FUTEBOL EM PAUTA: COMPETIÇÕES ESPORTIVAS E ELEIÇÕES MUNICIPAIS
pelo mestrando em História, Jhonatan Souza

No cenário político, o segundo semestre de 2012 tem sido um prato cheio em termos de eleições. A disputa estadunidense, a reeleição de Hugo Chávez na Venezuela e os pleitos municipais no Brasil, tem dominado a imprensa nacional e tido boa inserção na mídia internacional. Por aqui, os especialistas, articulistas políticos e intelectuais têm identificado ao menos dois fenômenos marcantes nessas eleições municipais. O primeiro diz respeito ao impacto da internet e das redes sociais nas campanhas eleitorais, fenômeno que já despontava em 2010, com o Orkut, e ganhou novos ares em 2012 com o Facebook e o Twitter, descentrando parcialmente as coordenações eleitorais, principalmente quanto à produção de materiais de campanha, que agora podem ser confeccionados em qualquer casa ou estabelecimento que disponha de acesso à rede. O segundo fenômeno diz respeito aos impactos da "nova classe média" ou "da classe trabalhadora expandida" no comportamento eleitoral. Em São Paulo, esse impacto foi nomeado de "fenômeno Russomano", entendido como uma ascensão conservadora por pensadores como Vladimir Satafle e André Singer, tendo como plataforma de governo a defesa da expansão do consumo em evidente diálogo com os setores emergentes da cidade. Embora o "fenômeno Russomano" tenha sido, até certo ponto, superestimado em São Paulo, ele encontra ecos em outras cidades como é o caso de Curitiba com Ratinho Júnior. Acrescentaria a esses dois pontos/fenômenos específicos das eleições de 2012 um terceiro, qual seja, o papel que o futebol tem desempenhado nos debates dessas eleições municipais.