quinta-feira, 25 de abril de 2013

Mineirão: torcida reclama, mas COL faz análise positiva, apesar de falhas


Público aponta engarrafamento, acesso ao estádio e assentos numerados como problemas no Brasil x Chile, teste para Copa das Confederações.


Se em campo a seleção brasileira enfrentou dificuldades no empate por 2 a 2 com o Chile, a situação não foi muito diferente para os 53.331 torcedores que foram ao Mineirão na noite de quarta-feira. No primeiro evento-teste com o time de Luiz Felipe Scolari para a realização da Copa das Confederações de 2013, o estádio não foi aprovado integralmente pelo público.

Assim como no jogo que marcou a reinauguração da arena, na vitória por 2 a 1 do Cruzeiro sobre o Atlético-MG, em fevereiro, quem foi ao local elegeu como os maiores vilões o engarrafamento para chegar ao estádio, a demora nas catracas de acesso e a confusão nos assentos numerados. Em menor escala, houve quem apontasse a pouca opção nas lanchonetes e a sujeira no estádio como problemas. Entretanto, a comunicação dos voluntários e a segurança foram motivo de elogios.

O Comitê Organizador Local (COL), responsável pelo evento, admitiu que houve problemas, mas ressaltou que foram pontuais e que o teste serviu exatamente para identificar e sanar as falhas já na Copa das Confederações. O torneio será realizado de 15 a 30 de junho, e a sede mineira abrigará três jogos (Nigéria x Taiti, em 17 de junho, Japão x México, em 22 de junho, e a semifinal de 26 de junho).

A primeira reclamação começou no trânsito. Mas quem chegou cedo ao Mineirão não teve dificuldades. No esquema testado, nos moldes dos torneios da Fifa, apenas veículos previamente credenciados acessaram o entorno do estádio e tiveram acesso aos estacionamentos, além das 1.500 pessoas que pagaram R$ 50 para estacionar no estádio.

Entretanto, nem todos reclamaram do trânsito. Para o advogado Júlio Rubens, a segurança compensou o tempo perdido no engarrafamento. Até porque, só circulava no entorno do Mineirão quem tinha ingresso.Houve bloqueios no entorno do estádio, o que deu mais espaço e segurança para os torcedores transitarem. Porém, nas avenidas de acesso, as coisas pioraram a partir das 18h, com o horário do rush. À medida em que se aproximava o horário da partida, o volume de carros aumentava e a situação ficou complicada. Para piorar, uma greve de professores atrapalhou o trânsito na Avenida Antônio Carlos, uma das duas principais ligações do centro da cidade ao estádio.

- Peguei trânsito pesado, mas acho que a medida de tirar os carros ao redor do Mineirão foi boa. Deu para andar numa boa, sem risco - disse Júlio, que levou os dois filhos para conhecer o Mineirão.

Em relação aos estacionamentos, exclusivos para o uso de quem havia adquirido o bilhete antecipado, a falta de sinalização dificultou a localização dos motoristas. Voluntários e policiais militares muitas vezes não sabiam dar a localização exata dos estacionamentos.

Se em campo a seleção brasileira enfrentou dificuldades no empate por 2 a 2 com o Chile, a situação não foi muito diferente para os 53.331 torcedores que foram ao Mineirão na noite de quarta-feira. No primeiro evento-teste com o time de Luiz Felipe Scolari para a realização da Copa das Confederações de 2013, o estádio não foi aprovado integralmente pelo público.

Assim como no jogo que marcou a reinauguração da arena, na vitória por 2 a 1 do Cruzeiro sobre o Atlético-MG, em fevereiro, quem foi ao local elegeu como os maiores vilões o engarrafamento para chegar ao estádio, a demora nas catracas de acesso e a confusão nos assentos numerados. Em menor escala, houve quem apontasse a pouca opção nas lanchonetes e a sujeira no estádio como problemas. Entretanto, a comunicação dos voluntários e a segurança foram motivo de elogios.

