quarta-feira, 24 de abril de 2013

Nicolas Leoz renuncia ao cargo na Fifa

Da direita para a esquerda: Nicolas Leoz, José Maria Marina e and Marco Polo Del Nero

O paraguaio Nicolás Leoz, 84, renunciou ao cargo de integrante do Comitê-Executivo da Fifa, nesta terça-feira.

Apesar de dizer que não deixou também a presidência da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), conforme foi publicado pela Fifa, o que está certo é que seu substituto será o uruguaio Eugenio Figueredo, que indicará um nome para ser o novo membro do Comitê da Fifa. Ele também pode indicar o próprio nome.

"A Fifa recebeu a renúncia formal de Nicolás Leoz aos cargos de membro do Comitê Executivo da entidade e de presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol por problemas pessoais e de saúde. O dirigente paraguaio informou a Fifa da sua decisão mediante carta enviada nesta terça-feira", diz a nota oficial da entidade que comando o futebol mundial.

Leoz passou pela quarta cirurgia no coração em dezembro. O dirigente, que também é investigado no caso ISL, dirige a Conmebol desde 1986. Ele estava na Fifa desde 1998.

"Motivos muito especiais me impedem de continuar no cargo. Ainda tenho saúde mental, mas fisicamente estou impedido", disse em entrevista coletiva.


Sugestão e comentário de Gisele Dall'Agnol Musse.

Depois de um longo período no poder de uma lucrativa confederação de futebol – e carregando acusações ligadas à propina –, o dirigente chefe sul-americano Nicolás Leoz renunciou ao cargo no Comitê Executivo da FIFA, e, na semana que vem, deve colocar seu cargo de presidente da Conmebol à disposição dos presidentes das associações nacionais (ver também em: http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2013/04/nicolas-leoz-renuncia-ao-comite-executivo-da-fifa-e-ao-col-2014.html).

Embora longe de ocorrer, já que no futebol impera uma força maior quando se trata de poder, essa seria uma ótima oportunidade para que o futebol sul-americano passasse a ser dirigido por alguém que tivesse história no próprio futebol. Alguém mais visionário, que transformasse as competições sul-americanas em um produto tipo exportação, como as competições realizadas pela UEFA, por exemplo.

Além de mal organizadas, as competições sul-americanas são recheadas de fatos de puro amadorismo – apesar de algumas mudanças positivas ocorridas nesse ano, como a criação de um tribunal disciplinar, mas que ainda está longe de moralizar e disciplinar os torneios da Conmebol. A realidade atual é de estádios acanhados quando comparados aos europeus, sem segurança e desconfortáveis tanto para os jogadores quanto para os torcedores. A Taça Libertadores ainda está longe de ser uma competição como a Champions League, mas, sendo otimista, existe sim um potencial grande de chegarmos ao menos um pouco mais perto da organização que a Champions League apresenta, desde que mudanças ocorram principalmente na mentalidade dos dirigentes que comandam o futebol da América do Sul.