quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nova campanha da Uefa prega respeito dentro do futebol


Respeito tem sido algo raríssimo na sociedade (civilizada?) atualmente.

Poderíamos desfilar uma série de valores e virtudes ausentes nessa mesma linha: cordialidade, gentileza, solidariedade.

Um dos grandes vetores de transformação social poderia e deveria ser o esporte. E tanto melhor o esporte mais praticado e incensado em todo o mundo, o futebol.

Entretanto, já vem de tempos que presenciamos quase que o reverso da medalha, em que os jogos e competições remontam à sanha ancestral do homem em expiar seus pecados e frustrações.
As arenas do futebol, hoje, se parecem mais com aquelas dos romanos, cujo deleite era vivido por combates sanguinários entre homens e feras.

Para escrever sobre o respeito e lhe dar a sensação mais precisa de como nos faz falta, invocamos alguns (maus) exemplos recentes.

Domenech e Parreira; Dunga e Escobar; Anelka e Domenech; Neymar e Dorival Junior.

O caso Neymar, o mais fresco na memória coletiva, denota que o futebol e as pessoas que o compõem devem se olhar no espelho e se questionar se de fato se está diante do Médico ou do Monstro.

Puritanismos à parte, Neymar, o pós-adolescente de 18 anos, deve ser orientado a se responsabilizar por todos os atos não só dentro como fora do campo, no mesmo grau em que se lhe outorga a liberdade para escolher se vai ao Chelsea, se fica no Santos, se compra um Fusca ou uma Ferrari.

Como acontece com todos nós. Respeito é uma atitude, mais do que um sentimento, e deve ser expressado, manifestado.

Os que acompanham os jogos-espetáculo da Uefa Champions League devem ter notado as mensagens nos intervalos e chamadas de TV sobre a campanha “Respeito”.

Veja o vídeo


Alguns excertos de releases no site oficial da entidade dão conta da importância e envolvimento da Uefa com esta discussão:

O fair-play e o respeito têm um papel fundamental no desporto, qualquer que seja a modalidade desportiva, especialmente nas que envolvem crianças.

"As crianças precisam de valores fortes para crescer. O futebol, como desporto colectivo, permite que elas percebam a importância da disciplina, do respeito, do espírito de equipa e do fair play, tanto no desporto, como na vida em geral. A campanha de fair-play da Fifa vai muito além da promoção do fair play em campo durante uma competição", explicou Joseph Blatter, o presidente da Fifa.

"O respeito é um princípio fundamental do futebol", afirmou o presidente da Uefa, Michel Platini. "Respeito pelo jogo, jogadores, árbitros, adversários e adeptos. A Uefa não vai tolerar o racismo ou qualquer outra forma de discriminação, em campo, nas bancadas ou nas cidades."

A campanha Respeito da Uefa é promovida em importantes jogos e eventos organizados pela Uefa, tendo sido lançada antes do Uefa EURO 2008 que decorreu na Áustria e na Suíça. Esta iniciativa está ligada a programas que visam combater a violência, o racismo, a xenofobia e a homofobia, isto para além de incentivar o apoio dos adeptos, o diálogo intercultural, a proteção do meio ambiente e a ajuda humanitária.

A mensagem visa fomentar o respeito para com os adversários, os adeptos das outras equipas e os árbitros em particular, isto para além do próprio jogo. "O futebol é um terreno fértil para fomentar a fraternidade e a diversidade", continuou Platini. "Somos todos iguais com a bola nos pés e a Uefa vai continuar a promover a participação cívica, a defender grandes causas humanitárias e a combater os problemas sociais. Vamos unir-nos e mostrar respeito".

Ronaldinho Gaúcho foi ovacionado e homenageado em Barcelona, pelo seu ex-clube, na final da Copa Joan Gamper. Puyol lhe deu o troféu de campeão de presente, como justa retribuição ao que o ídolo proporcionara em cinco anos na Catalunha.

No Brasil, o que temos feito? Quais são as iniciativas planejadas de federações, clubes, sindicatos, mídia e da CBF?

Considerar pouco grave o episódio que envolveu Neymar no Santos significa perpetuar a dicotomia entre a sociedade brasileira e o futebol aqui praticado, permitindo com que um se aproveite do outro, de costas viradas, impunemente.

Fonte:http://www.universidadedofutebol.com.br/Jornal/Colunas/3,11261,RESPEITO+.aspx
Texto sugerido por Edson Hirata

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Crônica da Semana

Invasão de Campo

por José Carlos Mosko
Doutorando em História - UFPR



No início dos anos de 1920, logo após lutarem na primeira guerra mundial, dois irmãos, Adolf Dassler e Rudolf Dassler, filhos de um tecelão pobre, iniciaram uma fábrica de sapatos de fundo de quintal na pequena Herzogenaurach, uma cidadezinha medieval na Alemanha, situada ao norte de Nuremberg.

Adolf, carinhosamente chamado de Adi, era um exímio sapateiro, viciado em esportes, criativo e obcecado pelo trabalho, se especializou em criar e desenvolver sapatos para prática esportiva numa época em que o esporte era muito pouco popular e totalmente amador. Rudolf tinha um temperamento mais expansivo e, com experiência em vendas, se dedicava a área comercial da empresa.

Na década de 30 a Grebuder Dassler já contava com mais de 70 funcionários e obtinha cada vez mais pedidos de vendas através de seus catálogos, principalmente após o sucesso da empresa nas olimpíadas de Berlim em 36, onde vários atletas ganharam medalhas olímpicas usando os calçados Dassler. Entre esses vencedores estava Jesse Owens, o americano negro que, ganhando quatro medalhas de ouro no atletismo, contrariou as afirmações de Adolf Hitler sobre a supremacia ariana.

O crescimento da empresa e a expansão dos negócios seguiam no ritmo proporcional às crises de relacionamento entre os Dassler. A diferença de temperamento entre os irmãos alimentava desentendimentos frequentes. Essa relação de intensos conflitos e acusações mútuas, agravados ainda mais durante o período da segunda guerra mundial, gerou a separação dos negócios entre os dois irmãos. Iniciava-se naquele momento uma verdadeira “guerra” no campo familiar e dos negócios.

Em 1948 Adi fundou a Adidas e Rudolf fundou a Puma. Adi criou as três listras brancas em couro que permitiam a identificação da marca mesmo para o público que a via de longe. Não perdendo terreno, Rudolf lançava seus calçados com um animal selvagem saltando sobre a letra D, tudo devidamente costurado em couro branco. Era o começo do que futuramente passou a se chamar de marketing esportivo.

Carentes de alguma forma de distração e entretenimento, as pessoas despertavam cada vez mais o interesse pela prática da atividade esportiva. Com a expansão da demanda de mercado e, principalmente com a participação dos filhos de Adi e Rudolf nos negócios das empresas, o que se desencadeou foi uma corrida no desenvolvimento tecnológico de novos materiais com uma concorrência cheia de estratégias e subterfúgios desleais, não limitados ao mundo dos negócios. Permeando os bastidores sociais, econômicos e políticos do mundo todo, com a finalidade de obter mercados e lucros cada vez maiores, as empresas acabaram se transformando em multinacionais bilionárias.

Essa fantástica história é narrada no livro “Invasão de campo” (2007), da autora Barbara Smith. A apaixonante narrativa demonstra como a Adidas e a Puma, que surgiram de uma fábrica de fundo de quintal após uma violenta briga de família se tornaram marcas internacionalmente famosas e multibilionárias e como elas influenciaram o comportamento e a história do mundo dos esportes.

A partir desse cenário, o livro revela assuntos fascinantes de transações com inúmeros jogadores famosos, entre eles Pelé, Franz Beckenbauer, Maradona e David Beckham, além de atletas consagrados em outros esportes como Muhammad Ali no boxe, Boris Becker e John McEnroe no tênis, entre muitos outros. Também são reveladas negociações com times de futebol como Manchester United, Real Madri, Barcelona, Liverpool, Seleção Brasileira, Argentina, Francesa, Italiana, Alemã e de outros países.

Na narrativa ainda é possível perceber os processos de consolidação, regulamentação e profissionalização do marketing esportivo, revelando a intensa concorrência com empresas como a Le Coq Sportif e a Umbro, bem como o surgimento fulminante da Nike e Reebok. Também é possível acompanhar o surgimento e desenvolvimento da exploração comercial de eventos como a copa do mundo e olimpíadas, paralelamente aos bastidodores de eleições de federações, confederações e comitês internacionacionais envolvendo nomes como Sepp Blatter, João Havelange e Juan Antonio Samaranch.

Enfim, além do aspecto curioso e informativo, o livro se torna imprescindível para o melhor entendimento do mundo esportivo em suas relações comerciais, evidenciando não só quanto os negócios caminham lado a lado com atletas, eventos e competições, mas, sobretudo como tudo isso foi sendo criado e desenvolvido, ficando evidente o quanto esse mercado se disseminou e o quanto está presente em nosso cotidiano, seja no acompanhamento de práticas esportivas profissionais, amadoras ou num simples passeio no parque.

