quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Santos divulga nota e culpa 'pendências jurídicas' para não negociar Ganso


Clube diz que departamento jurídico não recomenda negociação enquanto houver disputa jurídica com o grupo DIS, que detém a maior parte dos direitos federativos do meia





A direção do Santos divulgou nesta quarta-feira, no site do clube, uma nota oficial para esclarecer o novo capítulo da novela envolvendo a negociação do meia Paulo Henrique Ganso para o São Paulo. Assinada pelo Comitê Gestor que dirige o clube, junto com o presidente Luís Álvaro de Oliveira, a nota explica que a nova proposta do São Paulo agradou aos dirigentes. Mas uma pendência jurídica com o grupo DIS, que detém a maior parte dos direitos federativos de Ganso (55%) e que ajudaria o São Paulo na negociação, está emperrando o desfecho do caso.

De acordo com a nota oficial, o departamento jurídico do Santos recomendou que não seja feita nenhuma negociação enquanto existir pendências jurídicas "envolvendo parte dos direitos econômicos do atleta junto à empresa DIS". Ainda segundo a nota, os dirigentes do São Paulo estão conscientes desta situação.
Na realidade, o Santos quer que o DIS faça uma amortização de parte de sua dívida referente aos 25%  dos direitos na negociação do meia Wesley, atualmente no Palmeiras, com o Werder Bremen, da Alemanha, em 2010. Por conta de uma ação na Justiça, o DIS conseguiu bloquear parte das receitas do Santos em patrocínios, receitas da TV e renda dos jogos.
Nesta terça-feira, o São Paulo aceitou pagar o valor da multa que diz respeito ao Santos à vista (R$ 23,8 milhões) e além disso, aceitou dar ao Santos um percentual de 10% em uma possível transação futura.
Confira o texto da nota oficial do Santos
"O Santos FC esclarece, a respeito das informações publicadas hoje em parte da imprensa, que: 
1) Recebeu ontem nova proposta do São Paulo FC pelo atleta Paulo Henrique Ganso. O documento, do ponto de vista financeiro, atende aos interesses do Clube;
2) Os assessores jurídicos do Santos FC não recomendam a negociação enquanto houver pendências na Justiça envolvendo parte dos direitos econômicos do atleta junto à empresa DIS. Esta situação é de conhecimento do São Paulo FC.
Comitê de Gestão
Sugestão e comentário de Miguel de Freitas.
Em pleno século XXI, o futebol ainda apresenta resquícios de um passado escravocrata, no qual o ser humano era propriedade privada. Em um esporte pautado pela lógica do capitalismo, mas impulsionado pela paixão do torcedor, o que deve prevalecer nas transações dos jogadores? A vontade do próprio jogador? A vontade do clube? A vontade dos investidores? A vontade dos torcedores? A vontade do mercado?
São muitos interesses em jogo e neste jogo os sentimentos de um ser humano (jogador de futebol) não tem grande importância, afinal de contas ele recebe para jogar. Talvez seja por isso, que os nossos jogadores são mais conhecidos pelos seus apelidos oriundos do mundo animal, do que pelo seu nome verdadeiro. O Paulo Henrique GANSO que o diga.