quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Neymar é condenado a pagar R$ 15 mil por ofensas a árbitro no Twitter

O atacante Neymar perdeu nesta terça-feira uma batalha judicial contra o árbitro Sandro Meira Ricci e terá que pagar uma indenização de R$ 15 mil por danos morais. O astro santista foi considerado culpado no processo que corria desde o Campeonato Brasileiro do ano passado, quando, via Twitter, o camisa 11 chamou Ricci de "ladrão".

O episódio em questão se deu durante a derrota santista por 4 a 2 contra os baianos, no Barradão, em 15 de agosto do ano passado. Na conta de Neymar no Twitter, foi postada a frase "Juiz ladrão vai sair de camburão", que ficou no ar durante alguns instantes antes de ser deletada. Ricci recorreu ao ex-árbitro e hoje advogado Giulianno Bozzano, que o representou no tribunal nesta terça-feira e conseguiu o pagamento da indenização.

Na ocasião, Neymar usou o argumento de que um amigo havia tomado seu telefone celular e postado a mensagem. Mesmo assim, o juiz Afonso de Barros Fario Júnior, responsável por intermediar o julgamento nesta terça-feira na 3ª Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Santos, considerou o atacante responsável pelo acontecimento.

"A própria contestação reconhece, ressalte-se, que o contestante (Neymar) agiu culposamente. E, de fato, agiu com culpa ao deixar o aparelho já conectado ao Twitter nas mãos de terceiros", consta no processo. "É justamente para se evitar esse tipo de coisa que existe uma senha para se acessar à rede em questão. Não tendo o seu titular tomado as cautelas necessárias para que não usassem sua assinatura para fins ilícitos, deve responder por esta omissão".

Desta forma, a decisão judicial obrigou o astro santista a pagar a multa. "Ante o exposto, julgo procedente a ação para condenar o réu ao pagamento de R$ 15.000,00, com juros de mora de 1% ao mês a partir da citação e correção monetária a partir de hoje pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo".

Fonte: http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2011/noticias/0,,OI5495031-EI17896,00-Neymar+e+condenado+a+pagar+R+mil+por+ofensas+a+arbitro+no+Twitter.html

Texto sugerido e comentário feito por: André Mendes Capraro

Como fenômeno recentíssimo, as novas mídias sociais são geradoras de polêmicas antes inexistentes. O caso da crítica/ofensa de Neymar à péssima atuação técnica do árbitro Sandro Meira Ricci na partida entre Santos e Vitória e o consequente processo gerado é um bom exemplo. Certo é que o valor de 15 mil reais não é significativo para o atleta pop-star santista. E que o processo judicial provavelmente o levou a refletir a respeito dos seus atos inconsequentes e impulsivos cometidos nos últimos meses (e não são poucos).

Por outro lado, pensando no ocorrido, levanto uma indagação e uma divagação: 1) Ricci não estaria se aproveitando da condição privilegiada de Neymar, tendo em vista que também foi ofendido por vários outros torcedores na mesma mídia social e que sequer foram mencionados? 2) Logicamente, a polêmica em relação às falhas de arbitragem no futebol não é recente, pois a própria FIFA é crédula que parte da popularidade do esporte se dá exatamente por causa disso. Porém, será que realmente um sistema de arbitragem apoiado na tecnologia, consequentemente mais eficiente e seguro, seria tão prejudicial assim à modalidade?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A última jogada de Ricardo Teixeira

 

Olhe bem para esta foto.

Ela foi tirada na última terça-feira, por ocasião do jantar que o empresário José Victor Oliva (em pé, no meio, careca) ofereceu ao narrador Galvão Bueno, ao seu lado, taça de vinho na mão.
Note bem quem é a figura poderosa da imagem, o que está cercado pelos demais, no centro de tudo.
Sim, é ele, Andrés Sanchez, o ainda presidente do Corinthians, anunciado ontem como novo diretor de seleções da CBF.

Nos extremos opostos, à esquerda, o também empresário José Hawilla, e o cartola Ricardo Teixeira, uma relação que já foi sólida e que hoje quase que apenas mantém as aparências, tantos foram os tombos recentes sofridos pelo dono da Traffic.

Mas o essencial é mostrar como Teixeira aparece como coadjuvante, ao lado de Ronaldo Fenômeno, para entender o noticiário mais recente, que dá conta, também, de um convite do presidente da CBF e do COL para que o ex-jogador assuma o papel que Michel Platini fez na Copa da França e Franz Beckembauer desempenhou na Copa da Alemanha, como está na coluna Panorama Esportivo, de O Globo, de ontem.
Teixeira andava isolado a tal ponto que o deputado Romário o humilhou na Câmara dos Deputados e quase não houve reação da bancada da bola.

A Fifa até quis entregar sua cabeça a Dilma Rousseff que preferiu deixar o problema com a Fifa.
Externamente, Teixeira buscou os apoios de Jack Warner, da Concacaf, de Nicolás Leoz, da Conmebol, de Julio Grondona, da AFA e do quatari que a Fifa baniu, Bin Hammam, o homem que separou definitivamente Joseph Blatter de Teixeira.

E internamente, ao buscar sair dos holofotes, Teixeira, para voltar a ser o homem das sombras, das articulações de bastidores, chamou Sanchez para a CBF e Ronaldo para o COL.
E não há de ter sido à toa que disse, assim que tornou pública a contratação de Sanchez,  diante dos jornalistas, que era preciso telefonar para Lula para contar a novidade.
Ele sabe que ninguém que tenha a simpatia de Lula estará isolado no Brasil.





fonte: http://blogdojuca.uol.com.br/2011/11/pro-memoria-7/


Texto sugerido e com comentários de Edson Hirata
Os mais inocentes até podem comemorar acreditando que Ricardo Teixeira está sendo extirpado do centro das decisões do futebol brasileiro, mas, como bem disse Juca Kfouri, é apenas mais uma jogada inteligente do sagaz dirigente mor. 

Ronaldo é amigo de Sanchez, que é amigo de Teixeira, que não é amigo de Dilma, mas se diz amigo de Lula. 
Essa configuração certamente possibilita entendermos que Ricardo Teixeira está se cercando de pessoas com
grande popularidade e retirando de si o foco, mas certamente o poder ainda está em suas mãos.






