quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Neymar fica no Santos. Oba! Banco do Brasil entra na parada. Oba! Viva o dinheiro público

O presidente do Santos Futebol Clube, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, está prestes a anunciar os detalhes do novo contrato do jovem craque Neymar, pelo qual ele deverá permanecer no time até a Copa do Mundo de 2014. Não se sabe se Luís Álvaro explicará os detalhes da entrada, no bloco de patrocinadores do jogador, do Banco do Brasil, ou se isso será feito na entrevista exclusiva que Neymar concederá, ao lado do
presidente, no Jornal Nacional da TV Globo, logo mais à noite.

O fato é que, segundo assessores do craque, sua não ida à Europa foi viabilizada pela entrada do Banco do Brasil na parada. O jogador, que fatura atualmente, entre salários, participação em publicidade e outros direitos, algo como 1,5 milhão de reais, poderá vir a ganhar o dobro.

Banco do Brasil. Eta beleza! Além dos incontáveis bilhões de reais do suado dinheiro público que o governo vai enterrar em estádios e vai investir em outras obras necessárias à Copa do Mundo de 2014, agora a nossa principal instituição pública de crédito decide colocar seu rico dinheiro nesse novo empreendimento patriótico manter no Brasil nosso principal jogador de futebol.

O Banco do Brasil, mais uma vez, salva a pátria. Acho que é essa frase que os dirigentes do banco oficial vão querer ouvir. E quem liga para dinheiro público, “neste país” -além de nós, contribuintes?

fonte: Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/neymar-fica-no-santos-oba-
banco-do-brasil-entra-na-parada-oba-viva-o-dinheiro-publico/

Texto sugerido e com comentários de Miguel A. Freitas Jr.
Esta semana fomos surpreendidos por duas notícias que envolvem o talentoso Neymar. A primeira se refere ao fato dele figurar entre os 23 melhores jogadores do futebol mundial, dando um exemplo de que o mundo está olhando para o Brasil, pois até bem pouco tempo atrás ou se jogava na Europa ou não se existia
para a Elite do Futebol. Os nossos atletas “babavam na gravata” quando viam a possibilidade de migrarem para a Europa, pois lá estava o dinheiro e o futebol de verdade. Mesmo que as imagens decorrentes do futebol globalizado, nos revelem uma contradição nesta afirmativa. A questão é que Neymar  surpreendentemente resolveu ficar.

Inicialmente lembrei do Juca Kfouri, que sempre defendeu a tese de que devemos vender os nossos campeonatos e não as estrelas que o abrilhantam. Pensei que poderíamos começar a romper o nosso complexo de vira-latas e que desta vez poderíamos encarar os europeus de frente, sem nenhum tipo de recalque, pois hoje estamos com a economia sólida... Mas será que tudo isto vale a pena?

Será que manter o Neymar aqui, a partir de recursos oriundos do Banco do Brasil é algo correto? Mas porque ninguém nunca questionou os investimentos do Voleibol? Ou os investimentos do correio na natação e no atletismo. Mas acima de tudo, porque ninguém mais se importa com os políticos que estavam com o
dinheiro na cueca, construindo mansões, comprando barcos e prostitutas.

Éh... no Brasil o futebol é realmente uma coisa séria. A tal ponto, que mesmo quando algo de bom acontece, nós nos preocupamos com aquilo que supostamente seria ruim, como nos diziam os irmãos Rodrigues - Este é o complexo de Ser Brasileiro.

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