terça-feira, 5 de novembro de 2013

Pelé elogia Bom Senso F.C., mas duvida de sucesso do grupo de atletas



[Sugestão e comentário de Natasha Santos]

Pelé quer ser Rei... Rei do camarote.

Sinceramente, não sei por que ainda perguntam a opinião do Pelé que, embora seja o Rei do Futebol e etc. etc., é o cara que acha que tudo deve ser esquecido em benefício da Copa do Mundo. Pois bem, Pelé: esqueceremos você em benefício dos não-pelés. Se bem que, em um país onde um idiota endinheirado qualquer ganha repercussão por falar de camarotes em balada, não se pode duvidar de mais nada.

Voltando assunto, Pelé vive em outro mundo. Pelé já não sabe o que é ser brasileiro. Já não sabe, eu diria, o que é ser jogador de futebol brasileiro. Pelé é a personificação da não-política no esporte, que os pesquisadores “não-esportivos” criticam. Pelé é o motivo de termos que justificar a cada 5 minutos a relevância de pesquisar esporte. Mas, Pelé, o futebol pode ser político. Pode representar – e isso não é novidade – as lutas sociais e até mesmo se valer delas. O futebol é um campo/ configuração / mundo social dentro da “sociedade geral” e, portanto, funciona segundo suas normas. Aí, sou forçada a incorporar a máxima de Nelson Rodrigues lá na década de 1950, pois, se as mobilizações no meio esportivo não funcionam, nos demais setores sociais também não funcionarão e vice-versa.

Mas se nada funciona no futebol, e o recente caso de Yaya Touré, Pelé? O que seria mais um caso de racismo a ser resolvido com multas ínfimas (http://esportes.terra.com.br/futebol/cska-moscou-e-punido-pela-uefa-apos-insultos-racistas-a-yaya-toure,c403d61d5e402410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

), como temos visto por aí há tempos, aparentemente despertou a atenção da FIFA, após a inteligente articulação do jogador. A ponto, inclusive, de circularem matérias, com falas de Blatter sendo taxativo: "Foi decidido no congresso da Fifa que não faz sentido racismo ser lidado apenas com multas. Sempre se consegue dinheiro e alguém para pagar a multa" (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/10/27/presidente-da-fifa-quer-eliminar-times-e-tirar-pontos-em-casos-de-racismo.htm

). Depois de uma infinidade de casos racistas, depois de uma ameaça neonazista na Europa, alguém encontrou o ponto fraco da FIFA! 

Está certo, este exemplo não vale porque foi na Rússia, vejamos... E a Democracia Corintiana, que trouxe, pela mobilização dos jogadores, a decisão por voto? E se esta for uma nova Democracia Corintiana para o país inteiro?

Vai com calma, Pelé! Que você é o negro mais branco do Brasil, a gente sabe... Mas, daí a vender o “estado de realeza” para a CBF, francamente...