segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Frustrado, mas apoiando

Levantamento mostra que o curitibano está desapontado com a participação da cidade na Copa, rechaça uso de dinheiro público na Arena, mas incentiva vinda do evento e espera ver a rival Argentina em campo Relegados a acompanhar só jogos de menor apelo da Copa de 2014, os curitibanos confessam: es­­peravam mais. A decepção com o papel coadjuvante da cidade no evento foi comprovada em números. Mais da metade dos moradores da capital, 55,8%, disse que Curitiba merecia uma participação maior do que as quatro partidas, só da primeira fase, durante apenas 11 dias do Mundial.



O baque veio há dias, quando foi anunciada pela Fifa a agenda de jogos e ainda a exclusão do município na Copa das Confede­­rações de 2013. Com exclusividade para a Gazeta do Povo, a Para­ná Pesquisa saiu às ruas enquanto os moradores digeriam a participação minúscula da capital – a menor entre as 12 subsedes, ao lado de Natal, Manaus e Cuia­bá. Ape­­nas 36,71%, dos 504 en­­tre­vistados, ficaram satisfeitos com o calendário que sobrou.


Ter uma participação mais respeitável no torneio era um anseio da população desde 2009, quando Curitiba foi uma das escolhidas para alojar o evento. À época, 56,04% dos moradores acreditavam que jogos decisivos das oitavas, das quartas ou até uma semifinal poderia atrair os olhos do mundo para a região. Nada disso.
“Esse sentimento de frustração é de todos os curitibanos, to­­dos os paranaenses que esperavam um pouco mais. A gente só tem a lamentar, porque sabemos que tínhamos mais a oferecer. Somos o quarto PIB entre as capitais, considero que merecíamos um olhar diferente”, la­­men­­tou o secretário municipal para Assuntos da Copa, Luiz de Carvalho.

Sem a seleção brasileira, que já não desembarcaria mesmo no Afonso Penna por limitações do estádio – jogos do Brasil devem ser em locais com no mínimo de 60 mil lugares e a Arena terá 41 mil –, e sem duelos mata-mata, o interesse pelos jogos caiu. Dos entrevistados, 68,65% declararam que gostariam de ver alguma partida. O número dos que responderam “sim” em 2009 era de 76,58%.

Restou como único consolo da cidade a aparição de um dos cabeças de chave. E a preferência do público surpreendeu, com a Ar­­gentina no topo da lista das seleções citadas na pesquisa, com 49 % de menções.

“Existe uma rivalidade grande, mas uma proximidade sadia entre os paranaenses e os argentinos, até por questões geográficas”, comentou Carvalho. “Acho que só se for para torcer contra”, brincou o diretor da Paraná Pes­quisa, Murilo Hidalgo.

Com os hermanos em campo, Curitiba teria a chance de ao menos ver o atual melhor jogador do mundo ao vivo.

O levantamento também to­­cou em temas recorrentes sobre o Mun­­dial. Apesar do desprestígio paranaense, o apoio à realização do torneio cresceu em relação à última sondagem, feita em julho: é de 72,82% (era 66,5%).

Por outro lado, dentro da margem de erro, aumentou o número de quem é contra com o uso de dinheiro público para a conclusão das obras no reduto atleticano: de 73% para 74,4%.

“Muito se fala, mas pouco é efetivamente explicado sobre toda essa engenharia financeira. As dúvidas aumentam essa desaprovação”, opinou Murilo Hidalgo.

Também é grande o número de pessoas que, há menos de três anos do Mundial, não acredita que as obras na Arena serão com concluídas a tempo. O grupo de desconfiados atingiu 42,9% dos entrevistados.

“O Atlético é um grande parceiro da prefeitura. Houve uma série de discussões internas que se prolongaram, causando um desgaste e um comprometimento do início das obras”, disse Car­­valho, confiante no cumprimento do cronograma.
Por enquanto, as partes envolvidas – poder público municipal e estadual, além do Atlético – seguem sem esclarecer como será a manobra financeira para viabilizar financeiramente a obra – sem esbarrar em aspectos legais.

“[A Arena] ia ficar e vai ficar pronta para a Copa das Confe­­derações [junho de 2013]”, garantiu o gestor das obras do Atlético, Mario Celso Petraglia.





A pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo evidencia a suposta decepção regional com o papel relegado à cidade de Curitiba no mundial que se aproxima. O número reduzido de partidas (apenas quatro) e a “exclusão” da Copa das Confederações desapontou parcela significativa dos entrevistados, além, obviamente, do próprio secretário municipal para os assuntos da Copa. Porém alguns aspectos devem ser ponderados. A expectativa quanto à participação da capital paranaense no evento deve ser considerada dentro da perspectiva das possibilidades. Ou seja, não havia indícios concretos, seja na infraestrutura (inclusive na capacidade de acomodação do estádio), na captação de investimentos (públicos ou privados),
ou mesmo de mobilização política / social que corroborassem um espaço mais destacado à Curitiba na competição de 2014. Neste sentido a “exclusão” da Copa das Confederações pode ser considerada uma surpresa maior. Afinal, diante das outras sedes, a Arena da Baixada reuniria boas condições de ter suas obras finalizadas a tempo para o evento preparatório.

Outros fatores que permitem relativizar esta decepção residem nas ressalvas demonstradas pelos entrevistados quanto aos investimentos necessários para a realização do mundial.

Embora a maioria dos consultados no mês de outubro tenha manifestado sua frustração com a divisão das partidas, muitos mostraram-se contrários à captação de recursos públicos para o evento. Do mesmo modo, parcela significativa revelou sua desconfiança com a conclusão das obras no estádio atleticano. Embora os entrevistados pleiteassem maior destaque para Curitiba, inclusive enquanto meio de exposição da cidade no cenário internacional, suas impressões com relação à capacidade da cidade em sediar satisfatoriamente o evento são significativamente pessimistas. Ainda há grande desconfiança pública regional com a realização da Copa na cidade, sobretudo quanto à idoneidade da administração sobre possíveis verbas e investimentos públicos.

Parece que a frustração se manifesta muito mais por uma expectativa passional, própria do torcedor, do que por uma crença real nas capacidades administrativas apresentadas para sediar o mundial.

Referência mundial, Curitiba agora tropeça na mobilidade

Aumento da frota de veículos torna urgente investimento no transporte público, dizem especialistas

Ônibus híbrido é aposta da capital paranaense (crédito: Divulgação)

O "Portal 2014" publica uma série de reportagens do site Mobilize Brasil sobre a situação da mobilidade urbana sustentável em 13 capitais. Nesta sexta, destaque para Curitiba
Considerada mundialmente modelo de sustentabilidade, a cidade de Curitiba já apresenta uma frota de 1,3 milhão de veículos e enfrenta severos problemas de trânsito, principalmente no centro, em horários de pico. Para os especialistas, a solução está no transporte público.
Segundo o engenheiro Garrone Reck, professor do Departamento de Transporte da Universidade Federal do Paraná, é urgente “investir na melhoria do serviço de transporte coletivo e aumento de capacidade dos corredores exclusivos de ônibus”. Se o sistema não for priorizado, alerta o professor, ficará cada vez mais ineficiente, enquanto a frota de automóveis prosseguirá crescendo. “Num futuro talvez próximo, teremos de adotar alguma restrição ao transporte individual, única forma de reduzir inevitáveis congestionamentos”, conclui.

Enquanto isso, as obras de mobilidade urbana que devem preparar a capital paranaense para a Copa do Mundo ainda não mostram resultados.

O principal problema, analisa o especialista, não é a falta de planejamento da cidade, mas a falta de “ferramentas modernas para pesquisa, estudo e modelagem de demanda”. E uma ampla pesquisa origem-destino domiciliar que permita conhecer melhor os padrões de viagens da população pelos modos públicos e privados, motorizados ou não”, ressalta.

Garrone questiona obras de longa duração, que não dão conta de resolver problemas de forma mais urgente: “Fala-se da construção da primeira linha de metrô em Curitiba no corredor Norte-Sul, contudo, com a fase inicial de obras entre 2012 e 2016, só alcançará o trecho sul até o centro. É um projeto de alto custo com longo tempo de construção. A curto prazo a solução seria investir em aumento de capacidade dos corredores de ônibus”.

Neste mês, a prefeitura anunciou recursos para a compra de 60 ônibus híbridos (coletivos que funcionam com motores diesel ou tração elétrica) nos próximos dois anos. Mas, para os especialistas, além de aumentar a capacidade dos corredores de ônibus e ampliar as plataformas de embarque (estações tubo), um novo plano para a cidade deveria prever soluções sustentáveis e integradas para outros modos não motorizados, como a locomoção a pé e por bicicleta.