Crônica da Semana

Não faz sentido!

por Aline Jorge Corrêa
Graduanda do curso de Educação Física- UFPR

Me apropriei do nome do vídeo lançado por Felipe Neto porque ele, digamos assim, se lançou na internet. Foi colocando as suas gravações no “Broadcast Yourself” e começou a acumular um pequeno grupo de ouvintes, até se tornar um videoblogger mais assistido.
Os clubes de futebol também pretenderam aderir às mídias sociais para aumentar suas receitas. Ou melhor, para fidelizar o relacionamento com os torcedores.
O uso da twitcam para transmissões de jogos ao vivo ou treinos secretos (como o caso do Atlético-Pr, que teve de explicar tal atitude) é justificado pelos seguintes motivos: distanciar de outros meios de comunicação e ter uma relação mais fiel com o público consumidor; possibilitar uma interação mais rápida e eficiente com os torcedores fiéis; atingir o público jovem; ou ainda o apresentado pela Diretoria de Marketing e a Assessoria de Imprensa do Atlético-Pr na tentativa de respaldar as suas ações – uma forma diferenciada de informação e interação com o clube.
Em estudo publicado pelo grupo “Futebol e Sociedade”, observamos que essa capacidade de se relacionar diretamente com o torcedor é fundamental para aumentar as receitas e a participação nesse mercado futebolístico. Pensando nisso, o clube, ao se utilizar dessa ferramenta, procura colocar diversos atrativos para manter os seus torcedores “twittando” as suas tags. Mesmo que tenha que prestar satisfações perante as outras mídias – o que, dependendo do caso, não é de todo ruim, visto que a diretoria acima referida observou que existia um número significativo de repórteres que acompanhava o cotidiano do Clube via esse mecanismo. O Atlético-Pr tornou-se, assim, o implementador de uma nova experiência que pode servir de exemplo para outros clubes que desejam aderir a novas mídias.
A mídia social pode contribuir com o marketing esportivo pois pode alertar os seus consumidores sobre produtos novos na website do time. Também quando ela demonstra seu relacionamento com o patrocinador – associação de marcas –. Além de quando anuncia eventos e propõe promoções clubísticas. E mais uma infinidade de estratégias que podem ser tomadas para potencializar online a paixão do torcedor.
Importa ressaltar que para manter certa integridade da imagem do clube, este deve adquirir determinadas posturas. Dentre elas, duas possibilidades: abafar qualquer polêmica para não arranhar a marca; e, uma solução mais radical – por sinal, já tomada por dirigente de um clube europeu – proibir ou evitar que o atleta se utilize dessas mídias sociais (ao menos sem um controle prévio do próprio clube).
Enfim, a mídia social pode ser um mecanismo que deve auxiliar na promoção do clube, porém deve-se ter cuidado ao utilizá-la para não ocasionar um efeito contrário ao proposto. Fica à capacidade do clube gerenciar nesse instrumento a forma como sua imagem é apresentada. Ou, como Felipe Neto, saber se promover. Caso contrário, recorrer a este tipo de mídia não fará sentido!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pelé 70 anos

Já que a moda é falar do septuagenário Edson Arantes do Nascimento. Aí vai um vídeo sobre sua passagem pelo Santos. O fundo musical é interessante também.


clique aqui


Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=cW8a3eTQLM0
Vídeo sugerido por Edson Hirata

CHAMADA DE TRABALHOS - SIMPÓSIO FUTEBOL

O prazo para a submissão de resumos é até o dia 30 de outubro de 2010

Prezada (o)s colegas,
Estão abertas as inscrições para o Simpósio sobre Futebol: Espetáculo e
Corporalidade. Este simpósio propõe uma reflexão sócio-antropológica sobre
um dos fenômenos sociais e culturais com maiores repercussões no Brasil: o
futebol. Nos últimos anos, os estudos antropológicos e sociológicos vem se
caracterizando por abordarem dois campos de ação centrais das ciências e das
tecnologias no universo do futebol: por um lado, os corpos dos atletas nos
centros de treinamento, e por outro, a organização e disposição da
performance do espetáculo futebolístico fora e dentro dos estádios. O
propósito do Simpósio é o de discutir tanto o processo de homogeneização de
certas condutas no campo do futebol, como a heterogeneidade na participação
do gerenciamento dos pertencimentos locais, atores e identificações
sócio-territoriais em tensão e diálogo. Neste sentido, se propõe a
compreensão critica dos modos em que a expansão da prática esportiva, em
especial o futebol durante os últimos anos, tem mostrado ser uma expressão
sofisticada das tensões entre local e global, entre os modelos de
participação pública, de consumo e dos dispositivos de treinamento dos
atletas.

O grupo de estudos de futebol do NAVI/GAUM - Núcleo de Antropologia
Audiovisual e Estudos da Imagem e Grupo de Antropologia Urbana e Marítima da
Universidade Federal de Santa Catarina convida a todos os pesquisadores e
estudantes envolvidos com a temática proposta pelo Simpósio a enviarem seus
trabalhos.

Os interessados em submeter resumos de trabalhos para apresentação no
Simpósio têm até o dia 10 de novembro de 2010 para se inscreverem e devem
enviar os resumos com título, formação e filiação institucional, email e
telefone para matiasgodio@gmail.com. Os
autores que tiverem seus trabalhos selecionados serão notificados (com a
programação das apresentações) por email pela Comissão Organizadora.

Cordialmente:
Dra. Carmen Rial
Dr. Matias Godio
Comissão Organizadora

sábado, 23 de outubro de 2010

Opinião

Vejam como o Prof.Dr. Miguel A. Freitas Jr. analisa o texto de quinta-feira sugerido por Rickeldi Lise. 
E vocês? Concordam com o ponto de vista dele?

Alguns analistas financeiros indicam que os clubes brasileiros podem faturar significativamente no pré e pós 2014, se o futebol for tratado com base em uma visão empreendedora. A razão é simples e lógica, na sociedade atual todos estão acostumados a buscam o conforto (apesar que muitos não querem pagar por isto), observando os estudos que tratam da questão da evasão do torcedor brasileiro dos estádios, verifica-se que entre os principais motivos está a questão da falta de infra-estrutura, problema que será resolvido em grande partes dos Estados brasileiros, com a realização da Copa do Mundo. Espera-se que este pontapé incial sirva de motivação para que os demais clubes que não forem escolhidos como sedes, acompanhem este processo.
Na matéria sugerida os analistas indicam possibilidades de locação das novas arenas, comercialização de espaços, inclusive do nome da praça esportiva, algo que já fora feito pelo Clube Atlético Paranaense (mesmo que o contrato tenha sido apenas por 1 ano) foi uma experiência inovadora no Brasil e que pode servir como referência para ações futuras,mais duradouras e financeiramente mais rentáveis.
Por outro lado, a questão é: Será que adianta estar tudo bonitinho se o nível das equipes não acompanhar a beleza estrutural?
Alguns analistas financeiros indicam que os clubes brasileiros podem faturar significativamente no pré e pós 2014, se o futebol for tratado com base em uma visão empreendedora. A razão é simples e lógica, na sociedade atual todos estão acostumados a buscam o conforto (apesar que muitos não querem pagar por isto), observando os estudos que tratam da questão da evasão do torcedor brasileiro dos estádios, verifica-se que entre os principais motivos está a questão da falta de infra-estrutura, problema que será resolvido em grande partes dos Estados brasileiros, com a realização da Copa do Mundo. Espera-se que este pontapé incial sirva de motivação para que os demais clubes que não forem escolhidos como sedes, acompanhem este processo.

Na matéria sugerida (abaixo) os analistas indicam possibilidades de locação das novas arenas, comercialização de espaços, inclusive do nome da praça esportiva, algo que já fora feito pelo Clube Atlético Paranaense (mesmo que o contrato tenha sido apenas por 1 ano) foi uma experiência inovadora no Brasil e que pode servir como referência para ações futuras,mais duradouras e financeiramente mais rentáveis.
Por outro lado, a questão é: Será que adianta estar tudo bonitinho se o nível das equipes não acompanhar a beleza estrutural?

http://economia.ig.com.br/empresas/comercioservicos/com+copa+2014+clubes+podem+faturar+mais+de+r+500+milhoes/n1237807732115.html

Cade determina fim da preferência da Globo nos direitos de TV do Brasileirão

por Gustavo Franceschini – Em São Paulo – 20/10/2010 - 16h24

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu, nesta quarta-feira, extinguir o direito de preferência da Rede Globo na negociação pelos direitos de TV do Campeonato Brasileiro. O acordo, costurado pelo órgão com a emissora e o Clube dos 13, vale já para a negociação das edições de 2012 a 2014.

O processo que julgava supostas práticas de cartel na negociação dos direitos de transmissão já durava 13 anos. Nesta quarta, em reunião do Plenário do Cade, a proposta final de extinção da cláusula de preferência foi aprovada pela maioria.

Apenas o presidente da sessão, Arthur Badin, não quis homologar o texto proposto pela relatoria, por julgar que as mudanças no atual modelo deveriam ser maiores.
Agora, Globo e Clube dos 13 ficam sob a vigilância do Cade. O acordo celebrado nesta quarta é apenas um termo de cessação de conduta (TCC). Caso o órgão verifique novos indícios de carteis ou o descumprimento do TCC, o julgamento será reaberto.

