sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Corinthians e Vasco são punidos com multa e quatro partidas sem torcida


O STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) puniu nesta quarta-feira Corinthians e Vasco pela briga de torcedores no estádio Mané Garrincha, em Brasília, no dia 25 de agosto. O clube paulista levou multa de R$ 80 mil, enquanto os cariocas terão de pagar R$ 50 mil. Ambos também foram condenados a jogar duas partidas com os portões fechados e outras duas somente com torcida visitante.

A decisão foi tomada em unanimidade pela Terceira Comissão Disciplinar do STJD. Apesar do mando de campo ter sido vascaíno, a pena para o Corinthians é maior, pois o relator Francisco de Assis Pessanha Filho considerou o comportamento dos torcedores do time do Parque São Jorge mais grave.

A briga começou quando torcedores corintianos invadiram o setor em que estavam as organizadas do Vasco. Um vereador e três torcedores que ficaram preso em Oruro, na Bolívia, estavam entre os envolvidos na confusão.

Os dois clubes foram denunciados no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: “Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir: I — desordens em sua praça de desporto”.

Como o jogo foi em Brasília, a procuradoria do STJD pediu que o cumprimento da perda de mando de campo seja com portões fechados. Em duas partidas da pena haverá venda de ingressos para a torcida visitante.

Quem teve a palavra no início foi o procurador Rafael Vanzin: "As cenas públicas e notórias protagonizadas por vândalos travestidos de torcedores chocaram. Isso denota a falta de repressão por parte de ambas as equipes. A denúncia foi muito bem embasada", disse.

Em seguida, a advogada do Vasco, Luciana Lopes saiu em defesa de ambos os clubes. Ela é filha de Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.

"Não estamos vendo a CBF ser denunciada, nem o poder público. Só as duas equipes, que não tem como serem responsabilizadas. A segurança cabe ao poder público. O Vasco tomou todos os cuidados, convocou o policiamento, fez reunião de segurança. Mas não tem poder de polícia", afirmou a advogada.

O discurso do representante do Corinthians, João Zanforlin, seguiu linha parecida, embora ele tenha sido irônico em vários momentos. No início, disse que o caso, por precisar "da aplicação de normas internacionais", merecia uma defesa em inglês.

"Mas não vou fazê-lo, porque o meu inglês está mais para Joel Santana do que para William Shakespeare", brincou o corintiano.

Por fim, foi realizada a votação dos auditores Francisco de Assis Pessanha Filho, Ricardo Graiche, Roberto Vasconcellos, Gustavo Teixeira e do presidente Fabrício Dazzi: "Esse tipo de infração não pode ocorrer em um estádio que vai receber a Copa, em um país que vai receber a Copa", afirmou Graiche.




Sugestão e comentário de André Mendes Capraro.


Após a briga entre os torcedores do Corinthians e Vasco, ambos os clubes foram julgados e penalizados com 4 mandos de campo sem a presença da torcida e multas de 80 e 50 mil respectivamente.

Pois bem, em relação ao mando de campo, basta dizer que tal medida já vem sendo tomada nos últimos anos e não gerou nenhum senso de responsabilidade nos torcedores, sobretudo, aqueles pertencentes às organizadas. Basta, para comprovar minha afirmativa, pensar que alguns dos corinthianos envolvidos na confusão passaram recentemente vários meses em um presídio na Bolívia e, ao que tudo indica, não aprenderam nada. Então, vou me ater aos valores das multas.

O torcedor mais desatento pode pensar que é um valor significativo e justo. Digo isto porque, se comparada ao valor de uma multa de trânsito, por exemplo, pode parecer muita coisa. Mas não é! Ao contrário, para o mundo do futebol profissional é irrisória. A maioria dos atletas de clubes brasileiros que disputam a Série A recebe um salário mensal com um valor próximo ao das multas, inclusive alguns recebem muito mais. Estes mesmos clubes têm mais de cem atletas constando no BID, isto sem contar com o gasto com a comissão técnica e os demais funcionários. Assim, além de não significar praticamente nada em termos financeiros aos clubes, tais valores servem apenas para ajudara encher os cofres da CBF que, diga-se de passagem, não é reconhecida pelo primor de honestidade dos seus dirigentes.

Ouvindo a notícia e divagando, pensei: será que tais multas não poderiam ser mais elevadas? Será que ao invés de pagar diretamente à CBF os clubes não poderiam ser intimados a construir um posto de saúde, uma pequena escola ou qualquer outra coisa que fosse mais útil à sociedade brasileira? Mesmo permanecendo estes valores pouco significativos, não seria exemplar se os clubes multados comprassem uma ambulância e a doassem a um hospital público? Foi neste momento de divagação, que ouvi na TV que tanto Vasco quanto Corinthians iriam recorrer da sentença. Aí me dei conta do quanto era utópico o meu desejo...