O Comitê Organizador Local (COL), responsável pelo evento, admitiu que houve problemas, mas ressaltou que foram pontuais e que o teste serviu exatamente para identificar e sanar as falhas já na Copa das Confederações. O torneio será realizado de 15 a 30 de junho, e a sede mineira abrigará três jogos (Nigéria x Taiti, em 17 de junho, Japão x México, em 22 de junho, e a semifinal de 26 de junho).

Filas longas na entrada, engarrafamento, confusão com ingressos e lugares marcados e até o feião tropeiro: reclamações de torcedores no primeiro jogo da Seleção no novo Mineirão (Fotos: GLOBOESPORTE.COM)

A primeira reclamação começou no trânsito. Mas quem chegou cedo ao Mineirão não teve dificuldades. No esquema testado, nos moldes dos torneios da Fifa, apenas veículos previamente credenciados acessaram o entorno do estádio e tiveram acesso aos estacionamentos, além das 1.500 pessoas que pagaram R$ 50 para estacionar no estádio.

Entretanto, nem todos reclamaram do trânsito. Para o advogado Júlio Rubens, a segurança compensou o tempo perdido no engarrafamento. Até porque, só circulava no entorno do Mineirão quem tinha ingresso.Houve bloqueios no entorno do estádio, o que deu mais espaço e segurança para os torcedores transitarem. Porém, nas avenidas de acesso, as coisas pioraram a partir das 18h, com o horário do rush. À medida em que se aproximava o horário da partida, o volume de carros aumentava e a situação ficou complicada. Para piorar, uma greve de professores atrapalhou o trânsito na Avenida Antônio Carlos, uma das duas principais ligações do centro da cidade ao estádio.

- Peguei trânsito pesado, mas acho que a medida de tirar os carros ao redor do Mineirão foi boa. Deu para andar numa boa, sem risco - disse Júlio, que levou os dois filhos para conhecer o Mineirão.

Em relação aos estacionamentos, exclusivos para o uso de quem havia adquirido o bilhete antecipado, a falta de sinalização dificultou a localização dos motoristas. Voluntários e policiais militares muitas vezes não sabiam dar a localização exata dos estacionamentos.

Mas o maior problema foi certamente a entrada no estádio. A uma hora de o jogo começar, as filas eram longas e pareciam não diminuir.Cerveja e catraca causam problemas na entrada

- Minha família ficou mais de uma hora na fila para entrar. Não adianta comprar ingresso antecipado, ter lugar marcado, chegar com antecedência. O torcedor não conseguia entrar no estádio - disse a publicitária Thaís Almeida.

Tiago Paes, gerente operacional do Comitê Organizador Local (COL) não negou a existência do problema, mas disse que ele é causado por um fator cultural: o consumo de cerveja.

- As pessoas ficam bebendo no lado de fora e querem entrar faltando dez minutos. Isso sobrecarrega o sistema de catracas, que sofre com o pico de pessoas. Para resolver, só tendo catracas no estádio todo, o que é impossível. Acredito que com a liberação da cerveja na Copa das Confederações, esse problema será minimizado. E ele acontece também no Engenhão, no Rio de Janeiro, aqui no Independência...

Para o jornalista Ricardo Corrêa, contudo, o problema foi outro.

- Não é falta de catraca para as pessoas entrarem. É a revista, é óbvio. De nada adianta ter 20 catracas e seis ou sete caras para fazer a revista. Com isso, há quem não tenha visto grande parte do jogo. E, não duvido, há quem tenha desistido.