Ministério Público exige plano de segurança para o Atletiba

Promotoria de Defesa do Consumidor enviou ofício cobrando os dois clubes, torcidas organizadas, Polícia Militar, Federação Paranaense e CBF

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) anunciou, na tarde desta segunda-feira (28), que vai exigir da Polícia Militar (PM), de Atlético e Coritiba um plano de ação para se evitar incidentes violentos na capital no domingo (4), dia do clássico decisivo entre as duas equipes, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro.

A instituição, por meio da Promotoria de Defesa do Consumidor de Curitiba, enviou um ofício, já no último dia 24, cobrando a apresentação deste plano anti-violência para que as normas do Estatuto do Torcedor não sejam violadas. O documento também foi enviado para as torcidas organizadas da dupla Atletiba, Federação Paranaense de Futebol (FPF) e Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O MP aguarda a resposta do pedido nesta semana.

O clássico vale muito para os dois times – o Atlético briga para não cair à Segunda Divisão, enquanto que o Coritiba busca uma vaga na Libertadores – e é considerado de risco. A PM já expôs a preocupação com o duelo.

Em matéria publicada na Gazeta do Povo na semana passada, o coronel Ademar Cunha Sobrinho, comandante do 1.º Comando Regional da PM, informou que cerca de 900 policiais serão destacados só para a partida. Além disso, a Guarda Municipal de Curitiba e de algumas cidades vizinhas, bem como a Polícia Civil, vão compor a operação.

fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=1197104&tit=Ministerio-Publico-exige-plano-de-seguranca-para-o-Atletiba

Texto sugerido e comentado por Natasha Santos.

Se na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2009, houve uma suposta negligência da Secretaria de Segurança – quanto ao número efetivo de policiais que teve dificuldades em deter o quebra-quebra generalizado, que rendeu ao Coritiba penalidades caras –, desta vez será feita “uma coisa de primeiro mundo”, como aponta o coronel da Polícia Militar. A promessa é de uma megaoperação envolvendo cerca de 900 soldados da PM, com o apoio da Guarda Municipal de Curitiba e cidades vizinhas, somadas, ainda, à Polícia Civil. Os policiais estarão espalhados pela cidade e região metropolitana, em alerta para os desdobramentos do épico Atletiba.

Mesmo que seja apenas uma medida para evitar a veiculação de Curitiba como capital do vandalismo organizado na mídia nacional, tendo em vista a Copa do Mundo, desta vez há de se tirar o chapéu para o planejamento da operação. Agora é esperar para saber se, de fato, não presenciaremos uma guerra civil no estádio, e se os policiais espalhados pela cidade ao menos diminuirão a quantidade de ônibus e tubos depredados, fato comum em qualquer Atletiba – e que, segundo as torcidas organizadas, seriam eventos facilitados pelos próprios policiais. Sem levantar uma dificílima discussão aqui, o que se espera é que toda a operação montada iniba desastres não naturais – os quais, basta destacar, nem sempre podem ser explicados com base em Norbert Elias.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Crônica da Semana

COPA 2014: O LEGADO DO FUTEBOL 
 por Jackson Mosko


Muitos são os estudos sobre o legado que a Copa do Mundo de 2014 irá deixar no país, muitos acham que sim teremos um legado, outros já acham que o custo é muito alto e seu legado insignificante, mas analisando especificamente o futebol nacional, já podemos ver algumas mudanças, acredito que ainda é cedo para dizer se estas mudanças poderão propiciar um legado no futebol nacional, mas vamos as mudanças para tentar chegar a uma opinião ao final desta crônica.

Desde que foi anunciado como país sede da Copa de 2014, o mundo voltou os olhos para o Brasil e falo especificamente sobre o nosso futebol. Vários jogadores que atuavam fora do país foram repatriados, seja por um motivo técnico, por falta de adaptação, ou até mesmo o aquecimento da economia nacional, e enfraquecimento de economias poderosas do exterior, o fato é que enquanto alguns anos atrás estes jogadores iriam se ‘esconder’ em países sem nenhuma expressão no futebol mundial, porém com cofres recheados. Isto começa a mudar, o retorno de jogadores para o país está aumentando e jogadores com a possibilidade de sair do país, mesmo que seja para grandes equipes, hoje começam a pensar mais.

Falando neste assunto é impossível não falar do caso de Neymar Jr., jogador do Santos, que recusou por inúmeras vezes propostas de gigantes do futebol como Barcelona e Real Madrid e ainda renovou seu contrato com o clube até 2015, terminando após a Copa no Brasil.

Claro que este não foi o principal motivo para que o jogador ficasse no país. Um excelente aumento, um plano de carreira que faz inveja a jogadores dos gigantes do futebol mundial, chegando até a estar entre os jogadores indicados a melhores do mundo neste ano, porém alguém pensaria em algo parecido há três ou quatro anos atrás?

Somado a este fato ainda temos um campeonato nacional cada vez mais equilibrado, pois desde o ano de 2003 quando se tornou em pontos corridos, o mundo volta os olhos para o nosso futebol.
Agora cabe aos nossos clubes e seus representantes aproveitarem esta ‘janela’ aberta pela Copa de 14 e alavancar de vez nosso futebol, e nós amantes do futebol temos fé de que chegou a nossa vez!

Blatter fica acuado por polêmica do racismo

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, mostrou-se acuado por conta das polêmicas envolvendo a entidade, principalmente a questão do racismo no futebol.


A nova onda de ataques foi desencadeada quando o dirigente declarou não existir racismo no esporte. Para ele, ofensas dessa natureza em jogos poderiam ser resolvidas com um aperto de mão.

Jogadores, cartolas e políticos, muitos da Inglaterra, passaram a criticar Blatter e até a pedir sua renúncia.
Ontem, o presidente da Fifa mostrou ter sentido os ataques. Em congresso da associação asiática, na Malásia, exibiu olhar nervoso, movimentou-se com impaciência e até bateu num microfone.
"Eu estou machucado com esses comentários porque tocaram minha consciência e a minha determinação de lutar contra o racismo", afirmou.

