sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Novas publicações tratam da relação entre a Torcida e a sociedade


Sugestão e comentários de André Couto.

Dois novos livros discutem diferentes perspectivas sobre a torcida brasileira. O primeiro "A Torcida Brasileira", organizada por Bernardo Borges Buarque de Hollanda, João M. C. Malaia, Luiz Henrique de Toledo e Victor Andrade de Melo, da Editora 7 Letras, pertence à Coleção Visão de Campo. Em outro post já me referi a outra obra desta coleção, "O Esporte na Imprensa e a Imprensa Esportiva no Brasil", do qual participo com um artigo.

Já o segundo, "A Violência no Futebol", de Maurício Murad, é da Editora Benvirá e pertence à Coleção para Entender.

Abaixo, segue as sinopses dos dois livros, fornecidas pelas respectivas editoras. Boa leitura!!

A Torcida Brasileira

 

A “torcida” brasileira tem origem no gesto das espectadoras que frequentavam os primeiros estádios de futebol da belle époque carioca: nos momentos decisivos das partidas, elas torciam os lenços, nervosas, e com isso criaram um novo sentido para o verbo “torcer” – que passou a ser associado ao fervor das arquibancadas. Nos quatro ensaios que compõem este livro, os torcedores em ação ao longo de várias décadas servem para evidenciar as transformações históricas da sociedade brasileira, desde que esta foi capturada pelo torvelinho das paixões futebolísticas, no início do século XX.

A Violência no Futebol


É difícil imaginar o Brasil sem futebol. Da mesma maneira, parece ser difícil as pessoas pensarem no futebol sem a violência entre os torcedores, dentro e – mais ainda – fora dos estádios. Mais do que um fenômeno ligado ao esporte, ela é uma expressão da sociedade brasileira, de seus problemas e desafios, cuja superação faz parte da grande missão de educação e desenvolvimento do país. Baseando-se em estatísticas e reflexões, o sociólogo Mauricio Murad, um dos maiores especialistas brasileiros no tema, revela que o aumento das mortes de torcedores durante partidas de futebol está diretamente ligado ao envolvimento de integrantes das torcidas com o crime organizado e ao acesso às drogas, à tecnologia e à internet. Jovens sem perspectiva se unem a tribos que supostamente lhes dão identidade, valor e um sentido que a sociedade parece negar a eles. Em A violência no futebol, Murad apresenta um panorama atualizado do futebol no Brasil e do comportamento das torcidas – organizadas ou não. Tomando como exemplo casos de sucesso em outros países, aponta caminhos para ajudar a pacificar o futebol e a própria sociedade, a partir do trinômio repressão-prevenção-educação. E nos ajuda a descortinar saídas para um futuro melhor, no qual o Brasil sempre será, como dizia o dramaturgo e jornalista Nelson Rodrigues, a “pátria de chuteiras”.