana estiveram
perto do empate aos 13’, quando Dani Alves descobriu Messi na área, mas o
cabeceamento do argentino passou a milímetros do poste. Messi voltou a
desperdiçar uma oportunidade flagrante aos 24’, ao atirar ao lado após receber
a bola de Neymar.
Logo no início do segundo tempo, o
guarda-redes Courtois segurou a vantagem do Atlético, corajoso, ao tirar a bola
dos pés de Neymar. Mas nem com isso os colchoneros se atemorizaram:
Diego (65’) e Gabi (70’) testaram Pinto, que voltou a evidenciar-se no último
minuto do tempo regulamentar ao travar o disparo do ex-Benfica e FC Porto
Cristián Rodríguez.
A vantagem mínima foi, contudo, suficiente
para a equipa de Diego Simeone carimbar um lugar nas meias-finais da Liga dos
Campeões. O céu é agora o limite.
Acesso
em: 10.04.2014
Sugestão e comentário de Luiz Carlos Ribeiro