Em seguida, Blatter tentou encerrar o assunto. "Se alguém ainda acha que eu sou racista, desculpe dizer, mas estou trabalhando há praticamente 37 anos na Fifa... Não há racismo, nada. Esse assunto para mim está acabado. Nós seguimos em frente", disse o cartola, lembrando ter pedido desculpas.

Outro desconforto para Blatter foi o fato de o ex-presidente da associação asiática Mohamed bin Hammam, seu opositor, ter sido expulso da Fifa por corrupção. O qatariano recorreu à Corte Arbitragem do Esporte.
"Não vou comentar decisão do nosso comitê [de ética]", declarou Blatter, que felicitou o novo presidente interino: o chinês Zhang Jilong.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1011262-blatter-fica-acuado-por-polemica-do-racismo.shtml

 Texto sugerido e com comentários de Ernesto Marczal
A polêmica em torno da declaração de Blatter só ressalta o quanto a questão do racismo permanece extremamente presente, e ainda insolúvel (caso isto seja possível), no espaço social.

Ao afirmar a relativa ausência do racismo no futebol, o dirigente desencadeou, involuntariamente, a reação de diversos atores ligados ao cenário esportivo. Algo que somente evidenciou como este permanece incrustado no interior das relações sociais, inclusive no esporte. Ao adotar uma postura apaziguadora diante de alguns acontecimentos recentes (previamente explorados neste blog), Blatter contribuiu para perpetuação da polêmica. Ao negar a existência do problema, o próprio mandatário da FIFA passou a ser acusado de
racista.

O choque de opiniões repercute alguns dos dilemas em torno do racismo. De um lado a dissimulação de sua o ocorrência, e de outro a afirmação das posturas, reconhecendo-o como uma preocupação imediata. De qualquer modo, a negação do problema constituiu uma contradição, até mesmo diante das recorrentes campanhas realizadas pela entidade.

Como demostra a reportagem, a infeliz declaração de Blatter continua repercutindo e abalando, ainda mais, sua imagem política a frente da FIFA.

A repercussão de suas declarações sobre uma eventual ausência do racismo no futebol  evidenciam como esta questão esta incrustada no interior das relações sócias, inclusive do esporte.

sábado, 26 de novembro de 2011

Corinthians fecha consultoria de TI para o Itaquerão

Clube contrata Sonda IT para avaliar sistemas de tecnologia da informação e telecomunicação

Perspectiva do Itaquerão, que já tem consultoria de TI (crédito: CDC Arquitetos)

O Corinthians anunciou a empresa Sonda IT como parceira para a área de infraestrutura de tecnologia do Itaquerão, estádio que vai receber o jogo inaugural da Copa de 2014, em São Paulo.
A empresa prestará consultoria para a escolha dos equipamentos e sistemas de tecnologia da informação e de telecomunicações que serão adotados na arena corintiana.
"Como uma consultoria independente, o objetivo é analisar os requisitos da Fifa, as necessidades do clube e orientar as melhores opções de recursos tecnológicos que garantam o retorno do investimento, geração de receitas e a utilização deste legado pelo clube", diz Paulo Ferreira, diretor executivo da Sonda IT.

fonte:  http://www.portal2014.org.br/noticias/8534/CORINTHIANS+FECHA+CONSULTORIA+DE+TI+PARA+O+ITAQUERAO.html.

Texto sugerido e com comentáriode Bruno José Gabriel

O presente comentário sobre a reportagem titulada “Corinthians fecha consultoria de TI para o Itaquerão” se deu, devido à curiosidade em verificar o processo de modernização pelo qual os estádios estão passando, fator que irá refletir no clube ou empresa detentor dos direitos do mesmo e conseqüentemente na sociedade.

A reportagem é bastante restrita, entretanto ao analisarmos com certo distanciamento verificamos alguns pontos bastante interessantes para discussão:
- Processo de modernização dos estádios é algo recorrente, pois durante a organização da Copa 1958 verificamos o mesmo processo que não necessariamente trouxe benéficos a sociedade.
- As ameaças de greves e as greves dos operários, situações recorrentes na sociedade após a Revolução Industrial.
- Projetos organizados que estão retratando garantias de legado para os detentores dos direitos dos estádios posteriormente a realização da Copa 2014.

Apesar de ser bastante sucinta, a reportagem é interessante pois nos permite discutir o processo de modernização pelo qual passa os estádios e conseqüentemente a sociedade.
Através de projetos como esse que será desenvolvido – sistemas de Tecnologia da Informação e Telecomunicação verificamos um empenho por parte dos responsáveis pelo estádio de São Paulo, em construir algo que pode garantir o retorno do investimento, o que está diretamente ligado a oferta de empregos, pois haverá necessidade de mão de obra coordenar esses segmentos. Assim estão pretendendo deixar um legado significativo para a sociedade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Crônica da Semana

por Ernesto Marczal



“Gol do Imperador!” ou “Um exemplo da construção da memória esportiva na imprensa”

Na última rodada do campeonato Brasileiro a vitória do Corinthians sobre o Atlético Mineiro foi um dos principais destaques. Mais do que a virada,  pelo placar de 2 x 1, que possibilitou a manutenção da liderança a duas rodadas do término do campeonato, os holofotes recaíram sobre um específico do jogo: o centroavante Adriano. Há mais de um ano sem marcar gols, o “Imperador” desencantou, no linguajar próprio da cobertura esportiva, justamente em um momento decisivo para o time de massas paulista (pelo qual  não havia conseguido ainda nenhum gol sequer).

As noticias e comentários posteriores ao jogo praticamente ignoraram outros atletas. Liedson, artilheiro do Corinthians na temporada, titular absoluto na posição e autor do gol de empate, foi praticamente “esquecido” pela crônica especializada. O homem do jogo era Adriano. Ao menos sob o olhar multifacetado, mas simultaneamente seletor, dos veículos de mídia.

Embora a diversidade dos meios de comunicação seja notória, é igualmente surpreendente suas coincidências discursivas.

É um exemplo, in loco, da construção narrativa da memória esportiva. Mesmo sem jogar a maior parte da temporada e marcar (até este instante) apenas um gol no campeonato, Adriano pode ser consagrado como um dos “heróis” do (possível) título alvinegro.