A prefeitura até afirma que irá revitalizar as ciclovias e ampliar a rede de bicicletas, de 118 km para 400 km, mas não há data programada para estas obras.

Investimentos para 2014
Dois grandes pacotes de investimentos preparam a cidade para a Copa de 2014. São aproximadamente R$ 360 milhões, distribuídos em 14 grandes obras viárias em várias regiões, dentro de um cronograma planejado para não causar transtornos à população.

O primeiro grupo de obras –em execução– tem investimentos da ordem de R$ 140 milhões, com recursos de município, governo do estado, BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Agência Francesa de Desenvolvimento. Neste primeiro pacote está a trincheira Bacacheri/Bairro Alto, Linha Verde Norte, binário Chile/Guabirotuba, Anel Viário, rua 24 Horas, av. Marechal Floriano Peixoto (fase 1) e as avenidas Toaldo Túlio e Fredolin Wolf.

Outra obra, esta concluída, é a modernização da av. Toaldo Túlio, refeita com asfalto, iluminação, calçadas e ciclovia novas. Junto com a Fredolin Wolf, que está com 60% das obras concluídas, formarão uma nova ligação viária entre a BR 277/Santa Felicidade e os parques Tingui, Tanguá e Ópera do Arame.
A parte mais relevante dos investimentos integra os projetos de mobilidade apresentados pela cidade no PAC da Mobilidade Urbana, programa exclusivo para cidades da Copa, com financiamento federal por meio da Caixa Econômica. No total, serão investidos R$ 222.210.526,32 em sete grandes obras (veja abaixo), com prazo de execução até dezembro de 2013.


fonte:http://www.portal2014.org.br/noticias/8372/REFERENCIA+MUNDIAL+CURITIBA+AGORA+TROPECA+NA+MOBILIDADE.html


Texto sugerido e com comentários de Bruno José

O presente comentário sobre a reportagem titulada “Referência mundial, Curitiba agora tropeça na mobilidade” se deu, devido à proximidade da localidade geográfica em questão. A reportagem retrata Curitiba como um modelo perante o mundo no que se refere à mobilidade urbana sustentável. Entretanto a capital paranaense está enfrentando severos problemas de trânsito devido à frota de 1,3 milhões de veículos, fator este que nos remete a algumas indagações: Com o processo civilizatório – modernização – Curitiba acabou sendo mal projetada e hoje esta vivenciando as conseqüências? Ou será que o problema está na migração de pessoas de diferentes localidades para nossa cidade, situação que dificilmente é mensurada com exatidão. Verificamos fatores inter-relacionados que deveriam ser diagnosticados anteriormente, para que o país pudesse se estruturar e assim não necessitar de uma grande mobilização para receber um evento mundial. A possível solução seria melhorias no transporte coletivo e aumento da capacidade dos corredores exclusivos de ônibus e futuramente a restrição de alguns veículos para a melhoria do fluxo no trânsito. E a sustentabilidade? O Rodízio de veículos deveria ser prioridade, pensando na questão ambiental, ou seja, uma quantidade bastante grande a menos de poluentes diária na cidade.
A reportagem encerra retratando que o problema de Curitiba não é oplanejamento e sim falta de ferramentas modernas. Aborda também os investimentos da cidade para a Copa 2014, no que se refere a estruturação da cidade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Cada minuto de jogo de Copa do Mundo em Curitiba vai custar R$ 500 mil


 
Estádio da cidade será reformado ao custo de R$ 180 milhões e vai receber apenas quatro partidas do Mundial de 2014

