Entre os dias 17 e 22 de julho de 2011 ocorreu o XXVI Simpósio Nacional de História, Anpuh: 50 anos. O congresso foi sediado pela Universidade de São Paulo e reuniu um grande público para uma intensa semana de debates e confraternização acadêmica. Além das mesas redondas, palestras, lançamentos de livros, entre outras atividades culturais, a grande quantidade de grupos temáticos (130 no total) movimentou o cotidiano do evento.
Entre os variados eixos de trabalho, o esporte teve lugar privilegiado no grupo História do Esporte coordenado pelos profs. Drs. André Mendes Capraro (UFPR) e Rafael Fortes (UNIRIO). Além de demonstrar a continuidade deste simpósio temático nos eventos promovidos pela Anpuh (iniciativa lançada em 2003, em João Pessoa / PB, que se repetiu nos encontros posteriores), o grupo coordenado pelos professores Capraro e Fortes em 2011 evidenciou, com sucesso, a expansão, tanto quantitativa quanto qualitativa, dos estudos sobre o esporte e lazer.
Ao todo, foram selecionados 40 artigos para as apresentações. Como em momentos anteriores, as inscrições superaram a quantidade de vagas disponíveis. Novamente o futebol figurou como carro chefe e liderou o número trabalhos. Porém, dividiu espaço com pesquisas enfocando diversas modalidades e manifestações esportivas. Surf, skate, remo, capoeira, entre outros, também foram motivo de comunicações e debates bastante interessantes. A correlação com múltiplos espaços socioculturais foi constante. Durante a semana, o esporte dialogou com a política, tratou de economia, flertou com a literatura, reconheceu-se na imprensa, visualizou-se no cinema, discutiu sobre gênero, embrenhou-se pela memória, desconstruiu discursos e identidades.
Mais uma vez, a realização do simpósio corroborou a parceria entre dois dos principias expoentes no estudo sobre a temática esportiva no Brasil: O Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade (PR) e o laboratório Sport (RJ). Embora a presença destes grupos mereça destaque, o evento contou com a maciça participação de pesquisadores de varias partes do país. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte estiveram devidamente representados. A sala sempre cheia e a grande rotatividade do publico foram outros indicativos do êxito do encontro. Fatos que só reiteram o crescimento da produção historiográfica e do interesse acadêmico pela temática esportiva.
O Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade teve participação intensa no grupo temático. Além de integrar a coordenação na figura do professor Capraro, também contribuiu com o envio de artigos e a exposição de trabalhos de vários de seus integrantes. Juntamente com o professor Capraro, os Drs. Luiz Carlos Ribeiro e Miguel Freitas Jr, o doutorando Edson Hirata e a mestranda Natasha Santos apresentaram suas comunicações e participaram avidamente dos debates.
Ao final da semana, no penúltimo dia de trabalho no GT, a proveitosa troca de conhecimentos cedeu lugar à confraternização festiva entre os pesquisadores. Um churrasco acompanhado de uma legitima disputa esportiva (tradicionalmente denominada como “pelada”) mobilizou os integrantes dos núcleos de estudo do Paraná e do Rio de Janeiro e demais pesquisadores presentes no evento. Fica registrado o agradecimento especial para o Ms. Álvaro Vicente do Cabo, anfitrião e organizador da festa.
Quanto à partida de futebol... Bem, digamos que descobrimos mais um fator que levou estes pesquisadores a se dedicarem a, brilhante e igualmente apaixonada, investigação acadêmica sobre o esporte e não a sua prática profissional...
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