Paralelamente, tais construções discursivas reafirmam a necessidade permanente do futebol em passional e intimamente com seus aficionados. Mesmo fora de sua melhor forma física (algo recorrente nos últimos anos) e longe de seu auge esportivo, narrativas sobre momentos como este contribuem para manutenção do status
de um jogador “diferenciado”, “decisivo” entre outros adjetivos atribuídos pela crônica esportiva.

Refletindo sobre a atual circunstancia do esporte nacional, a necessidade da crônica em destacar personagens como Adriano, há muito desconexos de um desempenho esportivo que justifique a atenção
diferenciada concedida a um “craque”, só me remete a falta de renovação que experimentamos atualmente no esporte nacional. Mesmo com a nova leva (re)criar ídolos como forma de relacionar-se de jogadores e “promessas”, ainda há espaço significativo na imprensa para atletas que há muito tempo não justificam, desportivamente, uma atenção distinta.

Como ainda não terminamos o campeonato, e como corrobora este mesmo momento, talvez os comentários e narrativas articulados sobre as próximas rodadas do campeonato “apaguem” da memória este momento.

Algo que só evidencia como estas construções discursivas correm o risco permanente de serem (assim como este texto) nada mais do que narrativas efêmeras. Ou não.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Blatter e Teixeira protagonizam nova disputa bélica

Há clima bélico, de novo, na relação entre os presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e da Fifa, Joseph Blatter. A entrevista do suíço dizendo que membros do Comitê Executivo da entidade poderiam sair por acusações do caso ISL foi vista como ataque pelo brasileiro, sob quem há suspeita no episódio. Para o brasileiro, o suíço tem motivação eleitoral e quer afastá-lo para beneficiar o aliado Michel Platini na disputa pela Fifa em 2015.


O temor do cartola brasileiro é de que o presidente da Fifa tente fazer uma limpa no Comitê Executivo, retirando todos os seus inimigos atualmente. Além de Teixeira, estão ameaçados pelo caso ISL pelo menos o presidente da Conmebol, Nicolas Leóz (paraguaio), e o presidente da Confederação Africana de Futebol, Issa Hayatou (camaronês), além do ex-presidente da Fifa, João Havelange. Todos são apontados como receptores de propina da ex-parceira da entidade que dirige o futebol mundial.



Ricardo Teixeira e Joseph Blatter em seminário em Copacabana, em julho deste ano
Ricardo Teixeira e Joseph Blatter em seminário em Copacabana, em julho deste ano
Em dezembro, em reunião no Japão, Blatter promete mostrar documentos do processo de falência da ISL, no qual dirigentes do Comitê Executivo confessam ter recebido o dinheiro. Até hoje, essa ação é mantida em segredo de Justiça. Mas os cartolas envolvidos ainda podem manobrar no judiciário suíço para impedir a divulgação de seu nome.

Em outubro, quando o suíço se comprometeu a abrir o processo, os outros membros não se manifestaram em reunião do comitê. Não tinha ficado claro como estava a relação entre Teixeira e o presidente desde aquele episódio porque não houve encontros públicos entre eles. Em novembro, no Qatar, Teixeira se encontrou com o opositor do presidente da Fifa Mohammed bin Hamman, expulso da entidade por acusação de corrupção na eleição.

O novo litígio entre Teixeira e Blatter tem potencial para afetar a Copa. A Fifa subiu o tom contra o Brasil no início do ano quando os dois se desentenderam na última eleição da entidade, em junho. Na ocasião, o brasileiro flertou com Bin Hammam após o presidente da Fifa declarar apoio a Platini para 2015. Mas não é provável que ocorram declarações públicas de inimizada, com a guerra restrita aos bastidores.

Silvia Izquierdo - 29.jul.2011/Associated Press
Ricardo Teixeira (esq.) ao lado de Blatter durante evento no Rio de Janeiro, em julho passado
Ricardo Teixeira (esq.) ao lado de Blatter durante evento no Rio de Janeiro, em julho passado

fonte:http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1009997-blatter-e-teixeira-protagonizam-nova-disputa-belica.shtml

Texto sugerido e com comentários de Jackson Mosko

Apesar de estar novamente envolvido num escândalo de recebimento de propina, o presidente da CBF, Sr. Ricardo Teixeira, ‘sofre’ uma retaliação política do presidente da FIFA Joseph Blatter, que ameaça a falar os nomes envolvidos no escândalo envolvendo a entidade e sua ex-parceira ISL, onde o nome do presidente da CBF estaria entre os envolvidos. Isto, porém poderá afetar a Copa 2014? Como até agora estamos vendo
uma série de exigências absurdas por parte da FIFA e o governo brasileiro questionando mesmo que muito timidamente, acredito que sim poderemos ser afetados, mas vamos aguardar um novo capítulo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aldo Rebelo: 'A Fifa não é a Otan do futebol'

Em entrevista exclusiva ao LNET!, Ministro do Esporte fala do futuro da pasta, que está em suas mãos e da relação com Teixeira


  Aldo Rebelo assumiu o Ministério dos Esportes em um momento conturbado (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
 
Aldo Rebelo chega ao Ministério do Esporte para apagar a má imagem gerada pelo escândalo que derrubou seu antecessor, Orlando Silva. Sua missão é mudar os rumos do ministério, na gestão do dinheiro público, na definição de prioridades e na relação com cartolas.

Na entrevista, Rebelo mostra que a cautela e a discrição devem ser marcas de sua gestão. Defende a criação de uma política nacional de esporte, mas prevê até dois anos para ser aprovada. Evitou criticar que quer que fosse e colocou-se como um homem de governo, que deixa de lado suas opiniões pessoais.

No dia da entrevista, dia 10 de novembro, Rebelo ainda não havia feito troca nos principais cargos do ministério. Nesta semana, após nomear como auxiliares diretos pessoas com experiência na administração e de fora do PC do B, a presidente Dilma Rousseff transferiu a Autoridade Pública Olímpica, para sua pasta.