20/10/11 às 23:47  |  Lycio Vellozo Ribas

Curitiba tem quatro jogos agendados para a Copa do Mundo de 2014. O custo das obras para adequar a Arena da Baixada às exigências da Fifa é de R$ 180 milhões. Uma conta rápida indica: cada minuto de bola rolando na Arena na Copa do Mundo vai custar R$ 500 mil.
Por incrível que pareça, é o menor custo por minuto na Copa do Mundo. O mais alto é no Itaquerão, em São Paulo. Com seis jogos e valor de obras estimado em R$ 1 bilhão, cada minuto de jogo vai custar R$ 1,85 milhão.
Pelas capacidades estimadas, a Arena ainda será o menor estádio do Mundial. Terá lugar para 41 mil pessoas, todas sentadas. Os outros três estádios que serão “limados” ao fim da primeira fase do Mundial têm capacidade para pelo menos 43 mil pessoas.
Curitiba, até segunda ordem, não terá jogos à noite. Preocupada com o risco de frio inclemente na cidade, durante o inverno — época em que será disputada a Copa —, a cidade vai receber jogos apenas nos primeiros horários determinados pela Fifa: 13 e 16 horas. No Nordeste, será o contrário: apenas jogos à noite (19 e 22 horas). Nos mata-matas, os horários serão às 13 e às 17 horas. A exceção é a final, às 16 horas.
A abertura da Copa será no dia 12 de junho, uma quinta-feira, às 17 horas. Especula-se que é para evitar uma partida da seleção brasileira em uma sexta-feira, 13. Nas últimas três Copas, o jogo inaugural sempre ocorreu em uma sexta. A final será no dia 13 de julho, um domingo, às 16 horas.
A grande questão que não quer calar é: de onde vai vir o dinheiro para as obras na Arena? Há muita controvérsia. Quando questionado sobre esse assunto na Câmara dos Vereadores, o dirigente Atlético Mario Celso Petraglia não determinou exatamente.
Até agora, as máquinas que fazem a obra apenas escavaram o terreno que fica nos fundos do estadio. No mapa da Fifa o estádio está em “sinal de alerta”.


Texto sugerido e com comentários de José Carlos Mosko: 
Particularmente, entendo que quatro jogos são uma relevante conquista para Curitiba. Pela representatividade do nosso estado, especialmente a política, entendo que poderíamos até ter ficado de fora da Copa.
As opiniões são muitas, mas o que fica mesmo é a esperança de pelo menos um grande jogo, que ficará na memória dos mais aficionados e, principalmente, o legado ao clube e  à torcida do Atlético Paranaense, esses sim os maiores beneficiados com essa Copa, pois terão definitivamente um estádio confortável, com grande capacidade e totalmente concluído  - fato inédito no futebol de Curitiba.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Fifa promete liberar documentos do escândalo da ISL

Segundo imprensa inglesa, dossiê pode comprometer Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014
21/10/2011 | 13:28 | Agência Estado
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, prometeu nesta sexta-feira que vai liberar os documentos do escândalo da ISL em dezembro. O dossiê, segundo a imprensa inglesa, pode comprometer Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014.

Blatter explicou que o caso será reaberto e exposto ao público, em Tóquio, após análise de uma comissão independente. A decisão, anunciada em meio à reunião anual do Comitê Executivo da Fifa, em Zurique, faz parte da reforma que o presidente pretende realizar durante seu novo mandato, depois das seguidas denúncias de corrupção envolvendo o nome da entidade nos últimos meses.

"Este é um assunto que tem sido levantado pelas federações e pelos membros da Fifa. Então, o Comitê Executivo decidiu reabrir o caso.
Vamos entregá-lo a uma organização independente, que vai se aprofundar na análise dos arquivos e apresentá-los a nós. Isto é tudo o que posso falar sobre este famoso caso da ISL", declarou Blatter.

Agência de marketing que anunciou falência em 2001, a ISL se envolveu no pagamento de mais de US$ 100 milhões em propinas à Fifa, por meio da criação de empresas fantasmas por parte de membros do Comitê Executivo da entidade, entre agosto de 1992 e novembro de 1997. Em troca, a ISL obtinha lucrativos contratos de patrocínio e de direitos de televisão com a Fifa.

A denúncia foi confirmada por um tribunal suíço em 2010. A Justiça local determinou a devolução de parte do dinheiro e encerrou o caso sem citar o nome dos membros da Fifa envolvidos no escândalo. Os nomes dos acusados, contudo, foram revelados pela BBC e pelo jornal suíço Tages-Anzeiger em novembro do ano passado.

Entre os citados está Ricardo Teixeira, que teria recebido pagamentos da ISL em uma conta secreta em Liechteinstein no valor de US$ 9,5 milhões. As remessas seriam feitas com valores de US$ 250 mil cada, em 21 parcelas em uma empresa fantasma registrada num paraíso fiscal.

