terça-feira, 25 de outubro de 2011

Amigos de Teixeira são favorecidos

O aspecto político ficou bem evidente na divisão dos jogos da Copa do Mundo de 2014. A tabela, divulgada ontem, projetou a seleção brasileira para jogar mais vezes nas cidades em que o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira, possui maior relacionamento com políticos da região.
Tanto Minas Gerais do senador e ex-governador Aécio Neves (PSDB) quanto o Ceará do ex-presidenciável e deputado federal Ciro Gomes (PSB) podem receber o time de Mano Menezes duas vezes, mais do que a sede da abertura, São Paulo, e também do que as sedes mais utilizadas ao longo do torneio brasileiro, Rio e Brasília.

Na primeira fase, depois de atuar no Itaquerão, em São Paulo (12 de junho), o Brasil vai jogar em Fortaleza (17 de junho) e Brasília (23 de junho). Se a seleção for a primeira colocada do seu grupo, hipótese mais provável, jogará as oitavas de final em Belo Horizonte, no dia 28 de junho. Nas quartas, voltaria a Fortaleza (4 de julho) e, na semifinal, retornaria a Belo Horizonte (8 de julho). A final está marcada para o Maracanã, no Rio, em 13 de julho – única possível apresentação brasileira no palco carioca, fato não explicado por Ricardo Teixeira.

A Fifa resolveu desafiar a precariedade do sistema aéreo brasileiro. Na tabela divulgada on­­tem, a Confederação Brasi­­leira de Futebol (CBF) não agrupou as seleções em uma só re­­gião do país, para diminuir os deslocamentos de cada equipe. Assim, será possível uma mesma equipe viajar longas distâncias e sofrer com a variação climática.

Será o caso, por exemplo, da equipe que será designada para o número 4 do grupo E. Essa seleção vai jogar no dia 20 de junho em Curitiba, onde os termômetros se aproximam de 0 grau nesta época do ano. Cinco dias depois, vai atuar em Manaus, a mais de 2 mil quilômetros de distância e seguramente com mais de 30 graus.

Bom relacionamento de políticos locais com o presidente da CBF coloca Belo Horizonte e Fortaleza duas vezes no caminho da seleção

O Mundial das maratonas
As maratonas das seleções da Copa de 2014 pelos céus do Brasil serão longas, desgastantes e, em alguns casos, bem desiguais. A tabela divulgada pela Fifa não regionalizou os grupos. A decisão fará a equipe sorteada na posição 4 do grupo G viajar por 5.598 km entre Natal, Manaus e Recife só durante a primeira fase. Considerando a possibilidade de se manter vivo até o fim do torneio, o rival do Brasil na estreia (A2) é quem mais vai sofrer com as distâncias.
Se essa seleção desbancar o time brasileiro, avançar como primeira do grupo, cair na semifinal e disputar o terceiro lugar do Mundial rodará um total de 11.571 km – quase o mesmo que separa a capital paulista de Moscou.
Festa no Itaquerão

A confirmação, feita pela Fifa ontem, de que São Paulo sediará a abertura da Copa de 2014 foi comemorada pelas autoridades e operários que acompanhavam o anúncio oficial do calendário de jogos do torneio no canteiro de obras do estádio do Corinthians, o Itaquerão, na zona leste da capital paulista. Por uma tela de tevê, já que o telão instalado no local teve problemas técnicos e não pôde ser utilizado, acompanharam a transmissão da cerimônia oficial o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD -foto), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e os ex-jogadores Ronaldo e Cafu. Em clima de festa, Sanchez garantiu que o complexo ficará pronto antes do previsto. “Temos o prazo até o fim de 2013, mas em setembro o estádio estará pronto”, assegurou o dirigente. Pensando nos lucros, o Timão planeja em 30 dias vender aos torcedores kits com terra do local onde ficará o Itaquerão.

 Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/copa2014/historico/conteudo.phtml?tl=1&id=1183140&tit=Amigos-de-Teixeira-sao-favorecidos

Texto sugerido e com comentários de Riqueldi Straub Lise
Parece evidente que afinidades entre políticos locais e o presidente da CBF Ricardo Teixeira definiram as escolhas para a Copa das Confederações. Aécio e Ciro colocaram as capitais dos estados de Minas Gerais e Ceará tanto na programação da Copa das Confederações quanto na Copa do Mundo, superando até mesmo as participações da seleção brasileira nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Nem mesmo as afirmativas do ministro dos Esportes, Orlando Silva foram capazes de colocar Curitiba neste rol de privilegiadas, “Podemos colocar Curitiba à frente de outras cidades para sediar a Copa das Confederações.” “Eu acredito que Curitiba é uma sede que terá um papel grande na Copa do Mundo.”

E não tardaram notícias dando conta da contabilização dos prejuízos de outras cidades-sedes menos prestigiadas pela CBF. Curitiba – preterida na disputa da Copa das Confederações em 2013 e com apenas quatro partidas na fase de grupos da Copa do Mundo de 2014 – alimentava a esperança de mais jogos e inclusive uma oitava de final, agora amarga a decepção e o esvaziamento dos investimentos programados para o setor privado. O setor hoteleiro curitibano já recalcula o volume de investimentos tendo em
vista a pequena participação da cidade na Copa, e a previsão é de que estes reajustes sejam uma tendência, considerando que os possíveis jogos em Curitiba serão: Nova Zelândia x Eslováquia, Dinamarca x Camarões, Argentina x Grécia, Suiça x Honduras.

Realmente decepcionante!

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