sábado, 5 de outubro de 2013

Ministro apoia mudança em calendário e pede mais jogos para times pequenos

Aldo Rebelo também quer mudanças no calendário do futebol brasileiro

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, declarou nesta quinta-feira que é favorável as mudanças no calendário do futebol propostas pelo movimento de atletas Bom Senso FC. Em entrevista coletiva concedida nesta tarde, ele disse que os grandes clubes brasileiros jogam, em média, 20 partidas a mais por ano que os clubes de ponta da Europa. Isso, segundo ele, causa dois problemas.

O primeiro é o excesso de lesões de atletas. Rebelo afirmou que os jogadores de futebol brasileiros acabam se machucando mais frequentemente porque não tem tempo necessário para descanso entre jogos. "Já houve time que jogou uma partida sem um jogador titular pois todos estavam machucados",

O excesso de lesões causa o segundo problema apontado pelo ministro do Esporte: a piora do desempenho dos times do país em competições internacionais. Rebelo disse que, enquanto um time nacional disputa uma Copa Libertadores, por exemplo, joga também campeonatos estaduais e outros torneios. Já times de outros países se dedicam mais ao campeonato continental. Por isso, tendem a jogar melhor.

O ministro, no entanto, fez uma ressalva. Ele disse que, apesar do movimento dos atletas ser muito oportuno, ele está focado só nos problemas enfrentados pelos clubes de ponta do Brasil. Para Rebelo, é preciso incluir os pequenos times na discussão do calendário e, no caso dele, o problema é a falta de jogos.

"Os clubes pequenos, que são a grande maioria dos clubes, sofrem com o calendário escasso", afirmou o ministro. "Os times jogam o estadual e não têm mais torneios durante um ano. Precisamos pensar nisso também."


Sugestão e comentários de Giselle Dall'Agnol Musse

Apoiar o recente movimento organizado por atletas de futebol, que visa à discussão e o replanejamento do calendário referente à temporada 2014 divulgado há duas semanas, não é exclusividade da opinião pública e nem de profissionais da saúde ligados ao futebol, como médicos, preparadores físicos e fisiologistas. Ao declarar sua opinião, o ministro do esporte deixa claro que é contrário ao calendário imposto pela CBF, que propõe um curto período de preparação dos jogadores e um elevado número de jogos em sequência. Com o excesso de jogos, os jogadores têm pouco tempo para treinar e para se recuperar totalmente entre uma partida e outra, aumentando o risco de lesões e derrubando a qualidade técnica dos jogos.

Mas se por um lado é evidente que o planejamento do calendário de jogos da temporada 2014 deve ser revisto (pois se nesse ano já está pesado, no ano que vem será ainda pior), por outro lado Aldo Rebelo chama a atenção para os pequenos times brasileiros, e declara que é preciso repensar não somente o calendário dos clubes de ponta, mas também o calendário de pequenos clubes, que, ao contrário, enfrentam a falta de jogos durante o ano. Será que essa questão algum dia se resolverá?