Em um documento obtido pela BBC, 175 pagamentos de propinas são descritos pela ISL aos membros da Fifa. Parte delas iriam para o que a emissora chamou de "o homem encarregado da próxima Copa do Mundo, no Brasil em 2014. Ele é Ricardo Teixeira".
A empresa que teria recebido as propinas, citada pela BBC, é a Sanud, com base no principado de Liechtenstein e um dos principais paraísos fiscais do mundo, a apenas alguns quilômetros da sede da Fifa em Zurique. A emissora descobriu que se trata da mesma companhia que a CPI do Futebol no Brasil já havia indicado como tendo participação de Ricardo Teixeira.

Também foram citados pela BBC o paraguaio Nicolas Leoz, presidente da Conmebol, e Issa Hayatou, presidente da Confederação de Futebol da África (CAF). Membros do Comitê Executivo da Fifa, os três acusados negaram envolvimento com o caso.

Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/copa2014/politica/conteudo.phtml?tl=1&id=1183364&tit=Fifa-promete-liberar-documentos-do-escandalo-da-ISL

Texto sugerido e com comentários de Jackson Mosko.

Novamente o Sr. Ricardo Teixeira envolvido em escândalos, na verdade este é mais um ‘antigo’ escândalo de recebimento de propina onde a empresa envolvida a ISL teve inúmeros contratos milionários no futebol mundial e brasileiro. A administração do atual presidente da CBF sempre foi nebulosa nas questões de contratos com empresas privadas, este fato da ISL me faz lembrar o contrato com a Nike e anos depois com a criação de uma CPI e também gerou um livro chamado: “CBF Nike” de Aldo Rebelo e Silvio Torres, neste livro são comentados inúmeros casos nebulosos envolvendo os contratos da CBF e o Sr. Ricardo Teixeira.  Casos antigos de envolvimento em corrupção e desvio de dinheiro que até hoje são lembrados, porém quase NUNCA punidos. Infelizmente!!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Amigos de Teixeira são favorecidos

O aspecto político ficou bem evidente na divisão dos jogos da Copa do Mundo de 2014. A tabela, divulgada ontem, projetou a seleção brasileira para jogar mais vezes nas cidades em que o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira, possui maior relacionamento com políticos da região.
Tanto Minas Gerais do senador e ex-governador Aécio Neves (PSDB) quanto o Ceará do ex-presidenciável e deputado federal Ciro Gomes (PSB) podem receber o time de Mano Menezes duas vezes, mais do que a sede da abertura, São Paulo, e também do que as sedes mais utilizadas ao longo do torneio brasileiro, Rio e Brasília.

Na primeira fase, depois de atuar no Itaquerão, em São Paulo (12 de junho), o Brasil vai jogar em Fortaleza (17 de junho) e Brasília (23 de junho). Se a seleção for a primeira colocada do seu grupo, hipótese mais provável, jogará as oitavas de final em Belo Horizonte, no dia 28 de junho. Nas quartas, voltaria a Fortaleza (4 de julho) e, na semifinal, retornaria a Belo Horizonte (8 de julho). A final está marcada para o Maracanã, no Rio, em 13 de julho – única possível apresentação brasileira no palco carioca, fato não explicado por Ricardo Teixeira.

A Fifa resolveu desafiar a precariedade do sistema aéreo brasileiro. Na tabela divulgada on­­tem, a Confederação Brasi­­leira de Futebol (CBF) não agrupou as seleções em uma só re­­gião do país, para diminuir os deslocamentos de cada equipe. Assim, será possível uma mesma equipe viajar longas distâncias e sofrer com a variação climática.

Será o caso, por exemplo, da equipe que será designada para o número 4 do grupo E. Essa seleção vai jogar no dia 20 de junho em Curitiba, onde os termômetros se aproximam de 0 grau nesta época do ano. Cinco dias depois, vai atuar em Manaus, a mais de 2 mil quilômetros de distância e seguramente com mais de 30 graus.

