sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Crônica da semana

Mr. Teixeira é absorvido pelas mídias sociais.
Aline Jorge Corrêa.
Graduanda do curso de Educação Física-UFPR

Não muito recentemente, Mr. Teixeira foi sutilmente investigado e apontado de receber pagamentos ilícitos relacionados a uma companhia de marketing. Em resposta as acusações que lhe foram referidas; Teixeira declarou não preocupar-se com o que se veiculava sobre sua imagem. Alegou que apenas uma emissora deteria sua atenção e debochou os outros meios de comunicação, que canalizavam notícias sob condutas impróprias que este detivera.
Ricardo Teixeira confirmou em uma entrevista (realizada pela Revista Piauí) que essas denúncias não o estavam afetando; ele se utilizou de um vocábulo decaído socialmente, e afirmou ameaças abusando do poder instituído a ele através da CBF.
Logo após o ocorrido ser explanado pelos meios de comunicação – que não o preocupavam – alguns ‘internautas’ se mobilizaram através das mídias sociais para protestar a presença de Ricardo no cenário do futebol nacional. Através do twitter foi criado a hashtag #foraricardoteixeira, #caiforaricardoteixeira e #adeusrt para referir à indignação da população diante do que vinha acontecendo.
Subseqüentemente a isso foi desenvolvido um site (http://www.foraricardoteixeira.com.br/) que buscava rastear todas as tags acima supracitadas que referissem ao protesto. O caso gerou uma nova repercussão na mídia, – em alguns casos incentivando os leitores a participarem – adquirindo certa repercussão internacional (matéria publicada no Le Monde sobre o site). Fora também criado um blog ‘fora Ricardo Teixeira’ para noticiar qualquer esclarecimento (que possivelmente não fosse exposto pela mídia) sob o caso.
Torna-se visível a contribuição das mídias sociais enquanto forma de manifestação ao que vêem ocorrendo perante a presidência do futebol brasileiro. Ela adquiriu um caráter de vínculo, a partir de quando muitos aderiram à campanha sem o compromisso de uma deliberação social. Permitiu um conjunto de ações individuais que assumiu um ‘corpus’ diante de um discurso.
Assim, podemos considerar que a mídia social proporciona uma expansão do discurso, ao mesmo tempo em que ao produzi-lo ela subentende uma expressão do sujeito perante o contexto histórico em que está inserido. Notamos também que há um redirecionamento desse mecanismo informal de comunicação social, para uma produção formalizada de discurso, apresentando uma repercussão social, inclusive em nível internacional, do que era até então um poder discursivo individual. Conformando um ‘nós’ verificamos uma reivindicação de uma mudança na estrutura administrativa de uma instituição social.
O exemplo do que ocorreu com Ricardo Teixeira demonstra o que as projeções discursivas de internautas podem vir a gerar quando organizada e muito bem veiculada.

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