quinta-feira, 5 de julho de 2012

Breno é condenado a 3 anos e 9 meses de prisão na Alemanha


Zagueiro foi considerado culpado do incêndio em sua própria casa, em setembro de 2011.

ESPN.com.br
SÃO PAULO - O zagueiro Breno foi condenado a 3 anos e 9 meses de prisão, nesta quarta-feira, pela justiça alemã. Ele foi considerado culpado do incêndio em sua própria casa, em setembro de 2011. O veredito do julgamento foi anunciado nesta quarta, pela juíza Rozi Datzmann, do Tribunal de Justiça de Munique.

Breno está sem contrato desde junho - Sven Hoppe/AFP
Breno está sem contrato desde junho

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Sem contrato desde junho, quando encerrou seu vínculo junto ao Bayern de Munique, Breno passou por 13 dias de processo judicial. O incêndio gerou um prejuízo de R$ 2,3 milhões sua casa, que ficou totalmente destruída.
Há uma semana, a esposa de Breno, Renata, teve um depoimento impressionante usado no processo. Ela não esteve em nenhum dia do julgamento, mas teve suas palavras usadas pelas promotoria do caso. "Ele era outra pessoa naquele dia. O Satanás já havia tomado posse de seu corpo", afirmou a mulher do zagueiro na gravação, durante conversa com um amigo.
No trecho utilizado pela promotoria, Renata também estava preocupada com a saúde de Breno. Segundo ela, o jogador teria dito que sua vida chegaria ao fim caso fosse preso. Na terça-feira, o jornal alemão Bild publicou entrevista em que o psiquiatra Aachen Henning Sass revelou que o jogador consumia uma garrafa de uísque por dia, às vésperas do incêndio.
Emocionado durante o julgamento, Breno pediu perdão à família. "Eu peço desculpas por aquela noite. Peço desculpas, também, à minha família e aos meus filhos, para quem não fui um bom exemplo", disse o jogador, que foi revelado pelo São Paulo, chegou à seleção brasileira e transferiu-se para o Bayern de Munique em 2008.
"Eu sou uma pessoa que acredita em Deus e agradeço por ele ter protegido a minha família", disse o jogador. "Eu sei que é tudo muito difícil no momento e eu prometo ao tribunal que eu não vou fugir", afirmou.
Sugestão e comentários de Jhonatan Souza.
Ofuscado em meio à enxurrada de artigos, reportagens, fotos, vídeos, posts, sobre a final da libertadores, o julgamento do zagueiro Breno teve seu ocaso, um final trágico para o jogador, que foi considerado culpado pelo incêndio em sua casa no dia 19 de setembro de 2011 e cumprirá três anos e nove meses de prisão segundo determinação da justiça alemã. Recordo que, ainda no ano passado, quando era comentarista do programa de esportes Offside, da rádio UEM em Maringá-PR, a bancada do programa, na semana subsequente ao acontecido, estranhava as publicações sobre o incêndio, todas evasivas, repletas de não ditos, silêncios que pareciam apontar para um desfecho inesperado. Nessa semana, o psiquiatra Aachen Henning Sass - que prestou consultoria ao caso - revelou que o jogador bebia, à época do incêndio, cerca de uma garrafa de uísque ou dez garrafas de cerveja por dia, e que teria começado a beber depois da lesão no joelho e da sua devolução ao Bayer de Munique por parte do Nuremberg, clube ao qual tinha sido emprestado. Revelado pelo São Paulo em 2007 e vendido ao clube alemão no ano seguinte, Breno era sem dúvida uma das grandes promessas brasileiras em sua posição, lembro-me que à época de seus primeiros jogos pelo São Paulo, as tietagens e expectativas em torno do jogador eram grandes e que o não aproveitamento do atleta por parte do Bayer chegou a causar estranhamento em alguns torcedores brasileiros. O incêndio provoca uma série de reflexões, dentre elas, me indago sobre as condições emocionais a que esse jogador estava exposto e desconstruo um pouco a idealização que tinha das condições de trabalho no futebol europeu. Conclusões precipitadas? É verdade! Nunca escapamos delas quando escrevemos ao calor da hora. De fim, temos mais um desses casos que mereceriam a pena de um Nelson Rodrigues ou as lentes de um José Henrique Fonseca.