Bom relacionamento de políticos locais com o presidente da CBF coloca Belo Horizonte e Fortaleza duas vezes no caminho da seleção

O Mundial das maratonas
As maratonas das seleções da Copa de 2014 pelos céus do Brasil serão longas, desgastantes e, em alguns casos, bem desiguais. A tabela divulgada pela Fifa não regionalizou os grupos. A decisão fará a equipe sorteada na posição 4 do grupo G viajar por 5.598 km entre Natal, Manaus e Recife só durante a primeira fase. Considerando a possibilidade de se manter vivo até o fim do torneio, o rival do Brasil na estreia (A2) é quem mais vai sofrer com as distâncias.
Se essa seleção desbancar o time brasileiro, avançar como primeira do grupo, cair na semifinal e disputar o terceiro lugar do Mundial rodará um total de 11.571 km – quase o mesmo que separa a capital paulista de Moscou.
Festa no Itaquerão

A confirmação, feita pela Fifa ontem, de que São Paulo sediará a abertura da Copa de 2014 foi comemorada pelas autoridades e operários que acompanhavam o anúncio oficial do calendário de jogos do torneio no canteiro de obras do estádio do Corinthians, o Itaquerão, na zona leste da capital paulista. Por uma tela de tevê, já que o telão instalado no local teve problemas técnicos e não pôde ser utilizado, acompanharam a transmissão da cerimônia oficial o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD -foto), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e os ex-jogadores Ronaldo e Cafu. Em clima de festa, Sanchez garantiu que o complexo ficará pronto antes do previsto. “Temos o prazo até o fim de 2013, mas em setembro o estádio estará pronto”, assegurou o dirigente. Pensando nos lucros, o Timão planeja em 30 dias vender aos torcedores kits com terra do local onde ficará o Itaquerão.

 Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/copa2014/historico/conteudo.phtml?tl=1&id=1183140&tit=Amigos-de-Teixeira-sao-favorecidos

Texto sugerido e com comentários de Riqueldi Straub Lise
Parece evidente que afinidades entre políticos locais e o presidente da CBF Ricardo Teixeira definiram as escolhas para a Copa das Confederações. Aécio e Ciro colocaram as capitais dos estados de Minas Gerais e Ceará tanto na programação da Copa das Confederações quanto na Copa do Mundo, superando até mesmo as participações da seleção brasileira nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Nem mesmo as afirmativas do ministro dos Esportes, Orlando Silva foram capazes de colocar Curitiba neste rol de privilegiadas, “Podemos colocar Curitiba à frente de outras cidades para sediar a Copa das Confederações.” “Eu acredito que Curitiba é uma sede que terá um papel grande na Copa do Mundo.”

E não tardaram notícias dando conta da contabilização dos prejuízos de outras cidades-sedes menos prestigiadas pela CBF. Curitiba – preterida na disputa da Copa das Confederações em 2013 e com apenas quatro partidas na fase de grupos da Copa do Mundo de 2014 – alimentava a esperança de mais jogos e inclusive uma oitava de final, agora amarga a decepção e o esvaziamento dos investimentos programados para o setor privado. O setor hoteleiro curitibano já recalcula o volume de investimentos tendo em
vista a pequena participação da cidade na Copa, e a previsão é de que estes reajustes sejam uma tendência, considerando que os possíveis jogos em Curitiba serão: Nova Zelândia x Eslováquia, Dinamarca x Camarões, Argentina x Grécia, Suiça x Honduras.

Realmente decepcionante!

domingo, 23 de outubro de 2011


Trata-se se uma reportagem no site do jornal alemão “Bild”. Em síntese, a reportagem trata previamente do amistoso de Brasil 2 x 3 Alemanha(10/08/2011), destacando o personagem/jogador Neymar no confronto. Este seria considerado o “maior talento repentino”(“Sturmtalent”) no Brasil. É sobre esta última afirmação que teço meus comentários

Antes de mais nada consideremos a Alemanha como um “país do jornal”. Dentro dessa perspectiva se insere o “Bild”- um dos jornais mais lidos no país - tido como um jornal sensacionalista e popularesco, por vezes apelativo em suas abordagens. Portanto, pode-se enquadrar facilmente o veículo na categoria dos mass media. E como se sabe os mass media não sobrevivem sem a existência da idolatria

A idolatria proposta que toma forma aqui pela palavra “Sturmtalent”(para além de um “dispositivo comercial” de um jornal alemão) encontra provavelmente sua “boa” recepção no público á partir do entendimento da seleção brasileira como reflexo objetivo da “nata” do futebol brasileiro(poderíamos aqui remontar até mesmo a identidade nacional brasileira), neste caso através do jogador Neymar. Consideraremos, portanto, a seleção brasileira enquanto instância máxima de consagração do futebol brasileiro.  