Até a decisão do Cade, a Globo tinha o direito de cobrir qualquer proposta concorrente, mesmo que ela tenha acontecido em sistema de envelope fechado. Isso significa que ela concorrerá igualmente com suas rivais. Caso vença a disputa, no entanto, ela poderá manter a exclusividade que possui atualmente.

O TCC aprovado orienta que os direitos de TV sejam separados por mídias (TV aberta, TV por assinatura, pay-per-view, internet e celular). Ele não exclui, no entanto, a possibilidade de que uma mesma empresa conquiste todos os contratos.

Também não há exigência alguma quanto ao sub-licenciamento dos direitos. Desta forma, depende da vontade da emissora revender, ou não, a propriedade para as suas concorrentes, tanto na TV aberta quanto na fechada. Para Badin, o Cade deveria aproveitar a possibilidade para tentar minar um possível monopólio.

“A mudança que está sendo implementada pelo TCC é do interesse do próprio Clube dos 13 e poderia ser feito por ele mesmo. Desse modo, me sinto bastante incomodado em reconhecer a validade de uma série de práticas que são o objeto principal desse processo, como a exclusividade”, disse o presidente do plenário, que reconheceu, no entanto, não ter uma contra-proposta à altura.

A argumentação do relator César Mattos é que uma mudança mais drástica, como a pulverização das propriedades e a exigência de que mais de uma emissora compre os direitos, poderia atrapalhar o desenvolvimento do mercado.
“Mesmo em contato com a experiência internacional, o Clube dos 13 nos disse que outro modelo tem o potencial de desarranjar o setor. É arriscado seguir por esse caminho. Este arranjo de preferência gera o melhor efeito possível até onde posso ir sem gerar um trauma”, disse o relator.

A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com a Globo, que ainda não se manifestou oficialmente, mas deve fazê-lo nas próximas horas. Já o Clube dos 13 informou, por meio de sua assessoria, que não vai comentar o assunto.

Disponível em: http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2010/10/20/cade-determina-fim-da-preferencia-da-globo-nos-direitos-de-tv-do-brasileirao.jhtm
Texto sugerido por: Luiz Carlos Ribeiro

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Com Copa 2014, clubes podem faturar mais de R$ 500 milhões

Estimativa leva em conta venda de ingressos e oferta de serviços aos torcedores; "naming right" deve impulsionar faturamento

Nelson Rocco, iG São Paulo


A receita dos clubes de futebol brasileiros pode chegar a R$ 520 milhões em 2014. A estimativa é da Crowe Horwath RCS, empresa de auditoria e consultoria, com base nos R$ 250 milhões faturados no ano passado. O cálculo leva em consideração a receita com a venda de ingressos nos dias de jogos, a melhoria do ambiente de negócios no setor proporcionada pela reforma e construção de novos estádios até a Copa de 2014, o que levará a novas ações de serviços para os torcedores.

Amir Somoggi, diretor da área de gestão esportiva da empresa, lembra que os R$ 250 milhões usados como base levam em consideração apenas a venda de ingressos. “Só com bilheteria, esse faturamento deve subir para R$ 430 milhões, mas a tendência é os clubes dependerem não só da venda de ingressos, mas de outros fatores. Os clubes têm que diversificar as fontes de receita”, afirma.

Foto: Getty Images
Allianz Arena, em Munique, que tem contrato de 15 anos por US$ 115 milhões
Esses novos serviços, como locação do estádio para eventos, consumo nos bares, camarotes, lojas e restaurantes podem responder por 30% do faturamento. “Pensar em faturar apenas com a venda de ingressos é muito arcaico em relação ao que é feito no mundo hoje”, defende.
Somoggi afirma, inclusive, que seus cálculos são conservadores. Ele diz ter aplicado nas projeções uma taxa menor de crescimento que os 20% registrados pelos clubes brasileiros de 2003 a 2009, quando o faturamento total saltou de R$ 56 milhões para R$ 250 milhões.

Novos recursos
Um dos fatores que podem gerar novos recursos para os estádios é a introdução dos “naming rights”, traduzido grosso modo como o direito de usar a marca como o nome do estádio. “Essa é uma receita estratégica, extremamente valiosa para quem constrói um estádio novo”, avalia. No Brasil, já houve uma experiência com o Atlético Paranaense, que cedeu o uso de seu nome para a fabricante de celulares Kyocera. O contrato, no entanto, não foi renovado após um período inicial. Outra iniciativa está sendo planejada pelo Corinthians, para a construção da nova arena na Zona Leste de São Paulo.
“O prazo em um contrato de naming rights é longo. O valor pode até ser menor que a receita da venda de patrocínio nas camisas em um ano, por exemplo. Mas é uma receita garantida por um prazo longo, que pode contribuir para a construção de um estádio novo ou para abatimento de dívidas”, afirma Somoggi. “Sem contar que o clube pode securitizar essa receita.”

Foto: Getty Images Estádio do Mets lotado: contrato de US$ 400 milhões com o Citigroup
O executivo conta que os melhores casos de sucesso em acordos de naming rights estão na Alemanha. “Há vários exemplos bem-sucedidos em estádios menores”, diz. Um dos mais marcantes é o Allianz Arena, em Munique, cujo contrato com a companhia de seguros foi de US$ 115 milhões por um período de 15 anos. Outro exemplo é o contrato do Arsenal com a companhia aérea dos Emirados Árabes para o Emirates Stadium. Esse contrato somou US$ 178 milhões pelo prazo de 15 anos para o naming rights e sete pelo patrocínio oficial ao britânico Arsenal.

Segundo Amir Somoggi, é possível que os clubes menores também acertem contratos de patrocínio com valores mais baixos, de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões anuais, enquanto outros podem render entre R$ 15 milhões e R$ 30 milhões. “Vamos ter contratos com arenas maiores e menores, de Manaus a São Paulo”, diz ele.
De acordo com informações da Crowe Horwath, o mercado de naming rights supera US$ 4 bilhões no mundo, sendo 70% desse total no mercado norte americano. Os maiores contratos nos EUA foram fechados entre o time de beisebol New York Mets com o Citigroup, por 20 anos, no valor de US$ 400 milhões; e o fechado entre o banco Barclays e o time de basquete New Jersey Nets, também por 20 anos e no valor de US$ 400 milhões.

Fonte:http://economia.ig.com.br/empresas/comercioservicos/com+copa+2014+clubes+podem+faturar+mais+de+r+500+milhoes/n1237807732115.html

Texto sugerido por Riqueldi Lise

Colocação dos clubes no ranking das empresas brasileiras evidencia o fraco poder financeiro do futebol no cenário nacional

No ano passado, eu fiz um estudo bem simples que projetava o balanço anunciado do clube de futebol com o maior faturamento no país no ranking das maiores empresas brasileiras produzido pela revista Exame. Na época, o São Paulo, com um faturamento de aproximadamente R$ 158 milhões, ficava na 1195ª posição, empatado com uma usina hidrelétrica mato-grossense que possuía seis funcionários. A idéia era mostrar que apesar de ser extremamente badalado, o negócio do futebol em si não é muito grande e está longe de gerar tanta receita quanto a maioria das pessoas tende a imaginar.
Um ano depois, o São Paulo não é o clube que mais fatura no país. Com a volta à Série A, Ronaldo e patrocínios, o Corinthians ultrapassou o seu rival e se tornou o clube que mais faturou em 2009, com R$ 181 milhões. O São Paulo caiu pra terceiro, com R$ 174,8 milhões, um acréscimo de 10% em relação ao ano anterior, e o Inter ficou em segundo, com R$ 176,2 milhões.

Apesar da evolução financeira, o São Paulo caiu de posição na projeção do ranking da Exame. Se em 2008 o clube foi a 1195ª organização que mais faturou no país, em 2009 ele foi ultrapassado por oito empresas e caiu para a 1203ª posição, ficando entre a Camaquã Alimentos, empresa gaúcha de 179 funcionários localizada a 130km ao sul de Porto Alegre e especializada em arroz parboilizado, e a Pioneiros Bioenergia, usina de derivados da cana-de-açúcar localizada no interior paulista.

O Internacional, que ficaria na 1201ª posição, faturou um pouco a menos que Rivelli Alimentos, empresa de Barbacena, Minas Gerais, que é especializada em frango e patrocinadora do América-MG, e um pouco a mais que a Sandvik Mgs, mineradora sueca com base em Guarulhos que, possivelmente por conta do desquecimento da economia mundial, teve uma redução de mais de 50% do faturamento em relação a 2008.

Curiosamente, apesar de o Corinthians ter faturado em 2009 R$ 23 milhões a mais que o São Paulo faturou em 2008, o clube ficou exatamente na mesma posição do ranking da Exame que o campeão de faturamento do ano passado, a 1195ª posição. Isso deixou o clube paulista entre a Alcoazul, mais uma usina de álcool, açúcar e biodiesel, que fica em Araçatuba, e o Hiper Moreira, de Goiânia, que, com uma única loja de 11 mil metros quadrados de área de venda divididos em dois andares, é, aparentemente, o maior hipermercado regional do Centro-Oeste do Brasil.
O fato de o clube que mais faturou do Brasil ter mantido a mesma exata posição projetada no ranking da revista em dois anos seguidos mostra que, se não houve grandes avanços comerciais no futebol brasileiro, pelo menos os clubes estão acompanhando o crescimento do mercado nacional. Ao mesmo tempo que isso é bastante positivo, o fato também consolida a ideia de que o mercado do futebol no país (e fora dele) é pequeno e gera muito mais exposição do que dinheiro.