LANCE: O que já dá tirar desta primeira semana de trabalho?
AR: Estou como um matuto atravessando o Rio. Colocando um pé de cada vez para ver onde está raso, fundo ou tem pedra. Preciso examinar os trabalhos realizados, verificar as mudanças necessárias e o que poderá seguir.

L: Como serão as mudanças?
AR: Vou buscar pessoas com capacidade executiva, não necessariamente na sua área. Os americanos, na Segunda Guerra, quando precisaram de um general para dar conta da logística e distribuir comida a todos, chamaram um dono de supermercado e deram as quatro estrelas de general para ele cuidar disso. Na próxima semana já poderei anunciar algumas trocas.

L: Com os últimos ministros, quase todos os secretários eram militantes do PCdoB. Isso vai continuar?
AR: Não vejo assim, mas o meu critério não é uma filiação com o PCdoB. Entrarão de acordo com a sua capacidade e experiência.

L: A presidente Dilma anunciou uma auditoria nos convênios fechados com ONGs pelo Programa Segundo Tempo? Como está caminhando esse processo?
AR: O Segundo Tempo é um programa muito importante, que visa estender a atividade esportiva a quem não tem acesso a ela. Como o Ministério não tinha o instrumento para fornecer a atividade esportiva, como a saúde tem o hospital, atraiu uma série de ONGs. A imensa maioria é bem-intencionada. Mas um ministério não pode contar com esse tipo de ação. Em relação aos convênios existentes, onde não houve desembolso, mandei suspender. Foi algo em torno de 40. Os outros estão sob verificação.

L: Como você pretende tratar da questão da Timemania? Quanto já foi arrecadado e quanto foi abatido da dívida dos clubes?
AR: Minha opinião não conta. Vou tratar de acordo com a exigência legal. Não há profissionalização à altura da necessidade. É preciso encontrar
uma solução que proteja o interesse público e ajude a dar uma solução para os clubes.

L: Como está a regulamentação da Lei Pelé? E como será a responsabilização de dirigentes, já que falou que falta profissionalismo?
AR: Não me debrucei sobre ela. E, de certa forma, a lei já criou um certo tipo de responsabilidade.

L: Mas isso foi tirado agora neste último texto.
AR: Não é um problema legal. É preciso criar uma responsabilização com propostas que apontem caminhos para proteger os clubes. Precisamos
conversar com as entidades para que eles mudam a gestão.


L: O senhor é a favor da limitação de mandatos de dirigentes?

Se tem limitação para presidente da República, governadores e prefeitos, por que não para dirigentes? O esporte foi liberado de autarquias, mas sempre desconfiei disso, em uma sociedade tão desajustada. O Estado precisa atribuir a essas entidades um nível de responsabilidade, como existe até para a gestão das propriedades privadas.

L: Você já foi grande crítico de Ricardo Teixeira, depois houve uma aproximação. Como está hoje? E como será como ministro?

Aproximação...?

L: Sim. Com o Ricardo Teixeira.

Ah, é? Não sabia.

L: O senhor é apontado como muito amigo dele e já disse que ele tinha mudado muito.

Eu presidi a CPI e me encontrei com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, naquela ocasião. Depois acho que encontrei mais uma vez, numa festa do Brasileiro há alguns anos. Voltei a encontrá-lo agora no Ministério. Não tenho amizade e nem inimizade.

L: Parlamentares estão em busca de documentos que possam esclarecer o suposto pagamento de propina da ISL a Ricardo Teixeira dez anos atrás. Qual é a sua opinião, como ministro?

As atribuições da Câmara e do Senado não podem ser discutidas pelo Poder Executivo. O legislativo tem como atribuição fiscalizar. Aqui vamos procurar tratar institucionalmente essa questão.

L: Seria bom para o governo participar do COL?

Acho que o governo poderia ser criticado por isso. As circunstâncias de um evento privado levaram a isso. Não posso opinar.

L: Há alguns anos o senhor recebeu uma homenagem do Vasco das mãos de Eurico Miranda. O senhor continua amigo dele?
AR: Recebi um título dado por unanimidade por todos os conselheiros do clube, que muito me honra, de sócio honorário do Vasco. Foi dado pelo Conselho na ocasião em que o dirigente era o Eurico. Também recebi do Flamengo.

L: Na gestão do Afonso Della Monica o senhor tentou um patrocínio para o Palmeiras, de uma mineradora chinesa...
AR: Eu era até agora presidente do grupo parlamentar Brasil-China. Sou amigo da China e cogitei a hipótese de ajudar que alguma instituição chinesa pudesse patrocinar o Palmeiras. Fiz isso como torcedor, mas nada foi acertado.

L: Como ministro o senhor pretende se aproximar com o esporte olímpico chinês?
AR: Acho que o Brasil tem que ter duas referências: cooperar com quem precisa da nossa ajuda, como Bolívia e Paraguai e países africanos, e pedir ajuda daqueles que são mais bem-sucedidos, como os EUA e Cuba, com modelos diferentes. A China é uma experiência recente.

L: Por que estádios do Brasil são tão caros?
AR: Estive olhando os preços. No caso da Eurocopa de Portugal, da Copa da Alemanha, os preços foram menores do que aqui. Não sei se isso foi resultado do tempo previsto para as construções.

L: Muito se ouve dirigentes e muito pouco os atletas. Isso vai mudar?
AR: O ministro é do Partido Comunista; o Ministério, não.O Ministério é da população e do país. Quem está aqui deve ter isso claro. Temos de levar em conta sempre as opiniões de federações, associações, tudo. Mas atletas e técnicos também devem ser considerados.

L: Quanto à aplicação das leis, o Estatuto do Torcedor era um grande avanço, mas metade dele não sai do papel...
AR: Participei de todos os debates. De todas as contradições, creio que o esforço dessa lei foi muito bem. As conquistas não podem ser menosprezadas. Tirando os camarotes e os dirigentes, o resto dos torcedores era mal tratado.

L: O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, anunciou que 10% dos ingressos serão vendidos a US$ 25 (R$ 44), para os brasileiros. Isso resolve a meia-entrada?
AR: Não sei se resolve. A Copa vai ocorrer num país com muita desigualdade social. Não podemos permitir uma festa tão grande sem que uma parcela comprovadamente pobre, mais do que a meia-entrada, que poderá atingir uma classe média, participe.

