sábado, 6 de abril de 2013

“Esquecido” pela FBF, pai de Kevin não deve ir a amistoso com Brasil


Limbert Beltrán, pai de Kevin, atingido por um sinalizador de forma fatal no jogo entre San José e Corinthians, não deve viajar a Santa Cruz para acompanhar o amistoso da seleção local contra o Brasil, programado para sábado. Ironicamente, ele se disse esquecido pela FBF (Federação Boliviana de Futebol), organizadora do confronto.

"A FBF não se comunicou até o momento", afirmou Beltrán no começo da madrugada desta sexta-feira em contato por e-mail. "Parece que ficaram incomodados com o meu pedido de transparência e esqueceram do convite. Mesmo se fizerem de última hora, não pretendo ir", declarou.

José Maria Marin, presidente da CBF, anunciou que a renda do amistoso em Santa Cruz seria doada aos parentes de Kevin. Insatisfeita, a FBF, dirigida por Carlos Chavez, protestou e chegou a um acordo com a entidade brasileira. Assim, ficará com o total arrecadado e terá o poder de decidir o percentual a ser repassado à família Beltrán.

Os campeões do Sul-americano de 1963, maior título da história do futebol boliviano, também esperam receber parte da renda do amistoso diante do Brasil. Em encontro com a reportagem na tarde de quinta-feira, o pai de Kevin já havia manifestado seu descontentamento com a situação.

"O que me preocupa é que se mercantilize o nome do meu filho. O tema não é tanto econômico, mas sim uma questão de família. Não gostamos que manipulem o nome do Kevin".



Sugestão de comentário de Miguel de Freitas.

O futebol atingiu um patamar de comercialização próximo de algo insano.
Quando acreditamos que já vimos de tudo neste esporte, seja o tráfico de menores, trabalho escravo, abuso sexual nas categorias de base, manipulação de resultados... O pai do adolescente Kevin (morto de forma primitiva, ao ser acertado por um sinalizador), está preocupado com uma possível comercialização da imagem do seu filho e da sua própria imagem, que acaba servindo para determinados apelos e visibilidade para a Bolívia.
Após alguns destaques fornecidos pela mídia, a bola precisa rolar e a briga dos dirigentes bolivianos, não é para que a justiça seja feita, mas para que eles sejam responsáveis em dividir a renda do jogo, ficando desta maneira com a responsabilidade em definir quando iria para a família do adolescente.

No mundo do futebol tudo acontece de forma muito rápida, o que passou... passou.
Pobre do torcedor, para o qual a derrota teima e não passar, pelo menos até o próximo jogo.
"Pobre" desta família, a qual a dor jamais passará, nem que toda a renda seja revertida, ou que a Bolívia consiga golear a seleção brasileira. Para os amigos e familiares de Kevin a alegria acabou, para os envolvidos não... a vida continua. Ontem os acusados brasileiros jogavam futebol no presídio e amanhã os dois selecionados se enfrentam, mas a resolução do caso??? Isto fica para depois, pois precisamos ganhar dinheiro e aproveitar enquanto ainda ele rende IBOPE.