quinta-feira, 21 de junho de 2012

"Donos da Mídia"

Esta é a home-page do grupo denominado “donos da mídia” que de forma geral oferece um mapa de veículos de imprensa(rádio e televisão) por todo o país. Entre as informações apresentadas, a que me chama mais atenção é a seguinte:


“Mesmo onde existe geradora, a regionalização é mínima. Em média, entre 75% e 90% da grade de programação das emissoras locais tem caráter nacional. Desta forma, o conteúdo que chega em quase a totalidade dos municípios é gerado exclusivamente em cidades paulistas ou fluminenses. Das 33 redes nacionais de TV identificadas, 24 estão sediadas no estado de São Paulo e 2, no Rio de Janeiro.”  
Para quem tem o futebol como objeto de estudo, ao meu entender tal informação é imprescindível para entender a representação do desporto historicamente, considerando a mídia como integradora social, e ainda se considerarmos que a constituição do futebol brasileiro num formato nacional se deu paralelo a constituição das empresas de comunicação do país.

Imagino ainda que se fizesse-se um exercício de análise do público dessas mídias predominantes - e que assumem um pretenso caráter informativo nacional - ver-se ia que além de regionais, a “linha de frente” consumidora sejam das mesmas regiões de origem. Ou seja, embora considerado o compromisso de reportar “os fatos”,  não pode de forma alguma eliminar a existência de um compromisso representativo de caráter regional, embora o caráter assumido e propagandeado seja de nacional.

Considerando agora um campo esportivo autônomo mas de forma alguma alheio a essa cultura da mídia de caráter regionalizado, implica reconhecer que muitos discursos simbólicos no futebol de “carater nacional” atual, e categorias próprias deste (ex. o craque e o perna de pau; o time de talentos e o time de conjunto; o time grande e o time pequeno) não é de modo algum verdade absoluta e tem portanto matriz muito bem definida. Finalmente, há de se considerar também quanto pelo o resto do Brasil apenas não faz apenas reproduzir os mesmos discursos, nos mais diversos campos sociais, tal como fazem as suas retransmissoras.

A indicação do site e os comentários são do mestrando em História (UFPR) Daniel Ferreira.