L: Muitos deputados e senadores falam que as exigências da Fifa são exageradas. São mesmo?
AR: Não. Tenho de procurar cumprir, de acordo com aquilo que foi firmado. O que há são interpretações diferentes. Vou ver os compromissos fechados por Alemanha e outros países. Não podemos é achar que a Fifa é uma espécie de Otan (organização militar entre EUA e parte da Europa) que está querendo invadir o Brasil. E nem ficar com o sentimento como se fossemos uma terra francesa (sic) no nosso país. Vamos olhar e, se a Fifa tiver razão, vai permanecer.

L: Na prática...
AR: Isso já está na Lei Geral da Copa. O que o governo brasileiro pensa e pode está ali. Na legislação anterior, que foi do incentivo fiscal, também. Agora o Congresso vai mediar e resolver.

L: Como está a montagem do Plano Nacional de Esporte?
AR: A minha ideia é a de transformar o Plano Nacional do Esporte numa política permanente. Há a necessidade de se preparar um marco legislativo legal permanente para o país.

L: Qual é o prazo?
AR: Não estou pensando nisso agora. Tenho de me preocupar com a ideia. Mas talvez um, dois anos.

L: Por fim, como se dá jeito no seu Palmeiras?
AR: O Palmeiras tem um passado de glórias e um futuro promissor. Exige muita paciência e muita providência. HAHAHAHA!

Rebelo presidiu CPI da CBF/Nike
A principal contribuição de Aldo Rebelo ao esporte, antes de ser nomeado ministro, foi cerca de uma década atrás, quando presidiu a CPI da CBF/Nike, que investigou o contrato entre a entidade e a empresa.

Enfrentando um lobby montado por Ricardo Teixeira em Brasília, que cooptou até a maioria dos deputados membros da CPI, o relatório não só apontava irregularidades como propunha mudanças na legislação para garantir maior transparência na administração do esporte.

Os deputados da bancada da bola, entretanto, fizeram um relatório alternativo, exatamente oposto. Percebendo que não tinha a maioria da comissão, Rebelo encerrou os trabalhos da CPI sem votar nenhum relatório. Depois tentou publicar o seu relatório em livro, mas foi impedido pela Justiça.

Rebelo mudou postura com Ricardo Teixeira
Uma das grandes dúvidas da gestão de Aldo Rebelo à frente do Ministério do Esporte será seu relacionamento com o presidente da CBF e do comitê organizador da Copa-14, Ricardo Teixeira.

Em 2001 , durante a CPI da CBF/Nike, Rebelo criticou duramente Teixeira pela maneira como conduzia os negócios da CBF e, com o colega relator Silvio Torres, produziu um duro relatório em que denunciava Teixeira e outros cartolas por várias supostas irregularidades.

Naquela época, o país era governado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o PC do B de Rebelo estava na oposição.

Quando o PT assumiu o governo em 2003, e foi se aproximando dos cartolas, Rebelo assumiu a mesma posição. Passou a trabalhar em projetos de interesse dos clubes, como a Timemania.Aproximou- se em especial de Teixeira.

Quando questionado sobre o assunto, declarou que, depois da CPI, Teixeira havia evoluído e mudado sua atuação.

Ministro, diz que nunca houve uma aproximação entre ambos. Mas imagens falam por si. Na cerimônia de posse do ministro, Teixeira estava na primeira fila de cumprimentos e deu um abraço caloroso em Rebelo, sinal de como via a nomeação.

fonte: http://www.lancenet.com.br/copa-do-mundo/Aldo-Rebelo-Fifa-Otan-futebol_0_594540564.html

Texto sugerido e com comentários de Riqueldi Lise
Após a queda do ministro dos esportes Orlando Silva, ocasionada pela denuncia de um esquema de corrupção dentro do próprio ministério, assume o cargo o deputado Aldo Rebelo (PCB). Ao presidir a CPI da CBF/Nike entre os anos de 2000 e 2001, Rebelo relatou uma série de irregularidades no comando da CBF, e fez de Ricardo Teixeira seu inimigo.
Os tempos agora são outros, notícias dão conta de uma reaproximação entre Rebelo e Teixeira. 

Recentemente foi divulgado que Rebelo recebeu doações para financiamento da campanha para deputado federal em 2010 de duas empresas que patrocinam a CBF, Ambev e Banco Itaú. É curioso lembrar que como presidente da CPI da CBF/Nike o atual ministro examinava com absoluta desconfiança as doações
da CBF e de seus patrocinadores para candidatos. Agora, no comando do ministério, Aldo estará envolvido em ao menos uma questão crucial para um dos patrocinadores da CBF, da Fifa e de sua campanha: a venda de cerveja nos estádios. A InBev é dona da Budweiser, cerveja oficial da Copa. Porém, o deputado ainda insiste em negar uma aproximação com o principal dirigente da CBF.

Resta-nos questionar se alguma coisa realmente mudou, pois parece que fora a mudança dos nomes a situação continua, pelo menos, muito parecida.

Beckham é mais um a criticar Blatter em polêmica sobre racismo; dirigente se desculpa

Após dizer que não há racismo no futebol, o presidente da Fifa Joseph Blatter foi severamente criticado. Nesta quinta-feira, foi a vez da estrela inglesa do futebol David Beckham condenar as declarações do dirigente classificando-as como "terríveis".
O suíço de 75 anos foi criticado após os comentários que fez na última quarta-feira onde ele ainda acrescentou que, caso incidentes como estes aconteçam, os jogadores devem aceitar isso como uma provocação e resolverem a situação com um aperto de mão ao final da partida.
 
"Eu acho que os comentários foram terríveis. E eu acredito que muitas pessoas também acharam isso. Não penso que isso foi bom para o futebol", disse Beckham em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
 
"É óbvio que o racismo está presente no futebol e na vida nesses últimos anos. Não se pode simplesmente jogar para debaixo do tapete ou se encerrar o assunto com um simples aperto de mãos", finalizou o meia que atualmente joga no Los Angeles Galaxy.
 