O entendimento da seleção brasileira como a “nata” do futebol brasileiro passa longe do mínimo da coerência. No campo esportivo ver-se-á que historicamente nossas seleções foram formadas com base no eixo Rio-SP. Já no campo midiático cultural, verifica-se por exemplo em Placar – um dos veículos mais de amplo prestígio nacionalmente – que de 1971 a 2000 - 90% dos “craques” da seleção da “bola de prata” jogam sobretudo nos times dessas mesmas regiões.

Até mesmo um caso de sucesso revela o hábito “brasileiro”, por trás da constituição do nosso selecionado: David Yallop conta em seu livro “Como eles roubaram o jogo” que o jogador Ronaldo(o “R9”), antes de “estourar” no Cruzeiro – e depois se tornar o herói do penta - sofreu no São Cristóvão. Seu treinador(Jota) naquele momento escreve uma carta á CBF, solicitando materiais esportivos para continuar com a escolinha que tinha. A CBF - já em negociações com a Nike – responde em outra carta, negando o pedido por “falta de recursos”. Mas este mesmo Ronaldo(na ocasião sem condições mínimas), será tido peça chave da seleção, na final da copa contra França em 1998 – copa aliás que não entendo, dentro dessa “coerência”, o porquê de não se convocar Alex (meio-campo que jogava então no Palmeiras).

Mas é esse o “quadro”. Atualmente o futebol brasileiro conta com 13 milhões de jogadores, mas o “futebol arte” selecionável só “existe” habitualmente em determinados times e “contextos”: e o mundo compra. Se Marcel Duchamp fosse cartola no Brasil(e obviamente se tivesse bons contatos)certamente iria fazer dinheiro com sua estratégia de “ready made”. 

A reportagem a que se refere o texto acima se encontra no endereço
A sugestão de texto e comentários são de Daniel Ferreira.

sábado, 22 de outubro de 2011

Fifa afasta ministro do Esporte de próxima reunião no Brasil

O secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, afirmou nesta quinta-feira na Suíça que a entidade terá um novo interlocutor no governo brasileiro, em substituição ao ministro do Esporte, Orlando Silva, alvo de acusações de corrupção nos últimos dias. Ele não disse quem será o novo representante. Haverá um encontro em novembro entre a cúpula da Fifa e o governo brasileiro para lidar com a questão da Lei Geral da Copa do Mundo de 2014, que gera atritos entre as duas partes por conta de questões de marketing, TV e ingressos.

"Novembro [visita da Fifa ao Brasil] é a ideia de quando vamos ver o novo representante da presidente Dilma [Rousseff] para a Copa. E representante do parlamentar. Estou confiante que a presidente apontou uma equipe independentemente do que acontecer com Orlando [Silva]. É tempo de acabar com esse ideia [projeto de lei sobre a Copa] que não estamos adiantados", disse Valcke, deixando escapar uma crítica ao país.

Fabrice Coffrini/France Presse
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante entrevista, em Zurique
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante entrevista, em Zurique
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também irá ao Brasil para encontrar a presidente, segundo informou.
 
ENTENDA O CASO
Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam Orlando de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista "Veja". O ministro receberia pagamentos de ONGs do programa Segundo Tempo, criado pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas.

O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
De acordo com a entrevista dada para a revista, o policial diz que as ONGs só recebiam os recursos mediante o pagamento de uma taxa previamente negociada que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Segundo o militar, o ministro recebeu, pessoalmente, na garagem do Ministério do Esporte, o dinheiro da propina.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que irá investigar as acusações.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.

Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/esporte/994395-fifa-afasta-ministro-do-esporte-de-proxima-reuniao-no-brasil.shtml

Texto sugerido e com comentários de Fabio Eihke Rodrigues.
A notícia de  ondas de corrupção no governo brasileiro é alvo da disputa política que a presidente Dilma vem enfrentando desde sua posse. A ascensão e queda de ministros agora bateu  na porta do Ministério do Esporte.
Isto é evidente também na  frequente ação da FIFA, indisposta com a Lei da Copa querendo enfraquecer o Ministro do Esporte e acirrar a queda de braço para o seu lado obviamente.
Impor as regras do jogo para a Copa do Mundo é o que pretende Blatter.
 Impedir a presença do Ministro Orlando SIlva na próxima reunião sobre a Copa do Mundo é mostrar que as cartas do jogo estão em suas mãos.
Em outro periódico, especulou-se o nome de Pelé como provável substituto.
 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Legado se mede por qualidade de vida e transparência da gestão, diz professor da UnB

