segunda-feira, 14 de maio de 2012

Presença do governo no Col é aprovada pela Fifa


Joana Havelange (Foto: Wagner Meier)
Joana Havelange, filha de Ricardo Teixeira, é diretora executiva do COL.


A maior presença do secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luís Fernandes, nos trabalhos do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 foi bem recebida nos bastidores da preparação para o torneio. No entanto, não provocou a impressão de mudanças profundas na estrutura da instituição.


Apesar de não ser um membro efetivo do COL, Luís Fernandes participará das reuniões da diretoria da entidade. Sua participação foi fruto de um acordo costurado pelo Ministério do Esporte a pedido do Planalto.

Segundo revelou o LANCE! na quarta-feira, a intenção do governo federal não é fazer uma grande intervenção, mas garantir que a Fifa seja informada corretamente dos avanços das obras da Copa. Na visão do Planalto, a entidade vinha se atualizando por meio da imprensa, e não através do COL, como deveria.

- Fizeram a Fifa enxergar que seria importante essa participação do governo. Não gosto de falar em intervenção, e sim em convite. Agora, o governo brasileiro é co-responsável pela organização da Copa, o que antes não era. E acho que isso ajudou - opinou o deputado José Rocha (PRBA), presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.

A maior participação do governo, no entanto, não provocará grandes alterações no trabalho do COL. A entidade seguirá sob a batuta da equipe montada pelo ex-presidente da instituição, Ricardo Teixeira. Se a chegada de José Maria Marin ao comando do COL permitiu a entrada do governo, por outro lado garantiu a manutenção de nomes como Joana Havelange, filha de Ricardo Teixeira e diretora executiva da entidade, e Francisco Mussnich, advogado do ex-presidente e diretor jurídico da entidade.


Outro que permaneceu foi Rodrigo Paiva, diretor de comunicação do COL e da CBF. Paiva incomodava representantes das cidades-sede por blindar Teixeira de conversas e reuniões. O assessor era apontado como um dos motivos para falta de diálogo com a entidade.

O meio esportivo, por sua vez, segue representado apenas por Ronaldo e Bebeto, membros do Conselho de Administração escolhidos para trabalhar a imagem do COL.


Texto sugerido e comentado por Natasha Santos.

Pois bem, tal como se pode perceber, de acordo com o parecer da imprensa, a única mudança é que a partir de agora a Fifa receberá informações diretamente do COL. Mas o ponto central da notícia é a permanência de figuras tendenciosas como Rodrigo Paiva, Francisco Mussnich e Joana Havelange -- personificações do legado de Ricardo Teixeira e de todos os adjetivos que o nome carrega. Aliás, a essas alturas do campeonato "Ricardo Teixeira" já deixou de ser nome próprio e virou adjetivo, carregado de sinônimos alinhados ao que dizia o poeta sobre "o que não tem vergonha, nem nunca terá"...