Ademais, mostra que a preocupação da indústria do futebol brasileiro como um todo não deve ser pautada pelas possibilidades de ganhos financeiros, mas sim no controle crescente e desenfreado dos seus gastos, principalmente com salários e valores de transferência. Existe um nítido teto de receita que pode ser atingido pelos clubes de futebol do Brasil. O buraco dos custos e das dívidas, porém, parece ser cada vez mais profundo.

fonte:http://www.universidadedofutebol.com.br/Jornal/Colunas/3,11214,NA+MESMA.aspx
Texto de Oliver Seitz

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Painel de ética da Fifa ouvirá acusados em venda de votos

Dirigentes teriam sido flagrados em suborno para eleições das sedes das Copas de 2018 e 2022
Equipe Universidade do Futebol
A Fifa decidiu abrir uma investigação de seus membros que foram acusados de terem recebido suborno em troca de votos nas eleições das sedes da Copa de 2018 e 2022. O mote foi uma reportagem do jornal inglês The Sunday Times.
Amos Adamu é um dos alvos e será ouvido pelo painel de ética da entidade máxima do futebol na próxima quarta-feira. Além dele, o presidente da confederação de futebol da Oceania, Reynald Temarii, também foi indiciado e passará pelo mesmo processo.
Ambos teriam sido flagrados em um vídeo pedindo dinheiro aos dois repórteres do diário – os jornalistas se passaram por representantes americanos que tinham interesse em a que o Mundial de 2022 fosse realizado nos Estados Unidos.
Para a edição imediatamente posterior à do Brasil, são quatro os países concorrentes pela organização do evento: Inglaterra, Rússia, Portugal/Espanha e Bélgica/Holanda. Já para 2022, concorrem Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Catar e Austrália.

Fonte:http://www.universidadedofutebol.com.br/2010/10/2,14362,PAINEL+DE+ETICA+DA+FIFA+OUVIRA+ACUSADOS+EM+VENDA+DE+VOTOS.aspx
Texto sugerido por Edson Hirata

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

NEYMAR: A PÉROLA NEGRA DO FUTEBOL BRASILEIRO

por: Ana Paula Cabral Bonin
Integrante do Centro de Pesquisas em Esporte, Lazer e Sociedade- Cepels

“Estão transformando esse menino em um monstro” essa foi a frase do técnico do Atlético Goianiense René Simões, ao presenciar as cenas inesperadas de comportamento elevado de um menino de 18 anos contrariado por não bater um pênalti.

Classe humilde, evangélico e bem humorado: essas eram as características do menino prodígio que estreou no Santos Futebol Clube em 2009 e que desde o início demonstrou uma habilidade com a bola típica de poucos jovens talentos do futebol nacional. Mas a fama o fez esquecer sua origem e seu passado; belas mulheres, carro luxuoso e conta bancária recheada o transformaram na “Pérola Negra” do futebol brasileiro atual. Brigas com os companheiros de equipe, insinuações de poder à colegas de profissão e envolvimento com garotas de programa também compõem o currículo do novo astro do futebol que por imaturidade, falta de controle ou excesso de soberba, desviou a atenção midiática para seu comportamento deplorável ao invés de deixar-se vigiar devido a sua recusa para jogar no Chelsea após uma oferta de R$ 9 milhões.

O que minimamente exige-se de um jogador é a apresentação de um futebol capaz de encantar seus torcedores, porém, a jóia santista conquistou admiração repentina de muitos que procuram nos dias atuais um futebol arte tipicamente brasileiro – visto que a maioria dos jogadores aderiu ao futebol-força tipicamente europeu. O garoto conseguiu em pouco tempo algo que muitos jogadores conseguem ao longo de anos de carreira: carinho nacional e fama internacional.

Os “meninos da Vila”- mais especificamente, Neymar, Ganso e Robinho- obtiveram rendimento digno de aplausos e admiração; mas o retorno de Robinho ao Manchester City – clube que o havia emprestado ao Santos- provocou em Neymar o sentimento de superioridade absoluta típica de jogadores que esquecem que o futebol é um jogo coletivo.

Romário, Edmundo, Ronaldo Fenômeno, Adriano e Bruno são alguns casos típicos de jogadores que tiveram suas carreiras marcadas por percalços extra-campo que influenciaram significativamente em sua permanência no futebol. A mesma mídia que constrói um ídolo é capaz de exercer efeito adverso e destruí-lo. Neymar sabe bem o que é isso: uma hora fã de Robinho, outra hora companheiro de equipe do ídolo; uma hora admirado por todos, outra hora criticado pelos mesmos; uma hora príncipe do futebol, outra hora carrasco nacional; enfim....jogadores experientes e preparados psicologicamente enfrentam a mídia e suas alfinetadas de forma firme ou sarcástica; os menos experientes se fazem de vítimas e acham que o mundo corre ao seu alcance, que dinheiro compra tudo e que meia dúzia de dribles são capazes de sustentar uma vida emotivamente insustentável....doce ilusão perolada.

domingo, 17 de outubro de 2010

Estatuto do Torcedor não serve para treino. Que pena!

A diretoria do Corinthians, a Polícia Militar e o próprio governo perderam, na manhã deste sábado, uma grande chance de mostrar que o Estatuto do Torcedor é lei e que, como tal, deve ser cumprida. Nos mais diversos sites e programas esportivos na TV, os relatos do comportamento de torcedores que foram "protestar" no treino corintiano dão conta de que a lei sobre o comportamento do torcedor foi absurdamente desrespeitada!

De acordo com o relato de Alexandre Sinato no UOL , os corintianos abusaram do limite de comportarem-se como torcedores e agiram, muito mais, em tom de ameaça. Prova disso é a frase "Oh, ou joga por amor, ou joga por terror", relatada na reportagem.
O problema é que o Estatuto do Torcedor segue a máxima de Neném Prancha. Pelo visto, como profetizou o folclórico massagista, "treino é treino e jogo é jogo"... A legislação, de fato, fala apenas sobre manifestações de torcedores em ambiente de jogo. Do contrário, já seria possível enquadrar cerca de 300 maus torcedores que afastam os verdadeiros consumidores de um time.
Uma pena.

Texto sugerido por Celso Luiz Moletta Jr.

Futebol, política e violência

Hooligans sérvios teriam sido pagos para interromper o jogo Itália-Sérvia

De acordo com informações da imprensa servia, dois chefes de gangues criminosas servias teriam pago mais de 200 mil euros a torcedores para provocar a interrupção do jogo de qualificação do Euro-2012, entre Itália e Servia, na última terça-feira, na sequência de atos violentos ocorridos nas arquibancadas.
 «Mais de 200 mil euros teriam sido pagos a cerca de sessenta holigans pela organização, viagem à Itália, equipamentos e provocação de desordens que resultaram na interrupção do jogo (12 de outubro, à noite) em Genes», afirma o jornal Politika, citando uma fonte próxima às investigações. Segunda essa mesma fonte, a suspeita cai sobre dois chefes fugitivos da máfia local. Um traficante de cocaína, acusado também de lavagem de dinheiro, e outro cuja atividade criminosa está relacionada a vários assassinatos, roubo e comportamento agressivo.
É provável que os dois «tenham financiado as desordens por que eles são interessados a que um caos seja criado no interior do Estado servio », teria explicado a fonte. A polícia investiga também possíveis ligações entre a ação dos torcedores e personalidades insatisfeitas com a administração da Federação Servia de Futebol. O jornal Politika estima essa hipotese como menos provável.
O jogo, inicialmente atrasado em meia hora em razão do comportamento violento dos torcedores servios, foi interrompido pelo árbitro após seis minutos de jogo, quando alguns torcedores lançaram bombas de fumaça no campo e sobre os torcedores italianos. O jogo estava zero a zero. O enfrentamento entre torcedores servios e a policiais resultou em 16 feridos, sendo dois em estado grave, e pelo menos 17 torcedores servios foram presos. A polícia servia prendeu ainda outros 35 torcedores, quando estes retornaram da Italia.
O ministro servio do interior, Ivica Dacic, prometeu uma investigação exaustiva sobre o acontecido.
Texto sugerido por Luiz Carlos Ribeiro.

sábado, 16 de outubro de 2010

Livro Negro do Futebol Brasileiro

Esta semana eu estava lendo algumas crônicas sobre o futebol brasileiro, quando uma frase me chamou a atenção: "Vou escrever o Livro Negro do Futebol Brasileiro", poderia parecer algo comum se esta frase tivesse sido proferida pelo Mario Rodrigues, mas ao invés disso a menção era para Ary Barroso. Fui conferir e era verdade mesmo, o saudoso compositor e torcedor rubro negro escreve as seguintes palavras.