Beckham foi mais um dos jogadores a se posicionar contra o dirigente esportivo. Um dos líderes das críticas a Joseph Blatter é o também inglês Rio Ferdinand, do Manchester United que, através de seu twitter, sugeriu a Blatter abandonar o cargo que ocupa há 13 anos.
 
Ian Wright, ex-jogador e pai de Shaun Wright-Phillips, da seleção atual, também se posicionou. Colunista do jornal The Sun, ele anunciou que vai recusar o convite da Fifa para participar da festa que distribuirá a Bola de Ouro no fim do ano. "Os comentários de Blatter sobre o racismo são tão errados que mudaram tudo", disse Wright. 
 
Nesta sexta-feira, em entrevista à BBC, Blatter pediu desculpas pelas declarações feitas, lamentando as infelizes palavras que causaram um grave incidente. Assegurou também que não tem intenção de renunciar ao cargo que ocupa desde 1998, apesar dos inúmeros pedidos vindos da Inglaterra, incluindo do primeiro ministro britânico David Cameron.
 
"Não podia imaginar tal situação mas não posso renunciar. Deixar o cargo seria injusto e incompatível com meu espírito lutador, meu caráter", disse Blatter.
 
Os comentários de Blatter repercutiram muito mal na Inglaterra, devido a recentes problemas envolvendo os jogadores John Terry e Luis Suarez, que estão sendo investigados pela Federação inglesa por insultos raciais.
 
Para finalizar o presidente da FIFA disse que os jogadores que fazem insultos raciais deveriam ser expulsos e que a luta contra o racismo deve continuar.
 
fonte: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/11/18/os-comentarios-de-blatter-sobre-o-racismo-sao-terriveis-diz-beckham.htm

Texto sugerido por André Mendes Capraro


Comentários de Daniel Ferreira sobre o vídeo acima.

Trata-se de uma reportagem exibida no programa “Esporte Espetacular”(Rede Globo) à respeito da partida Santos 4 x 5 Flamengo(27/07/2011). Nela, através de uma série de recursos visuais, sonoros, e técnicos (por exemplo: entrevistas com “entendidos boquiabertos”, um ator redigindo uma memória “à respeito”)fica evidente a mensagem do programa em evocar como legítimo determinado “estilo de jogo” e como padrão de “alta qualidade” de futebol, e sobretudo de brasilidade(“Isto é futebol brasileiro!”).

Sem aprofundar mais detalhadamente a “natureza” do agente(Rede Globo) que propaga tal discurso, ou problematizar sobre a recepção(boa ou não) no público da representação ali “propagandeada”. A idéia é apenas buscar um pouco na história as raízes históricas dessa visão. 

Assim veremos que a consagração de tal “estilo” ocorreu paralelo a consolidação de uma idéia de “identidade” brasileira ocorrida em meados do século passado e que em Gilberto Freyre teve muito provavelmente seu maior “entusiasta”. Diz Freyre prefaciando o livro O negro no futebol brasileiro de Mário Filho, sobre:

“A capoeiragem e o samba, por exemplo, estão presentes de tal forma no estilo brasileiro de jogar futebol(...)que encontrará, decerto, nas raízes de cada um, dando-lhes autenticidade brasileira, um pouco de samba, um pouco de molecagem baiana e até um pouco de capoeiragem pernambucana ou malandragem carioca. Com esses resíduos é que o futebol brasileiro afastou-se do bem ordenado original britânico para tornar-se a dança cheia de surpresas irracionais e de variações dionisíacas que é.”

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Neymar fica no Santos. Oba! Banco do Brasil entra na parada. Oba! Viva o dinheiro público

O presidente do Santos Futebol Clube, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, está prestes a anunciar os detalhes do novo contrato do jovem craque Neymar, pelo qual ele deverá permanecer no time até a Copa do Mundo de 2014. Não se sabe se Luís Álvaro explicará os detalhes da entrada, no bloco de patrocinadores do jogador, do Banco do Brasil, ou se isso será feito na entrevista exclusiva que Neymar concederá, ao lado do
presidente, no Jornal Nacional da TV Globo, logo mais à noite.

O fato é que, segundo assessores do craque, sua não ida à Europa foi viabilizada pela entrada do Banco do Brasil na parada. O jogador, que fatura atualmente, entre salários, participação em publicidade e outros direitos, algo como 1,5 milhão de reais, poderá vir a ganhar o dobro.

Banco do Brasil. Eta beleza! Além dos incontáveis bilhões de reais do suado dinheiro público que o governo vai enterrar em estádios e vai investir em outras obras necessárias à Copa do Mundo de 2014, agora a nossa principal instituição pública de crédito decide colocar seu rico dinheiro nesse novo empreendimento patriótico manter no Brasil nosso principal jogador de futebol.

O Banco do Brasil, mais uma vez, salva a pátria. Acho que é essa frase que os dirigentes do banco oficial vão querer ouvir. E quem liga para dinheiro público, “neste país” -além de nós, contribuintes?

fonte: Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/neymar-fica-no-santos-oba-
banco-do-brasil-entra-na-parada-oba-viva-o-dinheiro-publico/

Texto sugerido e com comentários de Miguel A. Freitas Jr.
Esta semana fomos surpreendidos por duas notícias que envolvem o talentoso Neymar. A primeira se refere ao fato dele figurar entre os 23 melhores jogadores do futebol mundial, dando um exemplo de que o mundo está olhando para o Brasil, pois até bem pouco tempo atrás ou se jogava na Europa ou não se existia
para a Elite do Futebol. Os nossos atletas “babavam na gravata” quando viam a possibilidade de migrarem para a Europa, pois lá estava o dinheiro e o futebol de verdade. Mesmo que as imagens decorrentes do futebol globalizado, nos revelem uma contradição nesta afirmativa. A questão é que Neymar  surpreendentemente resolveu ficar.

Inicialmente lembrei do Juca Kfouri, que sempre defendeu a tese de que devemos vender os nossos campeonatos e não as estrelas que o abrilhantam. Pensei que poderíamos começar a romper o nosso complexo de vira-latas e que desta vez poderíamos encarar os europeus de frente, sem nenhum tipo de recalque, pois hoje estamos com a economia sólida... Mas será que tudo isto vale a pena?

