quarta-feira, 12 de outubro de 2011

 Daniel Castellano/ Gazeta do Povo / Vílson Ribeiro de Andrade: negociação sigilosa  
Vílson Ribeiro de Andrade: negociação sigilosa

Receita dobrada

“Com a chave na mão, com estádio moderno para 45 mil lugares, o clube agregaria um patrimônio de R$ 300 milhões. Só o estádio já dobraria nossa receita.”O cálculo animador é do vice-presidente do Coritiba, Vílson Ribeiro de An­­dra­­de, ao falar sobre a possibilidade de o Coxa trocar de casa.
O Alvi­­ver­­de, a construtora OAS e a Fede­­ração Paranaense de Futebol estão em negociação avançada para a construção de uma moderna praça esportiva na área do Pinheirão.Apenas detalhes burocráticos impedem que o fato seja oficializado.

Até por isso o dirigente não fala abertamente da transação, apesar de admitir uma sondagem. “O Coritiba precisaria sair de um ativo de R$ 150 milhões para R$ 400 milhões de receita anual. Se não for assim, não interessa”, segue, falando sobre o aumento das receitas com a construção a nova sede, mas tentando manter a operação ainda no terreno da hipótese. 

Nessa conta entrariam so­­mente os lucros obtidos com a exploração do novo endereço – venda de ingressos, aquisição de sócios, publicidade e camarotes.

A mudança de residência do Coxa incluiria mexer na estrutura física do clube – o que exigiria o aval do Conselho Deliberativo. “Como envolve patrimônio [o repasse do Couto Pereira e talvez até do CT da Graciosa ao investidor] e não apenas uma compra, precisamos ouvir antes os conselheiros”, avisa o dirigente. Carta-branca que não parece ser um entrave.

Além do processo interno, Ribeiro enfatizou que uma negociação desse porte além de demorada, demanda todo o sigilo possível – postura que vem sendo mantida pelo clube nas conversas com a OAS, que compraria o Pinheirão por R$ 85 milhões no dia 20 deste mês.

“Veja, por exemplo, a negociação do Grêmio para construir o novo estádio: se estendeu por cinco anos porque muita coisa precisa ser analisada, ponderada. Do mesmo jeito que pode dar tudo certo, pode também dar tudo errado”, analisa, mantendo o discurso evasivo sobre o passo rumo ao Tarumã.

Dentre as preocupações do Co­­ri­­tiba para fechar a parceria uma é bem evidente: a divisão dos lucros provenientes do novo estádio. “No meu entendimento, o ne­­­­gócio fe­­chado pelo Palmeiras não é um mo­­delo que queremos. Eu sei por alto, mas o clube saiu em desvanta­­gem”, alerta, lembrando que o in­­­­­vestidor do remodelado Pa­­lestra Itália, a construtora W/Torre, teria ficado com uma quantia elevada nos lucros da exploração do estádio.

Mesmo sem ainda poder divulgar a empreitada, o vice-presidente deixa no ar que o caminho está traçado. E usa as manifestações da torcida na imprensa e na internet para dar a dica do que está sendo esboçado. “Eu fiquei surpreso com alguns dados. Vi que a aceitação [dos torcedores pela aposentadoria do Couto Pereira] é grande. O torcedor entende que para um clube como o Coritiba seria importante ter um estádio moderno”, diz.

“Estamos bem perto”, diz Cury
Enquanto o Coritiba trata com cau­­tela a transferência do Couto Pereira para a área onde hoje está o Pinheirão, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) quer resolver o im­­bróglio o quanto antes. “Não aguen­­to mais isso. Quanto mais rápido acontecer [a venda], é melhor”, desabafou o presidente da FPF, Hélio Cury.

“Muita coisa que dizem por aí não é verdade e isso acaba prejudicando a negociação, mas agora estamos bem perto”, adiantou Cury, afirmando que não está a par das conversas entre os investidores e a construtora OAS – principal candidata a erguer o novo empreendimento. “Isso foge da minha alçada”, completou.
A expectativa dele é de que a venda esteja sacramentada até o final desta semana. Mesma previsão do representante dos investidores, que agora tem em mãos toda a documentação necessária para dar prosseguimento à transação.

“Encaminhamos todos os documentos complementares [ao investidor]. Ainda faltavam alguns, mas agora tudo foi passado e estamos aguardando”, esclareceu o presidente da FPF.

Com dívidas em torno de R$ 60 milhões com o INSS, o IPTU e o Atlético, o valor que a FPF espera fechar a venda é de cerca de R$ 85 milhões.
Gustavo Ribeiro, especial para a Gazeta do Povo

fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=1179088&tit=Receita-dobrada



Texto sugerido e com comentários de Fábio Ehlke Rodrigues

A minha contribuição é sobre o Pinheirão. Extraído da Gazeta do Povo. Apesar de eu não concordar. Acho que a história do clube é afetada pela modernização.

O Pinheirão nunca foi o sonho de consumo dos torcedores coxa-branca. O Alto da Glória muito bem idealizado por outras administrações, é agora, cedido numa possível negociação. E infelizmente, o recém adquirido centro de treinamento em Campina Grande do Sul.

Creio que os sócios poderiam impedir tal venda, já que foi do dinheiro de tantos sócios que foram possíveis tais compras. Se é para não ficar atrás do Atlético-Pr e de outros tantos clubes pelo Brasil, que aderiram a sensação da modernização, parece um tanto inviável, mexer com a paixão do torcedor.

Podemos também dizer, que seria uma possível jogada de marketing do próprio vice-presidente para alçar vôos mais altos e chegar a cadeira de Presidente.

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