segunda-feira, 23 de setembro de 2013

São Paulo perde chances, sofre gol no fim e perde para Goiás


Com um gol nos minutos finais da partida, o São Paulo foi castigado pelas chances perdidas e acabou derrotado por 1 a 0 pelo Goiás, no Serra Dourada, na tarde deste domingo em Goiânia, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado interrompeu a sequência de três vitórias seguidas da equipe desde que Muricy Ramalho assumiu o comando, e deixou o Tricolor com os mesmos 27 pontos, ainda próximo da zona do rebaixamento. O Goiás foi a 33 pontos, e se aproxima do G4.
O primeiro tempo foi muito aberto, com ótimas chances para as duas equipes. Do lado dos donos da casa, Walter e Renan Oliveira incomodaram bastante a defesa adversária. O meio de campo dos visitantes funcionava bem, com Ganso e Jadson abrindo espaço com passes e lançamentos.
Aos oito minutos Welliton recebeu um lindo passe de Ganso e driblou o goleiro mas acabou perdendo o ângulo e chutando para fora. Aos 12, foi a vez de Paulo Miranda, desta vez aproveitando passe do camisa 10, mas a finalização foi em cima de Renan. O Goiás não deixou por menos: um minuto depois, a defesa tricolor bobeou e Walter, em posição legal, tentou duas vezes, parando em Rogério Ceni.
O veterano goleiro do São Paulo ainda teve mais trabalho, e fez pelo menos duas grandes defesas. Walter, em chute de fora aos 24, e depois de cabeça aos 38, forçou o goleiro a saltar para evitar o gol no Serra Dourada. Hugo também quase puniu seu ex-clube aos 44, mas Rogério novamente fez um milagre. O apito soou para o intervalo com o zero dos dois lados do placar, apesar do bom futebol apresentado em Goiânia.
O jogo esfriou um pouco na segunda etapa, e as oportunidades ficaram menos perigosas. Os meias são paulinos, aproveitando as dimensões do gramado do Serra Dourada, continuaram funcionando, mas o ataque desperdiçava as chances criadas. Welliton tentou cavar pênalti após receber de Jadson, aos 24, mas a arbitragem mandou o jogo seguir.
A melhor oportunidade do São Paulo segunto tempo foi aos 31 minutos. Ganso lançou na medida para Aloísio, que invadiu a área mas finalizou de forma bisonha, sem nenhum perigo para Renan.
Com o forte calor em Goiânia, Walter, principal ameaça do Goiás, cansou. Welliton, nulo no ataque tricolor deu lugar a Osvaldo, em uma tentativa de dar velocidade à equipe. O atacante, que não atravessa boa fase, correu e se esforçou, mas produziu pouco.
Se a bola rolando teimava em não entrar, o jogo acabou sendo decidido aos 44 minutos do segundo tempo, na bola parada. Rodrigo, já vestiu a camisa do São Paulo em duas passagens, soltou a bomba em cobrança de falta da intermediária. A bola bateu na trave, nas costas de Rogério Ceni e morreu nas redes. Derrota dura, que interrompeu a ascensão tricolor na competição.
Na próxima rodada, o São Paulo recebe o Grêmio, no Morumbi, às 16h do domingo. Já o Goiás encara o Fluminense, no Serra Dourada, no sábado, às 18h30.
FICHA TÉCNICA
GOIÁS 1 x 0 SÃO PAULO
Local: Serra Dourada, Goiânia (GO)
Data e hora: 22/9/2013, às 16h
Árbitro: Paulo Godoy Bezerra (SC)
Auxiliares: Fabio Pereira (TO) e Marrubson Melo Freitas (DF)
RENDA/PÚBLICO: Não disponíveis
CARTÕES AMARELOS: Thiago Mendes (GOI)
CARTÕES VERMELHOS: -
GOLS: Rodrigo, 44'/2°T (1-0)
GOIÁS: Renan, Vitor, Ernando, Rodrigo e Thiago Mendes; Amaral, David (Ramón - 25'/2ºT), Hugo (Sasha - 29'/2ºT) e Renan Oliveira; Tartá (Araújo - 13'/2ºT) e Walter. Técnico: Enderson Moreira
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Paulo Miranda, Rafael Toloi, Antônio Carlos e Reinaldo; Rodrigo Caio, Denilson (Fabrício - 33'/1ºT), Ganso e Jadson; Welliton (Osvaldo - 31'/2ºT) e Luis Fabiano (Aloísio - 11'/2ºT). Técnico: Muricy Ramalho

