segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Crônica da Semana


Não, nós não precisamos do Diego Costa!

por Bruno José Gabriel



O Brasil é conhecido mundialmente como o ‘país do futebol’. Não obstante, a essência dos milhares de meninos aqui nascidos está filigranada à aspiração de profissionalizar-se nesta modalidade esportiva, ser convocado pelo selecionado nacional e representar o país em uma Copa do Mundo.

A profissionalização, indubitavelmente, continua sendo o “grande” sonhos dos brasileiros. Em contrapartida, o desejo de atuar pelo selecionado nacional parece ser prioritário até um determinado momento, pois, em caso de alguma dúvida sobre a convocação, ou a ocorrência desta, mas, relegada a um papel secundário, somada a sondagem e a possibilidade protagonismo por outra nacionalidade, não se pensa duas vezes e representa-se outro país que não é o seu pelo simples fato do nascimento.

Refiro-me aos aspectos supracitados devido ao assunto do momento, que ganhou amplo destaque na mídia esportiva nas últimas semanas, suscitando inúmeros debates, questionamentos e opiniões: a opção de “Diego Costa” pela Fúria em detrimento da Seleção Canarinho. Diferentemente do jornalista Fernando Granziani que, ao se pronunciar sobre o assunto no ciberespaço, “Esporte Fino”, deixou a análise sobre a qualidade técnica do jogador para um segundo momento, por creditar outros aspectos como preponderantes, eu gostaria de enfatizá-la nesta reflexão.

Aproveito a conexão entre o assunto do momento e a opção reflexiva para alimentar a discussão levantada pelo nosso amigo “André Alexandre Guimarães Couto” na crônica publicada neste blog no dia 28/10/2013, e titulada: Precisamos mesmo do Diego Costa?

Parece-me que “não”, nós não precisamos do Diego Costa. O atleta agora naturalizado espanhol, Diego da Silva Costa, de 1,88 metros e 25 anos de idade é um típico centroavante, o “9”. Tem um bom porte físico e, dentre as suas qualidades podemos destacar: o estilo aguerrido, o espírito combativo e a boa presença de área. Não obstante, a essas características somam-se uma “razoável” técnica no que se refere ao último arremate, a conclusão em gol propriamente dita. Entretanto, ele está longe ser um “grande” jogador. É muito pouco para o centroavante da seleção brasileira ter uma boa técnica. E, que pese o bom momento, sendo o principal goleador da Espanha, vale dizer, que o Amauri também fez muitos gols na Itália, e atualmente se quer é cogitado a defender a Squadra Azurra.

E, “sim”, nós temos vários jogadores melhores ou do mesmo nível que o Diego Costa. Rapidamente, emergiram da memória alguns nomes, para não citar Leandro Damião e Alexandre Pato (ambos citados por Couto): Aloísio o “Boi Bandido”; Obina o “Bom baiano”; Kleber o “Gladiador”; Walter o “Gordinho”; Luis Fabiano o “Fabuloso”; Hernane o “Brocador”.

Ao invés de se envolver em uma disputa que, além de escancarar o declínio do futebol brasileiro, é muito mais política do que qualquer outra coisa, a CBF deveria se preocupar com a (re) estruturação do futebol brasileiro, com o novo calendário, com uma nova gestão para as categorias de base, o que pode garantir em um futuro não muito distante, novos Romário(s), Ronaldo(s) e Ronaldinho(s), evitando que a realidade do futebol do Brasil passe a ser Diego(s), Amauri(s) e qualquer outros desses jogadores que se naturalizaram por outros países, e, não fizeram a menor falta para a seleção brasileira!