Será que manter o Neymar aqui, a partir de recursos oriundos do Banco do Brasil é algo correto? Mas porque ninguém nunca questionou os investimentos do Voleibol? Ou os investimentos do correio na natação e no atletismo. Mas acima de tudo, porque ninguém mais se importa com os políticos que estavam com o
dinheiro na cueca, construindo mansões, comprando barcos e prostitutas.

Éh... no Brasil o futebol é realmente uma coisa séria. A tal ponto, que mesmo quando algo de bom acontece, nós nos preocupamos com aquilo que supostamente seria ruim, como nos diziam os irmãos Rodrigues - Este é o complexo de Ser Brasileiro.

Após queda, Orlando Silva diz que vai se candidatar em 2012

Orlando Silva (PCdoB), que deixou o Ministério do Esporte após uma crise política a partir de denúncias de corrupção, disse nesta segunda-feira que vai ser candidato nas eleições municipais de 2012. A declaração foi feita a jornalistas após a cerimônia de posse de Aldo Rebelo (PCdoB) como novo ministro do Esporte. "Se tudo der certo, eu vou ser candidato em 2012. Eu tenho que sentar com o partido e conversar. Eu não sei, tem que olhar. Vai ser em São Paulo, é a única coisa que eu sei", disse ele.


Silva disse que vai conversar ainda com o "conselheiro", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atua ativamente nos bastidores da política. "Ele (Lula) tem muita experiência política e acha que eu posso ajudar. Deixa o presidente enfrentar esse desafio (o câncer na laringe) gora e logo em seguida vou poder sentar e conversar", afirmou Orlando.


O ex-ministro disse que já conversou com Lula no dia do seu aniversário (última quinta-feira). "Ficamos de voltar a conversar depois. Ele é um conselheiro. Vamos sentar e conversar com ele", disse.


Orlando Silva pede demissão do Ministério do Esporte
Orlando Silva (PCdoB) pediu demissão do Ministério do Esporte no dia 26 de outubro, após reunião com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do seu partido, Renato Rabelo. Silva não resistiu à pressão para que deixasse o cargo após denúncias de fraudes em contratos entre a pasta e organizações não-governamentais (ONGs). Sexto ministro de Dilma a cair ainda no primeiro ano de governo, Silva foi apontado por uma reportagem da revista Veja de outubro como o líder de um esquema de corrupção que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Na falta de um nome definitivo indicado pela presidente, o secretário-executivo da pasta, Waldemar de Souza, também do PCdoB, assumiu a chefia no ministério interinamente.


Segundo o delator do suposto esquema, o policial militar e militante do PCdoB João Dias Ferreira, ONGs recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.


Ferreira foi um dos cinco presos em 2010 durante a Operação Shaolin, que apontou diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades. Por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, ele firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006. Antes de pedir demissão, Silva exigia a Ferreira a devolução do dinheiro repassado. No dia 17 de outubro, o então ministro protocolou um pedido para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigasse as denúncias.


No dia 19 de outubro, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem que afirmava que a pasta prorrogara até agosto de 2012 um convênio de R$ 911 mil do programa Segundo Tempo com uma entidade de fachada que, apesar de ter assinado o contrato em dezembro de 2009, jamais executou o projeto no entorno do Distrito Federal. O jornal ainda acusou a mulher de Orlando Silva, Ana Petta, de ter recebido recursos públicos de uma ONG de filiados do PCdoB. Petta teria utilizado sua empresa de produção cultural, a Hermana, para assinar contrato com ONG Via BR, que havia recebido R$ 278,9 mil em novembro de 2010.


No dia 24, Ferreira prestou depoimento à PF, no qual afirmou que pelo menos 20 ONGs estariam dispostas a delatar o suposto esquema. Ele entregou 13 áudios, um celular e mídias que comprovariam os desvios. Segundo o PM, no entanto, nenhum continha a voz de Silva, assim como nenhuma das provas o atingia diretamente. No dia seguinte, o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou a abertura de inquérito para investigar o caso. De acordo com o advogado de Silva, foi o próprio ex-ministro quem pediu a investigação, mas ele teve que abrir mão do cargo após o governo avaliar que não poderia mantê-lo sendo investigado pela mais alta corte do País.


Orlando (esq.) pediu demissão; assumiu Rebelo (dir.)


Fonte:


http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5446561-EI7896,00-Apos+queda+Orlando+Silva+diz+que+vai+se+candidatar+em.html



Texto sugerido e comentado por: André Mendes Capraro



É incrível como o brasileiro consegue perdoar políticos ou apenas esquecer suas falcatruas. Em qualquer outro país democrático e sério, um político envolvido em caso semelhante ao do ex-ministro Orlando Silva já teria plena consciência de que sua carreira pública estaria encerrada, com o “pedido” de demissão. Aqui no Brasil, não! O sujeito pode ser pego com a cueca cheia de dinheiro que, além de não ser punido e não devolver a quantia, pode sair por aí anunciando a nova candidatura uma semana depois. Aqui, dinheiro público não tem dono, logo, desviá-lo não é roubar ao contribuinte. Tampouco, o político sente-se culpado ao saber que o roubo acaba resultando em baixa qualidade de ensino público, em altos índices de violência por falta de policiamento ou – o pior de todos – em hospitais superlotados, com falta de material humano e equipamentos sucateados.



São poucas as coisas que invejo dos norte-americanos, mas duas delas são a meritocracia e o fato de não perdoar políticos. Mentiu em público; foi acusado de alguma coisa (mesmo sem julgamento); teve relações extraconjugais; cometeu algum ato falho (falou besteira); jogou papel no chão; foi multado no trânsito; palitou os dentes em público: nunca mais ganhará nem eleição de síndico de condomínio.



Assim, sugiro outros títulos para matéria que escolhi, obviamente em tom de ironia: “Povo brasileiro, como bom cristão, dará a outra face para Orlando Silva estapear”; “Ex-ministro Orlando Silva acredita na memória curta do brasileiro”; “Orlando Silva (re)estreando em O retorno dos mortos-vivos”. Algumas vezes, rir é sinal desespero.