Após a 23ª rodada do Brasileirão o “fantasma do rebaixamento” volta a “assombrar” algumas agremiações de destaque como São Paulo, Vasco da Gama e Flamengo.
O time do São Paulo, após a derrota de ontem (domingo dia 22/09) para o Goiás por 1x0, caiu para a 15ª posição da tabela. A diferença de pontos para outro “grande” em crise que também perdeu nessa rodada, o Vasco, é de apenas três pontos e quatro posições. No domingo retrasado, dia 15/09, os dois times haviam se enfrentado e o São Paulo conquistou a vitória por 2x1, saindo da zona de rebaixamento e renovando as suas esperanças. Essa situação aliviou um pouco a preocupação dos torcedores que há algum tempo refletem (ou deveriam) sobre o histórico de classificação final do campeonato brasileiro dos últimos anos. O Vasco, inclusive, já tem a pior série de derrotas no ano e a pressão pela troca do técnico é uma constante.
A última vez que o São Paulo esteve perto de ser rebaixado foi em 1997, mas nas últimas rodadas conseguiu escapar do descenso. O São Paulo é um dos cinco times do campeonato brasileiro que nunca disputou a segunda divisão, os outros são Cruzeiro, Flamengo, Internacional e Santos. Questiona-se: como um time que foi tricampeão brasileiro na Era dos pontos corridos chegou nesta situação? A primeira justificativa que se pensa é que o elenco não é homogêneo e como o calendário nacional é extenso - com jogos no meio e no final de semana de forma seguida, tendo o término da temporada em Dezembro e a pré-temporada começando já nas primeiras semanas de Janeiro -consequentemente eleva-se o número de contusões e a necessidade de atletas reservas no mesmo nível dos titulares. A segunda justificativa é a mudança constante da comissão técnica: Muricy Ramalho é o terceiro técnico a comandar o time desde o início deste Campeonato. Antes dele a equipe foi comandada por Ney Franco (79 jogos disputados entre 2012 e 2013) e Paulo Autuori (17 jogos, sendo 3 vitórias, 4 empates e 10 derrotas). E a terceira e última justificativa e a que menos é levada em consideração é como é realizada a administração do clube, ou seja, quanto tempo a atual diretoria está no poder deveria ser motivo de reflexão. O atual presidente, Juvenal Juvêncio está desde 2006 (de forma consecutiva) no poder.
Vejamos a trajetória de outros “grandes” do futebol brasileiro e que foram rebaixados...
 O Corinthians em 2007 foi rebaixado com Alberto Dualib na direção com 14 anos no poder (1993 a 2007 após renúncia), em 2008 Andrés Sanchez assumiu a direção, o Corinthians conquistou a série B de 2008, foi campeão Brasileirão, da Copa do Brasil e do Paulistão.
O Vasco da Gama foi rebaixado em 2008 com Eurico Miranda na direção, em 2009 Roberto Dinamite assumiu o time e foi campeão da série B em 2009 e da Copa do Brasil em 2011. Importante ressaltar que Eurico Miranda manteve-se no poder do clube por mais de vinte.
Em 2005, o Atlético Mineiro foi rebaixado e foi o campeão em 2006 da série B com Ricardo Guimarães como presidente (ele já presidia o clube em 2005), em 2008 Alexandre Kalil assumiu e de lá para cá o time vem ganhando destaque no cenário nacional e internacional. O ápice foi a conquista da Libertadores em 2013, assegurando o direito de disputar o Mundial de clubes em dezembro de 2013.
Em 2004, o Grêmio foi rebaixado devido à redução de investimentos no futebol por parte da sua direção. Em 2005 foi campeão da série B.
Já o Palmeiras foi rebaixado duas vezes, a primeira em 2002 (sendo campeão em 2003 da série B). Com Mustafá Contursi na gestão do Clube o seu mandato durou 12 anos (1993 a 2005). A segunda vez foi em 2012 com Arnaldo Tirone no comando (2011 a 2013). Atualmente é o líder da série B sob o comando de Paulo Nobre.
Muito se fala em relação à renovação na geração de jogadores (muitos citam como “safra” de jogadores), e principalmente dos técnicos mais jovens com novos conceitos técnicos e estratégias de jogo. Mas será que também não é o momento de iniciar uma “oxigenação” direção do São Paulo e de muito outros times do futebol brasileiro?! E quem sabe até na Confederação Brasileira de Futebol (CBF)?!

Sugestão e comentário de Daniella de Alencar Passos