quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Rogério Neves, médico fisiologista da seleção brasileira e da Portuguesa


Profissional diz que foco é correr atrás de métodos que acelerem o processo de recuperação
Guilherme Yoshida


Há muito tempo que Rogério Neves ouve a famosa frase entre os dirigentes de futebol de que jogador parado no departamento médico é prejuízo para o clube.

E, sabendo disso, o médico pós-graduado em medicina esportiva e fisiologia do exercício pela Escola Paulista de Medicina, médico fisiologista da seleção brasileira e da Portuguesa, além de diretor clínico da SportsLab (Clínica e Laboratório de Medicina Esportiva), destina boa parte do seu dia a reabilitar os atletas o mais rápido possível.

"Precisamos atingir sempre um nível de performance com saúde. Mas sabemos que o foco mesmo é correr atrás de métodos que acelerem o processo de recuperação", diz.

Rogério Neves começou a carreira na Portuguesa, em 1999, e por lá ficou durante três anos. Depois de uma curta passagem pela seleção da Jamaica, foi convidado pelo empresário José Carlos Brunoro para participar do início do projeto do Pão de Açúcar (atualmente Audax).

O que era uma aposta acabou tornando-se um trabalho que durou cinco anos - 2002 a 2007. Nesse ínterim, esteve nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, com a seleção brasileira feminina de futebol. Ainda passou por Flamengo, com o qual foi campeão estadual, Fluminense e Santos antes de retornar ao Canindé em 2009.

No ano passado, foi chamado para atuar na seleção brasileira masculina sub-20, pela qual se sagrou campeão mundial da categoria. O título o ajudou a ser promovido para a equipe principal, com a qual também foi a uma edição de Jogos Olímpicos – Londres, no último mês de agosto.

Assim que retornou ao país, Rogério Neves conversou com exclusividade com a Universidade do Futebol durante o 8º Congresso Internacional GSSI (Gatorade Sports Science Institute).

Ele falou sobre sua profissão, metodologias de treinamentos, diferenças em atuar em clubes e seleção, com homens e mulheres, e até como o teste do CK (creatinofosfoquinase) tem gerado controvérsias.

"A ciência tem de ser bem colocada dentro do futebol. E nós, fisiologistas, ainda sofremos muito com o desconhecimento dos profissionais que atuam no esporte. Cabe a gente tentar ser um pouco inteligente para saber colocar isso e reverter o pensamento dessas pessoas", aponta.


Sugestão e comentário de Eduardo Fabiano Pereira.


Segue uma interessante entrevista com o médico fisiologista Rogério Neves (Portuguesa de Desportos e Seleção Brasileira) que revela um pouco do dia a dia da fisiologia no futebol e da quantidade e profundidade das informações necessárias ao acompanhamento e tratamento dos atletas. Sobretudo, das diferenças entre o que é possível fazer nos clubes e das adaptações ao ambiente dos selecionados nacionais. Interessante também, perceber o quanto seria fundamental ao rendimento de qualquer seleção uma troca constante de informações entre os departamentos médicos dos clubes e seleções a partir da percepção das individualidades quanto ao rendimento e recuperação de atletas.