segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Crônica da semana - Por Jackson Mosko

“Cabeça de homem em corpo de menino”


Jackson Fernando Mosko


Foi assim o presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro sintetizou a decisão de Neymar ao recusar a proposta do Chelsea no valor de 30 milhões de euros, e um salário milionário.

Mas o que levou Neymar a tomar esta decisão? Sabemos que o sonho de todo jogador brasileiro é jogar na Europa, seja por uma independência financeira e ou reconhecimento internacional, mas o certo é que no caso de Neymar ele foi muito bem assessorado, ou melhor, apoiado pela sua família.

O pai de Neymar é quem cuida dos interesses profissionais de Neymar, sua mãe é que toma conta do dinheiro, mas segundo eles a decisão sobre seu futuro coube a Neymar, claro que depois de ouvir vários conselhos. A equipe do jovem jogador, o Santos ofereceu ao jogador, um plano de carreira, que consiste num salário de aproximadamente R$ 600 mil por mês, além de uma participação financeira em ações publicitárias, bônus com possíveis convocações à seleção brasileira e um contrato com uma multa rescisória de 45 milhões de euros, tudo isso num contrato com validade de cinco anos.

A carreira de Neymar como jogador de futebol é muito precoce, quando ele tinha 14 anos foi convidado a ir fazer testes no Real Madrid da Espanha, mas o garoto teve problemas de adaptação, principalmente em relação à alimentação, e após uma semana, seu pai resolveu voltar ao Brasil, na volta Neymar passou a receber um salário estimado em 25 mil reais no Santos, valor superior a que muitos jogadores profissionais recebem no Brasil.

O caso de Neymar é diferente da maioria dos jovens jogadores, pois muitos não têm o acompanhamento familiar que ele teve nesta decisão. Na sua maioria os jovens jogadores saem de casa muito cedo e ficam dependentes de empresários e clubes que comandam suas vidas profissionais e pessoais, e quando surgi uma oportunidade para jogar fora do país, não somente na Europa, dificilmente recusam, pois os valores são sedutores e também abrem a possibilidade do clube ou empresário ter um retorno financeiro com o investimento feito no jovem atleta. Porém, não é levado em consideração se este atleta irá se adaptar, se conseguirá ficar num país com uma língua, cultura e hábitos diferentes, nesta hora, na maioria dos casos o dinheiro fala mais alto.

O que fica deste exemplo de Neymar, é que um jogador bem assessorado fora de campo, provavelmente conseguirá um sucesso profissional e financeiro maior, pois estará preocupado somente com os problemas dentro de campo, podendo exercer com mais tranqüilidade sua profissão. Espero que esta atitude de Neymar possa contagiar outros craques brasileiros a ficarem no Brasil, o que com certeza enriqueceria o futebol nacional, porém, ainda acho que isto está longe de acontecer, pois o poder financeiro e a organização dos clubes internacionais, principalmente os europeus é muito superior ao dos nossos clubes. Mas, esta é uma questão para uma próxima discussão.

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