quinta-feira, 10 de abril de 2014

Depois de 40 anos o Atlético de Madrid retorna às semi-finais da Liga dos Campeões, da UEFA. E de forma espetacular, ao derrotar uma das equipas mais forte do futebol mundial, o Barcelona de Neymar e Messi.
Leiam abaixo íntegra da reportagem do jornal Público, de Portugal:

Atlético de Madrid, gigante entre os gigantes na Liga dos Campeões
TIAGO PIMENTEL09/04/2014 - 21:36

Equipa de Diego Simeone superiorizou-se ao Barcelona e fez história. Colchoneros acertaram três vezes nos ferros, venceram (1-0) e estão nas meias-finais da Champions pela primeira vez em 40 anos.

Koke e David Villa foram dois dos obreiros do feito do Atlético de Madrid REUTERS

Houve uma altura em que ser adepto do Atlético de Madrid era como uma maldição. Como se não bastasse terem de assistir às conquistas do rival Real Madrid, os colchoneros não lidavam bem com o próprio sucesso – foram do título de campeão à despromoção em quatro anos (1996-2000). Mas a temporada 2013-14 está a revelar-se mágica. E a magia ainda não se esgotou. Para além de liderar de forma completamente inesperada a Liga espanhola (com um ponto de vantagem sobre o Barcelona e três sobre o Real Madrid), a equipa de Diego Simeone está a escrever uma história de encantar também na Liga dos Campeões. O mais recente capítulo é digno de David e Golias: eliminou o Barcelona e regressou, 40 anos depois, às meias-finais da maior competição europeia de clubes.
O duelo entre Atlético de Madrid e Barcelona também foi um duelo entre dois treinadores argentinos. Oito anos de idade separam Diego “Cholo” Simeone e Gerardo “Tata” Martino. O primeiro, mais jovem (deixou de jogar em 2006) levou a melhor e provou que as equipas não se medem pela dimensão dos orçamentos que gastam ou das vedetas que integram. Os colchoneros garantiram de pleno direito a presença num grupo restrito onde têm a companhia de Bayern Munique (campeão em título), Chelsea e Real Madrid. E são os únicos deste lote que nunca venceram a Champions. Na sexta-feira ficarão a saber quem é o adversário nas meias-finais.
Tendo obtido na primeira mão um empate (1-1) no terreno do Barcelona, o Atlético de Madrid estava em ligeira vantagem. Mas nem por isso a equipa adoptou uma postura mais cautelosa na recepção aos blaugrana, a quem não ganhavam em casa desde Fevereiro de 2010. Mesmo sem poderem contar com Diego Costa, o homem-golo da equipa, os colchoneros entraram na partida de forma febril e dispostos a deixar rapidamente a eliminatória sentenciada.
A ousadia foi premiada. Logo aos cinco minutos, as bancadas do Vicente Calderón soltaram o grito que tinham preso no peito. A multidão rojiblanca entrou em ebulição com a vantagem no marcador: primeiro Adrián acertou nos ferros da baliza do Barcelona, mas David Villa recuperou o ressalto e voltou a colocar a bola na área. Foi a vez de Adrián cabecear e de Koke, sem oposição, fuzilar a baliza. O Atlético estava mais confortável – e mais perto do sonho.
Apesar de liderar o marcador, a equipa da casa não levantou o pé do acelerador. À imagem do seu treinador, um homem impulsivo e apaixonado, os colchoneros desfrutavam de cada momento sobre o relvado enquanto faziam as bancadas transbordar de emoção. O 2-0 esteve à vista aos 11’ – Koke fez um passe extraordinário para Villa, que acertou nos ferros da baliza. E Pinto voltou a agradecer a todos os santos aos 19’, quando o ex-Barcelona David Villa voltou a acertar na trave.
Ultrapassado o estonteamento inicial, o Barcelona esboçou uma aproximação à baliza do adversário. Os blaugrana estiveram perto do empate aos 13’, quando Dani Alves descobriu Messi na área, mas o cabeceamento do argentino passou a milímetros do poste. Messi voltou a desperdiçar uma oportunidade flagrante aos 24’, ao atirar ao lado após receber a bola de Neymar.
Logo no início do segundo tempo, o guarda-redes Courtois segurou a vantagem do Atlético, corajoso, ao tirar a bola dos pés de Neymar. Mas nem com isso os colchoneros se atemorizaram: Diego (65’) e Gabi (70’) testaram Pinto, que voltou a evidenciar-se no último minuto do tempo regulamentar ao travar o disparo do ex-Benfica e FC Porto Cristián Rodríguez.
A vantagem mínima foi, contudo, suficiente para a equipa de Diego Simeone carimbar um lugar nas meias-finais da Liga dos Campeões. O céu é agora o limite.

Acesso em: 10.04.2014

Sugestão e comentário de Luiz Carlos Ribeiro