A minutos do apito inicial, a situação ficou tensa. Aos gritos de “vergonha”, muitos começaram a protestar. Como a situação era irremediável, a organização permitiu que o público entrasse em qualquer setor, o que resolveu o problema da entrada. Mas a medida teve outro impacto. Pessoas começaram a chegar em setores que não correspondiam aos de seus ingressos. O resultado é que, em alguns blocos, havia mais gente do que lugares para sentar. Também teve torcedor sendo surpreendido ao chegar e ver seu lugar já ocupado. A polícia militar interveio em ao menos duas situações, quando torcedores quase brigaram por causa do problema.

Tiago Paes reconheceu o problema. Porém, o fator cultural mais uma vez entrou em pauta.

- Todas as catracas aceitam todos os ingressos para que as pessoas circulem e achem seus lugares. Mas as pessoas, por questão de educação e cultura, circulam e sentam em outros lugares. Vamos ter (na Copa das Confederações) mais orientadores para colocar as pessoas nos assentos corretos.

Ingressos também geram confusão entre torcedores

Muitos torcedores também reclamaram de problemas com ingressos. Duplicidade, falsificação, má impressão e até falta de informação correta nos bilhetes.

- Eu fui tomar o meu assento e, quando cheguei, estava ocupado. Você compra o ingresso e não tem direito ao seu lugar - reclamou o empresário Paulo Garcia.

Tiago Paes, além de ressaltar que a responsabilidade pelos bilhetes na partida era da CBF, explicou que estão previstos postos de apoio aos torcedores na Copa das Confederações.

- Estamos juntando o máximo de informações para verificar o que aconteceu com a impressão dos ingressos. Na Copa da Confederações teremos, ao lado das catracas, o ponto de resolução de problemas de ingressos. Serão de seis a oito pontos para resolver eventuais problemas.

O CEO do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Trade, disse que o serviço será corrigido na Copa das Confederações e na Copa do Mundo.

- Estamos cientes dos problemas. Observamos e vamos solucionar. Na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, o sistema de bilhetagem será outro, mais rápido e eficiente. Vai ser diferente.

Outra crítica, ainda que de parte reduzida da torcida, foi direcionada às lanchonetes e à sujeira do estádio, ainda empoeirado.

- Entrando na fila da lanchonete ao fim do primeiro tempo, você não consegue comprar o (feijão) tropeiro antes de começar o segundo tempo. Só se sair antes do tempo acabar. Se quiser comprar refrigerante, passará o mesmo suplício. Ademais, o estádio estava sujo. Muito sujo - disse Ricardo Corrêa.

Apesar dos transtornos enfrentados pelo público, a avaliação da organização foi positiva. Antes e durante a partida, vários serviços foram testados pelos inspetores da Fifa. Foram avaliados serviços de limpeza e coleta seletiva de recicláveis, orientação ao público e uso do assento numerado, condições do gramado e dos equipamentos necessários à prática do futebol, boas condições de sonorização e do telão, transporte público, mobilidade urbana, transmissão das emissoras de televisão, segurança e atendimento médico.

De acordo com Tiago Paes, é preciso mais tempo para somar todas as informações e, então, fazer uma análise do evento.

- Não paramos todas as áreas para conversar, mas, de forma geral, foi tudo bem. Da área de competições, testamos vestiários, chegada das equipes, alimentação, teste de transporte, com apenas carros credenciados chegando, todos escoltados. Testamos àrea de voluntários e, ainda que com uma operação reduzida, funcionou muito bem, com alimentação, posicionamento e distribuição de uniformes. Testamos área de tecnologia, com parte de rádio, som, luz, também de forma positiva. Problemas aconteceram, mas é normal, vamos aproveitá-los para corrigir no futuro.

Também consciente dos problemas, Ricardo Trade afirmou que o evento foi um sucesso. Segundo ele, das 14 áreas avaliadas, apenas o serviço ao espectador apresentou falhas. Ele também fez coro à questão dos problemas com ingresso pertencer à CBF, no jogo desta quarta.

- Tudo o que há relacionado à bilhetagem é de inteira responsabilidade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Problema de ingresso é com eles. Vamos analisar quais foram as falhas e relatar às pessoas competentes, para que não se repita.