Entrei para as fileiras rubro-negras em 1926, levado pelas mãos de José de Almeida Netto, o famoso zagueiro "Telefone". Integrei-me, desde então, à vida social, política e desportiva do clube. Depois de 33 anos de dedicação incondicional ao Flamengo, orgulho-me de seu passado, dos homens que construíram seus alicerces de grandeza, dos atletas que elevaram seu cartel de triunfos e de tantos e tantos abnegados que, ornados da virtude imarcescível da modéstia, sustentavam o prestígio do clube e o projetaram, como um gigante, no coração e no amor das multidões.

Conheço esses homens e esses atletas desde a sede da Praia do Flamengo, desde o campo do Paissandu, passando pela Gávea, cuja pedra fundamental assisti ao ser lançada, pelo "Rio Branco", até os dias de hoje. Sempre senti o clube coeso, unido, como um bloco de granito, seguindo a sua rota inexorável. Havia dissenssões políticas passageiras, mas não se esgrimia o ódio pessoal. Era um conforto freqüentar-se a sede do grêmio nos seus dias de festas ou de reuniões administrativas. Cada um, dentro de suas possibilidades, dava um pouco de si ao clube, sem transformar a sua dedicação em lábaro sectário de propaganda individual. O que se fazia pelo clube, o que se ofertava ao clube, diluía-se na sua vida, incorporava-se ao seu corpo e quem fazia ou dava retomava ao afã de servir, dentro do sistema fratemo de igualdade aos demais, de humildade natural, dentro da ordem natural de bem servir por dever de servir.

Hoje tudo está completamente modificado. O egoísmo cindiu o clube em grupos. A vaidade abriu penhascos entre os homens. A ignorância afastou do clube as suas tradicionais vigas de sustentação. Não há amor, há vingança. Não há fraternidade; há ódios. (isto parece tão atual, que se não fosse o fato dele ter falecido em 1964, diria que ele estava falando do momento atual, será que a história se repete ou Ary Barroso era um profeta?)

Início do Livro Negro do Futebol Brasileiro
Texto de Miguel A. Freitas Jr.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Invasão de campo

Invasão de Campo


No início dos anos de 1920, logo após lutarem na primeira guerra mundial, dois irmãos, Adolf Dassler e Rudolf Dassler, filhos de um tecelão pobre, iniciaram uma fábrica de sapatos de fundo de quintal na pequena Herzogenaurach, uma cidadezinha medieval na Alemanha, situada ao norte de Nuremberg.

Adolf, carinhosamente chamado de Adi, era um exímio sapateiro, viciado em esportes, criativo e obcecado pelo trabalho, se especializou em criar e desenvolver sapatos para prática esportiva numa época em que o esporte era muito pouco popular e totalmente amador. Rudolf tinha um temperamento mais expansivo e, com experiência em vendas, se dedicava a área comercial da empresa.

Na década de 30 a Grebuder Dassler já contava com mais de 70 funcionários e obtinha cada vez mais pedidos de vendas através de seus catálogos, principalmente após o sucesso da empresa nas olimpíadas de Berlim em 36, onde vários atletas ganharam medalhas olímpicas usando os calçados Dassler. Entre esses vencedores estava Jesse Owens, o americano negro que, ganhando quatro medalhas de ouro no atletismo, contrariou as afirmações de Adolf Hitler sobre a supremacia ariana.

O crescimento da empresa e a expansão dos negócios seguiam no ritmo proporcional às crises de relacionamento entre os Dassler. A diferença de temperamento entre os irmãos alimentava desentendimentos frequentes. Essa relação de intensos conflitos e acusações mútuas, agravados ainda mais durante o período da segunda guerra mundial, gerou a separação dos negócios entre os dois irmãos. Iniciava-se naquele momento uma verdadeira “guerra” no campo familiar e dos negócios.

Em 1948 Adi fundou a Adidas e Rudolf fundou a Puma. Adi criou as três listras brancas em couro que permitiam a identificação da marca mesmo para o público que a via de longe. Não perdendo terreno, Rudolf lançava seus calçados com um animal selvagem saltando sobre a letra D, tudo devidamente costurado em couro branco. Era o começo do que futuramente passou a se chamar de marketing esportivo.

Carentes de alguma forma de distração e entretenimento, as pessoas despertavam cada vez mais o interesse pela prática da atividade esportiva. Com a expansão da demanda de mercado e, principalmente com a participação dos filhos de Adi e Rudolf nos negócios das empresas, o que se desencadeou foi uma corrida no desenvolvimento tecnológico de novos materiais com uma concorrência cheia de estratégias e subterfúgios desleais, não limitados ao mundo dos negócios. Permeando os bastidores sociais, econômicos e políticos do mundo todo, com a finalidade de obter mercados e lucros cada vez maiores, as empresas acabaram se transformando em multinacionais bilionárias.

Essa fantástica história é narrada no livro “Invasão de campo” (2007), da autora Barbara Smith. A apaixonante narrativa demonstra como a Adidas e a Puma, que surgiram de uma fábrica de fundo de quintal após uma violenta briga de família se tornaram marcas internacionalmente famosas e multibilionárias e como elas influenciaram o comportamento e a história do mundo dos esportes.

A partir desse cenário, o livro revela assuntos fascinantes de transações com inúmeros jogadores famosos, entre eles Pelé, Franz Beckenbauer, Maradona e David Beckham, além de atletas consagrados em outros esportes como Muhammad Ali no boxe, Boris Becker e John McEnroe no tênis, entre muitos outros. Também são reveladas negociações com times de futebol como Manchester United, Real Madri, Barcelona, Liverpool, Seleção Brasileira, Argentina, Francesa, Italiana, Alemã e de outros países.

Na narrativa ainda é possível perceber os processos de consolidação, regulamentação e profissionalização do marketing esportivo, revelando a intensa concorrência com empresas como a Le Coq Sportif e a Umbro, bem como o surgimento fulminante da Nike e Reebok. Também é possível acompanhar o surgimento e desenvolvimento da exploração comercial de eventos como a copa do mundo e olimpíadas, paralelamente aos bastidodores de eleições de federações, confederações e comitês internacionacionais envolvendo nomes como Sepp Blatter, João Havelange e Juan Antonio Samaranch.

Enfim, além do aspecto curioso e informativo, o livro se torna imprescindível para o melhor entendimento do mundo esportivo em suas relações comerciais, evidenciando não só quanto os negócios caminham lado a lado com atletas, eventos e competições, mas, sobretudo como tudo isso foi sendo criado e desenvolvido, ficando evidente o quanto esse mercado se disseminou e o quanto está presente em nosso cotidiano, seja no acompanhamento de práticas esportivas profissionais, amadoras ou num simples passeio no parque.

O autor é Carlos Henrique Lopes, administrador de empresas e conselheiro do Clube Atlético Paranaense, além de um apaixonado por literatura e futebol. Esse texto foi sugerido por José Carlos Mosko.

sábado, 9 de outubro de 2010

Direito de imagem dos jogadores

O rendimento mensal de um jogador de futebol é constituído por diversas parcelas, entre as quais, o seu salário, o prémio de jogo e de assinatura do contrato e a percentagem correspondente aos direitos de imagem do jogador. Esta última está relacionada com a utilização da imagem do jogador em campanhas de publicidade e actividades de marketing do clube.

Beckham Brand Ltd
Existem no entanto jogadores com os seus direitos de imagem avaliados em milhões de Euros e que necessitam de uma gestão mais profissional deste rendimento pessoal. É o exemplo de David Beckham, que através da sua empresa Beckham Brand Ltd, controlada pelo próprio e pela companhia 19 Entertainment, explora e gere os seus direitos de imagem.

Para termos uma ideia dos valores movimentados pela Beckham Brand Ltd., (que não incluem todos os contratos de publicidade do jogador, como por exemplo os da Adidas e Motorola entre outros), em 2008 a empresa de Beckham gerou receitas no valor de 11,3 milhões de Euros. Ainda assim na temporada de 08/09 todas as receitas do jogador provenientes de direitos de imagem atingiram os 32,4 milhões de Euros (ver. O rendimento dos jogadores com publicidade).

Percentagens
Outros dos casos mais mediáticos é o de Cristiano Ronaldo. Os direitos de imagem do jogador Português antes de se mudar para Madrid eram totalmente geridos por si e pelo seu empresário Jorge Mendes. A quando da sua contratação pelo Real Madrid, o presidente Florentino Perez assegurou 50% dos direitos de imagem do jogador. Actualmente os direitos de imagem de Cristiano Ronaldo estão avaliados entre os 80 e os 90 milhões de Euros, o que exemplifica bem a importância dos direitos de imagem dos jogadores na actual indústria do futebol.

Impostos
Outro caso relacionado com os direitos de imagem dos jogadores vem do Brasil. Em média o rendimento de um jogador a jogar no Brasil é constituído por; 26% em salário, 7% em prémios de jogos, 7% em prémios contratuais e 60% correspondentes aos direitos de imagem. Esta diferença de percentagens trata-se apenas de uma forma do clube e do jogador economizaram cerca de 15% em impostos, com o clube a assinar um contrato com a empresa que representa o jogador para a exploração dos seus direitos de imagem.

