domingo, 6 de novembro de 2011

Sugestão de vídeo

O vídeo abaixo é sugerido por Daniel Ferreira e o texto é uma análise feito pelo mesmo. 
http://www.youtube.com/watch?v=w1sEu1peHzI&feature=relmfu 

Este é um trecho de um programa humorístico do canal de TV catalã(TV3) chamado “Crackovia”. A justificativa da análise se dá pela idéia de que sátira, é muito rica no sentido de expressar de forma peculiar pontos de vista que em “outros lugares” não se apresentariam da mesma forma. Nesta linha, o que destaco no quadro humorístico e proponho aqui, é uma pequena discussão sobre a questão das “identidades”.

Limitando nosso recorte histórico apenas ao século XX, a priori implica considerar os regimes extremistas de Primo Rivera e de Franco – e obviamente situado entre eles a guerra civil espanhola - como determinantes no sentido de que tais acontecimentos históricos é que ditarão o teor da contraposição identitária assumida atualmente pelo clássico futebolístico entre merengues e culés, no sentido de uma alegoria “Catalunha x Espanha”: de um lado o republicanismo, o culturalmente impar, o libertário; do outro o império, o centralismo, o controle. Valores expressos de forma jocosa no “Crackovia”.

Assim, no programa televisivo a alteridade (à partir destes elementos) toma forma estereotipada, por exemplo, num Manuel Pellegrini(técnico) sanguinário, “fascista” e megalomaníaco urrando - de punho cerrado - aos seus abobados e efeminados jogadores(com destaque a Cristiano Ronaldo): “¿Quien puede parar a este Real Madrid?!”. O traço identitário que me chama atenção, como relevante na representação midiática, é um sentimento claro de orgulho expresso através das piadas por “ser Barcelona”, por “ser catalão”. Eis o ponto.

Bauman referencia o indivíduo atual (pós moderno e global) como uma incógnita: “Vida, liberdade e busca da Felicidade”(“Porque a vida é agora!”) seriam elementos básicos para entender o âmago da sua expressão identitária. Porém, tal expressão acabaria na verdade realizando o contrário do que propõe “engessando” o
sujeito numa perpétua infelicidade: a incerteza e o individualismo excessivo, advindos nas inúmeras e “crescentes” promessas/ possibilidades de satisfação (que no final das contas nunca se concretizarão) oferecidas externamente “prateleira” supermercado cultural.

O que ocorre é que Bauman(em suas análises) liga a questão da orgulho identitário ao “fundamentalismo”, ao isolamento social e ao “ilusionismo” da certeza e da possibilidade da realização. Daí a pergunta: como “classificar” simplesmente os catalães como “intolerantes”, “fechados” ao mundo (pós)moderno, mas
sobretudo “frustrados”?!!!

Para entender o sentido de tal sentimento – no mundo atual - muito mais conclusivo me parece os elementos do pensamento de Campbell sobre o herói, do que o sofisticado labirinto analítico de Bauman: é a expressão, em uma forma regionalizada daqueles indivíduos que não abrem mão de escrever espetacularmente sua própria história.

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