quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Brasileirão cada vez mais regional


Começa nesta quarta-feira mais uma rodada da mais regional das últimas edições do Campeonato Brasileiro. Até a sexta colocação do torneio, apenas equipes de Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que Fluminense e Santos notadamente não se encontraram dentro de campo, do contrário o grupo dos seis poderia, facilmente, ser o bloco dos oito líderes.

Mas o que faz da competição que até então se gabava por ser um torneio imprevisível, com dezenas de times candidatos ao título, cada vez mais ser uma espécie de Rio-SP de luxo? Desde o início da fórmula dos pontos corridos, apenas o Cruzeiro, em 2003, foi um campeão de fora desse eixo. De 2004 para cá, a taça ficou com Santos, Corinthians, São Paulo (três vezes), Flamengo e Fluminense. Erros de arbitragem e teorias da conspiração à parte, o resultado dentro de campo é cada vez mais um reflexo do que acontece fora dele.

Um pouco dessa explicação está, obviamente, no formato de disputa do Brasileiro. Os pontos corridos tornam o torneio mais “previsível”, coroando como time campeão aquele que consegue ter mais fôlego para oito meses de atividade semanal. Isso exige de um clube planejamento de longo prazo e, claro, dinheiro em caixa para ter um elenco mais completo.

Mas o que mais explica essa disparidade das equipes de Rio e São Paulo para as demais é a capacidade de investimento. Com os dois maiores mercados do país à disposição, esses clubes conseguem ter mais receita de patrocínio e, assim, mais dinheiro para contratar e manter jogadores. Os seis primeiros colocados são, também, os times com maior receita de patrocínio do país, além de ganharem mais da televisão em seus torneios estaduais e, ainda, de terem um valor absurdamente maior do que dos concorrentes de fora do Clube dos 13 do bolo de TV do Brasileirão.

A tendência, para os próximos anos, é de que haja uma acentuação desse cenário. Os times de Rio e São Paulo aumentarão suas receitas em comparação aos demais. Antes, o equilíbrio em campo era ditado pela absoluta incompetência desses gigantes na gestão de seus clubes. Agora, com os clubes colocando as finanças em ordem e ajustando a gestão dos gastos, o desequilíbrio tende a se acentuar.

Por isso mesmo que o novo contrato de TV do Brasileirão é um caminho sem volta para a diminuição de atratividade do campeonato. Até 2014, devemos assistir ao Brasileirão transformado num Rio-São Paulo com a presença de alguns poucos incômodos visitantes. E teve clube que achou que fazia um grande negócio com os milhões a mais no caixa, sem perceber que seus adversários estão ainda mais ricos.

fonte: http://negociosdoesporte.blogosfera.uol.com.br/2011/08/17/o-brasileirao-cada-vez-mais-regional/

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