O secretário extraordinário para a Copa do Mundo em Belo Horizonte, Tiago Lacerda, também aprovou o teste e disse que o Mineirão está praticamente pronto para receber as competições internacionais.

- O Mineirão foi o estádio do Brasil que teve mais operações. Esse amistoso foi o 11º evento, entre jogos e o show do Elton John. O COL tem testado alguns itens. Para esse jogo, foram liberadas 1.500 vagas no estacionamento, o que não vai acontecer na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. O evento de hoje foi importante para integrar as esferas federais, estaduais e municipais e serve, também, para mostrar que a Copa está próxima.

O COL ainda vai consolidar todas as informações em um documento oficial, no entanto, ainda sem data para ser publicado.

Próximos testes

Até a Copa das Confederações, outros quatro jogos servirão de teste para o torneio. O próximo já será neste domingo, na partida entre Bahia e Vitória, na Fonte Nova, em Salvador, pelo Campeonato Baiano. Ainda haverá um jogo do Náutico, contra um adversário a ser definido, na Arena Pernambuco, além de Flamengo e Santos, na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, no Estádio Nacional de Brasília, e o Brasil e Inglaterra, na reinauguração do Maracanã, no Rio de Janeiro.


Sugestão e comentário de Miguel de Freitas.


O futebol prega grandes surpresas e isto não é uma prerrogativa do futebol brasileiro, pois quem diria que as equipes alemãs conseguiriam o placar que obtiveram na Semi-final da Liga dos Campeões. Se na terça-feira os torcedores do Real Madrid zombavam dos dos torcedores do Barça, bastou menos de 24 horas para que ambos não acreditassem no que haviam presenciado na terra do führer. Mas passadas 24 horas e os catalães recebem uma outra notícia que preocupou muita gente, não nos cabe estabelecer uma ordem hierárquica de importância dos acontecimentos, pois para alguns torcedores a questão do desemprego é menos importante do que a derrota do seu time, mas para uma outra parcela significativa da sociedade a questão é bastante preocupante pois "De acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego subiu 27,16% no primeiro trimestre do ano. O instituto diz que o número de desempregados aumentou em 237.400 nos primeiros três meses do ano, um acréscimo de 1,1% em comparação com o primeiro trimestre de 2012. O número de pessoas que está sem emprego há mais de um ano subiu para 3,5 milhões, enquanto a taxa de desemprego entre os jovens com menos de 25 anos atingiu 57%. O governo também divulgou que o número de famílias em que ninguém está empregado passou de 72.400 para 1,91 milhão. A situação está muito ruim, com todos os cortes que já ocorreram, há famílias que estão passando por um momento muito difícil, pois todos os membros estão desempregados e não têm nenhuma renda, diz o vendedor Rodrigo Limpias, de 30 anos. A secretária do Ministério do Trabalho espanhol, Engracia Hidalgo, descreveu a situação como “dramática”, mas disse que o governo tem trabalhado sem parar para tentar criar novos empregos na Espanha. A taxa de desemprego da Espanha é a segunda maior na zona do euro, atrás apenas da Grécia.

Enquanto isto no Brasil, vivemos uma certa estabilidade econômica, ficamos sempre na dúvida, pois já sofremos tanto que não ousamos acreditar em tudo o que vemos e principalmente em tudo que nos dizem. Mas se melhoramos fora de campo, dentro de campo vamos de mal a pior - o amistoso do amontado brasileiro contra o Chile, foi algo vergonhoso - obviamente para a grande minoria que acabou não dormindo, pois foi um jogo de dar sono, raiva, indignação... Talvez mais indignados do que os torcedores que viram o jogo pela telinha, foram somente os torcedores que compareceram até o estádio e sentiram que o Brasil está longe de ser um país organizado, pronto para sediar um mega evento, como vocês podem conferir na matéria acima.