Fonte:http://www.futebolfinance.com/os-direitos-de-imagem-dos-jogadores
Texto sugerido por: Edson Hirata

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fifa muda razão, mas revê veto a futebol da Nigéria

Interferência política faz entidade suspender participação do país africano em torneios internacionais
Equipe Universidade do Futebol
O governo da Nigéria anunciou em junho deste ano um veto à participação de suas equipes e seleções em torneios internacionais. A resposta da Fifa foi imediata e seguiu roteiro tradicional: a entidade ameaçou que, caso a decisão não fosse revogada, o país seria suspenso. Meses depois, por um motivo diferente, a entidade puniu os africanos.

O motivo é que a Fifa continua identificando interferências do governo na condução do futebol nigeriano. Segundo a entidade que controla o futebol mundial, avessa a esse tipo de ingerência, o poder público local tem usado a Justiça para impedir que as autoridades esportivas trabalhem.

Sani Lunu (presidente), Amanze Ugbulam (vice-presidente), Bolaji Ojo-Oba (secretário-geral) e Taiwo Ogunjobi (membro do comitê-técnico) foram acusados de desviar US$ 6 milhões da Federação Nigeriana. Eles teriam participado de esquemas no pagamento de comissões a delegados para a Copa do Mundo e no superfaturamento de ônibus para a seleção nacional.

Por conta disso, os quatro foram cassados. A Fifa argumenta que o governo nacional não pode intervir na federação, e por isso suspendeu a Nigéria e as equipes de seu país de todas as competições internacionais.

A suspensão só será revogada se a intervenção judicial na federação for revista. No domingo, a Nigéria enfrentaria Guiné em duelo válido pelas eliminatórias para a Copa Africana de Nações.

fonte:http://www.universidadedofutebol.com.br/2010/10/2,14300,FIFA+MUDA+RAZAO++MAS+REVE+VETO+A+FUTEBOL+DA+NIGERIA.aspx
Texto sugerido por Edson Hirata

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Quanto vale um ídolo?

Miguel A. de Freitas Jr
Pesquisador do Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade

Para Nelson Rodrigues o ídolo de um clube de futebol, não tem preço, na visão do literato carioca não haveria dinheiro neste mundo que fosse suficiente para comprá-lo. Saudosista e apaixonado pelo esporte bretão este cronista lutava com todas as suas armas para tentar evitar que o futebol não se tornasse uma atividade eminentemente comercial.Sua tentativa foi em vão , pois hoje qualquer “perna-de-pau” que dê uns dribles , meia dúzia de passes certos e marque um gol, mesmo que de canela, vale alguns milhões de reais e se for um pouco melhorzinho, em pouco tempo estará embarcado para Europa com honrarias de craque.
Amor?
Palavra bonita, que expressa um sentimento nobre, mas que já não caminha junto com o jogador de futebol, pois a modernização deste esporte fez com que o amor deste atleta fosse proporcional ao seu tempo de permanência em um clube. Juras de fidelidade na chegada, beijo no escudo, promessas de eternidade – meses depois a cena se repete, só que desta vez em outro clube.
Identidade com o clube?
Com raras exceções é difícil encontrarmos no futebol globalizado, jogadores que fiquem marcados como símbolos identitários do clube que eles representam. Diferente dos torcedores, que tem como premissa a fidelidade incondicional, eles sofrem, lutam, brigam, choram e a única coisa que querem em troca - é que seu time vença.
Mas e o ídolo?
O ídolo é aquele jogador que fez diferença no clube, aquele atleta que lamentamos quando ele sai, pois sabemos que ele por bem, que o time pode não estar bem, mas basta uma jogada para ele modificar o resultado da partida. Quando começamos a nos lembrar, verificamos que ele já fez isto tantas vezes, que sem perceber nos tornamos dependentes dele e tudo faríamos para que ele nunca nos abandonasse. Porém, após um final de semana em que ele fez mais uma partida memorável, pego o jornal matutino e vejo em destaque na primeira página Manuelzinho foi vendido e embarca hoje para a Europa!
Neste futebol que se tornou espetáculo e que hoje sobrevive de forma globalizada, são raros os jogadores que como o Galinho de Quimtino, servem como referência da identidade de um clube. Criado nas categorias de base do clube, ídolo maior da torcida rubro negra nas décadas de 1970 e 1980, passou a maior parte de sua carreira defendendo as cores da equipe carioca. Recentemente retornou ao clube para assumir Direção Executiva de Futebol do Flamengo. Contudo, nesta sexta-feira (01 de outubro de 2010) entregou sua carta de demissão .
O craque que será perseguido dentro de campo , sempre conseguiu se livrar de seus marcadores, fintas, dribles desconcertantes, jogadas clássicas e a busca incessante pelo gol. Mas no mundo extra campo o Galinho não agüentou a pressão. Não porque o Flamengo, vive uma crise dentro de campo e amarga a 15ª posição no campeonato brasileiro. Mas pela pressão exercida pela oposição de Patrícia Amorim (presidenta do clube) e pelo presidente do Conselho Fiscal do Clube (Leonardo Ribeiro, conhecido na Gávea como Capitão Léo).
Zico deixou o Flamengo em 1989, deixando um retrospecto de 468 gols marcados, vários títulos, convocações para a seleção, 20 anos de história na equipe da Gávea. Sua saída foi marcada por muita emoção, pedidos de permanência e juras de amor eterno. Mas como dirigente Zico deixou o clube falando da sua honestidade, da transparência de suas ações e da mágoa que sente por envolverem o seu filho (Bruno Coimbra), em supostas negociações do clube. O ídolo rubro negro disse ter ficado decepcionado com a presidenta do clube, que não lhe deu o apoio necessário e, além disso, saiu em defesa do Presidente do Conselho Fiscal, dizendo: “... ele só está fazendo aquilo que lhe cabe”.
Talvez seja por estas e outras que Pelé será sempre Pelé, o rei do futebol, não somente porque foi um jogador inquestionável, mas também porque soube a hora de parar, dentro e fora de campo. Todos sabem que ele dá alguns “pitacos” no time da Vila Belmiro, mas não fica muito tempo exposto. No caso de Zico, por mais que ele seja inocente a sua imagem como ídolo flamenguista foi maculada e o seu “valor” acabou despencando na bolsa!

Bancada dos esportistas eleitos conta só com atletas do futebol

Dizem que futebol e política não se discute, pois quem gosta de um time ou jogador não aceita uma opinião diversa. Mas o que fazer quando os jogadores se candidatam a cargos políticos? Existem jogadores que fizeram sucesso dentro de campo e agora o que será que eles farão como líderes estaduais e/ou federais?
Alguns jogadores de futebol foram eleitos deputados, mas será que foi pelas suas propostas ou pela gratidão dos seus fãs por tudo que eles já fizeram pela sua equipe do coração?

Ex-goleiro do Grêmio, Danrlei foi eleito com mais de 170 mil votos. Mas muitos ex-atletas ficaram de fora e não tiveram sucesso nas urnas

Mário André Monteiro, iG São Paulo
Nas eleições de 2010, diversos ex-atletas se candidataram a cargos de deputado estadual e deputado federal. Alguns foram eleitos, outros não. E os seis únicos que conseguiram sucesso nas urnas são ex-jogadores de futebol: Danrlei, Romário, Roberto Dinamite, Marques, Bebeto e João Leite.

Nas eleições de 2010, diversos ex-atletas se candidataram a cargos de deputado estadual e deputado federal. Alguns foram eleitos, outros não. E os seis únicos que conseguiram sucesso nas urnas são ex-jogadores de futebol: Danrlei, Romário, Roberto Dinamite, Marques, Bebeto e João Leite.

O ex-goleiro do Grêmio foi o que conseguiu o maior número de votos entre os esportistas. Apoiado pela torcida tricolor, Danrlei foi o quarto deputado federal no Rio Grande do Sul com mais de 170 mil votos. Ele superou até mesmo a expressiva votação de Romário no Rio de Janeiro. Eleito para o mesmo cargo que o gremista, o atacante campeão da Copa de 1994 obteve mais de 146 mil votos e ficou na sexta colocação do estado.

Já Bebeto, ex-companheiro de Romário na seleção, teve menos de 30 mil votos, mas foi eleito deputado estadual pelo PDT graças ao apresentador de TV Wagner Montes, que teve mais de 500 mil votos e puxou alguns candidatos por conta do coeficiente eleitoral - soma dos votos da legenda e dos candidatos dividida pelas vagas de cada estado. Este número determina a quantidade de votos que um deputado precisa para se eleger, e o excedente é distribuído entre outros candidatos do partido e chapas coligadas.

Além deles, outros dois ex-atacantes conseguiram vencer nas eleições. Roberto Dinamite, atual presidente do Vasco, conseguiu quase 40 mil votos e teve um lugar garantido na Assembléia Legislativa ao lado de Bebeto. Em Minas Gerais, Marques, que brilhou com a camisa do Atlético-MG, teve mais de 150 mil votos e se elegeu deputado estadual.

