sexta-feira, 8 de junho de 2012


A preocupação com os números financeiros no entorno do futebol é recente no Brasil. Ainda se percebe certa resistência em olhar o futebol por este ângulo, possivelmente, pelo desencanto que pode causar nos mais saudosistas a comparação entre receitas e rendimentos. De qualquer forma, algumas empresas de consultoria tem se arriscado a produzir relatórios baseados nos balanços dos clubes e/ou em pesquisas de mercado. Os links acima, apontam para duas dessas empresas e ajudam a compreender a posição dos clubes brasileiros no mercado mundial.


Em primeiro lugar, o estudo das dívidas dos clubes(Disponível em: www.pluriconsultoria.com.br/uploads/relatorios/pluri%20especial%20-%20divida%20com%20impostos %202011. pdf), embora considere apenas dívidas com impostos, procura demonstrar certa evolução na gestão financeira. Se de um lado, alguns clubes continuam alimentando suas dívidas como se não houvesse amanhã, outros estariam mantendo, ao menos, certo equilíbrio entre receitas e despesas. A esse respeito, acredito que seria necessário um estudo de longo prazo para uma confirmação efetiva de qualquer mudança. 

Já o estudo sobre as marcas (Disponível em: http://www.bdobrazil.com.br/pt/publicacoes.html) embora demonstre crescimento constante nos últimos anos para os 12 clubes analisados, não pode ser tomado como definitivo, primeiro pela metodologia que sempre pode ser contestada e mais importante, porque tais valores dizem pouco quando comparados entre si. Seria necessário, colocá-los lado a lado com os valores de outros grandes clubes mundiais a partir da mesma metodologia.

Deixando de lado as críticas, creio que estudos como esses, mesmo incipientes, são importantes e nos ajudam a visualizar com alguma profundidade a realidade econômica de nossos clubes. Abrir os aspectos financeiros do futebol no Brasil, até pouco tempo, seria equivalente a abrir a caixa de Pandora. Aparentemente, a caixa foi aberta e o seu conteúdo, se não é exatamente motivo de comemorações, também não se constitui no fim do mundo. Supondo, claro, que os balanços não estejam maquiando demasiado a situação real dos clubes. Afinal, para os leigos na linguagem contábil, quando muito curiosos como eu, o filtro dos analistas se torna indispensável, mas, acaba estabelecendo uma camada adicional entre a realidade financeira e aquilo que podemos apreender.

Estudos sugeridos e com comentários do Mestrando em História (UFPR) Eduardo Fabiano Pereira