Para Neio Campos, a Copa é “uma oportunidade de se pensar cada cidade como um todo, uma estrutura complexa que não pode restringir as ações a pontos isolados”
O professor Neio Campos, diretor do Centro de Excelëncia em Tursmo – CET  da Universidade de Brasília (UnB), defende que o principal legado que a mobilização social e de investimentos em torno da Copa do Mundo FIFA 2014 deve deixar será a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos e a transparência da gestão, acompanhada de perto por todos os segmentos da sociedade. Isso, em sua visão, “fortalecerá a democracia”. Campos foi um dos palestrantes durante o Seminário Internacional Copa 2014:

Sustentabilidade e Legado, em Manaus, e alertou para a urgência de se abrirem canais de diálogo que envolvam a sociedade nas decisões a serem tomadas sobre os investimentos em infraestrutura das cidades-sede.  “A Copa do Mundo traz para os gestores urbanos a oportunidade de melhorar a qualidade de vida dos moradores das cidades-sede, desde que não se pense os investimentos limitando-os aos espaços diretamente envolvidos com os jogos, como arenas, mobilidade e hospedagem”.

Para o professor, que fez sua tese doutorado sobre Planejamento Urbano e Regional, a Copa  representará, antes de mais nada, “uma oportunidade de se pensar cada cidade como um todo, uma estrutura complexa que não pode restringir as ações a pontos isolados, exigindo um planejamento amplo”, e um bom momento de se consolidar as orientações contidas no Estatuto das Cidades. “Temos de ir além da questão da imagem, do marketing, e pensar os investimentos como indutores de desenvolvimento”, frisou.

Segundo Campos, a discussão ampla que levará aos investimentos deve passar por quatro eixos: o fortalecimento institucional do planejamento e da  gestão urbana/ o fomento à economia local e regional; melhoria da qualidade de vida; e promoção da participação cidadã.

Sem perder a perspectiva da realidade nacional, Campos avaliou que “o País não está parado. Podemos identificar iniciativas que, se potencializadas corretamente, trarão bons resultados”. Entre essas iniciativas, ele apontou a homologação do Estatuto das Cidades, que dá um norte à gestão urbana; a democratização dos processos decisórios e de reivindicação e articulação das comunidades em torno de seus interesses; a implementação de programas e projetos inovadores voltados para a integração social e físico-espacial das cidades.

No que se refere ao fomento da economia local e regional, Campos explicou que o incentivo ao turismo e a redefinição de circuitos turísticos diversificados, com o redimensionamento da capacidade hoteleira e implantação de rede de hospedagens alternativas, deve respeitar a identidade local, a troca de experiências com a comunidade, o cuidado com a natureza e o respeito às práticas cotidianas do cidadão.

Fonte: http://www.copa2014.gov.br/noticia/legado-se-mede-por-qualidade-de-vida-e-transparencia-da-gestao-diz-professor-da-unb


Texto sugerido e com comentários de Miguel Archanjo Freitas Júnior
Em tempos de Copa do Mundo e de grandes eventos esportivos, algumas palavras começam a fazer parte do nosso cotidiano. Entre estas palavras destaca-se um tal de “Legado”. Dias atrás, eu conversava com um amigo, que por contingências da vida não teve a mesma formação acadêmica e ele me perguntava sobre o que significava esta palavra. Parei por alguns momentos e me lembrei da matéria que socializo neste blog, mas por alguns instantes me perguntei sobre como iria responder esta indagação.
Legado para quem? Para a população que precisa de melhor infra-estrutura em diversos setores da sociedade (transporte, hotéis, rodovias, aeroportos...) ou será que o maior legado está nas mãos de quem organizará o evento e que constantemente tem sido questionado neste espaço virtual?

Para responder este meu amigo, diria que esta palavra apresenta uma conotação positiva, servindo para mostrar algo que deverá permanecer para um povo, mas até agora não é bem isto que temos visto. Por isso, meu amigo eu acredito nas palavras abaixo.