quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ricardo Teixeira parabeniza Aldo Rebelo por assumir o Esporte

Novo ministro é um dos interlocutores do presidente da CBF no Congresso
Aldo Rebelo assumiu o Ministério do Esporte

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, parabenizou nesta quinta o ministro Aldo Rebelo pela sua escolha para ser o ministro do Esporte. Uma nota oficial foi divulgada no site da entidade.

De acordo com o comunicado, a CBF se colocou à disposição do ministro, "dando-lhe a certeza de que terá na entidade uma importante parceira na sua grande empreitada à frente do Ministério do Esporte".

Em entrevista coletiva nesta tarde, Rebelo disse não acreditar em ressentimento por ter presidido uma CPI que investigou a CBF entre os anos de 2000 e 2001. Nos últimos anos o agora ministro aproximou-se de Ricardo Teixeira e é um dos interlocutores do cartola no Congresso.

Sobre as doações recebidas de patrocinadores da entidade, demonstrou naturalidade. "Não tem problema nenhum um banco ou uma empresa dessa anunciar em rádio, TV e jornal, ser parceiro da CBF e da Fifa e, se houve qualquer contribuição, pode ser que tenha, não atingiu e não atingirá de qualquer forma a minha independência".

Ele afirmou ainda ser favorável a conceder o benefício da meia-entrada para estudantes durante a Copa do Mundo, mas ressaltou que vai defender a aprovação do projeto da Lei Geral da Copa na Câmara na forma como foi enviado pelo Executivo. O governo federal optou por não tratar do tema e deixar a Fifa negociar diretamente com Estados e municípios. Apenas o direito à meia-entrada para idosos estaria garantido por ser lei federal.

Rebelo disse ter almoçado na residência de seu antecessor, Orlando Silva, para se inteirar dos assuntos do Ministério. Afirmou que não houve qualquer recomendação da presidente Dilma sobre a relação com a Fifa. "Não houve recomendação. Creio que o relacionamento deve ser de praxe. A Fifa tem uma responsabilidade, o governo tem a sua e trabalharão naturalmente levando em conta a cooperação necessária e a independência".

Biografia

Nascido em Alagoas, Aldo está no quinto mandato de deputado federal. Ele foi eleito pelo PC do B de São Paulo. Jornalista e escritor, iniciou a atuação política como líder do movimento estudantil e chegou a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE). Ele também é um dos fundadores da União da Juventude Socialista (UJS).

Sua militância o levou a se eleger vereador em São Paulo, primeiro cargo no Legislativo. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2008-2010), Aldo foi presidente da Câmara dos Deputados, ministro de Relações Institucionais e líder do governo na Câmara.

No primeiro semestre deste ano, Aldo Rebelo foi relator do projeto do novo Código Florestal, matéria que dividiu a base governista e chegou a ser aprovada na Câmara dos Deputados. A proposta agora é discutida no Senado.

Aldo é conhecido por sua postura nacionalista. Um dos projetos apresentados por ele é o que prevê a redução de estrangeirismos na língua portuguesa.

Ele assume a vaga de Orlando Silva que deixou o Ministério do Esporte depois de o STF instaurar inquérito para apurar denúncias de desvio de dinheiro em ações da pasta. Há duas semanas, o policial militar João Dias acusou o ex-ministro de participar de um esquema de desvio de recursos públicos do programa Segundo Tempo. A denúncia foi publicada pela revista Veja. Desde então, Orlando Silva vem negando participação no esquema, tendo prestado informações ao Congresso Nacional. Ele também pediu ao Ministério Público que o investigasse para garantir sua inocência.

O ex-ocupante da pasta e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, também é acusado de desviar dinheiro do programa. A ministra Cármen Lúcia determinou que o inquérito que já investiga Agnelo Queiroz no Superior Tribunal de Justiça (STJ) fosse levado ao STF para que ela avaliasse se o processo deve correr em conjunto com o de Orlando Silva. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há uma “relação intensa” entre os casos. Com a saída de Orlando Silva do ministério, o inquérito passa a ser conduzido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Fonte:http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=353247

Sugestão do texto e comentários de André Mendes Capraro

Quem leu o livro CBF/Nike sabe o quanto Aldo Rebelo foi contundente ao falar do caráter de Ricardo Teixeira. Muito estranho, então, os depoimentos do nosso ministro do esporte ao falar nos últimos dias do ainda presidente da CBF (a CPI ocorreu em 2000/2001). Pelo jeito a proximidade da Copa do Mundo do Brasil e a consequente enxurrada de dinheiro em um ministério considerado secundário serviram para aproximar os dois algozes. Em retribuição aos comentários quase afetuosos de Rebelo em relação a Teixeira nas primeiras coletivas, a CBF chegou a lançar uma nota no site oficial parabenizando-o pela escolha, também “dando-lhe a certeza de que terá na entidade uma importante parceira na sua grande empreitada à frente do Ministério do Esporte”. Ora, para compreender as relações de poder que ocorrem na política brasileira é necessário extrapolar os limites do racional e, sobretudo, do ético. Basta lembrar que Teixeira processou Aldo Rebelo (e Silvio Torres, o outro autor do livro) conseguindo na justiça retirar o livro das prateleiras das livrarias brasileiras.

Por sinal, é louvável a conduta da presidente Dilma Rousseff em relação à corrupção no governo. Para aqueles que acreditavam que Dilma seria apenas um reflexo de seu antecessor, uma surpresa muito agradável.

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