Outro jogador com passagem de sucesso pelo clube mineiro também foi eleito. O ex-goleiro João Leite, que está envolvido com a política desde o início da década de 1990, recebeu quase 85 mil votos como deputado estadual. Outro ídolo da torcida atleticana, porém, fracassou na eleição. O ex-atacante Reinaldo, atualmente vereador de Belo Horizonte, perdeu a disputa para o cargo de deputado federal.

Diversos outros nomes do futebol também se candidataram e fracassaram nas urnas, como nos casos dos ex-corintianos Marcelinho Carioca, Vampeta e Dinei. Além deles, Túlio Maravilha, ex-Goiás e Botafogo, Harlei, atual goleiro do Goiás, Robgol, ex-Paysandu, Nunes, ex-Flamengo, Deley, ex-Fluminense, e Ademir da Guia, ex-Palmeiras, não conseguiram se eleger.

Se a lista de atletas do futebol não-eleitos é grande, a de esportistas de outras modalidades que também fracassaram não fica muito atrás. Nenhum dos candidatos sem ligação com o futebol que se candidataram recebeu o número de votos necessário para vencer. Na Bahia, o ex-boxeador Popó teve votação significativa, mas não conseguiu se eleger deputado federal. Maguila, também do pugilismo, que tentou se tornar deputado federal por São Paulo, não teve sucesso.

A ex-nadadora Rebeca Gusmão, banida do esporte após um polêmico caso de doping, não conseguiu se eleger deputada distrital no Distrito Federal ao receber apenas 437 votos. Já o ex-jogador de vôlei Pampa não se elegeu deputado federal em São Paulo. A corredora Maria Zeferina Baldaia, campeã da São Silvestre em 2001, perdeu a disputa estadual em São Paulo.

Veja a lista dos esportistas que foram eleitos:

Deputado Federal
Danrlei (Futebol) - PTB / Rio Grande do Sul - 173.787 votos
Romário (Futebol) - PSB / Rio de Janeiro - 146.859 votos

Deputado Estadual
Marques (Futebol) - PTB / Minas Gerais - 153.225 votos
João Leite (Futebol) - PSDB / Minas Gerais - 84.316 votos
Roberto Dinamite (Futebol) - PMDB / Rio de Janeiro - 39.730 votos
Bebeto (Futebol) - PDT / Rio de Janeiro - 28.328 votos


Veja a lista dos esportistas que fracassaram:

Deputado Federal
Deley (Futebol) - PSC / Rio de Janeiro - 66.532 votos
Marcelinho Carioca (Futebol) - PSB / São Paulo - 62.399 votos
Popó (Boxe) - PRB / Bahia - 60.338 votos
Reinaldo (Futebol) - PV / Minas Gerais - 22.201 votos
Eurico Miranda (Futebol) - PP / Rio de Janeiro - 17.228 votos
Vampeta (Futebol) - PTB / São Paulo - 15.300 votos
Pampa (Vôlei) - PV / São Paulo - 7.342 votos
Maguila (Boxe) - PTN / São Paulo - 2.951 votos
Barbosa (Basquete) - PDT / São Paulo - 2.687 votos
Adílio (Futebol) - PTC / Rio de Janeiro - 0 votos (Ficha Limpa)

Deputado Estadual
Maria Zeferina Baldaia (Atletismo) PSDB / São Paulo - 37.814 votos
Dinei (Futebol) - PDT / São Paulo - 18.276 votos
Ademir da Guia (Futebol) - PPS / São Paulo - 17.196 votos
Georgette Vidor (Ginástica) - PPS / Rio de Janeiro - 15.320 votos
Robgol (Futebol) - PDT / Pará - 11.814 votos
Túlio Maravilha (Futebol) - PMDB / Goiás - 4.526 votos
Valdir Espinosa (Futebol) - PDT / Rio de Janeiro - 2.292 votos
Nunes (Futebol) - PR / Rio de Janeiro - 1.027 votos
Rebeca Gusmão (Natação) - PC do B / Distrito Federal - 437 votos
Harlei (Futebol) - PSDB / Goiás - 167 votos

Texto sugerido por:Miguel A. de Freitas Jr.
Fonte: http://esporte.ig.com.br/mais/2010/10/04/bancada+dos+esportistas+eleitos+conta+apenas+com+atletas+do+futebol+9609119.html

Zico, basquete e o imediatismo do resultado no esporte

Zico caiu em menos de meio ano à frente do comando de futebol do Flamengo. O time brasileiro nos Mundiais de basquete não foram além de qualquer boa expectativa formada. Só o vôlei segue a sina de chegar, e bem, nas fases decisivas. O problema maior, nos dois casos de teórico fracasso, é que o esporte cobra um imediatismo que não condiz com a realidade.
Queremos (imprensa inclusa nessa lista) o resultado para ontem, quando na verdade é preciso que haja um tempo de maturação, assim como tudo na vida, para que as coisas se encaixem e funcionem. O Flamengo não se acertou desde a mudança de diretoria no final do ano. O time, de campeão nacional, agora corre o risco de ser rebaixado num intervalo de um ano. A vitória em 2009 mascarou muita coisa errada que existia na gestão do clube rubro-negro. À época do título nacional, o Flamengo conseguia ter dois presidentes, sendo um afastado e o outro exercendo o cargo! Isso sem falar na questão administrativa conturbada, como a própria contratação de Petkovic, feita para saldar dívida do passado e que, graças ao acaso, deu certo.
O Flamengo de hoje é reflexo do bagunçado Flamengo de outros anos, mas que conseguiu o milagre de uma conquista nacional em 2009. Podem espernear os rubro-negros, mas o fato é que a taça do Brasileirão-09 escondeu muitos erros que já aconteciam na Gávea. Erros que agora, sob nova direção, ficam mais evidentes, mas não há qualquer tolerância para isso (ainda mais para as injustificáveis contratações de Val Baiano, Borja e Leandro Amaral).
Da mesma forma, a CBB sofre com a herança deixada por uma gestão totalmente devastadora do basquete brasileiro. Pouco mais de uma década bastou para o país sair do topo do mundo para a interrogação sobre o futuro da modalidade. Agora, sem o fardo de ter de cuidar das competições de clubes, a confederação tenta juntar os cacos e focar seus esforços naquilo que lhe é mais importante, que é a gestão das seleções nacionais. Recrutar e formar talentos para o time principal do Brasil é a única e difícil tarefa que a CBB tem pela frente. Os resultados, porém, não serão alcançados em dois anos de uma nova mentalidade no gerenciamento do basquete brasileiro. Para o país voltar a ter resultado, primeiro precisa colocar a casa em ordem.
Foi esse o princípio que o judô brasileiro teve de adotar quando se encerrou a dinastia dos Mamede à frente da CBJ. Mais de 10 anos de uma geração que até chegou a obter excelentes resultados, mas que não trabalhou para manter o nível de excelência sobre os tatames do país. Agora, há uma preocupação em achar e formar atletas, em realizar troca de informações com outros países e, fundamental, manter um trabalho constante para valorizar a essência do esporte, que é o atleta. Só que os frutos disso começam a ser colhidos agora, quase cinco anos após a troca de comando na entidade.
O princípio básico da gestão do esporte está em controlar a emoção e seguir tocando o barco em direção de um rumo estabelecido previamente. Ajustes podem ocorrer ao longo do caminho, mas não dá para achar que, em menos de alguns anos, o nível de excelência será atingido. O basquete começa, agora, a trabalhar para tentar dar a volta por cima daqui a alguns anos. Muito provavelmente, nem em 2016 veremos concretamente os resultados dessa nova mentalidade. Mas para chegar lá é preciso manter o curso natural das coisas.
Os resultados não aparecem em menos de alguns anos. O Galinho provavelmente terá de buscar outro lugar para mostrar isso. Infelizmente.
Por Erich Beting

Texto Sugerido por: José Carlos Mosko
Fonte:http://negociosdoesporte.blog.uol.com.br/

domingo, 3 de outubro de 2010

Agente de Neymar fala de futuro do jovem, problema com Robinho e ameaça no estádio

Wagner Ribeiro é visto como vilão por muitos torcedores, principalmente no futebol paulista. Ex-agente de Kaká e Robinho e atualmente gerenciando a carreira de Neymar, entre outros, ele ficou conhecido por conduzir as transações polêmicas de seus antigos clientes para Milan e Real Madrid, respectivamente. O resultado financeiro foi bom, mas acompanhado de ameaças em estádio que quase terminaram em agressão.

Nesta entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o empresário conta como acabaram os acordos com Kaká e Robinho, as mágoas antigas, situações curiosas vividas com personalidades e até algumas “roubadas” em que se meteu. Também confirma que o assédio da Juventus sobre Neymar existiu, mas que a ideia é segurá-lo no Brasil até as Olimpíadas. Será possível?



UOL Esporte: Como foi que você virou o agente de jogadores como Kaká e Robinho? Você já tinha visto eles jogando antes de assinar?
Wagner Ribeiro: O Kaká, não. O Robinho eu tinha visto uma vez quando fui assistir a um jogo entre São Paulo e Santos, da base. Por coincidência, uma semana depois, o Aloísio [Guerreiro, “agente” de Robinho] me procurou. Nunca procurei Kaká, Robinho ou França. E o Neymar quem me apresentou foi o Betinho, mesmo formador do Robinho no futsal da Portuários.

