segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Referência mundial, Curitiba agora tropeça na mobilidade

Aumento da frota de veículos torna urgente investimento no transporte público, dizem especialistas

Ônibus híbrido é aposta da capital paranaense (crédito: Divulgação)

O "Portal 2014" publica uma série de reportagens do site Mobilize Brasil sobre a situação da mobilidade urbana sustentável em 13 capitais. Nesta sexta, destaque para Curitiba
Considerada mundialmente modelo de sustentabilidade, a cidade de Curitiba já apresenta uma frota de 1,3 milhão de veículos e enfrenta severos problemas de trânsito, principalmente no centro, em horários de pico. Para os especialistas, a solução está no transporte público.
Segundo o engenheiro Garrone Reck, professor do Departamento de Transporte da Universidade Federal do Paraná, é urgente “investir na melhoria do serviço de transporte coletivo e aumento de capacidade dos corredores exclusivos de ônibus”. Se o sistema não for priorizado, alerta o professor, ficará cada vez mais ineficiente, enquanto a frota de automóveis prosseguirá crescendo. “Num futuro talvez próximo, teremos de adotar alguma restrição ao transporte individual, única forma de reduzir inevitáveis congestionamentos”, conclui.

Enquanto isso, as obras de mobilidade urbana que devem preparar a capital paranaense para a Copa do Mundo ainda não mostram resultados.

O principal problema, analisa o especialista, não é a falta de planejamento da cidade, mas a falta de “ferramentas modernas para pesquisa, estudo e modelagem de demanda”. E uma ampla pesquisa origem-destino domiciliar que permita conhecer melhor os padrões de viagens da população pelos modos públicos e privados, motorizados ou não”, ressalta.

Garrone questiona obras de longa duração, que não dão conta de resolver problemas de forma mais urgente: “Fala-se da construção da primeira linha de metrô em Curitiba no corredor Norte-Sul, contudo, com a fase inicial de obras entre 2012 e 2016, só alcançará o trecho sul até o centro. É um projeto de alto custo com longo tempo de construção. A curto prazo a solução seria investir em aumento de capacidade dos corredores de ônibus”.

Neste mês, a prefeitura anunciou recursos para a compra de 60 ônibus híbridos (coletivos que funcionam com motores diesel ou tração elétrica) nos próximos dois anos. Mas, para os especialistas, além de aumentar a capacidade dos corredores de ônibus e ampliar as plataformas de embarque (estações tubo), um novo plano para a cidade deveria prever soluções sustentáveis e integradas para outros modos não motorizados, como a locomoção a pé e por bicicleta.

A prefeitura até afirma que irá revitalizar as ciclovias e ampliar a rede de bicicletas, de 118 km para 400 km, mas não há data programada para estas obras.

Investimentos para 2014
Dois grandes pacotes de investimentos preparam a cidade para a Copa de 2014. São aproximadamente R$ 360 milhões, distribuídos em 14 grandes obras viárias em várias regiões, dentro de um cronograma planejado para não causar transtornos à população.

O primeiro grupo de obras –em execução– tem investimentos da ordem de R$ 140 milhões, com recursos de município, governo do estado, BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Agência Francesa de Desenvolvimento. Neste primeiro pacote está a trincheira Bacacheri/Bairro Alto, Linha Verde Norte, binário Chile/Guabirotuba, Anel Viário, rua 24 Horas, av. Marechal Floriano Peixoto (fase 1) e as avenidas Toaldo Túlio e Fredolin Wolf.

Outra obra, esta concluída, é a modernização da av. Toaldo Túlio, refeita com asfalto, iluminação, calçadas e ciclovia novas. Junto com a Fredolin Wolf, que está com 60% das obras concluídas, formarão uma nova ligação viária entre a BR 277/Santa Felicidade e os parques Tingui, Tanguá e Ópera do Arame.
A parte mais relevante dos investimentos integra os projetos de mobilidade apresentados pela cidade no PAC da Mobilidade Urbana, programa exclusivo para cidades da Copa, com financiamento federal por meio da Caixa Econômica. No total, serão investidos R$ 222.210.526,32 em sete grandes obras (veja abaixo), com prazo de execução até dezembro de 2013.


fonte:http://www.portal2014.org.br/noticias/8372/REFERENCIA+MUNDIAL+CURITIBA+AGORA+TROPECA+NA+MOBILIDADE.html


Texto sugerido e com comentários de Bruno José

O presente comentário sobre a reportagem titulada “Referência mundial, Curitiba agora tropeça na mobilidade” se deu, devido à proximidade da localidade geográfica em questão. A reportagem retrata Curitiba como um modelo perante o mundo no que se refere à mobilidade urbana sustentável. Entretanto a capital paranaense está enfrentando severos problemas de trânsito devido à frota de 1,3 milhões de veículos, fator este que nos remete a algumas indagações: Com o processo civilizatório – modernização – Curitiba acabou sendo mal projetada e hoje esta vivenciando as conseqüências? Ou será que o problema está na migração de pessoas de diferentes localidades para nossa cidade, situação que dificilmente é mensurada com exatidão. Verificamos fatores inter-relacionados que deveriam ser diagnosticados anteriormente, para que o país pudesse se estruturar e assim não necessitar de uma grande mobilização para receber um evento mundial. A possível solução seria melhorias no transporte coletivo e aumento da capacidade dos corredores exclusivos de ônibus e futuramente a restrição de alguns veículos para a melhoria do fluxo no trânsito. E a sustentabilidade? O Rodízio de veículos deveria ser prioridade, pensando na questão ambiental, ou seja, uma quantidade bastante grande a menos de poluentes diária na cidade.
A reportagem encerra retratando que o problema de Curitiba não é oplanejamento e sim falta de ferramentas modernas. Aborda também os investimentos da cidade para a Copa 2014, no que se refere a estruturação da cidade.

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