UOL Esporte: Sua primeira grande polêmica foi a saída do Kaká para o Milan. Como ela aconteceu?
Wagner Ribeiro: Fui procurado pelo Milan e viajei para a Itália, mas lá o Leonardo disse que não tinha interesse no Kaká porque na mesma posição já estavam o Rivaldo e o Rui Costa. Eu me despedi e fui falar com o Real Madrid. Ficou determinado que o Real ia contratar o Kaká por US$ 7 milhões e emprestá-lo ao Getafe. Na saída da reunião fui entrevistado pelo Marca e falei que era bem possível ele ir para o Real. Foi manchete do dia seguinte: Real acerta com o Kaká. O pessoal do Milan leu e me ligou, insistindo para eu voltar a Milão, onde fechamos tudo. Foi devido a essa minha ida à Espanha que o Kaká foi para o Milan, senão ele teria ido para o Real em 2002.


UOL Esporte: Mas você deixou de ser o agente do Kaká pouco tempo depois. O que aconteceu?
Wagner Ribeiro: Eu tenho uma boa relação, sou fã do Kaká, mas não falo mais com ele. O contrato acabou e o pai dele se mudou para Milão para cuidar da sua carreira. Depois disso não tivemos continuidade na amizade. É lógico que fiquei triste. Na hora em que ele ia se tornar o número 1 do mundo fui colocado de lado, mas talvez teria feito o mesmo se fosse o pai.

UOL Esporte: E o rompimento com o Robinho? Foi mais traumático?
Wagner Ribeiro: Adoro o Robinho e sei que ele gosta de mim. Falou isso para o Neymar, para o Felipe, para o Tiago Luis [nos tempos de Santos]. O problema do nosso rompimento não foi contrato. Não gostaria de falar. Foi um caso pessoal, um problema que tive na minha separação. A minha ex-mulher entrava em contato com a mulher dele, com a empregada, e as coisas pessoais foram o motivo para o desgaste. Essa foi a verdade. Tanto é que Robinho hoje não tem empresário e fala que sou o pai dele.

UOL Esporte: E como foi a saída dele do Real Madrid?
Wagner Ribeiro: Não queria que ele saísse. Apenas comecei a trabalhar isso de ir para o Chelsea para valorizá-lo. E consegui. Em 40 dias que fiquei em Madri, indo e vindo de Londres, falando com diretores do Chelsea, consegui que o Real chegasse a um valor três vezes mais do que ele ganhava. Só ficaria abaixo do Raúl e do Beckham. Mas houve um desgaste com o Real e com a torcida por culpa das entrevistas que deu. Não havia mais clima.

UOL Esporte: O erro, então, foi Robinho dar entrevistas dizendo que queria sair?
Wagner Ribeiro: O erro foi meu também. Quando o Robinho disse que não queria ficar mais no Real, eu disse: ‘não vão te vender. O único caminho é você falar publicamente que não quer mais ficar no Real.’ E ele fez isso.


UOL Esporte: Hoje o seu principal cliente é o Neymar. Como está a situação dele hoje no mercado?
Wagner Ribeiro: A Juventus pediu uma prioridade, mas não dá. O mercado está fechado e eles queriam para o fim do ano. Só que o Santos rejeita 35 milhões de euros... Não é que rejeitou, a multa era de 35 milhões de euros, mas não quiseram deixar eu vender. Chamaram, fizeram um projeto. Agora não tem que sair mesmo. A ideia é ganhar a Libertadores do ano que vem para disputar o Mundial. E depois disputar a Olimpíada pelo Brasil em 2012. Eu acredito que depois da Olimpíada é difícil segurá-lo. Ele tem mais dois anos aqui. Só não pode frustrar o projeto, né?

UOL Esporte: Mesmo com a permanência dele, você é sempre muito criticado. Acha que é uma perseguição?
Wagner Ribeiro: Sem dúvida. Por exemplo, você ouviu alguém brigar com o empresário do Hernanes [Joseph Lee], que o vendeu por 9 milhões de euros? Eu trouxe uma proposta do Atlético de Madri de 15 milhões de euros há dois anos. O São Paulo não aceitou, queria 25 milhões de euros, que era a multa. Eu trouxe uma de 35 milhões de euros para o Santos [pelo Neymar]. Ninguém xingou o empresário do Hernanes, que é meu amigo e é competente. E não estou dizendo para xingarem. É só para vocês entenderem que é muita pressão em cima de mim.

UOL Esporte: Hoje em dia você costuma ir ao estádio?
Wagner Ribeiro: Vou muito pouco, sou muito hostilizado. Toda torcida tem um motivo para falar mal de mim. A do Palmeiras diz que tirei o Ilsinho de graça, a do São Paulo que vendi o Kaká, a do Santos que vendi o Robinho, a do Corinthians que eu supervalorizei o Lulinha. Quando vou ao campo corro risco de morte. Uma vez no Pacaembu, na final do Paulista entre Santos e Corinthians, quase apanhei, não de uma ou duas pessoas, mas de centenas que vieram para cima xingando. A polícia precisou intervir para que não houvesse agressão. Quando o torcedor está sozinho não vem agredir, mas quando estão em vários eles viram bandidos.

UOL Esporte: Hoje é possível um jogador ser profissional sem ter um empresário?
Wagner Ribeiro: Eu não conheço ninguém no mundo do futebol que não tenha empresário, mesmo que seja o seu próprio pai. O pai cuida da carreira. O único jogador que não tem e nunca teve empresário é o Rogério Ceni. Ele negocia os próprios contratos. É bom? É. Ele é uma pessoa articulada, inteligente, mas nunca saiu do Brasil. E sei que houve uma época em que ele queria ir para a Inglaterra, para o Arsenal. Então está explicado.

Fonte:http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2010/10/01/agente-de-neymar-fala-de-futuro-do-jovem-problema-com-robinho-e-ameaca-no-estadio.jhtm
Texto sugerido por Natasha Santos

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

E o combate às falcatruas continua

Transfer Matching System será obrigatório em todas as transferências internacionais
Na avaliação de Joseph Blatter, sistema regulador proposto pela entidade, que entrará em vigor no próximo dia primeiro, é histórico
Equipe Universidade do Futebol
A próxima sexta-feira, dia 1º de outubro de 2010, será um marco para o futebol mundial. A exaltação provém de Joseph Blatter, presidente da Fifa, referindo-se à obrigatoriedade do uso do Transfer Matching System (TMS) em todas as transferências internacionais a partir daquela data.
Sistema on-line que torna as transações entre países mais ágeis, mais fáceis e mais transparentes, o TMS foi instituído em fevereiro de 2008 para uma fase de testes em 18 localidadese. A partir daí, foi implantado em todos os países afiliados à entidade máxima da modalidade e em um total de 3.633 clubes.

“O TMS é um sistema on-line relativamente simples, mas causará um enorme impacto sobre a transferência internacional de jogadores. Graças ao TMS, as autoridades do futebol têm mais detalhes sobre cada transferência”, apontou Blatter.
Para o mandatário, o mais importante é que a tecnologia torna mais transparente cada transação e ajuda o órgao em aspectos como a luta contra a lavagem de dinheiro e a proteção de menores de idade em transferências.

Os dois clubes envolvidos em uma transferência precisam informar os mesmos dados no TMS. Do contrário, a transação será bloqueada, e a federação em questão não poderá emitir o Certificado Internacional de Transferência (ITC, na sigla em inglês).
Cerca de 30 informações diferentes, como detalhes sobre o jogador, os clubes, todos os pagamentos e valores, prazos, dados bancários e pagamentos da contribuição de solidariedade a clubes em que o jogador em questão tenha atuado anteriormente, compõem um negócio desse porte. Tais detalhes também precisam ser comprovados por cópias de documentos de identificação do jogador, pelo seu novo contrato de trabalho e pelo contrato de transferência entre o clube antigo e o clube novo.

A nova plataforma também substitui o antigo sistema que usava documentos em papel. E no caso de jogadores jovens e menores de idade, o TMS também tem uma função vital: beneficiar as agremiações formadores.
Em virtude do monitoramento do histórico de cada jogador, o sistema pode ser usado para que cada clube com participação na sedimentação de um atleta possa receber as quantias apropriadas quando o mesmo for negociado.

Outro ponto é que o TMS foi adaptado para auxiliar a Fifa na tentaiva de redução do número de transferências internacionais de jogadores menores de idade. De acordo com o texto sancionado pelo Congresso dela, em 2009, as transferências desses atletas — e as solicitações de registro de menores de idade para atuação em países dos quais não sejam cidadãos — precisam ser inicialmente aprovadas por um subcomitê do Comitê de Status de Jogadores da Fifa. O TMS gerencia tanto a solicitação inicial quanto o processo posterior de tomada de decisão.


fonte:http://universidadedofutebol.com.br/2010/09/2,14274,TRANSFER+MATCHING+SYSTEM+SERA+OBRIGATORIO+EM+TODAS+AS+TRANSFERENCIAS+INTERNACIONAIS.aspx
Texto sugerido por Edson Hirata